Dance With Me escrita por TeliihMoura


Capítulo 2
From mistakes is you learn.




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No capítulo anterior...

"— Relaxa, Edward. Até parece que você não sabe que quando o quesito é dança, eu me garanto. — eu disse e lhe dei um beijo estalado na bochecha e saí em direção à pista de dança.

 Era agora que eu mostraria a PuTânia quem é a melhor aqui."

Capítulo 2 - From mistakes is you learn. - Dos erros é que você aprende.

 Fui seguindo Tânia a passos firmes. Não estava nem um pouco intimidada por ela... Dança era minha vida, então ela definitivamente havia mexido com a pessoa errada.

 Eu sentia que a situação era um tanto cômica. Não conseguia entender o porquê de Tânia ter tido essa atitude. O que isso representava afinal? Ela talvez quisesse só mostrar a todo mundo (ou tentar) o quanto pode ser melhor do que qualquer um nesse mundo. Bem, de alguma forma ela deve ter imaginado que eu era o tipo de pessoa que não recusa uma aposta. E se imaginou, com certeza acertou. De qualquer jeito, ela tinha merda na cabeça ou parafusos a menos no cérebro. Talvez as duas opções.

 No fundo, eu pouco estava ligando. Sabia que tinha grandes chances de ganhar isso. Não havia pensado no quão fácil poderia ser chegar ao topo das líderes. Eu pensava que teria que treinar muito para então humilhá-la na frente da escola toda, talvez, mas agora era só eu ganhar essa disputa. E eu amo qualquer ritmo... Que ela dance muito bem.

 Eu sei que desejar mal a alguém, volta pra você, porém, eu não estava fazendo isso por status. Estava fazendo isso porque não acho certo esse papo de 'sou melhor do que você'. Ninguém é melhor do que ninguém.

 Enfim chegamos à pista e nos posicionamos uma de cada lado, enquanto ela dava o sinal para o DJ dar o play na música.

Rihanna – Pon de Replay

http://www.youtube.com/watch?v=iWxX1cX2OIE

 A música começou enquanto nos encarávamos. Tsc, tsc, tsc. O DJ havia escolhido uma péssima música, para Tânia, eu digo. Essa era minha música. Não deixaria ninguém me vencer dançando ela.

 Tânia começou a se mexer no ritmo envolvente da música, mostrando tudo o que sabia fazer. Eu tinha que admitir que ela dançava muito bem, mas isso não mudava o fato de que esse ainda era a minha música e eu não a deixaria vencer. Ela se movia de um lado para o outro com seu corpo e fazia outras coisas, porém, seus movimentos eram de certa forma, robóticos.

 Ela mal acabou e eu logo comecei. No início, usei passos de um lado para o outro, me movendo no ritmo da música. Eu movia minhas pernas, mexendo-as de um lado para o outro, requebrando, usando muitos movimentos de dança Black. Mexia muito a cabeça e não deixava nenhuma parte de mim parada — meus braços não ficavam quietos, sendo completamente tomados pela música. Eu mexia meu quadril no ritmo indo até o chão me movendo sem nem ao menos sentir. Fazia poses nos 'yeah, yeah' que havia na música, passava o meu dedo indicador em minha boca e tornava tudo além de bom, sexy. Eu chamava Tânia com os dedos até que ela começou a dançar de novo, com uma cara furiosa, devo acrescentar. Estávamos disputando como naqueles filmes de dança. Mais eu continuava confiante. Minha coreografia estava ótima, mesmo sendo improvisada.

 Eu girava, chegava perto de Tânia e recuava. Eu a provocava o máximo que podia... Era delicioso ver a sua cara de cadela raivosa. Creio que ela não contava com a minha dança.

 A música acabou e eu terminei fazendo abertura com meu queixo apoiado nas mãos enquanto eu apoiava o braço no chão e olhava para Tânia. Aplausos e mais aplausos corriam pela lanchonete. Isso tinha sido realmente diferente e bem divertido.

