Como Se Fosse A Primeira Vez escrita por Isabellapattz


Capítulo 20
Enterro - Começando de novo!


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora queridas, mas minha filha ficou doente e agora quando ela finalmente melhorou começaram as obras na minha casa e por isso não dá quase para postar, sem contar que nas vezes que eu entro na net a noite acaba a luz. No Rio de Janeiro eles desligam a energia por causa das constantes chuvas que ocorrem a noite. Mas aqui está o capítulo, ele está bem maior do que a média, mas eu queria acabar logo com a história do Charlie e pular pra uma nova fase.



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(Eu criei o capítulo todo escutando a música Possibility que toca em New Moon, não tem nada a haver com o capítulo, ams me deu inspiração.)


Eu estava sentada na mesma cadeira há muito tempo. Senti meu celular vibrar no bolso da calça e o peguei vendo que era a Alice. Atendi sentindo a minha garganta apertada pelo choro constante.

– Alô. – Minha voz saiu grossa e eu pigarreei.
– Oh Bella, onde você está? Porque não veio trabalhar hoje? A Esme disse que era um problema de família, mas não deu detalhes. Eu estou preocupada, você nunca fala da sua família. Achei estranho. O que houve? – Ela saiu falando do jeito Alice de ser e eu tentei sorri com isso. Era bom ouvir sua voz.
– Sim Alice, era um problema de família. Não sei quando volto a trabalhar.
– Sua voz está estranha, Bella o que aconteceu? – Ela falou preocupada. Respirei fundo e decidi dizer a verdade. Chega de segredos. Ela era minha amiga.
– Meu pai morreu Alice. – Disse derrotada.
– Ai meu Deus Bella, você deve estar arrasada. – Ela disse mais preocupada ainda.
– E estou mesmo. Ele era meu único parente vivo. – Disse com a voz embargada já querendo chorar de novo.
– Ai amiga, eu sinto muito, muito mesmo. Queria estar ai pessoalmente para te dar um abraço. – Ela disse com a voz chorosa também.
– Eu também queria que você estivesse aqui. Um abraço é o que eu mais preciso agora.
– Ai amiga, to tão triste por você, eu te considero uma irmã e sei como é perder os pais, você não está sozinha nessa, pode contar comigo para o que precisar.
– Ela disse solidária.
– Ai obrigada amiga, eu tenho tanta coisa pra resolver agora que nem sei por onde começar. Avisa a Esme o porque de eu faltar ta bom? – Eu disse fungando.
– Ta bom Bells, me liga quando souber o horário do... enterro. – Ela disse a palavra com dificuldade e eu estremeci.
– Ta pode deixar que eu ligo.
– Tchau Bella, tenho que voltar ao trabalho. A Esme deve ta me procurando, eu to trancada no banheiro.
– Ela deu uma risadinha.
– Oh Alice, ela está sozinha cuidando do restaurante. Não faça isso. – Eu disse pensando na movimentação de clientes e a Esme se dividindo entre atender as pessoas e cuidar do caixa.
– Bella, eu tinha que saber o que houve com você. Beijos, não se esqueça de se alimentar ein.
– Tudo bem. Tchau.



Fiquei olhando para o visor do celular uns minutos até que um homem alto, vestindo um jaleco branco, chamou minha atenção.

– Olá. Sou o Dr. Richard Weber. Você é parente de Charlie Swan? – Ele perguntou estendendo a mão pra mim. Eu limpei meu rosto manchado de lágrimas e assenti apertando a mão dele.
– Sou a filha dele. Isabella Swan.
– Bom, eu sinto muito pelo seu pai Isabella e gostaria de te dar os meus pêsames. Ele realmente tinha poucas chances de sobreviver. Fizemos tudo que podíamos por ele. – O médico disse solidário.
– Eu sei doutor, eu tenho certeza que fizeram o melhor por ele.
– Sim, mas agora eu gostaria que você me acompanhasse e assinasse alguns papéis para liberar o corpo aqui do hospital.
– Claro doutor.
– Só Richard, por favor. – Ele sorriu um pouco sem graça.
– Claro Dou... Richard. – Eu o segui até a recepção e ele me passou uma caneta e alguns papéis para que o corpo do meu pai seguisse para o IML da cidade. Eu não sabia o que fazer com relação ao enterro e muito menos tinha dinheiro para isso. Depois eu teria que pensar onde arrumar dinheiro para o funeral do meu pai já que dias antes tinha gastado toda as minhas economias no meu apartamento.
.

