- Miku, vamos logo! Precisamos nos apressar, o nosso príncipe chega hoje, lembra? - chamava uma linda garota camponesa por sua amiga. Era muito bela, usava um penteado um tanto incomum: dois curtos rabos-de-cavalo, que mais estavam puxados para rabos-de-porco, um em cada lado da cabeça e a cor de seus cabelos eram de um vermelho rosado fascinante.

- Já estou indo! - respondia a camponesa de cabelos verde-água, presa em dois rabos-de-cavalo, um em cada lado da cabeça, mas lisos e realmente muito longos.

Logo, as duas estavam se direcionando ao castelo de Kaito, para preparar tudo para sua perfeita chegada.

O castelo era realmente maravilhoso, com alguns detalhes que lembravam diamantes e cristais, o castelo era totalmente enfeitado por cores de radiantes tons de azul, tanto escuros quanto claros.

- Kasane, espere! Não precisa se apressar tanto! Acho que o príncipe ainda não chegou... - chamou Miku, sem muita certeza.

- Desculpe, estou muito ansiosa pela chegada de nosso amável príncipe!

- Nosso?

- Ah, verdade, ele é todo seu...

A essa altura, Miku corava rapidamente, Kasane riu e as duas foram até a entrada do castelo, onde esperariam pelo príncipe.

- Kasane, estou um pouco insegura, sou novata nesse negócio de criada do castelo e ainda nem sequer fui vista pelo príncipe, nem eu mesma pude ter a oportunidade de vê-lo de bem pertinho! Estou nervosa...

- Vai dar tudo certo, de repente... ele gosta de você. - Kasane afirma, dando uma piscadela direcionada à Miku, fazendo-a corar ainda mais. Ela olha para a entrada do castelo e avista Kaito- Olha ele lá! -ela apontava.

O príncipe sorria e acenava para os criados, Kasane era uma de suas criadas que mais gostava e estava prestes a fazer aniversário em poucos dias. Com graça ele andava pela entrada do castelo.

Quando ele olha para a criada nova, Miku, o tempo pára para ele e para a garota. Tudo começa a ficar em câmera lenta quando eles trocam olhares.

Miku admirava a beleza de Kaito, ele era um verdadeiro príncipe de contos de fadas, assim como dito nas histórias que sua mãe lia para ela antes de dormir, todas as noites. O sonho de Miku era ser uma princesa, e seria uma ótima princesa afinal, mesmo que fosse um pouco tímida muitas vezes e quase não se comunicasse com os outros. Mas ela era gentil, delicada e frágil como uma rosa azul.

Kaito ficou sério e não conseguia tirar os olhos da garota, mas seu criado, Pietro, o empurrava para dentro do castelo com muito esforço. O príncipe finalmente virou o rosto e ficou um pouco cabisbaixo, e sério, repassando aquela cena em que avistou a bela mocinha.

Aquela manhã estava ensolarada como nunca, e estava ainda mais bonita na opinião de Kaito.

Mas o dia estava para piorar.

- Pietro, quem é a moça de cabelos longos e verde-água?

- É a Miku, alteza, ela é uma criada nova.

Miku, era esse o nome que iria se repetir durante inúmeras vezes na cabeça de Kaito, levaria muito tempo para ele esquecer aquele belo nome, a lenta cena de quando a viu pela primeira vez também iria se repetir muitas vezes na mente vazia do príncipe.

" Ela é linda. " pensou consigo mesmo. " Frágil como o cascalho de um ônix estrelado " completou mentalmente.

As coisas iam muito bem no reino de Meiko, a princesa estara tão ansiosa, mas tão ansiosa de ver seu príncipe novamente, que ela mesma arrumou suas malas e dirigiu-se ao reino do garoto dos cabelos azuis naquela mesma noite passada, em que Kaito havia se apresentado à ela.

- Estamos chegando ao reino do príncipe Kaito Fountaine, princesa Meiko.

Meiko estava com um vestido divino! Vermelho com detalhes brancos e prateados, com um laço branco nas costas, mangas curtas caídas um pouco abaixo dos ombros, luvas brancas limpas como a neve, sapatos bordôs, feitos pelo melhor do reino.

- Não vejo a hora de chegar lá e fazer esta surpresa!

Um pouco depois, Kaito foi organizar a festa de aniversário de Kasane, que se realizaria em pouco tempo, era o mínimo que podia fazer pela garota, que foi uma grande amiga durante muito tempo.

- Príncipe, você parece perturbado, está se sentindo bem?

- Tô, Pietro, vê se não enche, estou concentrado aqui.

- Sabe, estou com um mal pressentimento...

- Você está sempre com um mal pressentimento sobre tudo.

- Estou falando sério! Tem algo de errado que eu sinto que vai acontecer! Depois não me diga que eu não te avisei!

- Tá, tá Pietro, tanto faz...

- Você nunca me escuta mesmo, quando aprender a ser um príncipe de verdade... - o criado é interrompido.