 — Quem ganhou? — Tânia perguntou arqueando uma sobrancelha com uma expressão de 'eu sei que ganhei'. E então, sua cara tosca foi de presunçosa a completamente infeliz e raivosa em um segundo, quando todos começaram a gritar 'Bella, Bella, Bella'. Era realmente impagável sua cara de choro.

 — É Tânia, se prepare para ficar com as unhas completamente horríveis depois de tanta louça que vai lavar. — eu disse já em pé, lhe mandando um beijinho carinhoso enquanto voltava à mesa onde estava com meus amigos.

 Ao chegar lá, todos estavam sentando em suas cadeiras, acabando de voltar da rodinha que havia se formado na pista de dança.

 — Você foi simplesmente incrível, Bella. — disse Rose sorrindo.

 — Obrigada, Rose. — eu disse lhe devolvendo o sorriso.

 — Aposto que a Tânia nunca mais vai mexer com você depois dessa. — disse Alice feliz.

 — Disso eu não tenho a menor dúvida. — completou Nessie.

 — Bem, gente, eu não estou mais no pique... Vou pra casa, tudo bem? Aproveitem por mim. — eu disse sorrindo torto.

 — Tudo bem, Bellinha... O dia deve ter sido cansativo mesmo. — disse Alice.

 — Ok, vejo vocês amanhã. Tchau. — disse enquanto pegava minha bolsa e acenava.

 — Deixa que eu te levo pra casa, Bella. — disse Edward segurando docemente em meu braço.

 — Não se preocupe, Edward. Eu pego um táxi mesmo. Até amanhã.

 — Tudo bem, se você quiser assim. Até. — ele disse beijando meu rosto e voltando para a mesa.

 Eu sentia que amanhã o dia seria estressante.

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 Era incrível como eu conseguia acordar atrasada mesmo tendo dormido mais cedo do que costumo. Aliás, eu era incrível.

 Tomei meu banho correndo e vesti a primeira roupa que encontrei.

 — Bella, quando chegar em casa eu e seu pai temos algo para falar com você, está bem? — disse minha mãe quando passei na cozinha para pegar uma maçã.

 — Ok, mãe. Até mais tarde. — eu disse e depositei um beijo em sua bochecha e corri para pegar o ônibus, já que Emmett havia feito o favor de não me esperar.

 Eu estava enganada quando pensei que o dia seria estressante. Estava pior do que isso. Estava torturante, isso sim. Depois de longos trinta minutos esperando a porra do ônibus naquele ponto mais esquisito que meu irmão no dia das bruxas, eu deduzi que ele já deveria ter passado. Eu realmente só me ferro.

 Comecei a correr pelas ruas de Forks que nem uma idiota para tentar chegar a tempo no colégio. Depois de longos quinze minutos, enfim cheguei. Eu não imaginava que seria tão longe assim. Em uma cidade tão pequena, como um colégio poderia ser tão longe? Olhei em meu relógio — dois minutos para o inicio da primeira aula. Comecei a correr novamente à fim de fazer milagre e chegar antes do sinal bater e fui surpreendida: assim que pisei na sala, o sinal deu o ar da graça. Sou foda quando quero.

 — O que aconteceu para você ter chegado tão atrasada assim? — perguntou Alice, com uma cara e espanto.

 — Longa história. Intervalo. — eu disse e então o professor pediu silêncio.

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 No intervalo expliquei o porquê de ter me atrasado, enquanto lançava olhares homicidas na direção de Emmett. Todos riam muito da minha idiotice.

 Edward se manteve calado durante todo o dia — o que eu considerei estranho, já que ele também mal tocou em sua comida e respondia todas as perguntas que lhe faziam não se importando muito com a resposta.

 Tirando esse pequeno fato, o dia correu bem. Consegui logo começar a ensaiar a nova série das Cheerleaders. Ser capitã era mesmo ótimo. Poder transmitir suas ideias e energia para o team é relaxante. Isso era ser uma capitã, e não simplesmente ter esse posto por status.