Depois de assinar tudo eu lembrei de ligar para a Sue. Ela com certeza estaria esperando uma ligação minha.

– Alô, Sue? – Eu perguntei quando atenderam na casa dela.
– Não Bella, é a Leah. Minha mãe está lá em cima, vou chamá-la. – Fiquei esperando uns minutos até Sue atender.

– Alô, Bella? – Ela falou com a voz preocupada.
– Oi Sue. – Eu não sabia por onde começar.
– Como o Charlie esta? – Era agora. Eu tinha que contar.
– Sue... O meu... Pai... Faleceu... Agora a pouco. – Disse fazendo pausa e com a voz embargada com as lágrimas já correndo pelo meu rosto de novo.
– Oh meu Deus, Bella diz que isso não é verdade. Não me fale uma coisa dessas. Não, não o Charlie não. – Ela começou a entrar em desespero e eu tentando acalmá-la. Ouvi uns barulhos do outro lado da linha e a Leah falou :

– Oh, Bella. Isso é mesmo verdade?- Ela perguntou angustiada e eu ouvi o choro distante da Sue ecoar no telefone.
– É sim Leah. Ele acordou, pediu perdão por todos os erros do passado e depois disse que poderia descansar em paz. – Eu não queria reviver esse momento triste, mas ao mesmo tempo era a última lembrança do meu pai e eu não queria esquecer.
– Eu sinto muito Bella. – Foi a única coisa que ela conseguiu dizer.
– Eu também. – Suspirei. – Tenho que desligar, depois eu ligo pra você.
– Tudo bem.
Desliguei o celular e sai do hospital. Precisa respirar um pouco do ar puro de Forks. Comecei a caminhar na direção de casa com os pensamentos longe.

Não fazia idéia de como iria pagar o enterro do meu pai, mas de uma coisa eu tinha certeza, ele estava bem. Eu não queria acreditar nisso, mas era a verdade. Ele mesmo disse antes de falecer que estava em paz. Eu não podia ficar me culpando. Eu o amava e me sentia muito mal por não ter aproveitado os últimos momentos ao seu lado, mas eu passei os últimos minutos e foram muito... importante para nós dois.
Agora eu teria que ser forte perante o povo de Forks. Eu tinha certeza que eles me olhariam e falariam de mim por trás, como sempre fizeram. Suspirei. Ficar remoendo as coisas do passado não me ajudariam em nada. Continuei caminhando por mais alguns minutos quando senti meu celular vibrar no bolso da minha calça. Era o Edward.

– Bella?
– Oi Edward. – pigarreei.
– Você está bem? E o seu pai? Ele deu algum sinal? – Ele perguntou preocupado.
– Eu to... bem, sim. Meu pai acordou sim... – Ele me interrompeu.
– Nossa que ótimo Bella, mas e ai, como ele está ? – A empolgação crescendo na voz.
– Ele morreu, Edward. Só deu tempo dele me pedir perdão e depois... – Não consegui terminar a frase por causa do caroço na minha garganta.
– Oh meu amor. Eu sinto muito. Queria estar ai com você e te dar um abraço.
– Seria ótimo.
– Como você está se sentindo? – Ele perguntou cauteloso.
– Eu... estou bem. Nós dois conversamos um pouco antes e ele me disse que estava em paz. O mínimo que eu posso fazer é tentar não me culpar.
– Bella, para com isso. O que aconteceu não foi sua culpa, você sabe disso.
– Agora eu sei. Estou tentando lidar com isso.
– Meu amor você cuidou da papelada?
– Eu ainda vou fazer isso. Estou indo pra casa agora.
– Se precisar de mim é só falar que eu vou correndo ao seu encontro. Você pode contar comigo para o que precisar meu amor. Eu vou estar ao seu lado amanhã a tarde, mas se precisar de mim eu vou para ai agora.
– Não Edward, eu não preciso de nada não. Vou dar meu jeito. Eu posso te esperar até amanhã sim.
– Eu sinto tanto Bella, queria tanto estar ai com você.
– Eu sei disso. Mas dizem que os primeiros meses são assim mesmo. A dor não vai passar, mas vai amenizar. – Eu disse sentindo as lágrimas silenciosas molharem meu rosto.

