Aquele era o ano, que me preocupava, porque Jordan iria completar sete anos de idade e seria mandado para Los Angeles.

Final de Janeiro. Jordan já estava com as malas prontas para, a qualquer momento, partir. Eu expliquei todas a situação para ele, pois ele não se lembrava muito de tudo. Ele ficou triste, muito triste, não queria ir, mas falei para ele que iria gostar, e que a tia Melanie era muito legal, o que não é muito verdade, mas...

Pobrezinho do meu Jordan, já tão crescido, ter que se separar da família. Garotinho tão único, de cabelos caramelo, arrepiados. Já usava camisa xadrez por cima das camisetas e tênis iguais aos do Freddie. Ganhara mais dois concursos de beleza nesse tempo. Tão inteligente, que sabe contas de dividir de cor, com seis anos! Quase... Quase sete anos... Quase L.A... Quase faculdade... Quase fora de casa.

Minha mãe não deixou passar batido, não esqueceu, e naquele dia eu recebi um telefonema dela:

– Saaaam! – O celular chiava um pouco e a voz dela ficou esganiçada.

– Fala...

– Já comprei a passagem! Ele vai depois de amanhã!

– QUÊ? Mas assim, tão perto?!

– Claro querida, tudo pela educação! Agora preciso ir, estou atrasada para meu bronzeamento artificial! Beijos! – E desligou o telefone.

Aquilo soava horrivelmente mal, “tudo pela educação”, minha mãe só podia ter batido a cabeça na parede.

À tarde, passei em casa, peguei a passagem e voltei para o apartamento. Era difícil olhar para aquele pedaço de papel e resistir à tentação de rasgá-lo em mil pedaços, mas não. Se eu fizesse, poderia ser pior.

Liguei para a Melanie para dizer que Jordan estava indo dentro de dias. Ela disse que estava tudo ok, e estava pronta para recebê-lo, e eu agradeci. Ela tinha sido muito boa nesses momentos.

Só espero que isso tudo dê certo.