Sympathy for the Devil escrita por Lolis


Capítulo 32
Como escapar de um sanatório


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Hoje, colocando o primeiro leitor na história. O Brian Slade. As meninas, a Jenny e a Pippa que já tem as personagens prontas, vão aparecer a partir de Tóquio, já que o casamento vai ocorrer em Nova York. E o parto também #spoiler.
Temos até o próximo capitulo para algum mais se candidatar ^_^
É isso. Espero que curtam o capitulo de hoje.
Ah, ultima coisa: Estou sem tempo de responder rewiens desde o capitulo 29, mas pretendo responde-los assim que der. Mesmo. Me sinto horrivel por não responde-los. Mas não se acanhem, deixem muitos rewiens gatos para mim hoje, ok? Kkkkkkk
Enjoy o capitulo!



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A clinica nem parecia tão ruim. Era limpa, branca e me davam comida de graça.

A única coisa que me perturbava, era o meu quarto.

Digo, não parecia um típico quarto de reabilitação, sabe? Aqueles, com prateleiras para pormos fotos e janelas arejadas protegidas por grossas barras de ferro.

Na verdade, nem janelas havia. Era um cômodo amplo, totalmente branco, forrado com uma espécie de espuma de colchão. E no centro tinha minha cama.

Eu passava metade do dia naquela cama, olhando para o teto. Na maioria das vezes, eu parecia distante. Como se meu cérebro gritasse ‘FUJA’ e meu corpo desobedece à ordem.

A outra metade, eu passava interagindo com os outros pacientes. Ou melhor, monologando, já que maior parte deles parecia tão distante quanto eu.

Mas foi apenas quando uma das internas, chamada Marie surtou e me ameaçou com uma espátula, que eu notei que havia algo de muito errado naquele lugar.

Portas trancadas a senhas, todo mundo desligado e absurdamente branco. A ponto de me cegar.

Porra, a Glister tinha me enviado para um hospício.

Já faziam seis dias que eu estava lá. E há dois, Marie havia pirado e eu havia constatado o óbvio: Eu estava internada num sanatório para franceses doidões.

Eu ia matar a Glister.

Decidi que era hora de agir no oitavo dia de confinamento.

Já era noite, e era quarta-feira. O que significa o dia de lavar roupa.

- Pode lavar minha camisola, Annabelle? – pedi gentilmente a uma das enfermeiras que me atendia – Ela está meio suja. Sabe, o Tommy vomitou nela esta manhã...

Tommy, realmente havia vomitado está manhã. Mas na minha colega de mesa, Trixie. Apenas trocamos de uniforme. Ela acreditava na minha fuga.

Até perguntei se ela queria me acompanhar, mas ela disse que não, que não poderia abandonar Nárnia.

Ok, então.

- Ele vomitou mesmo? – Annabelle me encarou num misto de nojo e pena.

- Sim – respondi num suspiro – Um nojo não? Eu não quero ficar fedendo. Tem como eu trocar?

- Claro – ela respondeu prontamente – Volto num segundo.

E saiu apressadamente pelo corredor.

Annabelle era ótima em tudo que fazia. Mas ela tinha um terrível defeito. Esquecida demais. A ponta de deixar a porta do meu quarto aberta.

Observei ela virar o corredor e comecei e mexer desesperadamente na roupa suja, a procura de um disfarce. Algum uniforme de enfermeira ou algo assim.

Encontrei um dos uniformes e o vesti apressadamente.

Vi o crachá. Belle Champollion.

Olhei ao redor e sai de fininho, tentando parecer ao máximo uma enfermeira

- Olá, Belle... – a enfermeira – chefe, que passava entretida com fichas de internos cumprimentou.

- Olá... Madame Delacrouix – falei rapidamente.

Andei até a recepção sem mais nenhum acidente.

- Oi, eu queria pedir minha conta – anunciei. A recepcionista, velha e absorta numa espécie de bordado fungou.

- Diga seu nome, querida...

- Belle. Belle Champollion.

Ela ergueu os olhos. Abaixei minha cabeça, de modo o cabelo cobrir parte do meu rosto.

- Não quero parecer intrometida, mas... por que? – ela perguntou desconfiada.

- É... Hã... Eu preciso cuidar da minha mãe.

- Sério? Puxa, o que ela tem?

- Labirintite aguda crônica. – respondi. Ela pareceu preocupada.

Quer fazer uma doença parecer letal? Ponha a palavra ‘crônica’ no final dela e voì lá!

- Parece grave.

- E é... – tentei parecer a filha prestativa.

Entreguei meu crachá a ela.

- Foi um prazer, senhora.

- Igualmente, filha... – ela disse – Desejo o melhor a sua mãe!

- Obrigada! – falei saindo na noite escura. Minha ultima lembrança do lugar foi o grito aterrorizante soltado por Annabelle, que aparentemente, havia voltado ao meu quarto e não me encontrado no mesmo.

 ___________________________________________________________

A França era uma merda. Principalmente naquela época do ano. O Natal se aproximava e os franceses pareciam mais alegres e belos que nunca. Eu havia levado uma noite a pé até Paris, e estava desgastada.

Parei num café, no centro e procurei uma mesa para me sentar. Todas pareciam cheias. Menos uma. Com um ocupante apenas, com o rosto coberto pelo The Guardian e uma xícara de chá a sua frente.

- Com licença – anunciei – Se importa se eu me sentar aqui?

Ele fez um gesto de ‘sente-se’ com a mão. Puxei a cadeira e me sentei.

Ele baixou o jornal lentamente e pude ver metade do seu rosto. Era jovem. Por volta dos vinte anos. O cabelo, liso e negro, vinha até metade do pescoço os olhos da mesma cor me olhava atentamente.

- Sou Draffy. – me apresentei sorrindo.

