Guerra Das Sombras escrita por Neko D Lully


Capítulo 14
A luta começa... Pilares x Controladores


Notas iniciais do capítulo

Bom... aqui teria uma luta, mas acabou ficando para o proximo. Prestem atenção nas notas finais porque tenho uma questão que quero que respondão ok?
Comemorando aqui a chegada da centezima pagina da fic! Isso vai ficar maior do que pensei...



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Guerra das Sombras

- Informações? Que tipo de informações? – questionou Yin sem compreender muito bem que tipo de informações Dark Chaos que se escondiam em uma parte praticamente isolada do mundo poderiam ter para eles. O Dark Chaos assentiu e os garotos se acomodaram para ouvir o que ele tinha a dizer. Cada um se recuperando aos poucos dos ferimentos que tinha sofrido na batalha anterior, com Racer sem conseguir nem mover um músculo sem sentir um tremendo ardor em seu corpo.

 - Como já devem ter percebido sou um Dark Chaos witch, Kimy e Dalkon pensaram que seria mais favorável para passar a mensagem que tenho a contar. – informou o Dakr Chaos em um tom formal, ele tinha permanecido em pé e encarava a todos os quatro vampiros com muita seriedade. – Dalkon não queria ficar fora dessa guerra, por isso pediu para que tentássemos invadir a mente de nossos companheiros controlados e descobríssemos o que Gaia esta planejando. Como já devem ter percebido temos uma ligação mental com nossos companheiros.

- E descobriram alguma coisa? – perguntou Racer ainda com uma voz rouca e fraca quase irreconhecível. Seu corpo se curava lentamente, mas precisava se alimentar para que isso acontecesse mais rápido e se sentisse realmente melhor. Porém, agora tinha que prestar bastante atenção nas informações que eram dadas. O Dark Chaos novamente assentiu.

 - Descobrimos que Gaia já esta organizando os exércitos para a batalha final e procura mais contribuintes do seu mundo. Esses Pilares de Gaia ou Oito Espadachins do Medo servem apenas de distração para vocês, se bobear para eliminar os três que Gaia não necessita. – os quatro vampiros se entreolharam preocupados, se eles não participassem da guerra quem derrotaria Gaia?

 - E o que faremos? Não podemos cair no jogo deles! – exclamou Ramon desconcertado se levantando do sofá e mirando Racer de maneira interrogativa e desesperada. O ouriço azul pensava um pouco, procurando achar alguma solução para o problema que tinham agora. – Se não aparecermos na guerra nossos pais irão enfrentar Gaia, e você sabe o que vai acontecer com eles se isso realmente rolar, Racer.

 - Eu sei, mas também não temos chances contra Gaia se não tivermos as esmeraldas caos. Por isso mesmo que isso for para nos atrasar temos que ir atrás dos Pilares de Gaia pegar as esmeraldas. – falou Racer se sentando no sofá, mesmo ainda sentindo aquelas terríveis dores em seu corpo. Por um instante Ramon pensou estar vendo o mesmo Racer que convivera por quatorze anos depois que Yin se fora, o mesmo que tinha desaparecido quando ela voltara. – Eu também duvido que Gaia aja tão longe do alinhamento dos planetas, ele não é idiota de lutar antes que seu ponto mais fraco esteja prestes a acabar. Como todos os acontecimentos astronômicos esse alinhamento não deve durar muito tempo e quanto mais próximo dele ele atacar melhor vai ser para ele. O melhor que temos a fazer é continuar com o plano inicial. Mais alguma informação?

 - Já estamos informando a seus pais e pedindo para que comecem também a organizar os exércitos. Mas se vocês vão mesmo enfrentar os pilares de Gaia temos informações que podem ser uteis. – o dark chaos se ajeitou no lugar e então continuou. – As duas gêmeas, conhecidas como vampiras do tempo conseguem ver o presente e o futuro, só trabalham em dupla, nunca se separam. O lobisomem é meio que protetor delas, é bruto e prefere usar mais a força do que a cabeça. O monstro, um aracnídeo bem escorregadio, tem todas as habilidades de aranha e apesar do tamanho se locomove bastante rápido. A bruxinha braço direito do líder deles é cheia de truques e sua especialidade é em controlar os estados da matéria, solido, liquido e gasoso. A vampira sedutora é bastante perigosa, controla qualquer garoto que quiser. O bruxo é calado, mas tem poderes que são capazes de penetrar em sua mente e puxar seus piores medos. E por ultimo o líder deles, um vampiro forte, tem o mesmo poder de raios de Gaia, astuto e ágil é o mais perigoso de todos eles.

