A herdeira do Lorde II escrita por letter


Capítulo 12
Capítulo 10 - Disturbed


Notas iniciais do capítulo

Não é uma miragem, podem acreditar, depois de décadas finalmente postei. E se alguma alma ainda se dispôs a vir ler eu realmente peço DESCULPAS. A fic ficou um bom tempo em hiatus por diversos motivos, mas agora eu prometo dar continuação a ela, e postar capítulos semanalmente. Realmente perdões, de verdade.



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Meus olhos queimavam, tamanha era a minha raiva. Eu não me permitia chorar, eu não me permitia derramar uma lagrima se quer por algo que realmente não tivesse importância. As únicas vezes em que eu chorara na vida fora por Teddy e com Teddy, mas agora as lagrimas queimavam meus olhos e eu as segurava com toda a força para impedi-las que essas caíssem.

Pela primeira vez eu percebia a loucura em que meti. O que eu estava imaginando? Que voltaria no tempo, que mataria ou impediria Tom Riddle de vir a ser Lord Voldemort? Que voltaria para o futuro, e que viveria os restos dos meus dias feliz, sem temer pela segurança das pessoas que eu amava, e tudo acabaria “feliz para sempre”? Por Merlin, onde eu estava com a cabeça?

Minha mascara caíra, e Tom Riddle estava a um fio de chegar perto da verdade.

Ele já sabia de minha capacidade ofidioglota, já sabia do meu conhecimento sobre magia negra, já sabia que a história sobre meu passado era mais falsa que a peruca do professor Slughron e agora... Agora sabia sobre Teddy.

Não tenho certeza se essa informação sobre Teddy faria alguma diferença no momento, quer dizer... Teddy não existe agora, mas...

– Droga! – exclamei limpando com força as lagrimas de raiva que me escapuliram – Você nunca aprende Annabelly, nunca!

– Conversar sozinho é um dos primeiros sinais de loucura – murmurou uma conhecida voz atrás de mim, o que apenas serviu para fazer minha raiva duplicar, pois eu realmente não queria que ninguém, vivo ou morto, me encontrasse naquela situação.

– Vá embora Abraxas – falei enquanto me amaldiçoava por permitir que minha voz soasse tão fraca quanto eu devia me apresentar.

– Não vou não – respondeu ele tranquilamente, mesmo de costas eu podia sentir que seu olhar me fuzilava, e se eu bem conhecia os Malfoy ele com certeza ficaria ali por um bom tempo.

– Riddle te mandou para me vigiar? Ter certeza de que não irei fugir?

Abraxas não respondeu de imediato, o que só me deu certeza do que já sabia, mesmo que ele negasse.

– Você não é uma boa mentirosa Annabelly – foi tudo que Abraxas respondeu.

Eu, por minha vez, não falei mais nada, não tinha nada a dizer, mas a medida que o tempo foi passando meu humor começou a variar entre a raiva e a calma. Me segurei uma ou duas vezes para não sacar a varinha e dirigir uma boa vintena de feitiços sobre Abraxas, mas minha raiva foi se apaziguando e depois de um bom tempo finalmente me virei para encarar os frios olhos de um Malfoy.

Abraxas ainda me olhava, embora tivesse se encostado em uma das pilastras e mais tarde deixado suas costas escorregar até os chão.

– Bem, você não está tão ruim assim – disse ele abrindo um perfeito sorriso que mostrava todos seus dentes brancos e em seguida se levantando – Vamos.

– Para onde? Uma seção de tortura onde Tom e seus Comensais se divertirão comigo até que eu fale o que querem ouvir?

Abraxas revirou os olhos e se aproximou de mim.

– É uma ideia bastante divertida, mas admito que seria um desperdício.

Agora foi minha vez de revirar os olhos e aceitar que Abraxas pegasse em minhas mãos e me conduzisse de volta para o castelo.

– Não vai nem tentar fugir? – perguntou ele enquanto descíamos em direção as masmorras.

– Eu fugi – garanti.

– Sem querer menosprezar suas nobres atitudes Annabelly, mas destrancar a porta do quarto de Tom e sair correndo para fora do castelo não é exatamente o que eu chamaria de fugir.

– Por que eu fugiria? – tentei rebater, mas já era tarde de mais para enganar Abraxas.

– Você brincou com Riddle – respondeu ele tranquilamente – Ele nunca mais confiará em você.