Eu já estava abrindo a porta de casa quando um homem me chamou, eu virei e encontrei um senhor de meia idade, vestindo um terno preto me encarando seriamente.

– A senhorita é Isabella Swan?
– Sou sim. – Respondi ouvindo o Edward perguntar “quem era?” do outro lado da linha. - Só um instante moço. – Eu disse para o homem de terno e voltei a falar no celular.

– Edward depois eu te ligo.
– Aconteceu alguma coisa Bella? – Ele já estava preocupado de novo.
– Não é só um moço chamando. Depois a gente se fala. Tchau te amo.
– Também te amo.

Eu desliguei o celular e me virei para o Senhor que estava na minha frente logo abaixo da escada de entrada.

– O que o Senhor deseja comigo? – Perguntei estranhando ele saber meu nome todo.
– Bom eu me chamo James Matos e sou advogado. Vim vê-la porque tenho alguns assuntos a tratar a respeito do seu pai. – Não acreditei no que ouvia.
– Entre Sr. James. Pode ficar a vontade. – Eu disse o deixando entrar e limpando as manchas de lágrimas secas do meu rosto.
Ele entrou e se acomodou no sofá da sala de estar. Esperou eu me acomodar também e tirou uns papéis da maleta que estava em sua mão.

– Bom Isabella, como seu pai foi policial da cidade por muitos anos ele tem o direito a alguns benefícios. – Me entregou uns papéis e continuou explicando. – Como você pode ver ai, aparentemente o Sr Charlie não tinha nada, mas ele vinha juntando uma quantia em dinheiro a alguns anos, não sei para que fim, mas no último mês ele me procurou para conversar e pediu para deixar uma espécie de testamento, não, testamento não é a palavra certa. Ele sabia que não estava bem de saúde e queria ter certeza que você o perdoaria antes dele morrer. – Ele disse me encarando e eu só assenti, não estava entendendo nada. – Bom, entre esses documentos tem uma carta escrita

por ele próprio para você. Ele achou que você não estaria por perto quando ele falecesse e também não iria querer vê-lo, então fez essa carta e pediu para mim te procurar assim que ele adoecesse, mas eu só soube que ele estava no hospital agora e quando cheguei lá tive a notícia de que você estava aqui em Forks para vê-lo e que ele já havia falecido. Perguntei no hospital por você e me disseram que tinha vindo para casa. Eu sinto muito pelo seu pai e me atrevo a dizer que ele estava muito atormentado por não saber nada de você, ele só queria o seu perdão. Ele te amava.

