Inocência Roubada escrita por Lêh Duarte, Annia_Novachek


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, ultimo cap. antes do epílogo aqui '-'
Era pra Leh estar postando, mas ela acabou tendo alguns imprevistos e vai ficar sem net por um tempinho ai, então, tenten sobreviver sem as coisas fofas q ela diz aqui em cima uahsuhsuahas
#Parei u_u
Oks, Cap. dedicado a Juliana que deixou uma recomendação muito linda *---*
Esperamos q gostem *-*



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Assim que a parteira entregou a criança para Janine ela ficou absorta olhando para o pequeno rosto de anjo do bebê. Os poucos tufos  de cabelo na cabeça foi o suficiente para Janine sorrir, observando que seriam como os do pai. A expressão séria, enquanto ainda chorava, era exatamente como a de Janine, mas de resto, não encontrou nenhum outro traço que lhe pertencesse.

Alberta lhe entregou uma manta, que Janine prontamente enrolou ao redor da criança. Seu choro foi diminuindo gradativamente e logo se tornou apenas alguns resmungos que a criança soltava vez ou outra.

Eu vou avisar Ibrahim. – Anna disse sorrindo para Janine que assentiu e a mesma saiu dali, em direção ao hall onde todos esperavam ansiosos.

- É uma menina linda. – Alberta disse ao seu lado – Se parece tanto com Ibrahim quando criança...

- Ora milady, não diga tantas besteiras. – Marie comentou torcendo o nariz - A criança ainda não tem cara de nada e tampouco se parece com um Mazur.

- Mas ela é um Mazur legítimo. – Janine disse um pouco irritada pelo tom da criada – É minha filha e de Ibrahim, Marie!

- E não estou dizendo ao contrário. Veja, Ibrahim precisa de um herdeiro que tome conta das coisas quando ele não mais puder, mas não sei se uma menina dará conta disso...

O comentário foi o suficiente para que Janine cogitasse a ideia de que Ibrahim poderia se zangar com o acontecido. Todos da região esperavam que Janine estivesse grávida de um menino, até mesmo o imperador já o havia dito quando Ibrahim lhe escreveu contando-lhe a novidade. "Mais uma raposa nos jogos como você, Mazur." – dizia a carta de poucas palavras que aparentava ter sido escrita as pressas por conta dos fortes contornos das letras. Verdadeiramente, Janine sabia em seu íntimo, um herdeiro seria muito melhor do que uma herdeira nos assuntos políticos que Ibrahim vivia metido. Mas ainda sim, amava a filha incondicionalmente, mesmo tendo acabado de realmente vê-la.

-Marie, porque não se cala de uma vez? Não vê que está se tornando impertinente? – Alberta lhe censurou. – Vá procurar o que fazer já que não partilha da mesma felicidade que nós.

-  Não disse que não estou feliz, mas milorde com certeza o dirá. Todos sabem como um herdeiro homem seria de grande valia. Já uma menina...

- Tem tanto valor quanto um menino. Era isso o que iria dizer Marie?

Marie congelou quando ouviu a voz de seu senhor atrás dela. Virou-se levemente e abaixou os olhos em sinal de respeito.

-Claro, meu senhor.

-Ótimo. – disse satisfeito e levando seus olhos até Janine.

A aparência da esposa era lamentável. Ela tinha no rosto uma expressão cansada. Os cabelos longos e ruivos estavam encaracolados e bagunçados. Algumas gotas de suro ainda estavam em seu rosto. Mas mesmo assim, enquanto Ibrahim a olhava, pode ver o sorriso lindo que o encantara desde o começo.

Quando ouviu um estalo baixo, olhou para os braços da mulher. Ela segurava com firmeza sua filha que fez um pequeno movimento, como se estivesse se espreguiçando.

Calmamente Ibrahim se aproximou do leito e pode ver a imagem da filha por completo.

As mulheres se retiraram rapidamente dali, deixando-os sós naquele momento tão intimo e único.