– Tom Riddle não confia em ninguém, duvido que ele confie na própria sombra.

– Está enganada – rebateu Abraxas ficando ligeiramente mais amargo.

Esse era um dos grandes defeitos dos Comensais em sua maioria. Todos pensavam que eram sempre os preferidos e os únicos que Tom Riddle confiava, pobres iludidos.

– Ele não confia em você Abraxas – murmurei – Apenas o usa como uma de suas peças para facilitar seu jogo.

Abraxas soltou minha mão e se virou de fronte para mim, apertando a ponte do nariz e soltando um pesado suspiro.

– Vá embora Annabelly – disse ele, simples assim.

Não entendi exatamente o motivo disso, mas continuei parada.

– Você não é como nós, você é nobre de mais para isso, e duvido que acredita nos mesmo princípios que a gente. Riddle mandou eu lhe buscar para lhe marcar.

Isso não fazia sentido nem no passado, nem no futuro.

Quero dizer, a última visão que Riddle teve de mim foi enquanto me via sair correndo de seu quarto logo depois de me perguntar quem era “Teddy Lupin”, o que se esperava depois disso era que eu passasse por uma boa seção de tortura, até desembuchar. Não que fosse levada por Abraxas para uma reunião de iniciação como Comensal.

– Porque Riddle iria me querer como uma Comensal?

Abraxas balançou a cabeça.

– Todos estão se perguntando isso. Mas mesmo se eu soubesse não poderia lhe contar. Então vá embora, depois de ser marcada você terá uma conexão de sangue com o mestre, você não merece isso.

Eu queria rir por diversos motivos, o primeiro deles seria por que talvez eu já fora marcada a alguns anos, e mesmo que a marca tivesse desaparecendo ela voltara com toda intensidade a horrorizar minha pele, segundo por que Abraxas não estava me mandando ir embora por que “eu não merecia isso”, eu conheci seus descendentes bem de mais para saber como eram horríveis mentirosos, e conhecia seu olhar frio de mais para saber que ele estava temeroso por mim. Afinal, um Malfoy não iria dizer alguém que ela não merecia tão honra sem antes esnobar do seu sangue impuro, falar de sua superioridade, rir de sua cara, e usar seu tom de escárnio.

– Belly! Belly! – Uma saltitante Dorea vinha pulando em minha direção com um enorme pergaminho na mão – Belly!

Abraxas soltou um pesado suspiro, o que estava se tornando constante, e se virou para fitar Dorea que parava ofegante em nossa frente.

– Tudo bem, tudo bem – disse ela para si mesma – Isso foi realmente assustador.

– O que foi? – perguntei sem muito me importar, provavelmente algo muito monótono tinha acontecido a ela e a Charlus.

– Estávamos eu e minha mãe, conversando pela lareira, quando de repente... A lareira se apagou.

– Uau – ironizou Abraxas – Realmente assustador. Dorea o ignorou com bastante classe e continuou a falar.

– Então a lareira meio que espirrou uma carta... Foi muito estranho, e bom, eu era a única no Salão Comunal e me dei a liberdade de ler... E bom, é pra você.

Por um momento o tempo parou.

Primeiro por que... Quem me escreveria? Eu não tinha parentes ou conhecidos no tempo em que me encontrava, e... E que raios uma carta sairia para mim direto nas mãos de Dorea? Dorea continuava a falar, mexia os lábios freneticamente, o que não era de seu feito, pois Dorea sempre foi bem contida, mas eu não ouvia nada de que sua boca saía. Sem ver eu pegara o pergaminho de suas mãos que estava levemente chamuscado nas pontas, mas minha visão saíra do foco e eu não conseguia conectar as palavras. Eu tinha a leve impressão de que Abraxas me fitava... Não a mim, a carta. E ao mesmo tempo o vira tempo dependurado dentro de minha camiseta começava a queimar em meu peito.

E a ultima coisa que eu vi antes de apagar foi uma assinatura pequena, com um pingo no “i” em forma de coração, uma mania que minha melhor amiga do futuro tinha mania de fazer ao assinar suas cartas, Alice.



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Notas finais do capítulo

Bom, não faço ideia se alguem leu, mas se sim, por favor, me avise comentando, ficaria muito feliz em saber que ainda tem alguns leitores por aqui. E novamente, mil desculpas.