A Maldição do Deus Oculto escrita por Laís di Angelo


Capítulo 7
Reunião Dos Três Grandes no Acampamento


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Capitulo 6... '-'



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Capitulo 6 – Reunião de Deuses no Acampamento


POV Allyson

Depois da sessão ciúmes de Zeus, eu e Nico nos sentamos no banquinho perto da Arena. Ele disse que iria esperar uma amiga e eu que não sou boba nem nada, não pude deixar de reparar no sentido de “amiga”.

– Allyson! Acabei de conhecer a garota! – Ele se explicou. – Vou mostrar o Acampamento pra ela.

– Eu é que não vou ficar aqui segurando vela, não. – Neguei tentando irritá-lo. Acho que eu era a única que irritava o filho de Hades e saía viva.

– Allyson, cala a boca! – Pediu Nico nervoso.

Eu sorri. Então as Caçadoras de Artemis saíram do Chalé de Nix com umas caras horríveis. Todos saíram da frente delas, menos as filhas de Afrodite. Elas se odiavam. Infelizmente elas passaram direto e não houve briga.

– Ah! Queria ver uma briga hoje.

– Fica tranquila que amanhã tem Caça a Bandeira. – Nico falou.

É MESMO! Quase tive outro surto. Adorava Caça a Bandeira. Embora eu sempre ficasse só olhando, por que eu achava meio estranho ter que acertar a cara de algum amigo meu. De repente o rosto de Nico se iluminou. Olhei para onde ele olhava. Uma garota vinha na nossa direção. Era bonita. As filhas de Afrodite deviam odiá-la por causa disso. O que me fez ter pena dela, porque eu sabia como é ter as filhas de Afrodite te odiando. Ela usava um short jeans curto e uma regata preta.

– Vamos? – Perguntou ela para Nico. Depois ela se virou para mim e deu um sorriso. – Oi. Sou Roselie Nicholls.

Eu já tinha ouvido esse nome...

– Prazer, querida. Sou Allyson Blake. – Falei abraçando ela. – Posso te chamar de Rose?

– Até que enfim alguém simpático nesse Acampamento. – Disse a Rose. Ouvi Nico dizer um “valeu, Roselie”. – Claro que pode me chamar de Rose.

– Você se desentendeu com as Caçadoras? – Perguntou Nico.

– Sim. – Respondeu Rose. – Com a Tálha.

Nós olhamos confusos para ela, que simplesmente deu de ombros. Então Nico sorriu.

– Thalia.

De repente eu comecei a rir. Eu e essa Roselie poderíamos ser grandes amigas. Eu também odiava aquelas Caçadoras. Roselie nos contou o que aconteceu no Chalé de Nix, e por falar nisso essa garota deve ser muito poderosa. Neta de Nix...

– Vamos, Rose. Vou te mostrar o resto do Acampamento. – Disse Nico se levantando. – Vem com a gente, Ally?

– Não. Vou ter que ir ao Chalé de Hermes pegar umas coisas que eu encomendei. – Eles assentiram e começaram a andar. – NICO! – Ele se virou pra mim atordoado. – Se você for um pouquinho inteligente, leve a Rose para a praia!

– Vai para o TÁRTARO, Allyson! – Gritou de volta.

Sorri satisfeita. Segui para o Chalé de Hermes lentamente. Pensei no nome dessa garota... Nicholls. Eu já o ouvira em algum lugar. Forcei minha mente a trabalhar. Isso era meio raro de acontecer: Minha mente trabalhando. Quando estava quase chegando ao Chalé de Hermes me lembrei.

Quando eu estava no Olimpo indo visitar minha mãe, ouvi uma discussão entre Apolo, Zeus, Demeter, Poseidon e outra mulher. Eu não estava ouvindo a conversa atrás da porta. Do outro lado do Olimpo podia se ouvir a conversa. Zeus berrava que alguém não podia ser assumido, Poseidon tentava apaziguar a briga e os outros três diziam que não estavam nem aí para o que eles pensavam. Teve uma hora que Poseidon disse que era para fazerem o que quiserem com os Nicholls que no fim eles iriam se ferrar do mesmo jeito.

Meus pensamentos foram interrompidos quando colidi com algo solido. Quase morri quando vi o que estava a minha frente.


POV Klaus


Os rapazes do Chalé de Hermes eram bem maneiros. Mas eu ainda sentia um vazio e tanto. Troquei de roupa e fui para fora do Chalé quando esbarro em alguém. O que vi na minha frente parecia uma visão do Paraíso.

Seu cabelo era loiro e liso e combinavam perfeitamente com seus olhos azuis claros. Sua pele era clara e seu corpo era definido. Ela estava com um short jeans claro e uma camisa lilás. Simples, mas era muito linda.

- Desculpe-me – Falei olhando em seus lindos olhos.

- Não. Eu que ando meio distraída. – Disse com sua voz doce.

Por um momento esqueci meu nome e tudo que eu tinha vivido. Obriguei-me a sair desse “transe”.

– Sou Klaus Nicholls. – Apresentei-me.

– Outro Nicholls? – Perguntou ela surpresa.

– Já vi que conheceu minha prima. Ela arrumou briga com você? – Perguntei pronto pra ir atrás de Roselie.

– Não. A Rose é muito maneira. – Respondeu. Ela começou a me olhar de um jeito estranho e eu fiquei sem graça...

Calma aí! EU? Klaus Nicholls. Sem graça com uma garota? Devo estar em um universo paralelo.

Ela pareceu notar isso.

– Ãhn... Meu nome é Allyson Blake. Filha de Hera. – Zeus estava perdendo o controle. – Você é filho de Hermes?

– Indeterminado. – Falei.

– Também é neto de Nix? – Perguntou sorrindo.

– Sim.

– Já conhece todo o Acampamento? – Disse enquanto nós andávamos para fora do Chalé.

Eu estava meio abobado ainda. A garota era linda. Encantou-me.

– Ainda não. – Respondi.

– Então eu te mostro. – Ela sorriu mais.

Então começamos a andar. Ela me mostrou o Acampamento, me falou sobre as aulas, e a tal da fogueira onde tínhamos que jogar nossa oferenda para os deuses. Ela me contou também sobre a Caça a bandeira contra as tais das Caçadoras de Ártemis. Ficamos conversando até a hora do jantar. Gostei muito da Allyson. Estávamos na entrada da Floresta quando a corneta tocou. Chegamos juntos ao Refeitório e ela foi se sentar sozinha na mesa de Hera. Fui acompanhado de alguns rapazes para a mesa de Hermes e nós começamos a jantar.

Eu e Roselie nos levantamos ao mesmo tempo e fomos fazer oferenda a nossa avó. Pedi para conhecê-la. Seria muito bom conhecer minha vovó poderosa e Primordial. Tive a impressão que Roselie pediu a mesma coisa.

– Para Nix. – Dissemos ao mesmo tempo. Então voltamos para nossos lugares.

A porta do Refeitório se abriu e uns garotos entraram. No meio deles estava uma garota de doze anos com cara de “O que eu estou fazendo aqui?”. As filha de Afrodite olharam eles até se sentarem-se à mesa. Alguns garotos da minha mesa começaram a falar desses rapazes com raiva.

– Quem são? – Perguntei a Travis.

– Filhos de Apollo. Aquela menina ali é a única filha dele que passa o ano inteiro aqui no Acampamento. Eles adoram irritar ela. Mas sabe... Eu não entendo o que as filhas de Afrodite vêem neles.

Ele continuou falando. Percorri todo o refeitório com o olhar. A mesa de Poseidon estava vazia, o que fez, novamente, meu coração se apertar.

Então com um barulho ensurdecedor a porta se abre no vamente. Um cara com uma bermuda e camisa havaiana entrou e seu olhar rondou o refeitório inteiro e encontrou o meu. Estava carregado de raiva e ódio. Depois ele rodou novamente o refeitório e olhou para Roselie.

– O que está fazendo aqui? – O Senhor D. perguntou se levantando de sua mesa. Ele não obteve resposta. – Poseidon! O que faz aqui?

– Fique fora disso, Dioniso. – Respondeu Poseidon.

Caramba... Ele estava com raiva de mim. DEUSES – finalmente aprendi a falar no plural.

– Onde está meu filho? – Perguntou cerrando os punhos.

– Senhor... – Quíron começou, mas foi interrompido.

– ONDE ESTÁ PERCY?

Um silêncio se formou. Poseidon olhava de mim para Roselie.

– Foram por culpa de vocês que ele morreu? – Perguntou. Eu sabia muito bem que eu não precisava responder. – Claro que foi.

– Pare com isso Poseidon! – Gritou um homem que tinha aparecido atrás dele. Carregava um raio na mão direita.

– PAI! –Gritou uma caçadora. – Deixe-o acabar com a raça da garota vadia!

– Cale-se Thalia! – Devolveu Zeus. – Poseidon, seu filho...

– ZEUS! ESSA NÃO É UMA LUTA SUA!

– Com certeza não vai ser nem uma luta. – Um deus dos olhos dourados e jaqueta de couro, disse sério. As filhas de Afrodite suspiraram.

Todos os deuses estavam parados na porta do refeitório. Consegui contar oito. Poseidon devia estar pensando quem ele ia matar primeiro.

– É por culpa deles que Percy morreu, Apollo! – Devolveu Poseidon.

– E quem disse que ele morreu? – Outro homem apareceu. Só que ele apareceu no meio do Refeitório e de costas para todos os outros deuses.

Finalmente Poseidon parou; Ele deu mais alguns passos para frente e ficou mais perto da minha mesa. Ah! