1997 escrita por N_blackie


Capítulo 70
Harry




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“HERMIONE, HERMIONE!” Harry corria, segurando Adhara pelo lado. O sangue dela escorria em suas mãos, mas ele não queria deixa-la sair. Precisava manter a pressão no ferimento. “RON, MOONY!”

Sua visão estava nublada, e ele contava com o parco senso de direção que Padfoot ainda tinha para conseguir chegar à sombra amarela da barraca. Viu vultos saindo dela, e os gritos de Ron para chamar os outros. Fechou os olhos, ofegando, e sentiu um par de mãos tentarem tirar as dele da cintura ferida da amiga. “Não! Não! O sangue...” ouviu-se dizer.

“Sou eu, Prongs!” Jack exclamou, e Harry afrouxou o aperto em Padfoot. Viu Jack pegando Adhara e pressionando ele mesmo o ferimento, ignorando os gemidos de dor dela, e viu Hermione se aproximar. Imediatamente estendeu a sacola para ela.

“Aqui, acho que pegamos tudo.”

“Por Merlin, o que houve com vocês?” Lewis chegou correndo, ajudando Romulus a leva-lo para dentro. Harry procurou Adhara com o olhar, e viu que Jack a pegara no colo, e a trazia para dentro também.

“Fomos atacados, Travers... Explosão.” Falou o mais rápido possível. “Padfoot, ferida...”

“É um corte, pode ser da explosão,” Jack disse, “Moony, vem aqui! Não é muito fundo, acho. Dá pra concertar.”

“Vai, Moony, vai!” Harry balbuciava, tossindo compulsivamente. Será que tinha sido envenenado?

Viu uma luz azul saindo da varinha de Romulus, e Hermione pegou a sacola dele com as mãos trêmulas. “Cadê seus óculos?”

“Caiu no duelo, tem mais um na mala,” debilmente apontou para os beliches. Viu o vulto da amiga correr para longe. “Não podemos voltar, estão atrás da gente.” Arquejou.

“Tenho uma boa margem agora, não foi à toa, Harry.” Hermione pousou os óculos na ponte do nariz de Harry, que imediatamente conseguiu ver o rosto assustado dela com nitidez.

“Vai fazer a poção pra ele.” Melhor orientado no espaço, se sentou na cadeira em que lhe puseram, e buscou Padfoot novamente. Romulus trabalhava agora no ombro queimado dela, e através da blusa rasgada da amiga, pode ver a cicatriz deixada pelo corte. Seu rosto estava pálido e fraco, mas parecia bem. Quando viu que ele conseguia vê-la, ergueu o polegar.

“Trouxe a sacola?”

Assentiu. Ouviu o fogão sendo ligado, e Hermione começar a separar o conteúdo da sacola.

“Deu pra ver como o Beco está, além dos cartazes com a nossa cara?” Perguntou Jack, ainda com o sangue da irmã nas mãos.

“Não muito. Tem umas lojas fechadas com tábuas. “

“Ai, tomara que isso funcione...” Hermione aumentou o fogo e mexeu mais depressa. “Normalmente levaria duas horas para fazer isso...”

“Cara, vocês tão com uma cara horrível,” Jack balançou a cabeça para tirar o cabelo dos olhos. Para alguém que parecia saído de um acampamento de andarilhos, o garoto de quinze anos estava se achando lindo demais. “que tal tomarem um banhinho?”

“Que tal cortar o cabelo em troca?” Harry rebateu, rindo da expressão ofendida que recebeu em resposta.

“Jack precisa começar a fazer a barba, olha que coisa linda.” Lewis gargalhou. “Me sinto especial de estar aqui nesse momento da sua vida.”

“Ah, cala a boca.” Jack passou os dedos no queixo, onde começavam a despontar alguns pelos negros.

“Um momento sublime na vida de um jovem homem!” Romulus apareceu rindo.

“Oi? Situação tensa de vida e morte? Concentração!” O gêmeo revirou os olhos. “Adhara, manda eles calarem a boca.”

“Porque? Não rio faz meses. AI, Moony, presta atenção no que tá fazendo, cara! “

“Desculpa, você fica mexendo o ombro!”

“A gente realmente podia tomar um banho...” Padfoot riu. “Está mais feio do que de costume, Prongs.”

Rindo com os outros, Harry ergueu as mãos. “Já volto, ok! Não posso nem ser explodido direito!”

O banheiro ficava aos fundos dos beliches. Se olhou no espelho, e percebeu que ele mesmo precisava de um corte de cabelo, um barbeador urgente, e um bom banho. Estava coberto de fuligem.

Embora não pudesse resolver o problema do cabelo e da barba, uma boa lavada de água quente foi o suficiente para lhe fazer sentir menos abandonado.

Apesar do fim desastroso da missão, sentia-se bem. Iriam cumprir o que prometeram, Harry sentia isso. E tirariam os pais de Azkaban. Tudo voltaria ao normal.

Passou a mão pelo braço, e contraiu-se de dor. Era seu corpo lhe lembrando que, mesmo que fossem bem sucedidos, não sabia se conseguiria voltar ao normal. Afinal, o que era “normal” mesmo?

Saiu do banheiro, e se surpreendeu ao ver Regulus na mesa de jantar, bebendo de uma caneca fumegante. Parecia imensamente melhor.

“Hermione, você é um gênio.” Disse, e viu a amiga corar.

“Estou tão feliz que está melhor, Senhor Black!”

“Eu também, mas acho que é óbvio, não?” Regulus sorriu.

“Tio, a gente precisa conversar. Estamos atrás das horcruxes, sabemos delas.”

A mão magra de Regulus voou para o pescoço. “Entendo.”

“O senhor meio que nos deu a primeira...”

“Fico feliz de ter ajudado. Querem saber das outras, não é?”

“Só se você souber.” Jack sentava com a cadeira do contrário. Regulus suspirou.

“Posso pensar nisso, se consigo lembrar de mais alguma coisa.”

“Outra dúvida que temos,” Hermione segurava uma pasta de relatórios, “é sobre a destruição delas. Digo, já sabemos que temos que destruir com algo que impossibilite qualquer remendo. Nos relatórios da Ordem vocês falam de coisas impossíveis de conseguir!”

“De fato, duvido que achem dentes de basilisco tão fácil assim.” Regulus girou a caneca nas mãos, “tampouco acho que a espaça de Godric Gryffindor esteja a disposição.”

“Há alguma maldição-?”

“Hm... Bom, além desses métodos, me vem um à cabeça agora... É um feitiço arriscado, mas bem eficiente quando se trata de reduzir coisas a pó. Chama-se fiendfyre, fogo amaldiçoado. Eu mesmo usei uma vez, para testes, e uma vez lançado, é difícil controlar. Pode reduzir uma cidade a pó, se não forem tomados os devidos cuidados.”

“Mas pode ser controlado?”

“Estão pensando em usá-la? “

“Não temos outra opção, temos?”

“Posso treinar dois de vocês... Se esse é o único jeito. Vamos a um lugar aberto, só para isso. Colocamos o colar no chão, usamos a maldição, e quando correr, vamos embora.”

“Tio, você é demais.” Jack sorriu. Harry assentiu.

“Regulus, acaba de nos salvar.”


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