Acordei com o som estridente do meu celular despertando em cima da cômoda. Não lembrava como ele tinha ido parar lá. Desliguei o despertador com vontade de atirar o celular do outro lado do quarto. Enfiei o celular em baixo do meu travesseiro e continuei deitada na cama de olhos fechados. Fiquei imaginando se tudo o que tinha acontecido na noite anterior fora apenas um sonho. Sorri pra mim mesma ao lembrar dos lábios macios do Edward junto aos meus.


Parei de sonhar e dei um pulo da cama pra me arrumar pro trabalho. Na mesma hora me arrependi de ter feito isso, uma forte tontura me atingiu e eu tive que me sentar na cama de novo. Droga! Tinha esquecido que enchi a cara ontem. O episódio da boate pareceu ter acontecido a um século atrás. Contando com a noite passada o Edward já tinha me salvado duas vezes. Meu herói.

Depois que tomei um banho bem gelado pra aliviar a dor de cabeça da ressaca fui escolher uma roupa bem sexy pra ir trabalhar. 
Escolhi uma calça jeans escura bem justa, all star preto e branco , blusa branca e uma jaqueta jeans por cima. O cabelo eu prendi num  rabo de cavalo meio frouxo. Peguei minha bolsa com as minhas coisas e guardei o óculos escuro dentro dela. O dia estava lindo e o sol estava começando a aparecer lindo e brilhante no horizonte.


Saí do meu hotel antes do meu horário de trabalho porque tinha que passar na farmácia pra comprar um analgésico pra dor de cabeça . Depois fui pra lanchonete que fica em frente ao "The Cullen's " tomar café da manhã. Pedi meu café a garçonete e sentei no mesmo lugar que me sentara no dia em que cheguei a cidade. Tive a mesma visão que tive do restaurante da frente a diferença era que agora eu trabalhava nele . Olhei meu celular e vi que faltavam 25 minutos pra mim ter que chegar no " The Cullen's " . A garçonete trouxe meus ovos com bacon e um copo de suco de laranja bem gelado. Tomei dos comprimidos de aspirina com o suco e comecei a comer olhando distraidamente pela janela pra rua . Foi quando ouvi um ronco de motor e meu coração disparou com a imagem do volvo do Edward estacionando na calçada do restaurante do outro lado da rua. Só pensei em uma coisa : Como será que estaríamos nos tratando hoje?


Ele poderia muito bem ter mudado de ideia em relação a gente ou pior, tudo o que aconteceu poderia ter sido coisa da minha cabeça. Afinal , essa história de namorar e escondido aconteceu rápido demais. Poderia muito bem ser um sonho .


Ele saiu do carro tão graciosamente que eu o visualizei em um daqueles filmes em que o galã extremamente lindo e sexy aparece em câmera lenta com os óculos escuros vindo na sua direção. Eles passou a mão nos cabelos totalmente bagunçados e eu derreti só de imaginar que na noite passada eu senti eles entre meus dedos e ,como são macios. Suspirei.

 Eu pensei que ele iria pro restaurante , mas ele virou e atravessou a rua vindo em direção da lanchonete. Eu gelei e nem sei porque. Procurei rapidamente meus óculos escuros dentro da minha bolsa e os coloquei. Discretamente eu segui ele com os olhos por trás dos meus óculos bem escuro. Fingi que estava comendo distraidamente mas de olho na entrada da lanchonete que estava de frente pra minha mesa. Ele entrou na lanchonete e foi direto pro balcão e a mesma garçonete que me atendeu foi até ele com um sorriso desnecessário estampado no rosto. O pior é que ela era bonita, até demais pra minha pouca auto-estima. Minha vontade era de ir lá e mostrar que o MEU EDWARD tinha namorada. Mas como era o nosso primeiro dia de namoro e eu não tinha certeza de como estávamos não podia precipitar-me. Eu estava tão insegura ,como se por encanto eu acordasse e tudo voltasse a ser como era antes, e eu estivesse na casa de Charlie vivendo aquele inferno outra vez. Suspirei , eu tinha que parar de me martirizar e seguir em frente. As lembranças das vezes em que o Charlie me ofendeu ou me bateu ainda estavam frescas na minha mente e só de me lembrar sentia um embrulho no estômago .


Eu estava tão absorvida em pensamentos que não percebi quando o ele se aproximou de mim e falou com a voz mais linda e familiar que eu conhecia.

- Oi , Bom dia . Está tão pensativa . Posso sentar com você ? - Eu pisquei pra voltar a realidade e olhei pra cima onde ele estava em pé,  atrás da cadeira em frente pra minha. Ele deu um sorriso torto que me desorientou de novo e eu lutei pra encontrar o som da minha voz.

- Claro que pode. - Eu sorri meio constrangida por ter ficado sem fala com o sorriso e a voz dele e o meu rosto (traidor) corou. Ele sentou na minha frente e tirou os óculos escuro , eu fiz o mesmo.


Quando eu ia começar a falar a garçonete atirada chegou na nossa mesa. Ela só olhou pro Edward me ignorando. Eu queria arrancar os olhos dela da cara. Eu encarei o Edward pra ver se ele iria corresponder as investidas da loira de farmácia. Ela colocou uma caneca de café na mesa e ele a dispensou sem nem olhar pra ela. Eu vibrei internamente com a cara que a lambisgóia fez . O Edward não tirou os olhos de mim .


- Eu sonhei com você essa noite . e estou com uma vontade louca de te beijar. - Ele sorriu cheio de malícia e eu fiquei vermelha ,mas não era de vergonha e sim de tesão. Me perdi naquele sorriso e acabei sem fala outra vez. Pensa rápido Bella e fala alguma coisa antes que ele te ache uma completa tapada.

- Então me beija. - Ah , não acredito que disse isso em voz alta.

- Eu posso ? Porque se bem me lembro , ontem você falou que queria namorar em segredo. - Pelo menos não foi apenas um  sonho.

- Não, é melhor não. - Disse rapidamente. - Estamos em dia de trabalho e você ainda é o filho da minha patroa. - Falei sem pensar e o sorriso dele murchou.

- Bella ,eu sinceramente preferiria que você me tratasse apenas como Edward , seu namorado. A gente já combinou de deixar rolar, não quero que pro causa disso a gente brigue.

- Eu sei , mas ainda fico meio receosa de alguém saber e por causa disso eu perca meu emprego. Eu preciso dele Edward.

- Bella ,você não acha mesmo que a Esme te demitiria só porque você namora comigo ,acha ? Eu não acredito que a minha mãe seria capaz de fazer isso, ela não é assim. Você a conhece. - Ele disse sério e eu não queria que já no nosso primeiro dia de namoro brigássemos . Mas se a gente continuasse com esse assunto era nisso que iria dar. Eu também não achava que esse fosse  tipo de atitude que a Esme tomaria, mas eu não estava dentro da cabeça dela . Depois de tudo que eu tinha passado com o meu próprio pai, mudei meu modo de pensar. Ninguém era confiável, até mesmo com o Edward eu tinha lá minhas inseguranças. Mas eu não podia demonstrar minhas fraquezas pros outros. Respirei fundo tentando pensar com clareza.

- Está bem Edward, eu acredito em você, mas não vamos discutir no nosso primeiro dia de namoro. Mas vamos nos encontrar apenas fora do meu horário de serviço tá. Por favor ?- Eu sorri pra apaziguar as coisas e ele retribuiu meu sorriso. Ele segurou minha mão que estava em cima da mesa.

- Isso pode né ? Então  ,posso passar no seu hotel mais tarde pra gente sair ?
- Hum... E onde o Senhor está pensando em me levar ?
- Primeiro vamos jantar e mais tarde a gente decide o que fazer. - Ele mostrou um sorriso torto cheio de segundas intenções e eu engoli em seco tentando sorrir também.

- Claro, mas é melhor a gente ir abrir o restaurante logo, a dona Esme não vai gostar de saber que não estamos cuidando do " The Cullen's " como deveríamos. - Ele riu e chamou a piriguete, Ops! Garçonete dedicada e pagou a nossa conta. Eu não gostei nada , mas ele não me deu ouvidos. Saímos da lanchonete conversando bobeiras e andando a uma distância segura um do outro . Quem visse de longe pensaria que éramos apenas amigos. O Edward abriu o restaurante e logo os outros começaram  a chegar. Como sempre eu tive que dar os beijos do Piter e agüentar as superstições malucas dele. Todo mundo começou a trabalhar e adiantar os seus afazeres e eu e o Edward não nos falamos mais .