 - Onde é a base deles? – questionou Racer encarando o Dark Chaos com seriedade. Não se preocupava como eles tinham obtido essas informações, não lhe importava o quão forte aquelas pessoas eram, tudo o que queria era ir até lá e pegar de volta as esmeraldas caos e sua mochila.

 - Eles devastaram uma pequena cidade na França e construíram sua base lá. Faz poucas noites atrás. – respondeu o Dark Chaos e Racer assentiu tomando alguns minutos para pensar em um plano. Não demorou muito para voltar a encarar seus parceiros.

 - Hoje a noite nos alimentaremos, não importa quantos humanos teremos que usar para conseguir nossas forças de volta. Na próxima noite iremos até a França e acabaremos com os Pilares de Gaia. – falou em um tom autoritário obrigando a todos seus amigos a assentirem sem questionar. O Dark Chaos então desapareceu e Mitsuki e Ramon foram cada um para um quarto do lugar deixando Racer e Yin sozinhos na sala. A garota já ia se levantar para ir para um quarto quando Racer lhe segurou pelo pulso. – Você vai tomar de meu sangue Yin.

 - Racer eu não posso fazer isso. Você tem que estar forte para a luta que teremos que enfrentar, se eu beber do seu sangue você vai ficar ainda mais fraco do que já esta agora. – respondeu, tentando soltar seu pulso das mãos do garoto, mas ele era bem mais forte. Novamente se impressionara com o quanto Racer tinha evoluído nesses anos que estivera fora. – Racer eu não...

 - Sem “mas”, sem desculpas. Você vai tomar de meu sangue e ponto. – disse ele novamente em um tom autoritário fazendo o corpo da garota se estremecer, sem saber se era por medo ou surpresa. Ele nunca havia falado assim com ela, nunca havia lhe tratado daquela maneira. – Sangue humano não vai te satisfazer e não vou deixar que ataque outro vampiro para depois outros virem te acusando. Você vai beber do meu sangue agora, um pouco antes de eu ir caçar e um pouco antes de irmos, para assim eu poder me alimentar de novo.

 - Racer eu não posso fazer isso. – novamente tentara se soltar só que dessa vez Racer a puxou para o sofá a deitando bruscamente no mesmo e se posicionando encima dela. O rosto de Yin corou junto com o do garoto, mas o tom sério ainda não tinha desaparecido do mesmo enquanto ela se encontrava mais que surpresa pelo o que estava acontecendo.

- Eu não estou pedindo, Yin, eu estou mandando! – exclamou ele para logo tirar uma das adagas de um dos bolsos da calça e o levar até o próprio pescoço. Yin assistiu tudo com um certo medo, vendo como Racer fazia um corte na lateral do pescoço e logo levava seu rosto até o lugar. Ao sentir o cheiro do sangue não conseguiu se conter mais e passou a beber aquele tão glorioso sangue, tendo novamente aquele imenso prazer preenchendo a ambos.

 Racer conteve um gemido enquanto abraçava com mais força o corpo da ouriça debaixo de si. Seus olhos verdes encararam um ponto qualquer da sala enquanto sentia a garota passar as mãos por seu peito, em sua mente se lembrava do que tinha omitido, ao não dizer a garota que só queria que ela bebesse do seu sangue e de mais ninguém. Mas ele também não conseguia esquecer que agora o mundo estava em suas mãos e que para fazer o que precisavam fazer precisavam das esmeraldas.

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  Reunidos naquela enorme sala todos encaravam a pequena Dark Chaos com muita atenção. Todos os lideres das raças tinham sido chamados para ouvir o recado que a garota tinha a dar. Não demorara muito já que três deles já se encontravam no lugar marcado para o encontro. Scrouge pegara a mania de sempre ir ver a mãe, tanto para compensar os anos que tinha ficado longe de todos como para garantir que aquele demônio não passasse da linha, tendo a impressão que agora os dois não desgrudavam um do outro. Cassandra também já se encontrava lá, como parceira de Manic a pouco tempo ambos gostavam de aproveitar o tempo que perderam antes agora juntos. O único que realmente fora chamado era Aquaros que estava em suas terras quando Maria e Blaze trouxeram a pequena para o castelo na Transilvânia.