 Muitas das garotas davam o máximo que podiam para ser uma das melhores do team, mas não por gostar do que fazem e sim, por ansiarem a popularidade que é facilmente conseguida quando se é das líderes de torcida. E por isso que, a maior parte das pessoas considera as Cheerleaders pessoas arrogantes, presunçosas e acima de tudo exibidas.

 Ao chegar em casa, tomei um banho rápido e coloquei minha roupa de treino correndo para o estúdio. Antes, passei pela cozinha para saber o que minha mãe queria comigo.

 — Bella, eu e seu pai temos uma ótima novidade! — disse empolgada.

 — Filha, nós estávamos pensando... Já que gosta tanto de música, que tal ir estudar na Escola Superior de Dança de Portugal? Lá você vai aprender mais sobre dança, no quesito técnico e prático e claro, cursaria uma parte do ensino médio também. Tudo isso serviria de preparatório para Juilliard. Não seria ótimo? — disse meu pai feliz.

 — Claro! Seria incrível! Mas eu mal cheguei e já vou saindo? — eu disse risonha.

 — Filha, será para o seu próprio bem e você vai passar um ano e meio lá e só precisa ir daqui à um ano. Você volta pra cursar os últimos seis meses do ensino médio aqui. — Minha mãe disse sorridente.

 — Não sei, mãe... Preciso pensar. — disse sinceramente.

 — Tudo bem. — Minha mãe disse beijando o topo de minha cabeça antes de eu seguir para o estúdio, onde comecei a pensar em todos os prós e contras dessa decisão.

#Flashback – Off.

 A água quente do chuveiro se derramava em meu corpo, como um relaxante natural enquanto eu pensava no quanto emocionante havia sido aquele ano. Com as Cheerleaders venci o campeonato estadual e nacional e ainda fomos convidadas a participar do All Stars Cheerleading, o qual nós vencemos também. Eu nunca havia tido um ano tão produtivo, porém, eu abandonei tudo quando o mesmo estava no fim.

 Tudo o que eu menos queria, era deixar tudo pra trás, abandonar como se nada houvesse existido um dia, porém, Juilliard era tudo o que eu almejava, e se eu não conseguisse entrar, seria completamente desolador.

 Foi completamente doloroso deixar todos que eu amo, mais eu fui forte o suficiente pra fazê-lo, sem saber que eu me arrependeria amargamente depois.

 Todos haviam reagido bem, de forma positiva. Mas a única pessoa da qual a opinião era realmente importante, não conseguiu compreender meus motivos.

#Flashback – On.

Daqui a dois dias, estarei me mudando para Lisboa. Depois de muito pensar, decidir por aceitar a proposta de meus pais a ir a ESD. Acho que iria me fazer extremamente bem. Hoje, porém, era um dia importante da mesma forma. Eu contaria a Edward de minha partida. Eu havia tomado minha decisão a cerca de duas semanas atrás, mas não tive coragem de contar a ele.

 Durante esse ano, nos tornamos grandes amigos – melhores, na verdade – e hoje somos completa e incondicionalmente inseparáveis. E deixá-lo estava sendo muito mais doloroso pra mim do que eu esperava.

 Quando o conheci, senti uma atração inexplicável, porém, com o passar do ano, isso só ficou pior. Meus sentimentos de amizade estavam ficando cada vez mais de lado e estavam dando lugar a uma paixão e tudo o que eu menos queria que acontecesse, era isso.

 E era para não estragar a nossa amizade que eu estava indo para Lisboa. Talvez um ano e meio longe dele, me fizesse perceber que isso não passa de algo bobo e sem sentido e me mostrasse que ele nasceu para ser apenas meu amigo.