– Mas porque ele não me ligou? Porque? – Eu disse com a voz embargada pela emoção.
– Ele achava que você não o escutaria, tinha medo de você rejeitá-lo.
– Oh meu Deus eu jamais faria isso, eu que tinha medo de ser rejeitada, eu sentia tanto a falta dele. – Eu já estava quase chorando de novo.
– Agora não tem mais volta, sinto muito. – Ele disse meio sem jeito.
– Eu também. - Suspirei.
– Como eu disse eu vim aqui para lhe entregar esses documentos onde seu pai deixa uma conta no banco em seu nome no valor de 50 mil dólares e uma casa na região Quileutte.
O Sr Charlie deixou bem claro que você venda essa casa aqui, como você mesma verá escrito na carta que ele te deixou. Sobre o funeral do seu pai, pode ficar tranqüila que isso já está sendo resolvido, como ele foi delegado por muitos anos tem alguns benefícios e o funeral é um deles. – James acabou de ler as folhas com as cópias dos meus documentos e as guardou na pasta. Eu não sabia o que dizer e ainda estava de boca aberta. Ele me olhou e disse:
– Deseja fazer alguma observação ou perguntar algo mais?
– Humm, não, acho que não.
– Então eu já terminei, se você quiser me perguntar alguma coisa ou precisar de ajuda com as papeladas é só me ligar. Aqui meu cartão. – Ele disse se levantando e me entregando um cartão com o seu nome e alguns telefones. Eu levantei também e o segui até a porta.
– Obrigado Sr James, por tudo mesmo, o Sr não sabe o quanto eu estava aflita por não ter dinheiro para pagar um enterro digno para o meu pai. – Ele sorriu e apertou a minha mão.
– Não se preocupe com isso, vou resolver tudo para você. Quando estiver tudo pronto eu te ligo, tenho o número da sua casa. – Ele disse e saiu andando em direção a um carro que estava estacionado em frente à casa. Eu não tinha percebido o carro parado ali antes. Se eu não tivesse tão perturbada por tudo que estava acontecendo poderia até jurar que ele flertou comigo. Ah esquece é coisa da minha cabeça.
Entrei em casa e senti o peso do silêncio me invadir. Fui direto para o meu quarto e deixando todas as luzes da casa acesas. Estava com medo de ficar sozinha. Era hora do crepúsculo e ter que passar a noite toda sozinha só iria me deixar mais triste. Decidi por tomar um banho porque tinha passado a tarde toda no hospital. Fiquei vários minutos apenas parada em baixo do chuveiro deixando a água morna deslizar pelo meu corpo até me sentir melhor. Quando sai do chuveiro me sentindo meio lenta me vesti com uns moletons velhos e deitei na cama com o celular na mão, não estava com fome e muito menos com sono, mas sentia que cada célula do meu corpo estava dolorida pelo cansaço. Quando estava finalmente conseguindo pegar no sono o meu celular tocou. Era o James Matos. Ele me disse que o enterro do meu pai seria as 16:00 . Ele me explicou algumas coisas e depois desligou. Depois disso eu não consegui mais dormir e acabei ficando a noite toda olhando para o teto do meu quarto. Eu assisti o dia amanhecer e no entanto, nada de sono. Cansei de me revirar na cama e decidi levantar. Eu teria que ser forte para agüentar os olhares de todos durante o sepultamento do meu pai.

Liguei para a delegacia e avisei aos policiais que trabalhavam com o Charlie o horário do enterro, eles disseram que o advogado tinha ligado avisando. Pelo jeito eu não teria que me preocupar com isso.
Passei o dia me dedicando a arrumar a casa para não ter que ficar pensando no meu pai. Alice me ligou uma vez para saber como eu estava e ficamos conversando uns minutos, eu disse a ela o horário do enterro e ela disse que viria. Seria bom tê-la por perto. Por volta das 14:00 o Edward chegou e eu senti o alívio me inundar ao mesmo tempo em que o meu frágil controle ia para o espaço. Ele me aninhou em seus braços até eu me acalmar e depois ficamos conversando sobre os últimos momentos do meu pai e sobre o que o tal James Matos tinha dito. Eu disse que ainda não queria pensar no dinheiro e que estava de luto.
Edward também me avisou que Alice e Esme viriam juntas, mas que seguiriam direto para o cemitério.

Edward ficou comigo até o horário de eu me arrumar para o enterro. Eu me vesti com as melhores roupas que eu tinha, estava totalmente de preto, e com o frio que estava fazendo fui obrigada a colocar um Sobretudo preto por cima do vestido, mas mesmo assim ainda estava bem vestida. Não queria agradar ninguém, apenas me sentir um pouco melhor depois de uma noite em claro. Assim que desci as escadas ele já havia se trocado e me esperava, também estava vestido de preto. O preto lhe caia muito bem, estava lindo. Ele me abraçou quando cheguei próxima dele e assim saímos de casa.

( Roupa da Bella ) N/A "Ignorem esse casaco ao lado do vestido, pensem em um sobretudo que mostre a frente do vestido"


Eu expliquei onde ficava o cemitério e seguimos em um silêncio confortador. Eu não tinha nada mais a dizer, Edward parecia perceber isto e não fez perguntas, apenas afagava a minha mão que descansava em meu colo, como se dissesse: Eu estou aqui. E isso era confortador. Eu não tinha mais nada nesse mundo, e saber que Edward estava ali comigo era tudo que eu precisava.