Ele dobrou seu exemplar do The Guardian.

- Brian. Brian Slade – me estendeu a mão.

- Prazer, Brian.

- O mesmo... Draffy.

Ele me ofereceu chá. Aceitei. E também aceitei a torta e as torradas.

- Você parecia faminta – ele justificou pagando a conta. Bebi o resto do chá.

- É, eu estava mesmo.

Ele sorriu.

- Bom, você ainda não me disse de onde é.

- Los Angeles.

- Londres – ele respondeu no mesmo tom – E o que faz tão longe de casa?

- Longa história... – suspirei.

- Por que não tenta me contar? Temos tempo de sobra...

Saímos do café, ele com seu jornal debaixo do braço e uma câmera fotográfica em punho.

- Digamos que eu fui mandada contra minha vontade para cá – comecei – Eu estava com uma banda, os acompanhando em turnê.

- Você é uma groupie?

- Bem... Não. Sou amiga dos integrantes.

- Certo... – Brian disse rindo – Continue.

Contei toda minha história para ele. De como comecei a me drogar até a fuga do hospício.

- E então eu andei até aqui e te encontrei... – finalizei debruçada na ponte e olhando o rio Reno.

- Boa história – ele reconheceu.

- E você? – eu estava curiosa – O que faz aqui? Você é inglês, certo?

- Sim... Mas digamos, que eu recebi propostas melhores por aqui. Sou jornalista.

- Sério? Escreve para o The Guardian? – apontei para o rolo na sua mão.

- Não. – ele falou – Escrevo para a Rolling Stones.

- Que demais!

- Precisam que um jornalista acompanhe uma banda estadunidense nova.

- Mas você parece tão jovem!

- E sou. Mas digamos apenas que precisam de carne nova. O outro cara foi despedido.

- Sabe o motivo?

- Sei. Ele fotografou o vocalista da banda num momento inapropriado, e bem, o vocalista ficou puto da vida e surtou.

Eu conheço apenas um vocalista que surtaria por isso.

- Qual a banda?

- Guns N´Roses.

Arregalei meus olhos.

- Oh Meu Deus... – sussurrei – É a minha banda...

- Mesmo? Que coincidência!

- Muita! Escute, eles estão em Berlim, sabe disso?

- Sim, eles estão. Tenho que tomar o trem para lá. Eu vou acompanha-los por Madri, Roma, Tóquio e Nova York. Preciso escrever uma matéria sobre como é uma turnê de banda, entende? Quero gravar cada momento...

Tirou uma pequena filmadora da bolsa de ombro.

- Você os conhece?

- Até demais... – bufei.

Ele ligou a filmadora.

- Ah não! Não mesmo! – fiz birra pondo as mãos no meu rosto. Ele riu.

- O primeiro depoimento do filme...

- Filme?

- Penso alto – ele deu os ombros.

Ri.

- E então? Concorda em ser minha personagem principal, madame?

- Mas e o Axl? Ele é o vocalista.

Brian fechou a câmera.

- Draffy, todos os documentários de bandas tem como principal o vocalista, e os outros membros da banda. Quem já se atreveu a ver o cotidiano das fãs? As famosas groupies...

- Não sou uma groupie.

- Você anda com eles. Isso faz de você automaticamente uma groupie.

Revirei os olhos.

- É, talvez eu seja uma groupie, sim...

- Viu? Eu estava certo. Agora, que tal dar seu depoimento?

- Eu dou.

Ele vibrou.

- Com a condição que você faça desse documentário um grande sucesso! – falei sapeca.

- Seu pedido é uma ordem! – ele anunciou ligando a filmadora – Em três... dois...

- Espera!

- O que foi?

- O que eu falo? – me desesperei.

Ele suspirou.

- Diga quem é você... E o que geralmente acontece quando a banda esta reunida. Coisas assim.

- Entendi.

- Muito bem. Em três... dois... um... – ele fez o sinal positivo.

Comecei.

- Hum... Hey! Meu nome é Draffy, tenho dezoito anos e...

E...

Fiquei nesse ‘e...’ por bons cinco segundos.

- E corta. – Brian pareceu mal-humorado.

- Desculpe. Eu travei.

- Não tem problema. Talvez tenhamos começado errado mesmo. Vamos fazer como uma entrevista. Eu pergunto e você responde.

- Ok.

- Ação!

‘Eu estou aqui, com a senhorita Draffy...’ 

‘Hunter’ – completei.

‘Draffy Hunter para algumas perguntas. Podemos começar?’

‘Claro – sorri para a camera’

‘De onde você é, Draffy?’

‘Eu nasci em Los Angeles, no fim dos anos 60. Minha mãe era pintora e eu nunca conheci meu pai. Minha mãe dizia que ele saiu de casa antes mesmo de eu nascer.

Eu cresci nas ruas. Aprendi tudo que sei com estranhos. Christine morreu aos meus treze anos, e então eu fui morar com meu tio. Gary Hunter.’

‘Ele tem uma gravadora.’

‘Sim. Foi por esse motivo que eu conheci os meninos...’

Mentir. Eu odiava fazer isso, mas se eu soltasse que era uma viajante do futuro voltaria para o sanatório.


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Notas finais do capítulo

Glister sacaneou a Draffy, kkkk... Tirei essa ideia depois de uma entrevista que o Alice Cooper deu no That Metal Show. A mulher dele fez o mesmo com o coitado u_u
Mas a Draffy é esperta. É.
Não tenho muito para falar, só que Madri e Roma passaram em dois ou três capitulos. Estou ansiosa para escrever o casamento e o parto, fazer o que? Já tenho uma ideia MUITO louca formada, espero que gostem.
Pippa e Jenny, arrumei suas personagens ^_^, logo vcs aparecem tbm!
Bjs
Lolis