 Eu o tinha chamado para fazer um lanche pela tarde em casa para podermos ensaiar, também. Minha pretensão era avisá-lo de minha viagem e também, ter uma última chance de sentir seu corpo no meu enquanto dançamos, antes dessa longa 'separação'.

 Eu me encontrava sozinha em casa. Assim que ele chegou, corri para atender a porta e assim que a abri, o vi com aquele sorriso torto perfeito que me derretia por completo. Ele me beijou docemente enquanto eu lhe dava passagem para entrar.

 Resolvi levá-lo ao terraço de casa, onde se encontrava a estufa. Subimos as escadas e ao chegar lá em cima, ele ficou maravilhado com a beleza do lugar.

 Eu havia pedido a mais ou menos seis meses ao meu pai para me deixar transformar o terraço em uma gigantesca estufa, e ele deixou. Eu nunca tinha deixado ninguém entrar lá, e agora que ela está perfeita, eu queria ter nela a minha dança de despedida com Edward.

 — Você nunca me trouxe aqui. — disse ele com cara de bobo alegre.

 — Eu nunca trouxe ninguém aqui. Você é o primeiro. E para inaugurar o lugar perfeitamente você, me concede essa dança? — eu disse olhando em seus olhos.

"Can I Have This Dance"

http://www.youtube.com/watch?v=K8uvKoh52qY&feature=related

Pegue minha mão

Respire

Puxe-me para perto

E dê um passo

Mantenha seus olhos presos aos meus

E deixe a música ser sua guia

Quero que me prometa

Agora quero que me prometa

Que você nunca vai me esquecer

Continuaremos dançando

Para onde quer que formos

É como pegar um relâmpago

As chances de encontrar

Alguém como você

É uma em milhões de chances

Sentir o que estamos sentindo

E a cada passo juntos

Nós nos tornaremos melhores

Então, me conceda essa dança

Me conceda essa dança

Nenhuma montanha é tão alta

Nem os oceanos tão profundos

Porque juntos para sempre

Nossa dança nunca irá acabar

Deixa chover, deixa jorrar

Vale à pena lutar pelo que temos

Você sabe que eu acredito

Que fomos feitos para ser...

É como pegar um relâmpago

As chances de encontrar

Alguém como você

É uma em milhões de chances

Sentir o que estamos sentindo

E a cada passo juntos

Nós nos tornaremos melhores

Então, me conceda essa dança

Me conceda essa dança

 Começou a chover e ele me girou enquanto a água caía sobre nós. Quando paramos, encostamos nossas testas uma na outra. Eu podia sentir sua respiração em meu rosto. Nós estávamos exageradamente perto um do outro.

 Ele trouxe suas mãos que se depositavam em minha cintura para a minha face e as acariciou. Logo em seguida, segurou minhas bochechas docemente e com um impulso vindo de algum lugar completamente desconhecido de mim, nos aproximei ainda mais e enfim nos beijamos.

 Era como se fosse meu primeiro beijo – eu o considerava, pelo menos. Eu não tinha a menor ideia de como agir, exatamente da primeira vez que beijei. Então, instintivamente, peguei em seus cabelos, puxando-o para mais perto como se isso fosse de alguma forma possível. Eu fazia o que meu coração mandava. Minha razão já havia sido perdida no momento em que meus olhos cruzaram com suas íris verde-azuladas hoje mais cedo.

 Ele pediu passagem com sua língua e eu cedi prontamente. Nossas línguas faziam uma dança própria que eu particularmente achava que estava sendo produzida involuntariamente. Beijamo-nos carinhosamente, como se não existisse nada e nem ninguém além de nós dois. Como se não houvesse amanhã. No momento eu esqueci quem eu era, onde estava e o que estava prestes a contar a ele. Naquele momento era só Edward e Bella, muito mais que simples amigos, muito mais do que qualquer coisa.

 A chuva escorria por nossos rostos, nos encharcando e deixando o beijo molhado, e ainda mais delicioso, se possível.