 Agora como guerreiros de elite que tinham autoridade para atuar em nome do rei dos vampiros todos os vampiros que faziam parte daquela família estavam de volta, finalmente encontrando a todos reunidos. Quatorze anos tinham se passando desde a ultima vez que se viram completamente reunidos, mas ainda não tinham tempo para se cumprimentarem, nem mesmo para trocar um olhar. Todos estavam alertas, completamente atentos a criatura que tinham a frente segurando aquele brinquedo que Maria havia deixado no chão da cidade do Canadá onde o primeiro contato entre vampiros e os verdadeiros Dark Chaos foram feitos.

 - E qual é essa informação que você quer da a nós pequena? – perguntou Manic tomando a frente de todos, quebrando o silencio que tinha se instalado na sala. A pequena o voltou a ver, com aqueles olhos tão peculiares que analisavam o terreno de maneira fria, se mantendo afastada de todos que se encontravam ali para sua própria segurança. Sabia que, mesmo sendo jovem, era essencial que fosse ela a dar as informações, sua aparência infantil a tornaria menos ameaçadora e assim poderia explicar tudo o que tinha a informar.

 - Sou uma Dark Chaos verdadeira, diferente de meus irmãos, como vários outros, não estou sob o controle de Gaia. Uns dias atrás os controladores foram na Rússia, onde se concentrava boa parte de nossa população. Graças a Rainha conseguimos recuperar nosso controle e assim decidimos ajudar nessa guerra. – introduziu a pequena que seguia exatamente o que lhe falavam pela mente. Tentava manter a calma e aparentar tranqüilidade. – Ainda estamos na Rússia e conseguimos algumas informações que ajudarão vocês.

 - E como podemos ter certeza que estão falando a verdade? – questionou um ouriço negro de faixas vermelhas na cabeça do lado de um ouriço praticamente igual a ele só que com faixas verdes acinzentadas e de uma ouriça loira. Por um instante a pequena ficou intimidada por aqueles olhos, mas então ouviu novamente aquela voz em sua cabeça e voltou a ter calma.

 - Acreditamos que temos a confiança dos controladores. Um dos nossos esta falando com eles sobre as mesmas informações que darei a vocês no momento. Se caso tiverem duvidas podem perguntar a eles. – todos ficaram em silencio por alguns instantes até que Manic fez um pequeno sinal com a mão indicando que a garota poderia voltar a falar. – Ficamos sabendo que Gaia já começou a mobilizar suas tropas, as esta organizando em nosso mundo e mandando aqueles que estão aqui já se prepararem para a guerra que ainda não tem um local exatamente definido. Acredita-se que será em algum local em um continente do seu mundo chamado Ásia. Acreditamos que fosse melhor já organizar também nossos exércitos, se caso vocês tem a idéia de montar um.

 Um tenso silêncio tomou conta do lugar novamente e os lideres se entreolharam. Agora que estavam realmente os quatro juntos as quatro raças poderiam formar um só exercito e ter mais chances de ganhar, mas ainda tinham vários “porens”. Um deles era que muitos ainda temiam os Dark Chaos, e trabalhar com eles seria impossível. Outra coisa, seria difícil convencer, principalmente aos lobisomens, a trabalhar junto com as outras raças, porque, apesar de terem um acordo de paz e muito tempo ter se passado desde o ultimo encontro conflituoso entre duas raças da noite diferentes, ainda havia muito atrito entre elas.

 - A pequena tem razão, temos que começar a agir, se não teremos que lutar sozinhos novamente e aposto que Gaia não vai conter a mão no numero de seu exercito. – falou Manic quebrando o silêncio que tinha se formado. Cassandra olhou para ele, surpresa. Como conseguiriam arrumar tal exercito? Mesmo sendo lideres era capaz de ninguém os ouvir!

 - Manic, pense! Quem tentaria nos ajudar, principalmente tendo Dark Chaos ao nosso lado. – Scrouge ficou calado apenas olhando aquilo com um pé atrás. Era novo, não tinha a confiança dos lobisomens como Dairos tinha e por ser um hibrido de lobisomem e vampiro era ainda mais difícil convencer aquela espécie. – Nem mesmo com a teoria que temos em mãos, de que Gaia poderia ficar fraco eles iriam acreditar em nós.