- Acho que será a sua imagem perfeita, Abe. – Janine disse o chamando pelo apelido carinhoso. Ela prosseguiu quando o mesmo permaneceu em silêncio – Mesmo sendo uma menina eu acho que...

-Ela parece irritada. – Abe comentou quando a viu se mexer parecendo inquieta. Olhou para o rosto da esposa e sorriu – Isso ela puxou de você.

Janine riu levemente.

-Não está zangado por ser uma menina?

- E porque estaria? – ele se sentou ao seu lado na cama, tentando manter certa distancia para que ele não pressionasse a menina  - Ouça Jane, eu lhe amo e nada vai mudar isso. Não me importa que seja uma menina ou duas, eu realmente não me importo. É minha filha e é isso o que importa. Não Dê ouvidos a Marie, sabe que ela tem uma implicância com você desde o início.

Ele se inclinou um pouco para ela e depositou um beijo cálido em sua face. Olhou para a menina.

-Posso ao menos segurá-la agora ou vai querer guardá-la para si?

Janine riu levemente e corou com a mesma intensidade. Esticou um pouco os braços e encaixou nos braços de Ibrahim.

-Não a segure com tanta dureza nos braços, Abe. – aconselhou – Tente não apertá-la, mas também não a deixe muito solta para que não caia.

-O que há de errado com ela? – ele perguntou franzindo a testa confuso.

-Está tenso e ela está sentindo isso. Não fique com medo, Abe.

-Eu não estou. – garantiu e afrouxou um pouco os braços para que pudesse segurar a filha de uma forma melhor. O choro cessou – Ainda não escolhemos um nome... – comentou pensativo, olhando o rosto da filha que agora estava mais calmo.

-Gosto de Rachel.

- É bonito, porém simples demais para nossa filha, Janine... – disse admirando a filha, tentando se lembrar do nome de algum de seus ancestrais que combinasse com a filha. Aquele era o costume. – Rose se parece com ela. É delicada como uma rosa – disse satisfeito consigo mesmo, preferindo não fazer referência alguma ao choro estridente. – Rosemarie parece combinar com ela.

Janine sorriu feliz com o rumo que tudo estava tomando. Infelizmente, ou felizmente para a alegria de Alberta, Janine não pode dizer o quanto achava o nome de bom gosto, já que ouviu um grito estrangulado, parecendo vir do andar de baixo da onde estavam.

-O que foi isso? – Janine perguntou preocupada.

-Não sei, mas estou prestes a descobrir. – falando isso, entregou Rosemarie para a esposa e saiu dali logo após lhe dar um beijo rápido. No caminho topou com uma criada e ordenou esta para que fosse para o quarto, ajudar Janine com a criança.

Não precisou descer completamente a escadaria para que visse o que acontecia. Uma roda havia se formado e todos pareciam falar ao mesmo tempo.

- Qual o motivo de tanta algazarra? – perguntou nervoso – Será que minha esposa e filha não podem nem ao menos desfrutar de um descanso?

-Perdoe-me Ibrahim. Temo que desta vez a culpa seja completamente minha – uma voz familiar aos ouvidos de Ibrahim disse.

Não a ouvia  tanto tempo, que não soube dizer ao certo de onde a conhecia...

Aos poucos, o aglomerado de pessoas foi se dissolvendo e se separando, e então, Ibrahim pode ver o rosto que não via há anos.

- Como vai, meu amigo? – Augusto perguntou, com um sorriso no rosto.

Ibrahim foi até ele também sorrindo e o abraçou daquele jeito impessoal, mas que mostrava que sentiu falta do amigo. Após lhe dar alguns tapas em suas costas, o olhou. Viu Alberta parada perto deles com lágrimas escorrendo pelo rosto.

-Não chore mulher, seu marido não está aqui? – ouviu a voz irritada de Marie, que estava sentada nos degraus da escada com um olhar impaciente.

Todos já estavam acostumados com aquele seu jeito e então apenas riram e voltaram sua atenção para Augusto.