 Suas mãos, antes uma em cada lado de minha bochecha, agora estavam uma em minha nuca, fazendo uma leve massagem enquanto a outra apertava fortemente minha cintura.

 Inconscientemente, gemi baixo com a explosão de sensações que eu sentia. Era um desejo desconhecido, era algo pelo o qual eu nunca havia passado. Era muito bom.

 — Edward... — comecei logo, após temos dado uma pausa no beijo para poder acalmar um pouco nossa respiração. — Eu tenho algo pra te dizer.

 — O que, Bella? — sussurrou ele.

 — Daqui a dois dias eu estarei indo para a ESD.

 — O que? Como assim, Bella? — Edward disse me encarando.

 — É isso mesmo, Edward... Estou indo para a ESD, em Lisboa.

 — Por que, Bella?

 — Porque vai ser bom pra mim, passar um tempo lá, aprender mais sobre dança... Vai ser como um intensivo antes de Juilliard. Não se preocupe... Eu volto daqui a um ano e meio para treinarmos o nosso musical para apresentar para os julgadores da Juilliard.

 — Não, Bella. Por favor.

 — Eu não posso voltar atrás agora. A decisão já foi tomada. — respirei fundo, mesmo com a dor que invadia o meu peito e chegava até a prejudicar minha respiração — Saiba que eu nunca, jamais, vou esquecer você. Vai passar rápido, você verá. Daqui a um ano e meio eu volto.

 — Se você quer mesmo ir para a ESD, então tudo o que eu tenho a te dizer é Adeus.

 Ele retirou minhas mãos que estavam agarradas aos seus cabelos e me deixou lá, sozinha na chuva. E então, depois de alguns minutos parada no meio da chuva forte foi que percebi. Ele havia mesmo ido embora. E foi quando eu chorei. Chorei como nunca tinha chorado antes.

 Como eu pude ser tão burra? Como pude ser tão idiota?

Seis meses depois...

 Os dias passavam se arrastando. As aulas eram incríveis, eu nunca havia aprendido tanto, porém, a falta que eu sentia de casa era descomunal. A falta que eu sentia de Edward era descomunal.

 Desde que ele me deixou naquele dia na estufa, é como se faltasse algo em mim. As vezes, eu sentia que vivia em um torpor.

 Nunca mais falei com ele. Ele não atendia minhas ligações e muito menos respondia aos meus e-mails. Absolutamente nada. E isso me matava – cada vez mais.

 Peguei-me olhando a foto minha e dele que havia no porta-retrato de meu criado-mudo e foi ai que uma canção surgiu em minha mente.

 Peguei meu violão e dedilhei as cordas. A melodia não demorou a chegar e então eu deixei fluir.

Miley Cyrus – Goodbye

http://www.youtube.com/watch?v=Gkx6w5vIFWA

Eu posso dizer honestamente que andei pensando em você
Desde que acordei hoje (acordei hoje)
Eu olho para sua foto a todo tempo
E as memórias voltam a viver
E eu não me importo

Eu lembro quando nos beijamos
Eu ainda tenho aquela sensação em meus lábios
Quando você dançou comigo
Sem nenhuma música tocando
Eu lembro as coisas simples
Lembro até eu chorar
Mas uma coisa que eu desejaria esquecer
A memória que eu quero esquecer
É o Adeus


Eu acordei essa manhã
E toquei nossa música
E com lágrimas eu cantei sozinha
Eu peguei o telefone, e o coloquei no gancho
Porque eu sei que estou perdendo meu tempo
E eu não me importo

Eu me lembro quando nos beijamos
Eu ainda tenho aquela sensação em meus lábios
Quando você dançou comigo
Sem nenhuma música tocando
Eu lembro as coisas simples
Lembro até eu chorar
Mas o que eu desejaria esquecer
A memória que eu quero esquecer

De repente meu celular toca
Com o seu toque
Eu hesito mas respondo de qualquer forma
Você parecia tão sozinho
E eu me surpreendo em ouvir você dizer


Que você se lembra quando nos beijamos
Que você ainda tem essa sensação nos lábios
Do tempo que você dançou comigo
Sem nenhuma música tocando
Você lembra das coisas simples
Nós falamos até nós chorarmos
Você falou que o seu maior arrependimento
Aquele que você queria que eu esquecesse


Foi dizer adeus

Dizer Adeus,
oooh .