 - Apenas se tivermos os controladores do caos ao nosso lado, mostramos que temos chances de ganhar e assim qualquer um lutaria ao nosso lado. – isso era mais para se mesmo do que para os outros que estavam ali, mas seus pensamentos acabaram saindo em voz alta e todos os miraram sem realmente compreender o que ele estava insinuando. – Os controladores do caos são os únicos que acreditam ser capazes de vencer Gaia. Se mostrarmos que eles confiam nesses Dark Chaos e que eles têm a força para ganhar essa guerra grande parte dos seres da noite vão querer lutar.

 - Só tem um problema nisso Manic, eles estão viajando pelo mundo em busca das esmeraldas caos. Os lobisomens, por exemplo, vão falar que eles fugiram e estamos mentindo para eles ou algo do tipo. Só conseguiremos mostrar isso se eles estiverem aqui. – opinou Silver, mas nem mesmo com isso Manic recuou.

 - Os chamamos! – exclamou, mas ainda mantendo seu jeito sério de rei. Tinha certeza que isso daria certo, tinha certeza que encontrariam pessoas que lutariam junto a eles como sempre encontraram, mas então aquela noticia veio.

 - Eles vão enfrentar os Pilares de Gaia. – os olhares se voltaram para a pequena Dark Chaos que ainda se mantinha no centro de todos eles, a uma distancia aparentemente segura. – Acabei de receber a noticia. Os pilares de Gaia roubaram quatro esmeraldas deles e agora eles estão indo até a localização deles para pegá-las de volta.

- Quem são os Pilares de Gaia? – perguntou Maria encarando a todos que estavam ali no momento. Era a primeira vez que ouvia aquele nome e pela expressão dos outros para eles também. A pequena Dark Chaos a encarou e então respondeu a pergunta.

 - É um grupo que se formou a pouco tempo de seres da noite novos e bastante fortes. Apóiam completamente a Gaia e só agora começaram a agir. Antes ficavam ocultos nas sombras fazendo trabalhos pequenos até que na Oceania eles atacaram os controladores e os derrotaram. – todos ali prenderam a respiração. Todos? Yin? Mitsuki? Ramon? Racer? Todos eles foram derrotados? Mas então como seria a luta contra Gaia? – Agora o líder deles quer ir até a base deles na França e pegar as esmeraldas de volta.

 - Eles vão se matar assim! – exclamou Scrouge voltando seu olhar para Manic que parou e pensou um pouco. Realmente, se eles já tinham sido derrotados uma vez era bem capazes de perder de novo e ainda pior. Claro que tinha fé nos quatro garotos, mas também não poderiam arriscar perdê-los, tanto porque faziam parte da família quanto pela guerra. Mas a decisão que Racer tinha tomado era sabia, não tinha como eles lutarem contra Gaia sem as esmeraldas caos e uma hora ou outra teriam que enfrentar esses pilares. – Manic temos que fazer alguma coisa!

 - Como posso me comunicar com Racer de maneira rápida? – perguntou Manic a Sonic e Amy deixando todos um pouco atordoados. Era como se ele não se importasse, era como se para ele aquilo fosse o de menos! Mas Cassandra via nos olhos azuis do ouriço a determinação e confiança que tinha, via a sabedoria que ele aprendera a ter com os anos.

 - Ele tem um celular, trouxe com ele depois de sua segunda ia a... Acho que Nova York. Não me pergunte como ele arrumou, mas trouxe para nós também. – respondeu Sonic dando de ombros sem ver como aquilo poderia ser importante. – O numero dele é o único gravado é só ligar, ele normalmente atende.

 Manic pegou o celular que Sonic tirara do bolso. Não era simples, um iPhone completo que ainda era caro no mercado, mas nem se perguntou como o garoto tinha arrumado aquilo, a pergunta nem lhe passara pela cabeça. Tudo o que precisou fazer fora entrar na parte de contatos e clicar no único numero que tinha ali. Agora era só esperar.

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 Sentado naquela cômoda cadeira não podia conter o enorme sorriso que surgia em seu rosto. Finalmente, o que imaginara desde criança, poderia se concretizar, finalmente poderia ter tudo o que queria! Sentiu então aquelas delicadas mãos passando por seu pescoço e seu sorriso se alargou ainda mais. Se pudesse tê-la para si sem problemas, sem os preconceitos que surgia a sua volta... Mas por ser o que era sempre sofria isso. Afinal que culpa tinha de ter nascido assim? Que culpa tinha de ser quem era? Não podia ser feliz como qualquer vampiro queria com sua parceira? Não podia finalmente viver?