Alice chegou atrasada e com uma cara de ressaca que se via de longe. , sem falar no tremendo mal humor que era uma coisa até engraçada de se ver , logo ela que sempre estava com o humor radiante e inabalável. Ela disse que estava com muita dor de cabeça por causa da ressaca e eu dei dois comprimidos de aspirina a ela. Quando eles fizeram efeito o humor dela voltou. A manhã passou relativamente rápida e eu passei metade dela pensando em como abordar a Alice pra falar sobre um assunto que estava me preocupando . Eu queria um conselho de como eu deveria contar pro Edward que eu ainda era virgem , antes que chegássemos num ponto em que seria muito mais constrangedor contar. Queria deixar ele à par disso logo no início.


Na hora do almoço todo mundo se reuniu na sala dos funcionários pra almoçar. Enquanto a gente comia ficamos todo mundo estava conversando sobre besteiras e eu estava ficando cada vez mais ansiosa pra falar com a Alice . O Edward não parava de me dar um olhares maldosos e toda vez que meus olhos encontravam os dele eu abaixava a cabeça constrangida e vermelha igual um tomate.

Eu soube disso porque o Piter - que não é nem um pouco discreto - começou  me zoar . Eu ,é claro, fiquei mais vermelha ainda.

- E ai Bellinha , é impressão minha ou você está mais vermelha que um tomate ? Eu devo estar colocando pimenta demais na sua comida. - O Piter disse e todo mundo riu . Eu olhei de relance pro Edward e ele estava adorando a brincadeira do Piter. Decidi revidar.

- É Piter a culpa é toda sua que está errando a mão na hora de temperar a minha comida. - Falei me achando.
- Só espero que isso não afete os meus beijos da sorte. - Ai Deus , ele de novo com essa história de beijo da sorte. Se ele soubesse que a pessoa mais azarada do planeta era eu , não iria chegar nem perto de mim.

- Você sabe que isso é pura besteira. Eu tenho tanta sorte quanto um treo de 3 folhas.
- Então como você me explica o fato de eu ter ganhado as duas vezes que você me beijou ? - Ele fez uma cara de superior , como se eu não tivesse como argumentar a teoria fajuta dele. Eu revirei os olhos .

- Foi só sorte Piter.
- Por sua causa.
- Ta bom então , quando você ficar milionário por sorte minha , eu vou querer metade de tudo que você tiver. - Eu falei como se fosse uma causa impossível, coisa que era mesmo .
- Trato feito então.

Ele disse convicto e eu fiz uma careta pra ele e ele pra mim. Todos riram da nossa conversa bizarra.
Depois do almoço os homens ficaram vendo um jogo que estava sendo transmitido na Tv e eu e a Alice fomos pra frente do restaurante ficar no balcão da recepção. Assim que ficamos a sós ela olhou pro corredor que dava pra sala dos funcionários. Estava vazio. Ela me olhou intensamente com os olhinhos brilhando . Ela falou tudo de uma vez e eu fiquei sem reação com a enxurrada de palavras que ela soltou.

- Vamos Bella , fala logo . Eu sei que rolou algo entre você e o Edward ontem e não tente mentir pra mim dizendo que não houve nada porque eu já saquei tudo. Eu não sou burra. Eu vi os olhares maliciosos que ele estava te dando lá dentro e a sua reação à eles. Ontem quando eu vi o Edward na boate sabia que dando um empurrãozinho algo iria rolar . Eu senti isso . Eu sabia , eu sabia , eu estava certa ,afinal. - Ela terminou dando uns pulinhos e uns gritinhos como se tivesse acabado de ganhar um doce muito bom e ficou me olhando com os olhos brilhando na expectativa da minah resposta. Era agora que eu iria ter que falar . Alice e seus pressentimentos nunca falharam. Já que estava ferrada mesmo , era melhor compartilhar.