Pov Edward

– Você vai ficar? – perguntou meu lindo anjo.

– Hoje não vai dar. Esme pediu a ajuda de todos essa noite pra fazer um favor. – falei triste. É claro que vou ajudar minha mãe sempre que ela pedir, mas mesmo assim fico angustiado quando estou longe da minha Bella. – Até amanha então.

– Já estou com saudades. – ela falou e colou nossos lábios.

Nos separamos e eu corri pra casa. Queria tanto ficar, mas quando a Alice cisma com alguma coisa e tem a Esme ao seu lado, o jeito é fazer o que elas pedirem. Dessa vez cismaram de mexer no jardim do fundo da casa, sobrou pra todo mundo.

Acho que vai ser melhor do que quando elas cismaram de trocar os vidros das janelas, quebramos vários naquele dia. Quando nós apenas os pegávamos para carregar pra dentro de casa, eles estouravam em nossas mãos. Foi uma confusão danada, mas também foi bem divertido, só a Esme e a Alice que não gostaram muito daquela situação.

Em pouco tempo cheguei ao jardim da frente de casa e quando eu estava subindo a varanda a Alice escancarou a porta. Ela me olhou com raiva e com os braços cruzados, para ficar mais irritante ela ficou batendo um pé no chão.

– Onde você estava? – ela perguntou brava. Sabia que ela às vezes me dá medo?

– Eu estava na...

– Ah! Não importa! Anda logo. Você esta atrasado! – ela disse. Ela deu a volta em mim e me empurrou pelas costas pra dentro de casa atravessamos a sala e a cozinha indo direto pra porta dos fundos que já estava aberta.

Vi os três no gramado. Esme estava segurando o Emmett que não parava de se debater, se o mesmo não estivesse preso pela mão da Esme, ele já estaria a quilômetros daqui. Carlisle estava rindo encostado numa arvore, mas ele pensava em estar no hospital ao invés daqui.

– Anda logo, Edward! Que tipo de vampiro você é? – Alice reclamou ainda me empurrando pelas costas.

– Do tipo que quer estar o mais longe possível daqui! – respondi de volta pensando de novo na Bella.

– Nem pense nisso Edward. – falou ela mais brava ainda. Ela me viu em uma visão e sabia que eu iria tentar escapar. Bufei, esse era o problema, assim que eu tomei a decisão de fugir ela teve uma visão. Desisti e deixei ela continuar a me empurrar

– Fica quieto Emmett! – Esme gritou. Emmett parou de se debater e fez bico cruzando os braços, Carlisle saiu de perto da arvore e se colocou ao lado do Emmett. Alice me empurrou ate eu ficar entre os dois.

– Chega de birra! Vocês prometeram ajudar! – Esme falou pegando um papel que estava dentro do seu bolso, uma lista de tarefas. Logo as duas nos colocaram para trabalhar.

As meninas (Esme é minha mãe e eu ainda a chamo de menina, vê se pode) nos davam ordens de onde as arvores e as flores deveriam ficar. Eu, Emmett e meu pai cavávamos, carregávamos e enterrávamos as mais diversas espécies e tipos de plantas.

Eram umas quatro horas da manhã quando Carlisle recebeu uma ligação no celular. 

– Alô! – disse ele pressionando o pequeno aparelho na orelha. Esme olhou pra mim querendo saber do que se tratava.

– Emergência no hospital. Uma mulher se machucou gravemente após cair dois lances de

escada. – falei voltando minha atenção para a arvore que eu estava plantando.

Carlisle tirou o telefone da orelha e se virou para Esme.

– Posso? – ele perguntou. Esme sorriu e acenou com a cabeça, ele também sorriu e voltou sua atenção para o aparelho em sua mão. – Chego ai em alguns minutos! – disse ele e disparou pra dentro de casa para se limpar.

– Aonde ele foi? – perguntou Emmett se colocando do meu lado.

– Para o hospital, receberam uma emergência com uma mulher e solicitaram a presença dele. – falei me levantando.

– O que? Então ele vai emborra e deixa a gente aqui com essas loucas psicopáticas? – ele falou indignado.

– Quem é louca psicopática Emmett? – falaram juntas Alice e Esme que apareceram do nada atrás dele.