- Ouviu esse barulho?

- Que barulho?

- Esse de meus neurônios estourando porque estou perdendo minha maldita paciência com você! - Kaito grita e se levanta da cadeira.

- Espera, estou ouvindo um barulho...

- Ah, fala sério... - Kaito senta-se novamente na cadeira e cobre o rosto com as mãos, como se fosse abafar um choro.

- Não, sério, parece o barulho de uma carruagem...

- Também estou ouvindo...

Ambos se entreolham e vão olhar na janela o quê estara ocorrendo naquele momento.

- Não acredito... - diz Kaito boquiaberto.

- Príncipe, é aquela princesa que você se apresentou outro dia, né?

- Sim mas... Era eu que tinha que ir no reino dela, não ela no meu reino...

- Ela é muito bonita, você é um cara sortudo.

- Não me considero tão sortudo, mas será que ela gostou de mim?

- Ou ela deve ter vindo te socar...

- Vou lá ver ela. -afirma o príncipe, descendo em direção à entrada do castelo. - Princesa Meiko, que surpresa ver você aqui! - ela se curva diante dela por alguns segundos. - Há algo que tem a me dizer?

- Sim... Bom, eu gostaria de conhecê-lo melhor, pode ser?

- Claro! Como quiser...

Enquanto isso, as coisas ocorriam muito bem no reino da princesa Luka.

Bocejando, espreguiçando-se, levantava de sua cama a princesa, ansiosa para seu encontro no jardim com Sir Gakupo.

Ela se arrumara excepcionalmente bem, pondo um belo vestido preto e branco, um pouco acima do joelho, com alças finas e detalhes de renda na faixa branca que tinha na cintura, com um grande laço atrás do vestido.

Desceu rapidamente escadas abaixo, passou pelo enorme salão principal do castelo e entregou uma carta para um dos criados, dizendo-lhe que era para entregar tal carta para Kaito, após isso, direcionou-se até o jardim, onde Gakupo a esperava.

- Desculpe a demora! Te fiz esperar muito?

- Não precisa se desculpar, acabei de chegar.

- Ufa... Fiquei com medo de que você não viesse...

- Eu não recusaria convite nenhum vindo seu. -ele disse com um sorriso.

- Obrigada pela sua gentileza... Posso fazer uma pergunta?

- Claro.

- Como você salvou aqueles 5 guerreiros?

- Bom, você sabe que essa guerra ocorreu na neve, certo? Muitos dos nossos inimigos começaram a subir a montanha, em direção a nós 6, então, eu pensei em fazer uma avalanche para soterrar o inimigo.

- Então, você fez com que ela ocorresse?

- Não, isso seria muito complicado, então, decidi me sacrificar. Levei muitas feridas, mas, em compensação, sobrevivi e salvei meus aliados. Eu ataquei aqueles inúmeros guerreiros inimigos com minha espada, consegui matar todos, depois, eu desmaiei no meio daquela neve ensanguentada e meus amigos me salvaram.

- Você é muito corajoso, sabia?

- Obrigado, só estou fazendo isso pela minha honra.

- Falando assim, você parece um samurai.

- Eu queria ter sido um. Fazer o quê né, ao menos, estou realizando meu sonho.

- Se é isso que você gosta de fazer.

- Não estou me referindo a batalhar, estou me referindo a viver em paz, princesa.

- Posso ajudá-lo.

- Não precisa, você já está ajudando muito. - ele sorriu.

Luka cora um pouco, depois vira o rosto.

- Psst! Fica quieto, Len! - alguém sussurra nitidamente.

- Ouviu isso, né? - perguntava Luka para Gakupo, revirando os olhos.

- Sim...

Luka se levantava da grama e ia em direção à um arbusto com um laço enorme e branco em cima (o laço que Rin amava usar, é claro).

- Achei vocês dois! Porque estão bisbilhotando a vida dos outros?

- D-Desculpa! - os gêmeos gaguejavam em coro.

- Desta vez, vou deixar passar, agora, vão brincar, sei lá, mas não saiam do castelo!

- Sim, prima! - os dois diziam nervosos, saindo correndo.

- Eles são umas figuras... - Gakupo ri.

- Poisé, é o dobro de aturação... Eles só me causam problemas.

- Eu não pensaria assim.

- Por que não?

Gakupo faz mistério antes de responder sua pergunta à Luka.

- Minha família toda está morta. Um de nossos inimigos matou todo mundo. Eu fui o único sobrevivente desse ataque.

Luka fica quieta. Sua mente pesa e ela fica cabisbaixa.

No reino do Kaito, uma carta era recebida, Pietro entregou a carta para o príncipe.

- É para o senhor.

- De quem é esta carta? - pegunta Meiko, sorridente e curiosa.

- Da princesa Luka... - disse Kaito, abrindo a carta.

Após lê-la, leva um susto: a princesa gostaria de conhecê-lo melhor, para que, talvez, um dia ele se tornasse noivo dela.