Quando chegamos ao cemitério eu pedi ao Edward que parasse na floricultura em frente. Comprei dois buquês de rosas brancas. Um para o meu pai e outro para a minha mãe. Eu iria vista-la depois. Quando Edward e eu chegamos a capela onde meu pai estava sendo velado me espantei com a quantidade de pessoas que ali estavam. Mas ao mesmo tempo percebi que não deveria ser diferente. Meu pai era chefe da polícia da cidade. Todos de Forks o conheciam, era normal estarem ali presentes. Quando cheguei na rall de entrada da capela todos pararam para me olhar. Eu senti a minha pulsação acelerar com todos os olhares em mim. Eles não me olhavam como a filha que estava sofrendo pelo pai, pareciam estar pensando em como tive a ousadia de aparecer no enterro dele. Eu sabia que seria assim que todos me veriam, afinal, eles pensavam que eu era uma má filha, que não prestava. Todos da cidade achavam isso. Respirei fundo e apertei mais o meu braço ao redor do de Edward. Ele me olhou sério, mas seus olhos demonstravam o quão preocupado estava. Adentramos a capela sendo seguidos pelos olhares de todos, seguimos direto para o caixão onde estava meu pai. Sue estava sentada ao lado do caixão com os olhos inchados e vermelhos e Leah estava atrás dela com as mãos apoiadas em seus ombros. Percebi os outros dois filhos da Sue no canto. Aproximei-me dela tirando os óculos escuros e sentindo meus olhos embaçados pelas lágrimas que já ameaçavam cair. Sue levantou os olhos para mim e em seguida me abraçou. Senti Edward pegar os buquês que eu segurava das minhas mãos.
Nós duas começamos a chorar ao mesmo tempo. Eu sentia que ela estava tão desesperada quanto eu. Ficamos vários minutos apenas chorando nos braços uma da outra. Ela sabia que minha vida não tinha sido fácil com Charlie, mas que eu o amava mais do que tudo. Quando finalmente nos separamos ela segurou meu rosto e me olhou profundamente.

– Eu sinto tanto Bella.
– Eu também. Você não sabe o quanto. – Respondi.

Leah também veio me dar os pêsames e depois eu segui para onde estava o caixão do meu pai. Não percebia mais ninguém, apenas ele deitado ali, imóvel, seu rosto sereno. Eu toquei suas mãos entrelaçadas sobre o peito, o terno que ele usava e no final seu rosto. Estava um pouco frio, mas ainda sim não parecia estar morto e sim dormindo um sono profundo. Lembrei que ele tinha dito que agora estava em paz. A capela estava toda florida de rosas brancas. Edward segurou minha mão e me entregou um buquê. Eu tirei uma rosa do meio dele e coloquei em cima do corpo do meu pai.


Depois de um tempo eu senti mãos pequenas afagando o meu braço e quando me virei me deparei com a Alice. Ela me abraçou apertado dizendo palavras de conforto e eu me senti mais tranqüila com a presença dela. Quando ela me largou eu percebi Esme logo atrás esperando pra falar comigo, ao lado do Edward. Ela me olhou e depois me abraçou me confortando também. Estava triste demais para ligar pro fato de que ela já sabia de mim e do Edward. Apenas a abracei apertado sem me importar com nada mais. As poucas pessoas que chegaram até mim para me confortar, porque o restante dos moradores de Forks só me olhava de longe. Eu tentei não dar importância a isto, mas Edward estava incrivelmente atento a todos a minha volta, sabia que não poderia esconder nada dele, em breve conversaríamos.

Depois de mais algum o advogado do meu pai chegou na capela e veio falar comigo. Ele estava de terno preto e com um semblante cansado.

– Oi Bella. Meus pêsames pelo seu pai. – Disse me abraçando.
– Obrigado Sr James.
– Só James.
Ele apertou a mão do Edward e beijou a de Alice e Esme que estavam comigo.

– Bella já está na hora. Temos que levá-lo.- Ele disse suavemente.
– Tudo bem. – Disse com dificuldade. Sabia que essa seria a última vez que o veria. Meu pai.