– Ah... é a... a... bem... aquela... – Emmett se atrapalhou tentando explicar.

Edward me ajuda! implorou Emmett dando uns passos pra trás enquanto as duas avançavam pra cima dele.

– Eu não. Você se colocou nessa, então é melhor sair. – disse e o Emmett disparou correndo pelo quintal e as duas atrás dele.

Cai no chão de tanto rir quando o Emmett acabou com a cara enfiada na terra e a Alice empoleirada nas suas costas rindo. Esme já estava sentada no chão de tanto rir.

Depois dessa Esme nos fez terminar o trabalho.

Já estava amanhecendo quando finalmente havíamos acabado.

– Pronto acabamos! Não foi tão ruim assim néh? – Esme disse e em resposta Emmett bufou, ele ainda estava com a cara toda suja de barro, ela revirou os olhos e o ignorou. – Subam e tomem um banho para poderem ir para a escola. – disse ela.

Entramos em casa e cada um foi para o seu quarto tomar banho.

Terminei rapidamente e fui para a garagem esperar meus irmãos. Fomos juntos no meu volvo e eu dirigi ate a escola. Alice foi do meu lado e Emmett atrás escutando uma musica qualquer no seu MP4.

– Alice? – chamei minha irmã em uma voz baixa, não queria que Emmett me ouvisse.

O que foi Edward? perguntou ela um pouco curiosa me olhando pelo canto do olho, continuei olhando para frente enquanto respondia.

– Estou com uma sensação estranha. Como se fosse pra eu estar em outro lugar. – sussurrei para a Alice. Ela me olhou rapidamente antes de voltar sua atenção para a estrada a nossa frente.

Edward... Eu não estou conseguindo ver o futuro, de nenhum de nós. Tem algo errado aqui. Eu nunca fui bloqueada assim. ela pensou triste e preocupada. Eu apenas assenti, isso não aliviou em nada, só me deixou mais preocupado.

Chegamos ao estacionamento da escola e parei o carro no lugar de sempre. Descemos e os dois foram para dentro da escola, eu fiquei para esperar a Bella.

Passaram-se vários minutos e nenhum sinal dela. Pensei em buscá-la, mas isso só vai trazer mais problemas pra ela quando a Jane me visse chegando lá. O que me preocupou mais foi ver o carro de Jane aparecer, só que não era ela que dirigia, era o Alec e apenas o Felix saiu do carro. Tinha alguma coisa errada. Cadê a Bella?

Mandei uma mensagem pelo celular para a Alice, coloquei a chave do carro em cima do pneu traseiro e adentrei na floresta sem ninguém me ver.

Assim que fiquei fora de vista usei minha velocidade e corri direto para a casa da Bella, cheguei lá e pulei na janela do seu quarto. Não tinha ninguém em casa e o cheiro da Bella estava um pouco fraco, significa que ela saiu já faz um tempo.

Desci e encontrei o carro do Alec na garagem. Estranho, ele sempre sai com o carro dele! Por que ele esta no carro da Jane hoje?

Um vento fraco veio em minha direção e junto trouxe um cheiro fraco da Bella, não pensei duas vezes e segui seu rastro que adentrava a floresta cada vez mais. Cheguei a um ponto onde seu cheiro ficou um pouco mais forte, mas também senti cheiro de mais dois vampiros e um outro que lembrava um pouco o da Bella. Com isso fiquei mais preocupado ainda.

– Bella! Onde você esta? – falei alto. Se eu tiver sorte talvez ela ainda esteja por aqui.

Esperei um pouco pra ver se eu obtinha alguma resposta, mas não recebi nenhuma.

– Bella, por favor, me responde. – pedi, novamente tentando contar com a sorte.

Edward, eu estou bem. Fique calmo! a voz dela preencheu minha mente. Ela estava perto. Suspirei de alivio enquanto continuava a seguir seu rastro.

– Onde você esta? Eu fiquei preocupado quando não te vi na escola. – disse enquanto seu rastro ficava cada vez mais perto. Ela demorou um pouco para responder.

Não deu pra eu ir. Aconteceu... umas coisas. ela pensou. Isso me preocupou ainda mais. O que aconteceu com ela?

