Capítulo 14 – Baralho?!

     Enquanto as meninas fofocavam sobre o ocorrido do dia anterior, os garotos iam para a barraca deles, jogar baralho.

     Entraram e se sentaram. Franja tirou um baralho azul da mala e perguntava, já embaralhando com muita habilidade:

    - E aí? O que vamos jogar?

    - Sei lá... Pife? – sugeria Cascão.

    - Pode ser. – Franja ia distribuindo as cartas.

     Começaram o jogo, mas na realidade nenhum deles estava com a cabeça nas cartas.

    - Aí careca, sem querer te zoar nem nada... mas cê ta com uma cara de bobo apaixonado! – dizia Cascão.

     Franja ria, se divertindo com a brincadeira do sujinho.

    - Pode rir Franja, mas cê não tá fora dessa não! Olha sua cara de cachorrinho adestrado! – Cebola zoava e dessa vez quem ria era Cascão.

    - Ahh é?! E você Cascão, com essa cara de amarrado? Pensa que me engana, rapá? Que aconteceu naquela floresta, hein? – Franja se aproveitava da situação.

     Nesse momento, cascão ficava vermelho, roxo, verde, rosa, azul, amarelo e levantava a cabeça numa expressão de espanto. Como iria explicar pros garotos que se apaixonara pó Magali e havia se declarado? Além disso, estava tão óbvio assim na expressão dele? Tentou se recompor, sem sucesso:

    - Nada não, véi. Não aconteceu nada não!

    - Ah tá, aham, sei. Você se declarou, né? – Cebola adivinhava na mesma hora. Conhece Cascão desde que nasceu, e sabe tudo sobre ele desde sempre, não era difícil perceber o que se passava na cabeça do amigo sujinho.

    - Pô, não dá pra esconder nada de você, hein Careca?! É, é, eu me declarei. – Corava novamente.

    - Awww! Que meigo! – zoava Cebola – Hahahahahahaha!!!

    - É, vai zoando! Pensa que não reparei nesse anel aí? Ta namorando, hein? Awww! Que meigo! Hahahahahaha! – Cascão retrucava na mesma moeda.

     - Dloga! Não plecisa zoar também, né!

     Nesse momento, Franja se preocupava que a atenção se voltasse pra ele, e se afastava um pouco. Arrependeu-se logo depois, porque isso o entregou:

    - Acho que o Franja fez coisa mais complexa que a gente, Fedido!

    - Também to achando! Ah, e antes que eu me esqueça, fedido é a vovozinha!

    - Não! Não fiz nada não! Mas também... Nem deu.

     Franja falara demais. Tampou a boca com uma das mãos e decidiu que nunca mais ia abrir a boca sob pressão. Ele sempre falava a coisa errada.

    - Como assim ”não deu”? – Cascão fitava seu amigo, curioso – Então foi quase?

    - Nem chegou no quase, ela me afastou. – agora não adiantava mais tentar esconder, o melhor era contar de uma vez.

    - Xiiiii! – brincava Cascão.

    - Cala a boca, fedido! – reclama Franja, dando um tapa na cabeça de Cascão.

     De repente começaram a ouvir rosadas, gritos e uma música conhecida.

- FIM DO 14º CAPÍTULO -