Estúpido Cupido - Finalizada escrita por Luhluzinha


Capítulo 12
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Chuchussssssssssssssssssssssssssss *-*
Eu sei que demorei muito e peço desculpas mas como eu já deixei avisado no meu perfil e no capitulo anterior; eu não tenho data certa para postar devido a minha vida corrida de universitaria.(olha que chiqueee oeuhaeuhaeo..) Sem falar que tive que mudar de casa, a net instalou hj e eu estava em semana de provas!
Mas enfim esta ai o epilogo. O fim da fic nao agradou todo mundo, tive comentarios que me entristeceram um pouco, mas eu aceitei de boa, pq nessa vida a gente nunca vai agradar todo mundo.
Agradeço as fofuxas Analicecullen e Marycullen pelas recomendaçoes! Valeu mesmo lindas! E obrigado as novas leitoras que comentaram! É muito importante para mim a consideraçao de vcs! :P
Aproveitem e espero mesmo que gostem e quero deixar claro que se nao gostarem quero que me digam para eu ter a chance de tentar fazer algum extra pra compensar!
Enjoy!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/163782/chapter/12

EPÍLOGO

“Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe que foram feitas pra um dia dar certo.” -  Clarice Lispector -

Meu corpo repousava sobre uma superfície macia e extremamente confortável. Isso dificultava a minha missão em abrir os olhos.

O sol já estava alto e eu sabia que tinha de acordar, mas a lembrança de um sonho bom me fez continuar ali.

Sabe aquele sonho que é tão bom que você fecha os olhos na vã tentativa de voltar a sonhar de onde parou?

Era bem esse tipo de sonho.

Eu não me recordava de tudo, ele era meio pirado envolvendo anjos, flechas e olhos verdes, mas ele era baseado em uma historia de amor.

Senti uma coceirinha no nariz. Passei a mão aliviando. Então a coceirinha migrou para a orelha, braço, pé e voltou para o nariz e eu fui acompanhando ela com a mão me sentindo furiosa.

Me sentei de uma vez na cama.

- TÁ BOM EMMETT EU JÁ ACORDEI! – gritei por retardado mental que ria feito uma hiena. Ele tinha essa mania irritante de me acordar assim. Já teria perdido a graça com o passar dos anos, mas como se tratava de Emmett; coisas idiotas não perdiam a graça, só ficavam mais divertidas.

- É muito engraçado ver você perseguindo a peninha! – ele mostrou a pena azul que ele tinha roubado de um menino fantasiado para o dia do índio há muitos anos atrás.

Naquele dia ele tinha dito que a pena seria meu tormento pelo resto da minha vida. Ninguém tinha noção da minha felicidade no dia em que ele havia ido embora de Forks para fazer faculdade em NY. Poder dormir e acordar em paz nos últimos dois anos era algo que nenhum dinheiro no mundo pagava.

Mas como sempre dizem: Tudo que é bom dura pouco.

Meu dia de universitária haviam então chegado.

- Não tem mais graça Emmett, nas duas primeiras semanas até tinha, mas agora... oito anos depois; é exigir demais da minha mentalidade amadurecida.

- Oh Bells! – ele disse se jogando em minha cama – Eu já te disse que você acorda parecendo uma bruxinha?

Esse idiota estava pedindo pra morrer?

Olha que eu não tenho medo de matar não!

- Sai. Daqui. – rosnei tacando no retardado tudo o que minhas mão alcançavam. Ele foi se defendendo, mas nunca deixou de rir da minha cara.

Fechei a porta ofegante. Eu não merecia esse estorvo na minha vida. Já não bastava eu ser feia? Tinha que ter aquele asno urrando no meu ouvido o meu carma?

- Você não pode ser meu irmão congênito! – gritei pra porta – Você é adotado!

Pude ainda ouvir a gargalhada estrondosa da criatura. Ele ainda iria me pagar por aquelas brincadeiras idiotas.

Olhei para as caixas espalhadas por meu quarto.

Mudança. Como eu detestava mudanças.

Eu estava me sentindo deslocada como se ali não fosse o meu lugar.

Não que eu sentisse falta de Forks; na verdade Forks parecia distante; como se eu nunca realmente tivesse vivido lá. O que era estranho, pois pelo menos o que eu sabia e tinha na minha memória era que eu nunca tinha tirado meu pé de lá pra nada.

Também não era saudades dos meus pais; pois estes decidiram se mudar junto comigo para a grande NY e nesse momento deveriam estar no andar debaixo tomando café da manha.

Havia algo errado. Faltava peças do quebra cabeça.

Era como se eu estivesse vivendo um sonho. Ou talvez eu estivesse sonhando. Quem me garantia que o sonho que eu tive a pouco não fosse realidade e nesse exato momento eu sonhava?

Pense comigo. Talvez quando pensamos que estamos acordados estamos dormindo e quando julgamos estar dormindo estamos vivendo.

Pisquei atordoada. Que diabos era que eu estava pensando?

Essa divagação com certeza tem a ver com o fuso horário! Tem sim; tem mesmo.

Não posso ser uma pessoa tão confusa assim.

Ou sou?

Demorei o máximo que eu pude no banho. Lavei os cabelos, e lavei de novo. Me troquei uma, duas, três ... sete vezes até que eu achei a roupa perfeita:

Calça jeans; regata branca, botas pretas e um lindo casaquinho vermelho.

Sorri para o espelho.

Eu tava gata!

- BELLAAAAAA! ANDAAAAA LOGOOOO!

Sentei na poltrona.

Hora da vingança.

E ele chamou mais umas quatrocentas vezes e é claro neguinho que eu fiquei ali; só de boa pirraçando meu irmão.

Meu irmão.

Eu não entendia porque me referir a ele assim me soava estranho.

Meu irmão. Meu pai. Minha mãe.

Era como se não fossem meus de verdade; mas ao mesmo tempo, eles eram tudo o que eu tinha.

Por cima de uma caixa aberta tinha um porta retrato. Me estiquei e peguei a fotografia.

Ali estávamos todos nós. A minha família.

Sorriamos felizes. Era um sorriso espontâneo. Eu estava montada nas costas de Emmett e ambos fazíamos palhaçadas enquanto nossos pais riam do que fazíamos.

Soltei a foto assustada quando o armário ambulante arrombou a porta do meu quarto.

- Vamos bruxinha! É seu primeiro dia de aula e eu ainda tenho que descobrir em que sala vai ficar a sua futura cunhada!

Franzi o cenho. Minha futura o que?

Hahaha... até parece! Pra uma galinha ir ciscar no território do meu irmão teria que passar pelo teste chamado Furacão Isabella McCartney Swan!

Ele deu uma risada maléfica e eu percebi o que o medonho iria fazer.

- Nem pense! – apontei o indicador autoritária.

- Já pensei!

Ele me puxou pelas pernas e me jogou por cima de seus ombros como seu eu fosse um saco de batatas podres.

Eu gritei, chutei o ar; esmurrei suas costas e até mordi. Mas eu ainda não entendia porque eu fazia todo esse escândalo se eu sabia que no fim não tinha jeito.

Acredito que era aquela frase grudada no meu subconsciente: A esperança é a ultima que morre.

- Paiiiiiiiiiiiiiiiii socorrooooooo! – estiquei as minhas mãos desesperada para meu velho que tomava calmamente seu café.

- Emm coloca sua irmã no chão! – ele disse sem tirar os olhos do jornal!

- Nope! Estamos atrasados!

Quando um não resolve a gente apela pro outro!

- Mãeeeeeeeeeeeeeeeee socorroooooooooo!

- Isabella vocês estão atrasados! Boa aula! – disse ela olhando a revista de fofocas.

Oh como eles me amavam!

E o pior de tudo era que os meus cabelos que eu tinha lavado, escovado e feito baby liss tinha ido pro beleléu.

- Emmett eu vou te denunciar pro zoológico dizendo que o gorila deles escapou!

Ele me chacoalhou mais ainda. Foi então que a luz divina me iluminou e eu vi sua carteira no bolso de trás.

Enfiei a mão ali e peguei a carteira abrindo e possuindo a sua identidade.

Nem preciso dizer que quase fui arremessada no chão enquanto ele a todo custo tentava tomar de mim a sua foto mais comprometedora de todos os tempos. Era nela que a sua linda orelha parecia maior que a do Dumbo.

- Devolve bruxinha! – ele me agarrou pelo meio enquanto eu me debatia.

- Nunca seu ogro!  Eu vou tirar Xerox e vou por no quadro de avisos da universidade.

- Faça isso que você passa o resto dos seus dias pendurada pelas calçolas em uma arvore!

Ele me jogou contra seu Jipe e a gente começou a lutar pra quem ficava de vez com a identidade.

Foto 3X4 era terrível mesmo. Eu entendia o desespero do ogro.

- Eu não uso calçolas; eu uso calcinhas! – bradei segurando a gargalhada.

- Pra mim você usa calçolas asa deltas das super poderosas! – ele tomou a identidade da minha mão – Ahá! Peguei sua bruxinha maléfica; agora só de raiva eu aconselho que você pegue a sua vassoura e vá voando para combinar com a bucha do seu cabelo!

Indignada tomei rapidamente a identidade e tirei uma foto dela com meu Iphone.

- Pede desculpas ou se não isso vai parar em dois milésimos de segundos no facebook!

Os olhos do meu irmão estavam quase fora de orbita.

- Bellinha; você não faria isso com seu maninho né?

- Pede desculpas!

Oh como eu era má! Muahahahahaha...

Ele começou ajeitar os fios dos meus cabelos e colocando os cachos no lugar.

- Desculpa bebe; Emmett promete nunca mais te tratar assim!

Todas as vezes que ele realmente estava desesperado; ele referia a si mesmo em terceira pessoa.

E todas as vezes que ele ficava realmente desesperado era quando eu ameaçava a mostrar para as pessoas a foto de sua identidade.

- Certo; desculpas aceitas!

Apertei o delete e ele suspirou aliviado.

Olhei para o lado tinha uma mulher com o rosto em formato de coração que nos olhava chocada.

- Bom dia tia Esme! – disse Emmett com um sorriso no rosto salientando as suas covinhas de menino arteiro – Liga não tá? – ele disse me abraçando – A gente se ama muito! Tudo isso é como demonstramos o nosso amor!

- Bom dia querido! – ela disse ainda um pouco assustada tirando as luvas de jardim – Essa é a sua irmã? Eu jurava que você iria desmontá-la ao meio quando a jogou contra o carro!

Emmett gargalhou achando graça na possibilidade de ter me desmontado.

- Sim eu sou a irmã dele! E não ligue Esme; – eu disse empurrando o ogro pra longe – Já estou acostumada com o jeito bruto aqui; sobrevivi pelos últimos 18 anos acho que agüento mais alguns!

Ela riu.

- Mas crianças vocês não estão atrasados?

Eu e Emmett nos encaramos e então corremos pra dentro do carro.

- Tchau tia Esme! – ele gritou chamando atenção dos outros vizinhos e ela acenou ainda rindo da nossa reação.

O estacionamento estava quase vazio.

Mas não vá pensando que é vazio de carros não. Porque os carros estavam quase estacionados um em cima do outro; mas estava vazio de pessoas; a maioria em peso estava já dentro da universidade.

- Tudo sua culpa bruxinha; se não tivesse ficado enrolando; teríamos chegado cedo e teríamos um lugar pra estacionar!

- Nem vem! Foi sua culpa. Fica me irritando com aquela peninha azul.

Ele me mostrou a língua. As vezes eu ficava me perguntando qual era a idade mental do meu irmão.

- Ahá! Vamos estacionar aqui!

Ele parou em frente a um volvo prata bloqueando qualquer possibilidade do veículo sai dali.

- Emmett o Jipe vai ser guinchado! – eu constatei o obvio.

- Vai nada! Na verdade vai ser divertido ver o Eddie puto da cara porque não vai poder sair antes!

- Eddie? – perguntei confusa.

- As vezes você é lerdinha hein?! – rolei os olhos – O dono do carro Bellinha!

Descemos do carro.

- Emm aonde fica a sala...

Olhei em volta. A criatura tinha me largado pra trás e já subia as escadarias.

Certo. Muito obrigada. Pó de mico nas suas cuecas na certa. Pode crer. Com um irmão desses quem precisava de inimigos não é mesmo?

Comecei a andar sozinha em direção a entrada. Aonde eu acharia a sala 219?

Ao entrar na universidade; por um instante eu acreditei ter invadido um formigueiro.

Um formigueiro humano.

Tinha muita gente subindo e descendo escadas; olhando quadro de avisos; passando de um lado para o outro; rindo, falando, gesticulando...

Fiquei tonta no mesmo instante. Aglomerado de muitas pessoas fazendo muitas coisas diferentes não me fazia bem.

Senti meu corpo se chocar contra uma outra pessoa.

- Hey! –a garota de incríveis olhos azuis e cabelos loiros me fitou furiosa – Não olha por onde anda não?

Nossa! A educação passou longe dela; passou tão rápido e distante que não deu nem pra ver o vulto!

- Me desculpe! – já disse me estressando; como se eu quisesse trombar nela e me melar com futilidade – Não foi minha intenção!

- Ainda bem que não foi sua intenção caloura caipira – ela disse examinando a minha roupa e se aproximando cética – Porque pelo visto você não sabe com quem esta lidando!

Arquei as minhas sobrancelhas.

Sério? Ela estava falando serio? Tinha mesmo essa palhaçada de “eu sou a fodona” na universidade?

A menina de cabelos negros e olhos verdes que estava com ela; se aproximou rindo.

- Qual é Tânya; vai mesmo perder seu precioso tempo com a caloura caipira? Deixa para os inferiores explicarem detalhadamente pra ela quem voce é!

A tal Tânya sorriu maliciosa.

- Você tem razão Kate; meu tempo é precioso demais!

Ela começou a se virar para ir embora me deixando bestificada pra trás.

Mas era nunca que essa cadela loira iria me tratar assim e sair ilesa!

- Senhorita veterana fodona – chamei caminhando em sua direção – Já que você me parece tão conhecedora desta universidade. Já que ocupa um cargo superior – minha voz soava deboche puro – Poderia me informar onde fica a sala 219?

Ela gargalhou furiosa.

- Por um acaso na minha testa tá escrito “INFORMAÇÃO”?

- Nãooooo – neguei veementemente – Mas porque a pergunta? – me fiz de desentendida – Voce se esqueceu de escrever hoje de manhã?

Pude ver o rosto dela adquirindo uma coloração vermelha de ódio. Enquanto isso eu exibia meu sorriso banco perfeito.

Oh sim eu sabia ser má! E principalmente sabia me enfiar em enrascadas como ninguém!

- Você comprou uma briga da qual não pode vencer! – ela rosnou furiosa.

- Nossaaa! – zombei – Estou morrendo de medo!

Ela semicerrou os olhos e bem na hora em que ela iria abrir a boca pra dar seu discurso épico de que a minha vida se tornaria um inferno; meu lindo, medonho e idiota irmão apareceu.

- Belluda! Ai esta você! – ele se aproximou e pude ver o olhar surpreso de Kate e o de Tânya – Veja só você já fez amizades!

- Não são minhas amigas! – cortei na hora e ele me olhou surpreso com a rudeza de minhas palavras.

- Serio? Mas Tânya e Kate são tão gente boa! – ele disse com um sorriso cúmplice para a tal Kate.

Eu poderia imaginar o duplo sentido daquela expressão “Gente boa”. Não era possível que o asno já tinha se envolvido com as despenadas!

- Só que for pra você! Elas se referem a mim como caloura caipira e Tânya mesmo estava dizendo... – parei e me fingi de pensativa – O que você estava mesmo dizendo Tânya?

Ela engoliu a seco e olhou com um sorriso falso para meu irmão.

- Estava te dando as boas vindas!

Eu tive que rir dessa!

- Não! –subitamente parei de rir e neguei seriamente – Pelo visto é você que não sabe com que esta lidando. Não tenho medo de cadela que late; porque essa não morde, mas você deveria ter medo das quietinhas como eu; essas fazem um grande estrago!

Nos encaramos por um tempo. O clima ali tava tenso e algumas pessoas estavam começando a notar.

É ruim neguinho! É ruim que me tratam mal e eu leve o desaforo pra casa!

- Ok! Chega! Percebi que voce minha maninha linda e as meninas não são mesmo amigas! – Emmett se meteu assustado – Vamos para a sua sala?

Sorri e dei uma piscadinha para as jararacas que estavam de queixo caído.

- Até a próxima!

Sai caminhando de braços dados com meu irmão.

- Tá doido Bella! – ele exclamou indignado – Te deixo sozinha por dois minutos e você já me arruma confusão com Tânya Denali e Kate Rangel.

- Não meu querido – eu odiava quando me chamavam de querida; parecia falso, mas eu mesma usava muito a palavra – Elas que arrumaram confusão com Isabella McCartney!

Ele riu.

- Você continua a mesma increnqueirinha de sempre! – sem querer eu tropecei nos meus próprios pés e o besta gargalhou – E com seus dois pés esquerdos também! Ainda não superou a sua queda precipício pelo chão?

Dei um murro em seu braço, mas não pude deixar de rir.

Às vezes em vez de lutar contra as próprias desgraças você tem que rir delas. Rir é infinitamente melhor do que chorar.

- Não tenho uma queda pelo chão! – disse ainda pendurada no braço dele e pude notar que a algumas meninas me olhavam com desdém – Ele é que não superou a paixonite aguda!

Ele riu e entramos no elevador.

- Pelo visto o problema nunca esta em você!

- Nope! – disse fazendo um estralo com os lábios – O problema sempre é os outros!

Ele riu e voltou a bagunçar meu cabelo. Lancei a ele meu olhar mais assassino possível.

- Senti sua falta bruxinha!

Amenizei meu olhar.

- Queria poder dizer o mesmo; mas a sua peninha azul não deixa!

Ele riu e a porta do elevador se abriu.

- Seu andar! Agora é só seguir em frente! E cuidado para não cair!

Sai do elevador ignorando a ultima oração da frase.

Odeio quando ele fica falando publicamente dos meus dois pés esquerdos! Deixa meu desequilíbrio pessoal quieto! Mas que coisa chata!

A sala era enorme com um palco lá na frente.

O professor não demorou a chegar.

Um dos meus sonhos estava começado a se concretizar naquela manhã. Eu iniciava meu curso de teatro. Dramaturgia era algo que realmente se encaixava comigo. Não tinha pessoa no mundo mais dramática que eu.

Após de ouvir o começo da historia do teatro na Grécia antiga; as modalidades drama e comédia; as mascaras, as formas dos palcos em concha...

- Alunos; final do semestre teremos a peça de primavera. Todos estão cientes de que é um evento especial da universidade – Marcus, o professor, estava sentado descalço na beira do palco – Apesar de parecer clichê; afinal de contas os clichês são as melhores histórias; - ele deu uma piscadinha pra mim e eu sorri derretida; porque eu tinha que ter um professor quarentão lindo de morrer? – Quero que vocês apresentem Shakespeare. Não quero Romeu e Julieta; não quero Otelo. Quero Sonhos de uma noite de verão. – ele sorriu satisfeito – Vocês tem duas semanas para escolherem um personagem decorarem as falas. A audição primaria será esta por conta de vocês; a definitiva será mês que vem e será sob meu comando! Pois então mãos a obra – ele juntou as mãos – Até a próxima pessoal!

Eu suspirei encantada; só segundos depois percebi que no primeiro dia de aula; na primeira aula; eu já tinha um trabalho.

Era por isso que ele era bonito; para os alunos só se darem conta da palhaça apenas quando o deslumbramento passou.

- Serio; ele é tão lindo! – olhei para o lado e tinha uma menina debruçada na poltrona da frente igualmente a mim.

- Sim ele é! – respondi seu comentário e nós rimos.

- Meu nome é Ângela! Vim da Flórida!

Ela disse se virando pra mim.

- Meu nome é Isabella! Vim de Washington!

- Quer ir a biblioteca? Pegamos logo o roteiro xerocado e o livro!

Sorri! Era esse tipo de pessoa que eu gosto de conhecer; que não deixa nada pra ultima hora.

- Vamos! – disse me levantando – Já tem um personagem em mente?

- Gostaria de interpretar Helena!

- Oh serio que não vamos brigar por personagens? – disse feliz – Quero interpretar Hérmia!

Continuamos a nossa conversa descontraída ate chegarmos a biblioteca.

Enquanto Angie ia ao balcão pegar o Xerox do roteiro fui me enfiando no meio das grandes prateleiras de livros. Isso me fascinava. Poder me perder em meio a historias contadas. Algumas interpretadas; outras esquecidas.

Entrei no corredor de Shakespeare. Passei um bom tempo ali deslizando meus dedos por aqueles exemplares.

Estranhamente meu coração batia rápido; como se previsse algo.

Peguei Sonhos de uma Noite de Verão e sai rápido dali. O pior veio na minha cabeça com aquela premonição.

Imaginei aquelas enormes estantes de carvalho caindo sobre mim. E o pior era que eu estava no final da biblioteca numa área onde não tinha um ser vivo para de dar auxilio se um desastre desses acontecesse.

Eu exagerada? Eu dramática?

SEMPRE!!!

Sem querer querendo trombei em uma pessoa. Pelo visto na redondeza tinha um ser vivo.

Automaticamente fechei os olhos.

- De novo não! – murmurei chateada já me abaixando para pegar os livros que eu tinha derrubado. Como eu era desastrada. Pelo menos o ser ainda não tinha vindo com quatro pedras na mão. – Me desculpe!

Pra deixar claro: Odeio ficar me desculpando.

- Sem problemas! – a voz soava divertida. Uma mão máscula dedos longos e brancos pegou o meu livro – Shakespeare? Já li muito! Quem não conhece a celebre frase de Hamlet? “Ser ou não ser; eis a questão!”

Eu ri me levantando com seus livros que era todos de física e matemática.

- Tem outra não muito conhecida; “O verdadeiro nome do amor é cativeiro!” – ergui meus olhos encontrando as suas orbes verdes esmeraldas.

Meu mundo parou naquele instante. Era como se eu entrasse em um transe ou me voltasse para dentro dos meus melhores sonhos.

Aquele garoto não me era estranho; muito pelo contrario; era como se fizesse parte de mim em uma vida que um dia tivesse sido minha, mas naquele momento não passava de um sonho de um sonho.

Seu olhar poderia perfurar meu corpo inteiro. Seu sorriso iluminar a minha alma.

Ele era um imã que me puxava para si.

Não conseguia tirar meus olhos dos seus. Era como a ressaca de um mar bravio. Me puxava mais para o fundo me levava pra longe da terra firme e me fazia mergulhar numa imensidão verde e desconhecida.

Com ele algo parecido acontecia. Não era normal você ficar fitando alguém com tamanha intensidade e ainda ser retribuída.

- Eu conheço você de algum lugar... – ele murmurou num fio de voz deslumbrado.

- Talvez dos seus sonhos? – perguntei sem ter idéia do quão ridículo que isso poderia soar. Mas eu sentia que o conhecia dos meus sonhos.

Ele riu.

- Provavelmente! – disse ainda esboçando um sorriso doce e amplo – Uma garota como você não se encontra facilmente na vida real.

- Como eu?  - perguntei curiosa.

- Sim! Você parece um anjo!

Eu ri a baixei meus olhos envergonhada. Podia sentir as minhas bochechas queimarem.

- Deixe me apresentar: – ele estendeu a mão – Sou Edward Cullen!

Segurei sua mão e senti uma corrente elétrica percorrer todo meu corpo. Sua mão era quente, forte e macia. Me coração acelerou e eu senti borboletas no estomago, mas eu não me lembrava de ter ingerido nenhuma.

Algo em mim queria resgatar um passado de minha memória esquecida. Eu lutava com todas as minhas forças para conseguir lembrar-me de onde eu o conhecia.

- Isabella, Isabella McCartney! – disse gaguejando meu nome feito uma tapada.

Ele arqueou as duas sobrancelhas e riu surpreso.

- Então você é a famosa Bella? - Ainda não tínhamos soltado as mãos e nenhuma das partes se sentia incomodada ou com vontade de fazer isso.

Esta tinha sido a minha vez de ficar surpresa.

- Como você sabe meu apelido... e famosa de onde? – eu na verdade nem tinha ligado muito dele ser conhecedor de mim mesmo eu ainda não sabendo nada dele. Porque ouvir ele me chamando de Bella me trouxe uma sensação de alivio e prazer. Era como se eu tivesse esperado muito tempo por ele me chamar pelo meu nome.

- Sou amigo do seu irmão e seu novo vizinho! – ele por um momento olhou de relance para as nossas mãos ainda entrelaçadas e a soltou rapidamente – Desculpe eu não queria..

Ele perdeu as palavras e parecia um pouco constrangido. Meu corpo gritou pelo contato de volta.

- Na verdade eu nem tinha percebido! – disse dando de ombros e ainda sorrindo.

Como ele poderia ser tão lindo?

- Certo! – ele coçou a cabeça meio envergonhado – Os livros... – ele apontou para os livros dele em minhas mãos.

- Ah sim claro! – trocamos os livros.

Permanecer em silencio com ele não foi ruim. Eu poderia analisar cada centímetro do seu rosto.

Ele era o garoto dos meus sonhos.

Essa constatação me fez sentir ridícula, mas realmente era. Ele era o garoto do meu sonho maluco desta manhã.

Aqueles olhos eu jamais esqueceria.

De repente tudo começou a vir como uma enxurrada de informações na minha mente.

Não foi um sonho...

Meu coração batia em uma velocidade desumana.

Missão. Cupido. Estúpido. Claire. Cullen’s. Céu. Seu Christopher. Dona Nena. Meu Edward.

Eu realmente estava ali com ele? Eu realmente tinha me tornado humana? Eu poderia viver a minha historia de amor?

- Eu deveria ir agora – ele disse não tendo idéia da explosão de sentimentos que acontecia dentro de mim – Mas eu não consigo...

Sorri emocionada. Ele não se lembrava de mim como a minha personagem; não se recordava de que já tinha passado por muitas coisas comigo, mas ele sentia algo por mim ao apenas me olhar.

O amor era um sentimento de rompia as barreiras de tempo, espaço e dimensão. Ele iria me amar por toda a vida mesmo não sabendo quem eu era.

Eu agora tinha toda a certeza de que tinha feito a escolha certa. Jamais suportaria a eternidade sem Edward.

- Então não vá! – murmurei querendo gritar o quanto eu o amava. Era difícil guardar dentro de mim todo aquele sentimento.

Ele sorriu e se aproximou ficando milímetros dos meus lábios. Meu coração martelava no peito, meus lábios ardiam e sofriam em antecipação.

- Você sente isso? – ele perguntou confuso – Eu nunca de te vi antes; mas é como se eu te conhecesse por toda a minha vida! Como se eu estivesse esperando você aparecer...

- Sim eu sei como é! – murmurei sem tirar meus olhos dos seus.

Eu não sabia o porque eu me lembrava da minha vida como cupido, na verdade eu não deveria me lembrar de nada. Mas deveria ter uma razão para isso estar acontecendo.

- Eu poderia ficar horas apenas te olhando; isso não soa estranho? – ele colocou uma mecha de cabelo meu atrás da orelha.

- Não... não soa porque eu poderia ficar fazendo o mesmo! – mordi meu lábio inferior. Porque ele não acabava com aquela tortura?

Seu sorriso torto se desenhou em seus lábios e sem tirar seus olhos dos meus ele colocou seus livros na mesa do lado pegou o meu a também fez o mesmo.

- Edward – chamei baixinho.

- Oi... – ele murmurou de volta.

- Me beija logo! – a minha voz saiu rouca e ele riu do meu pedido direto.

- Tem certeza?

- A única que eu tenho nesse momento!

Uma de suas mãos subiu para a minha face e a outra foi para a minha cintura.

Enfim eu teria meu Edward.

- Te quero pra sempre minha Bella!

Depois tudo o que eu sei se tornou desconhecido.

Seus lábios encontraram os meus. Senti seu sabor de menta me invadir por completo. A maciez de seus lábios. O calor dos nossos corpos. A batida desenfreada do meu coração. Suas mãos em minha cintura me prensando contra si. Sua língua em contato com a minha.

Eu jamais poderia imaginar que estar com Edward Cullen dessa maneira seria tão perfeito. E olha que eu imaginava muita coisa.

Ser humana não estava em meus planos. Mas eu tinha aprendido: Os planos não levam em conta os imprevistos.

E me responda: existe imprevisto maior do que se apaixonar?

Edward me conduziu até o final do corredor e me prensou contra a parede. Seu beijo era quente faminto. E eu nem acreditava que tinha esperado tanto tempo para estar assim com ele.

E nem ligava para o que iriam pensar. Tecnicamente eu o conhecia a dez minutos, mas eu sabendo que eu o conhecia por muito mais tempo já justificava muito. Eu que não iria discutir esses detalhes sórdidos com ninguém.

- Bella?

Ele se afastou assustado; reclamei a sentir meus lábios longe dos seus.

- Edward?

Foi então que eu percebi que não era ele que tinha falado. Ta certo que isso foi estúpido da minha parte já que a boca dele estava muito ocupada explorando a minha.

- Emmett? – eu e Edward perguntamos juntos.

Mas o que era que ele fazia ali? Quem tinha convidado ele para aquele momento?

- Fala sério! – o meu irmãozinho que de “inho” não tinha nada nos olhava incrédulo – Fala sério! – ele repetiu e eu tive que gargalhar – A minha irmã Edward? Voce tinha que começar o quarto semestre pegando a minha irmã?

Edward encolheu os ombros e escondeu o sorriso.

- Ela é a sua irmã?

Alice apareceu saltitante e com uma expressão pervertida junto de Jasper que não havia perdido seu estilo despojado.

- Não perdeu tempo! Mandou bem hein! – disse Jazz.

Senti minhas bochechas corarem.

- Bella o seu Xe..rox... – Angela apareceu no fundo da biblioteca onde tudo isso acontecia longe dos olhares dos resto dos estudantes – Isso é alguma festinha particular? - Ela perguntou confusa.

- Não! – respondeu de mau humor meu asno predileto – É o começo do velório de Edward Cullen!

Tentar fazer Emmett soltar Edward não tinha sido uma tarefa muito fácil.

Todos estávamos sentados no meio fio do estacionamento. Edward e Emmett seguravam uma compressa de gelo. Edward apoiava a sua sobre o olho direito. Emmett no canto dos lábios.

- Agora eu entendo sua raiva quando Jazz começou a namorar Alice. – meu grandão murmurou para seu amigo pensativo.

- Desculpa em te fazer entender sentindo na pele!

Emmett riu.

- Tudo bem! Só não banque o babaca que eu posso fazer um estrago pior que esse no seu rostinho!

Edward sorriu e deu uns tapinhas nos ombros do meu irmão.

- Mas você é rápida no gatilho hein Bella? –Jasper começou a zoar e eu ignorei.

O menino chato esse hein... ele sabia provocar.

- Mas agora falando serio – ele sussurrou passando um de seus braços em torno dos meus ombros – Vocês fazem um lindo casal!

- Obrigada; sua opinião conta muito! – agradeci sarcástica e ele riu.

- Ora, ora! – bradou Alice se levantando – Não é Rosalie Hale que vem ali?

Enrijeci aonde eu estava.

É serio que eu teria uma garota no pé do Edward? Pelo o que eu me recordava essa era a garota do parque.

- Oh Edward! Que vontade de esfolar a sua cara no asfalto! Como eu vou falar com ela com a boca inchada desse jeito? – reclamou Emmett desesperado.

Arquei as minhas sobrancelhas. Então a pessoa que Edward tinha dito querer o telefone dela era o meu irmão?

O casal em questão era Emmett e Rosalie?

Ela vinha tipo em câmera lenta. Seus cabelos loiros esvoaçavam contra o vento.

Tão Hollywood.

Eu já não era mais cupido e não tinha mais obrigação nenhuma de facilitar os romances; principalmente quando esses romances acrescentariam mais uma integrante na minha família.

É ruim que eu iria apoiar!

- Não. – eu disse sem pensar – Não! Voce não vai ter nada com ela!

Emmett me encarou cético. Eu tinha entendido tudo agora. E definitivamente ela não era cunhada para mim.

- Ela é muito perua!

- As perua são as melhores!

- Ela é muito loira! – argumentei.

- Não precisa de muita inteligência pra ela fazer o que eu quero que ela faça!

- Urgh!!! EMMETT!!! – gritei de nojo e comecei a bater nele – Voce não me respeita em nada!

- Ta doendo bruxinha! – ele disse se defendendo.

- Mas é pra doer! Quem disse que eu estava te fazendo carinho!

- Eu liberei seu namoro com Edward! – ele disse.

- Mas só depois dele dar um soco no olho dele. Espera – parei de bater nele – isso me deu uma idéia!

Ele me olhou desesperado. Ele devia ter noção do que se passava em minha mente que agora era muito maléfica e bandida.

- Não ouse a bater na minha ursinha! – ele me alertou apontando o indicador.

- Ou o que? – perguntei desafiadora.

- Certo! – ele disse se rendendo – Eu deixo você fazer o interrogatório!

Sorri satisfeita e me sentei ao lado de Edward.  A tal Hale que não perdia em esperar.

Durante a nossa briga todos riam do meu piti de irmã ciumenta. E isso me agradava muito.

Olhei para Edward que me observava com um sorriso no rosto.

Ate quando eu sentiria arritmia, falta de ar, borboletas no estomago todas as vezes que ele me olhasse?

- Te quero! – ele disse com um sorriso travesso para que eu apenas ouvisse.

- Não tanto quanto eu! – sussurrei no seu ouvido.

E era assim que tudo começava.

Eu tinha uma família agora. Tinha amigos. Namorado. Irmão ciumento. Inimigas. Uma provável cunhada. 18 anos. E uma vida inteira pela frente.

Pois é neguinho. E o melhor de tudo isso era que eu poderia ofender as despeitadas, brigar com meu irmão, ter ataque de ciúmes... e ainda sentia como se tivesse feita para viver isso. Eu não me sentia mais uma intrusa, e as historia que eram contadas e o meu relacionamento com meu irmão, meu pai e minha mãe era algo verdadeiro.

Naquela tarde quando voltei para a casa e entrei no meu quarto me sentindo a humana mais feliz de todo mundo. Me deparei com um envelope branco que tinha uma peninha branca em cima dele.

Caminhei até ele e abri.

Querida Bella.

Aproveite enquanto sua memória lhe agracia com a velha historia porque quando a nova vier com seus novos momentos a antiga voltará a adormecer em seu coração e voltará a ser um sonho esquecido.

Com carinho de seu ex-superintendente agora anjo da guarda:

                                                                                                                    Christopher.

P.S: Sinto que você vai precisar muito dos meus cuidados. Seus pés esquerdos agora podem te causar danos.

Gargalhei sozinha. A idéia dele como eu anjo da guarda era divertida.

Logo eu me esqueceria da historia do estúpido cupido que sem querer se apaixonou. E seria logo mesmo porque essa turma da qual eu fazia parte me renderia muitas novas historias.

- Bellaaaaaaa vem lavar a louça!

Olhei para a porta. A minha mãe me gritava para eu fazer as obrigações de filha.

Deixei a carta sobre a cama.

- Tô descendoooo! – gritei em resposta.

Eu mal podia me agüentar de ansiedade para saber o que me esperava. Eu mal podia acreditar que eu tinha todo esse horizonte diante de mim.

Eu mal acreditava que tudo isso era verdade.

-

-

-


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ainnnnnnnnnnn que saudadeeeeee desses momentos de postagem! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... serio mesmo; é tão bom vc postar dai vc fica naquela ansiedade de ler os comentes! Vou sentir falta! :S
A Bellinha é direta hein?
Me beija logo porraaaa! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk....
Então tá! Encerro por aqui!
Quando a minha outra fic Estranhos no Paraíso eu vou postando de vagar. Bemmmmmmmmmmmm de vaaaagaaaaaar! A minha inspiração esta fraquinha para ela :S
Caso eu for postar outra historia das muitas interminadas que tenho aqui eu mando MP pra vcs tá!
Algumas leitoras falaram de uma segunda temporada; pois é se eu fosse fazer iria perder toda a essência da fic; ela acabaria se tornando monótona e comum!
Então good bye chuchusssss até uma proxima fanfic!
Aproveitem o epilogo para comentar muito e recomendar quem ainda não recomendou! :P
xoxo ;*
P.S: estou muito orgulhosa de mim *------* consegui terminar uma história!!! kkkkkkkkkkkkk.... uhuuuuulllllll o/