– Apareça Bella. – pedi sentindo que eu chegava cada vez mais perto.

– Não se aproxime, por favor. – ouvi seu sussurro, mas também ouvi o tom de medo em sua voz. Paralisei no lugar olhando na direção de onde suas palavras vieram.

– Por que esta se escondendo de mim? – perguntei triste. Per que ela não aparece? Por que ela não me deixava vê-la?

– Não quero que você me veja desse jeito.

– De que jeito Bella? Eu não estou entendendo. – disse ainda parado no mesmo lugar.

Escutei ela respirar fundo antes de sair de trás da arvore em que estava escondida.

Meus olhos assustados passaram por todo o seu corpo. Ela estava ligeiramente mais alta, seu corpo cheio de pelos pretos e curtos, seus olhos estavam de uma cor azul intensa. Suas curvas e formas humanas haviam se fundido em um corpo de pantera musculoso. A única coisa que não mudou nela foram os seus cabelos. Suas roupas estavam rasgadas. Meus olhos pousaram em seu rosto.

– O que aconteceu? – minha voz não passava de um sussurro. Ela respirou fundo mais uma vez antes de me responder.

– Quando entrei no quarto, Jane já estava batendo na porta... eu abri e ela veio pra cima de mim.. ela estava com um taco na mão... eu acho. Não estou me lembrando direito. Teve uma hora que eu fiquei com muita raiva, acho que foi por isso que eu fiquei assim. – ela falou e gesticulou para si mesma. – Ah! Eu não sei como te explicar. – falou nervosa passando a mão na cabeça.

– Me mostre. – pedi e dei um passo em sua direção.

Ela andou bem lentamente em minha direção, apenas sorri para encoraja-la. Ela levantou suas mãos e as pousou em meu rosto. Fechou os olhos e as imagens encheram minha mente. Estremeci quando vi Jane batendo nela, quando ela quebrou a perna a minha própria doeu, fiquei assustado quando ela também ficou. A ultima imagem foi a de sua fuga, acabou quando ela perdeu a consciência no meio da floresta. Quando as imagens acabaram ela tirou suas mãos do meu rosto e deu um passo pra trás.

– Por que não me procurou? – perguntei chateado. Eu sei que não poderia ter feito muita coisa, mas ela não precisava ter passado por tudo aquilo sozinha.

– Eu estava, e ainda estou preocupada com a sua reação. E estou com medo. Não consigo me transformar de volta. – ela disse abaixando a cabeça e dando um passo pra trás.

Repassei os acontecimentos de ontem pela minha cabeça.

Ela estava com muita raiva quando se transformou, agora ela esta assustada e com medo e não consegue se transformar de volta.

E se... e se eu tentar acalma-la? Se eu a deixar feliz? Será que isso vai ajudar? Bom... não custa nada tentar.

Eliminei o espaço entre nós e a envolvi em meus braços, ela retribuiu. Desci uma de minhas mãos para a sua cintura e a outra foi para a sua nuca, segurei seu cabelo e a fiz tombar a cabeça de lado. Abaixei minha cabeça e comecei a dar vários beijos em seu pescoço. Ela passou suas mãos em meus braços e meus beijos ficaram mais urgentes em seu pescoço. Seu corpo tremeu e eu ri, sua pele abafou o meu riso.

Legal! Parece que esta funcionando! pensei comigo mesmo.

Subi um pouco e comecei a mordiscar sua orelha. Ela voltou ao tamanho normal e seus braços passaram em volta do meu pescoço. Passei para os seus lábios quando ela voltou a ser humana. Ela me puxou mais para si, minhas mãos passearam pelo seu corpo e ela agarrou o meu cabelo. Me afastei quando as coisas ficaram urgentes demais, minhas mãos ficaram em sua cintura.

– É, deu certo. Achei que não fosse funcionar. – falei rindo. Não tive muita esperança de que a minha ideia fosse dar certo, mas foi bom saber as sensações que eu causei nela.

– Aff! Corta clima! – ela resmungou e eu ri. Quando sua barriga roncou eu ri mais ainda. Ela sorriu pra mim e me envolveu em um abraço sussurrando um obrigado em meu ouvido.

– Disponha. – falei beijando o seu cabelo. – Quer parar em algum lugar? – eu perguntei.

– Acho melhor não. Não desse jeito. – ela falou olhando para as próprias roupas.

Acompanhei seus olhos. Suas roupas ainda estavam rasgadas e bem curtas, mas ate que eu gostei. Deixou mais a mostra suas curvas, ela estava realmente muito sexy. Não consegui deter o sorriso maroto que apareceu em meus lábios, e como era de se esperar, ela corou, eu ri.

– Podemos caçar no caminho. – propus. – Mas, dessa vez, não vá tão longe.

– Tudo bem! Vamos! – ela disse rapidamente animada e deu um passo pra trás. Seus olhos ficaram azuis novamente e seu corpo tremeu, em apenas alguns segundo ela virou a pantera que eu tanto amava.

Comecei a correr e ela me seguiu ate encontramos um bando de alces. Nos escondemos no meio das folhagens e nos preparamos para o ataque, escolhemos nossas presas e atacamos juntos.

Ataquei uma fêmea enquanto Bella corria atrás de um macho que entrou na floresta. Vasculhei os sons da floresta e não encontrei nada suspeito, então a deixei ir caçar sozinha, ela deve querer isso, lembro-me da bagunça que eu fiz na minha primeira caçada, foi um tanto embaraçoso.

Acabei de drenar o sangue da fêmea e corri atrás dos outros do bando que foram na direção oposta a de Bella.

Enquanto eu corria atrás deles, minha necessidade de caça foi substituída pela necessidade de auto preservação. Tinha algo ou alguém me seguindo.

Me virei rapidamente e me choquei com algo que pareceu ser uma rocha em movimento. Seja lá o que foi que me acertou, me lançou vários metros pra trás e eu bati de costas no tronco de uma arvore. Me levantei e fitei o que tinha me acertado, era um vampiro loiro bem alto e pelos seus olhos vermelhos pude ver a sua raiva. Me preparei para o próximo ataque.

– Onde esta o Jacob? – o vampiro gritou pra mim.

– Do que você esta falando? Quem é Jacob? – gritei de volta. Seus pensamentos estavam muito confusos. Mas sua raiva e seus pensamentos estavam, de algum modo, associados ao meu... cheiro?

– Não minta pra mim! – ele gritou e avançou na minha direção.

Tentei me esquivar, mas não fui rápido o bastante. Ele me pegou pelo braço e me lançou pra trás, me passando por cima de seu corpo. Antes do meu corpo bater no chão, ele já estava do meu lado. Sua mão foi direto para o meu pescoço, me lançando com uma força avassaladora pra baixo.

– Não se faça de desentendido! Você esta com o cheiro dela! – ele berrou pra mim meio agachado, sua mão ainda pressionando meu pescoço.

Eu estou com o cheiro dela? Dela quem? Eu só sinto o cheiro da... Bella!

Seus pensamentos ficaram um pouco mais nítidos, mas ainda levou alguns segundos para eu entender a confusão que esta na mente dele.

Jacob, o amigo e transfigurador desse vampiro demoníaco em cima de mim, foi sequestrado. Seja lá quem ou o que fez isso tem o cheiro muito parecido com o da minha Bella. E esse vampiro neurótico tem certeza que eu tenho alguma coisa a ver com essa historia.

– Você esta errado! – gritei pra ele.

Ele vacilou um pouco, como se as minhas poucas palavras tivessem tido mais efeito pra ele. Sua pequena distração me ajudou. Me livrei de sua mão e o acertei em cheio no peito, o lançando pra trás. Ao invés dele se espatifar na arvore, ele a usou como um impulso. A arvore o ricocheteou e ele se chocou em mim com força, fui lançado pra trás novamente. Um som alto ecoou pela floresta quando minha cabeça e meu ombro bateram em uma pedra grande. Eu senti uma queimação no meu ombro esquerdo e um pouco de sangue começou a escorrer do corte que foi feito.

Que merda! Esse filho da mãe quase arranca meu braço! Quando voltei minha atenção para o vampiro, ele já estava vindo pra cima de mim. Em sua mente vi a alegria enquanto ele imaginava como seria me desmembrar.