- Não sabe como eu ouvi minha prima chorar de saudades suas. – Ibrahim comentou e Alberta sorriu, o abraçando de lado, feliz por ver seu marido são e salvo novamente. – Mas diga-me: como andam as coisas por lá? Turbulentas, imagino.

As pessoas começaram a voltar aos seus afazeres enquanto Ibrahim e Augusto tinham uma curta conversa sobre política. O primeiro, embora se esforçasse para parecer interessado na conversa, ora ou outro olhava em direção as escadas, querendo voltar para o lado de sua esposa. A sensação não diminuiu quando Anna subiu ao lado de Alberta para ver Janine e sua filha, mas pode-se dizer que ele se sentiu melhor...

Ibrahim estava quase terminando a conversa, pronto para subir as pressas e encontrar sua mulher quando viu um garoto entrar ali com uma criada ao seu lado.

-Eu já lhe dei um banho, senhor. – Marguerite, a criada disse, e completou com desgosto.  - Tentei cortar-lhe os cabelos, mas ele se recusou...

Augusto se levantou e foi até o menino.

- E quem é este? – Ibrahim perguntou também se levantando da cadeira em que estava sentado.

Ibrahim não se lembrava do garoto. Ele aparentava ter sete ou oito anos, talvez, mas a altura ia contra isso. Tinha um cabelo que batia quase aos ombros e estava molhado. Vestia uma roupa simples, parecida com as que camponeses usam. Mas também, não fez muita diferença, já que o garoto era magricela, como Ibrahim notou.

- Este – Augusto disse se colocando atrás do menino e colocando suas mãos em seus ombros – É Dimitri Belikov, de Baia. O encontrei enquanto voltava da Inglaterra. Ao que me contou, sua família saiu da Rússia em busca de melhores condições e acabou sendo morta por saqueadores. Eu não o vi em outra companhia, então achei melhor trazê-lo comigo. E você sabe como eu e Alberta não temos filhos... – ele deu de ombros, parecendo não se importar, mas a forma protetora com que segurava o menino mostrava que já tinha certa afinidade com o mesmo.

Ibrahim abaixou os olhos para ele.

-E você, garoto? Não tem língua ou os saqueadores também a levaram?

O menino ergueu levemente a cabeça e encarou Ibrahim frio. Os olhos castanhos escuros estavam marcados com dor, provavelmente pelo tanto sofrimento de sua família que presenciara...

- Falo. E eu tenho um nome, como lorde Augusto já o disse antes.

Ibrahim quase riu do tom petulante e autoritário do garoto. Realmente, talvez fosse bom ter um estrangeiro por ali. Ainda mais, um que tivesse um olhar tão determinado com aquele.

Dimitri se calou e não disse mais nada, então pediu a Marguerite que o levasse até a cozinha e o alimentasse, ressaltando o aspecto franzino do menino.

-Então, acabo de saber que também aumentou a família. – Augusto começou - E nem ao menos conheço sua dileta esposa.

- Sim. Você ainda não teve o prazer de conhecer Janine, mas peço que quando a ver, não fale sobre assuntos políticos ou sobre as batalhas que andam acontecendo. – Ibrahim chamou Marie e disse para subir e avisar Janine que estava levando um homem para conhecê-la.

-É do tipo que passa mal apenas em falar sobre isso? – Augusto perguntou, parecendo divertido.

-Ao contrário, meu caro amigo. Ela é do tipo que se enfia no meio disso tudo. Mas venha, deixe que eu lhe apresente minha filha e esposa.

Ibrahim encaminhou Augusto para a escada, e o mesmo não conteve a surpresa quando ouviu o que Ibrahim dissera.

-Filha?

-Sim, seu nome é Rosemarie.

-Uma criatura adorável, presumo.

Bem, afinal, o que mais poderiam esperar de um bebê que acabara de nascer?


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Eu achei o Dimitri aparecendo tão fofo *--*
Bem ninas comentem e podem recomendar tbm auhsaushauhsas
Bjs e até o epílogo ^-^