A Volta Ao Acampamento escrita por Rafael Ed Kepler
Notas iniciais do capítulo
Mais lembranças, mas dessa vez, sem flashback on ou off
PERCY
Já se fazia uma semana desde que deixei Sarah no acampamento, ela não tinha me ligado, e isso era bom, talvez estivesse se dando bem com o pessoal do acampamento.
Hoje eu resolvi não ir a escola e pedi folga do trabalho, nossa fiquei até tarde ontem terminando um bendito projeto e não consegui dormir nada, então já que minha chefe me ama, literalmente, me deu uma folga, e a escola eu não preciso de justificativa, já que eu já passei na maioria das matérias.
Fiquei lá olhando para o teto da casa, sem vontade de me levantar da cama, Sarah não estava mais aqui, e era meio solitário aqui sem ela, mas lá é o melhor lugar para ela, disse eu tenho certeza.
Meu celular começou a tocar, ele estava no criado mudo ao lado de minha cama, vi o número, era Sarah, então eu atendi
-Alô?
-Alô – falou uma garota no outro lado da linha
-Sarah é você?
-Não, aqui não é Sarah, Percy – falou a garota
-Então quem é?
-Sinto sua falta – a garota falou e desligou o telefone. Quem poderia ser? Será que era mesmo do celular de Sarah que estavam me ligando? Bom, tanto faz. Voltei a olhar para o teto, sem vontade de fazer nada, quando viro a cabeça e vejo em cima do criado mudo que ficava ao lado da cama de Sarah uma corrente, uma correntinha de pescoço, feita de ouro e com um coração como pingente. Não acredito que Sarah não havia levado aquilo...
[...]
...Eu estava na cozinha, com um bolo, daqueles que parecem bem apetitosos, todo marrom por causa do chocolate e alguns morangos em cima, tinha orgulho de pensar, fui eu quem fez. Botei algumas velas em cima do bolo e fui para o quarto, olhei o horário, eram cinco da manhã de quinta, perfeito.
Fui até a cama de Sarah, botei o bolo no criado mudo e bati palmas, que fez um grande estrondo e ela levantou num pulo
-O-O que está fazendo? – perguntou ela suando já
-O que você acha? – perguntei apontando para o bolo, quando ela o viu ficou pasma – Acho que eu fosse esquecer?
-Sim, achei. Não acredito que você se lembrou do meu aniversário
-Ei, Não sou nenhum insensível, claro que me lembrei de seu aniversário
Então peguei um isqueiro que já tinha deixado no bolso de trás da minha calça e acendi a vela
-Vamos, faça um pedido – falei
Então ela segurou algo em seu pescoço, era um correntinha com um coração como pingente, fechou os olhos e assoprou a vela. Então peguei dois pratos e cortei duas fatias do bolo, uma pra mim e outra pra ela
-Obrigada – ela disse
-Ei, não tem por que agradecer, eu não ia esquecer o seu aniversário. Então o que pediu?
-Segredo – falou ela rindo e segurando a correntinha
-Foi sua mãe quem lhe deu essa corrente? – perguntei, então Sarah baixou a cabeça para sua correntinha
-Sim, foi ela quem me deu – falou ela com lágrimas nos olhos – É a única lembrança que eu tenho dela
Depois disso ficamos em silêncio até terminarmos de comer o bolo todo
-Foi você quem fez? – ela perguntou
-Sim, passei a noite toda fazendo, o que achou?
-Estava ótimo. Não sabia que você sabia fazer bolo
-Nem eu – falei rindo
Então me levantei e fui até meu criado mudo, abri a única gaveta dele e tirei um pacotinho de lá
-Ah, não que você comprou um presente também?
-Claro que comprei – falei – Que aniversário não se ganha presente?
Entreguei a ela, ela abriu e tirou uma correntinha parecida com a dela, só que com um raio na ponta
-Acabei comprando uma bem parecida com a sua. Mas se quiser trocar agente vai lá hoje há tarde e-
-Não – falou ela – É maravilhosa
Disse isso e depois me abraçou
-Obrigada Percy – falou ela, de novo quase chorando
-Não chore
-Sabe o que eu pedi?
-Não – falei curioso – O que você pediu?
-Que nós nunca precisemos nos separar. Eu amo viver aqui, é a melhor época da minha vida
-Que isso! Sério mesmo? Então você precisa de uma vida um pouco melhor
-Não diga isso. Já vivo o meu sonho
-Sonho? – perguntei curioso de novo
-Viver com o meu herói – então ela me abraçou mais forte e eu não pude deixar de sorrir com isso.
[...]
Terminando de me lembrar dessa ocasião, levantei-me e fui me vestir. Botei uma camisa social preta, uma jeans também preta e um tênis, sim camisa social com tênis, peguei a correntinha, pus no bolso e saí.
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