Adeus

 Terminei a música com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Havia se tornado comum eu chorar.

 Resolvi ligar para Carlisle. Com sorte, ele me diria porque Edward não atendia minhas ligações e não me ligava.

 Peguei o telefone e disquei. No segundo toque, o telefone foi atendido.

 — Alô. — disse a voz irreconhecível de Esme.

— Alô, é a Bella, Esme.

— Oh, querida, quanto tempo! Como vai você?

 — Vou indo. Edward está? — perguntei apreensiva.

 — Ah, você não sabe querida?

 — Não sei o que?

 — Edward foi para um intercâmbio na Europa.

 — Um intercâmbio? Fazer o que? Em que lugar a Europa? — disparei sem pensar, diversas perguntas à Esme.

 — Ele foi para um conservatório de música e dança. É tudo o que posso dizer. Pediram extremo sigilo sobre isso. Perdão.

 — Estranho. Tudo bem, então. Mande um beijo a todos, Esme.

 — Não há de que, querida. Pode deixar que eu mando. Até mais.

 E foi quando eu desliguei que eu percebi a burrada que fiz. Ele deve ter ficado tão chateado comigo, que decidiu ir embora. A culpa era toda minha.

#Flashback – Off.

 Eu nunca mais vi Edward. A única coisa que sabia era que ele estava bem onde quer que ele estivesse. Minha vida nunca foi tão chata. Eu sentia uma falta imensa de Edward. Poucas foram as vezes que sai, mas também só o fiz porque Alice, Rose, Emm, Jazz, Seth, Ness... Todos me infernizavam até eu não aguentar mais e sair.

 Eu havia mudado muito. Já não tinha os mesmos valores e de certa forma, me tornei ligeiramente amargurada. Completamente o oposto do que já fui.

 Tânia já não se importava mais se eu existia ou não. Pelo menos ela não voltou a ser a líder do team. Ângela ficou com meu lugar de líder antes de eu ir para Lisboa, e assim continuou.

 Voltei antes do previsto. Ao invés de passar um ano e meio, passei apenas um ano. Todos ficaram surpresos com a minha volta, mas eu não dei muitas explicações. Aliás, elas não existiam mesmo.

 Mais a pior das notícias eu recebi assim que cheguei em Forks de volta. Edward não voltaria para Forks. Ele iria de seu conservatório diretamente para Juilliard. Eu teria que me virar para fazer minha apresentação aos jurados de Juilliard que viriam a Seattle daqui a três meses fazer a seleção do estado de Washington. Sem Edward, minhas chances de entrar para a faculdade caíram muito. Mesmo com o conhecimento que adquiri na ESD e os anos de Ballet, Jazz e tudo mais, eles iriam analisar o conteúdo da apresentação.

 Eu não consigo confiar em mim mesma sozinha para fazer uma apresentação de real qualidade. Sei que não deveria ter deixado Edward aqui e simplesmente ter ido embora, mais eu iria voltar a tempo de ensaiarmos. Voltaria a tempo de participar da audição com ele.

 Mais e ele? Ele nem ao menos se importou comigo. Foi para aquela merda de intercâmbio e deve ter esquecido que algum dia me conheceu.

 Mas eu não tinha que meu preocupar com isso. Eu tinha muito mais o que fazer – como me concentrar em minha apresentação.

 Lembrei-me então de uma frase que costumava achar sem sentido, mais hoje vejo que estava completamente errada: Com os erros é que você aprende.

 Que Deus me ajude, pois Edward não irá mais fazê-lo.

 Continua...


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