POV Edward

Ser o único vampiro solteiro numa casa com três casais não é fácil, especialmente quando um desses vampiros se chama Emmett Cullen. Ele gostava de me “mostrar” as mil e uma aventuras sexuais dele e da sua ursinha, que está longe de um programa de qualidade.

Quando o meu pai chegou ele tinha a imagem de uma vampira na cabeça, ela parecia tão… encantadora e à medida que ele foi contando a sua história eu fui ficando mais e mais deslumbrado. O que estava a acontecer comigo? Mas parecia que era só comigo, todos pareciam que já a tinham no seu coração, a única que parecia imune a isso era Rosalie, ela parecia esquisita, quer dizer, mais esquisita que o normal. Quando foi falado o nome da vampira, parecia que foi invadida por um monte de imagens, mas eu não conseguia perceber nada, e ela rapidamente tentou-me bloquear, o que conseguiu. Mas não liguei muito. Quando deixei de me focar nos pensamentos de Rosalie fui invadido por um monte de pensamentos. Carlisle e Esme já a tinham como uma filha, era evidente o carinho que Carlisle tinha por ela, e Esme mesmo sem a ter visto uma única vez também já a amava. Alice estava ansiosa conhecer a sua nova melhor amiga e irmã, ela parecia uma criança na vespera de Natal. Emmett não era muito diferente, ele já imaginava tudo o que ia ensinar à sua maninha. Jasper surpreendeu-me, tenho que admitir, para ele, a Bella já era a sua irmã mais nova e ele estava disposta a protege-la de tudo e todos.

Foi então que ela chegou, e foi como se tudo à minha volta parasse, como se só existisse ela, era tão estranho, nunca tinha sentido nada assim.

Carlisle foi-nos apresentando, quando chegou a minha vez, eu peguei na sua mão e foi como uma corrente eléctrica tivesse percorrido o meu corpo, e pelo jeito o dela também, fazendo-a olhar nos meus olhos, e foi como se a minha vida já não fosse apenas minha, eu era dela, só esperava que ela me aceitasse.

Quando soltei a mão dela, meio contra-gosto, ela olhou para a Rosalie, e vi a incerteza nos seus olhos, o que me fez tentar ler a sua mente, mas nada, era como se não houvesse nada ali, nunca me tinha acontecido.

- Rosi, és tu? – ela perguntou. Ela conhecia a Rosalie? Mas como? Onde? A minha cabeça parecia cheia de pontos de interrogação, assim como as de todos ali. Foi então que a imagem de uma criança surgiu na cabeça da Rose, eu nunca a tinha visto, parecia que ela tinha trancado aquela memória a sete chave, mas uma única palavra e tudo ruiu. Ela olhou para a Bella e o choque era evidente.

- Não pode ser. Não podiam ter feito isso. – a Bella encolheu-se, ela parecia uma criança assustada. Como eu queria abraça-la, conforta-la.

- Vocês conhecem-se? – perguntou a minha mãe.

- Ela é minha irmã. – O quê? Não é possível eu nunca tinha ouvido nada sobre isso, para mim, a Rose era filha única. Foi então que tudo foi sendo explicado, todos nós ouviamos com atenção. Era impressionante o quanto ela amava a irmã. Eu podia vê-la a embalar um bebé, a pentear uma menina de olhos cor de chocolate derretido, a chorar vendo-a doente, e por fim a última vez que se tinham visto. Ela abraçava a menininha que chorava pedindo para ela não ir, era uma cena de cortar o coração.

Quando a Alice levou a Bella para o quarto, a Rose começou a amaldiçoar a baixinha por lhe quer roubar a irmã, eu não resisti e comecei a rir. Ela olhou-me mortalmente, e foi com Esme ter com a Bella e a Alice. Voltaram algum tempo depois, sorridentes. Começamos então a contar as nossas histórias, eu olhava fascinado para a Bella que ria descontraída, ela impressionante como cada sorriso dela me aquecia. Foi quando vi que a  Rosalie me fusilava com o olhar. Era só o que me faltava. A Rose nunca foi grande fã minha, agora parecia que me odiava, só espero que ela não tente virar a Bella contra mim, não sei se aguentaria isso.

- Bella, eu vou ter de ir caçar, mas volto rápido. – disse a Rose.

- Vai, eu fico bem. – disse docemente.

- Edward, tu vens comigo – disse, e mentalmente foi bastante demonstrativa das consequências de não o fazer, e como é obvio, eu fui.

Percorremos alguns quilómetros, ela parou então.

- PORQUÊ? – perguntou olhando para mim.

- Eu não sei, nem eu consigo explicar. Sabes que nós quando nos apaixonamos é para sempre, e eu apaixonei-me por ela. Imploro apenas que não a vires contra mim.

- Isto é muito difícil para mim. Ela pode ter crescido, pode ter passado por muito, mas para mim, ela ainda é aquela menina que eu embalava nos meus braços para adormecer. Ela parece ainda tão inocente e frágil.

- Rose, eu amo-a, eu pensei que nunca ia encontrar ninguém, mas ela apareceu e tornou-se a minha vida.

- Se ela quiser ficar contigo eu não a vou contrariar, porque sei que ela ia sofrer se o fizesse, mas se a magoares de alguma forma…

- Eu sei. Podes ter a certeza que prefiro ser eu a sofrer do que a ver uma sombra de tristeza no rosto dela.

- Vou confiar, mas um passo em falso e eu não perdoo. Agora é melhor irmos caçar. Mais uma coisa, esta conversa não existiu.

Dito isto ela começou a correr, eu fiz o mesmo, quando acabamos voltamos para casa. Ao entrar, a primeira coisa que vi foi o lindo sorriso da Bella.

- Edward, eu… queria pedir-te uma coisa – disse timidamente.

Claro que eu faria tudo o que ela pedisse, mas o que seria? Isto de não poder ler a mente dela podia ser bem frustrante. Porque tinha de ser logo a mente dela tinha de ser privada para mim?