- Ray, tem certeza que isso vai dar certo? E se eles não vierem? – questionou a morcega ruiva enquanto lixava as unhas desinteressadamente e logo as mirava de maneira critica e voltava a lixar. O ouriço negro azulado se levantou, ainda segurando a delicada mão da gata a seu lado que logo o abraçou com carinho. 

- Eles virão. – respondeu tão decidido que todos os sete que lhe acompanhavam naquele lugar cômodo voltaram o olhar para ele, confusos pela segurança tão forte de seu líder. – Eles virão porque o que tem aqui – ele ergueu a mochila negra com detalhes azuis pela alça e mostrou a todos. – É muito importante para eles. Sem isso tudo pelo o que os pais deles lutaram e eles sofreram não teria sentido. Eles precisam disso para a guerra que surgirá daqui a pouco.

 - São apenas pedras! O que pode ter de tão importante? – questionou o lobisomem tendo uma das pequenas vampiras sentada em seus ombros com sua cabeça entre as pernas e a outra abraçando sua perna. O ouriço, Ray, negou com a cabeça ainda sorrindo extensamente.

 - A ignorância de sua raça, Bruto, as vezes me impressiona. – comentou o ouriço e então tirou de dentro da mochila uma esmeralda, a ultima que os controladores tinham conseguido. Aquela esmeralda verde reluzia como nunca na mão do vampiro que podia sentir uma ligeira rejeição de energia, mas não era tanta como imaginava. – Essas “pedras” não são comuns. O poder que contem aqui é capaz de fazer qualquer ser da noite te mil vezes sua força, mas para usá-las direito você tem que ser escolhido por elas. Os controladores são os escolhidos, eles conseguem manipular a energia caos que nos compõem para que eles fiquem bem mais forte do que aparentam. Se essas coisas estiverem nas mãos deles, se quiserem, eles podem controlar o mundo inteiro!

 - Essas coisas? – questionou a morcega apontando com a lixa de unhas para a pedra na mão de seu líder, tendo em seu rosto um olhar duvidoso e debochado. – Se eu não confiasse tanto em você, Ray, juro que já teria te dado umas pancadas na cabeça para ver se o cérebro volta para o lugar.

 - Sou tudo que você pensar, Vyolet, menos louco. – respondeu divertido o ouriço rindo pelo comentário de sua companheira. Ficou encarando um pouco mais aquela esmeralda e pode sentir como se poder começava a rodeá-la de maneira inconsciente. Era verdade o que Vyolet falara, era difícil acreditar que aquelas coisas podiam conter o poder de dominar o mundo. Porém, por mais estranho que possa parecer para sua pessoa, ele não queria o poder de ter o mundo nas mãos, queria outra coisa... – Agora melhor vocês irem para suas posições, tenho certeza que logo eles estão chegando.

 Seis dos componentes dos pilares saíram, deixando aos dois parceiros sozinhos no ultimo andar da enorme torre que tinham construído em uma parte da França. Colocou novamente a esmeralda dentro da mochila e a deixou encima de sua cadeira de couro vermelha, mas antes que pudesse fazer qualquer outra coisa logo em seguida a pequena bruxa lhe puxou para baixo fazendo ambos se beijarem de uma maneira apaixonada e intensa. Ela levou uma mão a seu rosto e o acariciou com carinho, enquanto a outro ainda segurava sua blusa. Ele passara os dois braços pela cintura fina da garota e a trazia mais para si, chegando ao ponto de derrubar a mochila que tinha em sua cadeira para o chão e então fazer ambos sentarem na mesma, ela encima de seu colo.

 - Ainda tem tempo de esquecer essa loucura. – falou a gata se separando do garoto e levando ambas mãos a seu rosto para acariciá-lo com carinho. Ele abriu os olhos e a encarou, um se perdendo nos olhos do outro. – Sei que seus motivos para isso são aceitáveis Ray, mas você não esta sendo obrigado a isso! Podemos deixar tudo de lado e viver em paz juntos! Eu não me importo que você seja quem é!

 - Sa, olha para mim! Não tem como eu esconder quem sou, nunca vou poder e é por isso que desde pequeno sofro. Não sei como ele conseguiu, mas se estou aqui é por causa dele e a única maneira de terminar com esse risco que corremos todas as vezes que saímos é se ele conseguir o que quer. – agora era a vez dele de levar as mãos ao rosto dela e o acariciar com carinho. – Que se dane a guerra para mim! Eu nem participaria dela se não fosse por isso. Claro que tem um toque pessoal de meus ataques de ciúme que nunca irão sumir de mim, mas em geral é por isso que luto do lado dele. Para poder ficar a seu lado sem correr o risco de morrer a cada instante!

 - Ray eu larguei tudo por você. Minha família, meus amigos, tudo! Então, por favor, largue isso por mim... – os olhos dela se encheram de lágrimas. Ela sabia que ele não gostava de vê-la chorando, sabia que ia acabar fazendo ele chorar também e por isso escondeu o rosto na blusa dele, a segurando com força. – Ele é forte Ray, ele usou nem a metade da força que ele poderia usar com a gente, e por mais que você também seja forte não sei se pode ser capaz de derrotá-lo. E eu não quero te perder Ray! Eu não conseguiria viver sem você!

- Safira... Você não vai me perder, isso nunca aconteceria... – passou a mão pelos cabelos dela, beijou o topo de sua cabeça e então a abraçou com mais força. – Não sabe o quanto me odeio por ter feito você fazer o que fez e eu faria a mesma coisa por você, mas se quero mesmo ficar com você tenho que lutar para que você esteja segura, mesmo que ao meu lado e se ele pode garantir isso para mim recorrerei a ele. Agora vá para seu posto e nos falaremos quando tudo terminar, ok? Estarei te esperando aqui, vivo e vitorioso.

 Por mais que não quisesse assentiu e se levantou, caminhando de cabeça baixa até a saída do lugar que aparecera como mágica a sua frente e então, logo que passara, se fechou. O ouriço permaneceu sentado em sua cadeira mirando o lugar que sua parceira tinha saído e então suspirou tristonho. Era tudo por ela, tentava se convencer, mas dentro de si uma inquietação lhe perturbava. Talvez estivesse sendo mesquinho colocando coisas tão idiotas no meio de seu relacionamento com sua parceira, mas... Por mais que tentasse evitar não conseguia tirar aquele ódio e ciúme de seu corpo. Era tão forte... Talvez por ser quem é ou porque realmente não merecesse alguém tão incrível como Safira...

 Pegou a bolsa em seus pés e a abriu, olhando novamente aquelas belas pedras que tinha lá dentro. Elas estavam encima de algumas roupas que o ouriço azul tinha separado para ele e parecia ter só isso, até reparar em um pequeno caderno no canto da bolsa, separado de uma maneira que não fosse amassado ou danificado. Curioso pegou o pequeno caderno e abriu a capa dura que possuía se encontrando com as paginas já ligeiramente sujas pelo tempo, em cada uma delas contendo riscos de lápis que formavam um belo desenho. Eram belos, extremamente perfeitos e a cada pagina que virava ia desvendando assuntos em sua mente que antes tinham passado despercebidos.

 Não pode evitar que seus olhos se abrissem até não poder mais, descobrindo algo que de certa forma não esperava ser possível, mas que já tinha uma idéia que poderia ter acontecido. Suspirou e fechou o caderno o devolvendo a mochila e a deixando em sua cadeira enquanto se levantava. Logo eles estariam ali e sentia uma leve pena do garoto.

 Por mais que não soubesse ele fora o escolhido para permanecer vivo enquanto seus amigos seriam eliminados... Ele iria abrir a passagem de Gaia e era ele que sofreria pela eternidade a perda de seus amigos. Suspirou mais uma vez, odiava ser o que era...

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 Um gemido contido escapou de sua boca enquanto segurava com força a madeira que compunha a cabeceira da cama, tentando maneirar para não quebrá-la, apesar de cada vez ser mais complicado. As delicadas mãos da garota passavam por seu peito, segurando seu pescoço, deslizando por suas costas e segurando sua blusa... Estavam sempre lhe puxando para baixo para que assim tivesse um acesso maior a área de seu pescoço que o ferimento tinha sido feito. Outro gemido escapou de sua boca e dessa vez não o conteve, sentia que estava perdendo o controle, que a cada vez que fazia isso se sentia mais próximos de passar da linha, de revelar tudo de uma vez e a forçá-la a ser sua, mas não podia, não podia obrigá-la.

 Amaldiçoou mais uma vez sua existência como vampiro, mas também porque diabos ela tinha que estar com uma blusa tão justa?! Ela apenas usava uma blusa negra justa que tinham arrumado por ai, não chegava a cobrir todo seu dorso, ela subia um pouco e deixava a mostra o plano ventre, nas pernas ela usava uma calça jeans folgada ligeiramente esverdeada e que pegava inicinho do quadril, se escorregasse um pouco mais para baixo mostraria a peça intima que usava. Tão tentadora, ela não sabia o que ele tinha que fazer para não perder a linha quando estavam assim.

 Sua respiração estava acelerada e entrecortada, seus pensamentos estavam uma bagunça e seus olhos nublados pelo prazer que sentia no momento. Tentava não encostar a mão nela, uma segurava a cabeceira da cama que já começava a rachar e a outra estava sobre a cama lhe apoiando para não colocar seu peso por inteiro sobre o dela. Mas mesmo assim ainda sentia as mãos dela deslizando por seu corpo, as pernas raspando nas suas, e o dorso dela pregando diversas vezes ao seu.

 A língua dela passou lentamente por seu machucado e pode sentir seu corpo encolhendo de prazer e um grunhido escapou de sua boca perto do ouvido dela. Quase no mesmo instante ela gemeu perto de seu ouvido, baixinho, de maneira suava... Depois dessa pensou que realmente ia perder o controle. Sua sanidade estava por um fio e se aquilo continuasse acabaria fazendo o que seu outro lado estava a lhe ordenar. Ela o estava torturando, não era possível algo desse tipo, ela o estava incentivando a perder o controle... Mas não podia, por mais que parecesse se recusava a acreditar que poderia ser isso.

 Ela então parou de lamber e teve finalmente tempo para respirar e retomar a razão. Enquanto respirava ofegante, com o corpo todo tremulo ela ainda tinha as mãos perto de sua nuca, uma encostada a ela e outra nas costas. Os lábios dela então tocaram novamente a pele de seu pescoço e um calafrio o percorreu ao sentir o roçar do beijo que ela tinha lhe dado naquela área. Foi devagar e bem encima do ferimento, tão rápido quanto tinha acontecido e agora ambos estavam sentados na cama se encarando ligeiramente corados.

 - Sinto muito. – murmurou ela desviando o olhar e esfregando um dos braços em sinal de nervosismo. Ele levou uma mão até o ferimento no pescoço que já tinha se curado, sobrando apenas as leves manchas de sangue. Ainda sentia... O toque dos lábios dela naquela região. – Bebi muito dessa vez, acho que perdi a noção do que estava fazendo.

 - Tudo bem, desde que esteja forte para lutar hoje não precisa se preocupar em quanto sangue tirou de mim. – respondeu também desviando o olhar e se levantando da cama. Yin o viu ir na direção da janela, pronto para saltar e ir em busca de alimento para recuperar as forças que perdeu ali. Desviou o olhar por um instante e respirou fundo, aquela luta intensa consigo mesma a matava e precisava tirar o peso das costas.

 - Racer eu... – mas já era tarde, ele tinha ido embora e agora estava sozinha naquele quarto. Suspirou e se encolheu onde estava querendo sentir novamente aquela proteção do corpo de seu primo, querendo sumir novamente nos braços dele. O amor era algo tão estranho...

 O momento então chegou e enquanto Racer voltava para o hotel onde estavam hospedados para falar a todos que já podiam ir sentiu o celular vibrar em seu bolso. Fora a única coisa que não colocara em sua bolsa. Pegara o mesmo e atendera a ligação levando o aparelho ao ouvido para ouvir o que a pessoa do outro lado da linha tinha a dizer.

 - Racer. – apesar do numero ser de seu pai quem falara fora seu tio Manic, a voz séria mostrava que queria tratar de um assunto importante e por isso já se preparava para ouvir.

 - Algum problema tio? – perguntou já chegando na entrado do hotel onde seus companheiros estavam. Se saíssem aquela hora da noite encontraria a França no incio de sua movimentação noturna, o fim da tarde e inicio da noite, perfeito para eles.

 - Recebemos as informações que vocês irão lutar contra aliados de Gaia. – Racer não pareceu surpreso em ouvir aquilo, o Dark chaos que os informara antes falou que já estavam falando com seus pais. – Os pilares de Gaia, certo?

 - Isso, estamos indo pegar as esmeraldas caos. Algo de errado? – perguntou supondo que seus pais também já soubessem e estavam completamente contra essa busca, mas que podiam fazer? Teriam que pegar as esmeraldas.

  - Nenhum – respondeu Manic o que estranhou bastante a Racer. Pensou que viria reclamações por causa disso, mas ao contrario, seu tio parecia aprovar. – Sei que vocês tem que fazer isso e não vou falar nada para impedi-los, principalmente porque sei que não vai adiantar. Mas o que queria mesmo falar com você era sobre as questões dos exércitos que vamos com recrutar. Pensei que com vocês aqui seria mais fácil arrumar pessoas que queiram lutar.

- Não precisa se preocupar com isso tio. – falou sorrindo inconscientemente. Ouviu uma leve proliferação de duvida do outro lado e então acrescentou. – Apenas espalhe os avisos e aqueles que vão lutar irão aparecer. Pode se surpreender com o número.  

  Quando se viu de frente a porta do apartamento onde estavam hospedados desligou o celular e o guardou no bolso.  Levou a mão até a maçaneta abrindo a porta e dando de cara com seus amigos já na sala apenas o esperando. Não era preciso palavras para que todos soubessem o que teriam que fazer e Yin se levantou no mesmo instante, falando as palavras que abririam o portal que os lavariam até a pequena cidade da França onde os Pilares estavam.

 Racer foi o primeiro a entrar, se deparando de imediato com um lugar em ruínas, o solo se encontrava negro, pedaços do que um dia deveriam ter sido casas estavam espalhados por ai e no centro de toda aquela destruição se encontrava um enorme construção, uma enorme torre que parecia mais um arranha-céu, grossa na base e fina no topo. Era completamente negra e tinha um ar sombrio bastante próprio.

 Recer avançou indo na direção da única porta de entrada, os outros o seguiram de perto impressionados com o tamanho da construção e seu grande esplendor sombrio. O primeiro andar daquele lugar mais parecia uma loja de bichinhos de pelúcia, de todos os tipos, espalhados para todos os lados tendo cores extravagantes e brilhantes, o chão parecia mais um colchão rosa ao igual as paredes e no teto era possível ver o desenho de um estranho urso sorridente.

- Ray estava certo, eles vieram! – exclamou uma vozinha que ecoara por todo o lugar apesar de não poder se ver sua origem. Os quatro vampiros ficaram em alerta já tendo um idéia de quem iriam enfrentar. De trás dos bichos de pelúcia saíram então as duas vampiras gêmeas que sorriam divertidas. – Com quem vamos brincar primeiro Val?

 - Com o Senhor do Destino, Bri – Ramon recuou um pouco ao ver o dedo da pequena vampira apontado para ele. Talvez mais por causa do nome que ela se referia e ele do que por realmente sentir medo ou algo do tipo. – Vamos ver quem controla melhor o tempo. Talvez até possamos “brincar” um pouco mais com ele!

 Mitsuki notara a malicia que tinha na voz da garota e antes que Ramon pudesse da um passo ela tomou a frente se posicionando perto das garotas. Fez um sinal para seus amigos e Racer logo assentiu, correndo para a escada que tinha aparecido magicamente perto deles. Yin recuou um pouco, mas logo seguiu Racer desejando boa sorte a amiga, Ramon já hesitara por mais tempo, encarando a ouriça prateada com certo temor. Mas então se lembrara que ela era forte e poderia lidar com aquilo.

 - A dama do fogo que via lutar? Poxa! Queria tanto ver o dom do Senhor do Destino. – reclamou uma das duas vampiras e Mitsuki, de certa forma furiosa, fez suas mãos se acenderem em chamas coloridas, seu mais novo poder. As vampiras recuaram e a garota sorriu.

 A luta ia começar...   


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Notas finais do capítulo

Seguinte galera, originalmente a série iria até Origens apenas, mas então me surgiuj a ideia de uma outra parte que apareceria antes de Origens. Seria Reflexos, mas ai tem a questão. Realmente valeria a pena ter mais uma parte? Queria que vocês opnassem e me respondessem nos reviews se querem mesmo uma sexta parte. Alguns já me responderam e já tenho praticamente todo o enredo de Reflexos na cabeça. Como o proprio nome já diz seria os "reflexos" da guerra das Sombras.
Bjss e espero a resposta



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