Dois homens entraram na capela e fecharam o caixão enquanto mais dois esperavam. Depois cada um pegou nas alças e começaram a carregá-lo para fora da capela. Todo mundo seguindo de perto. Uma procissão. Eu estava logo atrás do caixão segurando um buquê e a mão da Alice. Edward passando o braço sobre meu ombro e Esme ao lado dele. Sue estava vindo logo atrás com a Leah e os dois filhos mais velhos a rodeando.

Seguimos em direção ao tumulo onde colocariam o caixão e os coveiros começaram a descê-lo por uma corda. Senti de novo as lágrimas quentes banhando meus olhos. Era terrível vê-lo sendo soterrado por terra. Era meu ali, meu único parente que ainda restava. Edward me abraçou afagando meus cabelos e minhas costas, e eu ouvia outras pessoas também chorando. Quando terminaram de enterrar o caixão colocaram uma lápide onde dizia: Charlie Swan, descanse em paz.

– Te amo pai. Sempre amarei. – Coloquei o buquê em cima do tumulo e alisei a lápide. Todos prestaram suas últimas homenagens e em indo embora. Sue se despediu de mim e disse que queria voltar a me ver. Eu continuei ali por mais uns minutos, olhando para a terra que agora cobria o último parente que eu tinha. Edward me chamou.

– Vamos Bella? – Eu olhei pra ele e pra mão que estava esticada me convidando. Segurei sua mão e começamos a andar. Ele sabia que eu ia visitar a minha mãe. Eu queria fazer isso sozinha.

– Eu gostaria de visitar a minha mãe. Vocês poderiam me esperar lá fora? – Disse aos três. Esme e Alice aceitaram e foram saindo depois de me darem um beijo. Edward continuou me olhando.
– Eu vou ficar bem Edward. – Sabia que era isso que ele queria saber.

– Tem certeza? – Perguntou.
– Sim. – Cheguei perto dele e o beijei levemente. Ele me entregou o outro buquê e sai do cemitério.

Segui devagar para as sepultaras mais afastadas do cemitério me lembrando de quando fiz esse mesmo trajeto outras vezes. Cheguei em frente ao tumulo de minha mãe e fiquei olhando para a lápide. Minha mãe sempre fora muito alegre e devota. Ela fazia de tudo por nós e isso era evidente a qualquer um que a visse. Na sua lápide estava escrito: Reneé, seu amor e devoção para com os seus foram sua maior virtude.
Coloquei as flores no tumulo e fiquei pensando em tudo que queria contar a ela. Mas nad a disso importava agora. Eu sabia que onde quer que ela estivesse com certeza estava vendo tudo que eu fazia, então apenas disse o que realmente importava.

– Eu te amo mãe. Sempre amarei. – Era verdade. Eu nunca me esqueceria dela. Do seu rosto, do sorriso, o jeito como falava dos garotos pra mim. Tudo, absolutamente tudo ficaria guardado comigo.

Sai do cemitério e encontrei Edward, Alice e Esme conversando em frente ao carro da Esme. Eles pararam de falar quando me aproximei e me olharam. Respirei fundo e segui até o Edward o abraçando. Eu precisa dele e não me importava de Esme saber disso. Antes sim, mas agora as coisas seriam diferentes. Eu viveria a minha vida. Ela era muito curta pra ficar desperdiçando com medos e incertezas. Nada melhor do que ter alguém perto de você, te amando, e por isso não me importaria com o que a Esme pudesse estar pensando.
Edward beijou minha cabeça e Esme olhou pra gente séria e depois sorriu. Agora seria um novo começo. Eu seria assim, sempre que fracasse, levantaria a cabeça, colocaria um sorriso no rosto e começaria de novo.



AVISO*

Como quase todas vocês estão me perguntando pelos reviews isso eu respondo. A Bella vai sim perder a memória e talz, mas eu quis tirar logo o Charlie do caminho, porque agora ela vai poder seguir a vida dela sem olhar pra trás, e isso é muito importante no decorrer da história. A partir dos próximos capítulos a história vai começar a caminhar para o seu climax. Aguarde! Nos vemos nos reviews. Eu respondo todos os reviews de vocês, podem olhar lá.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor!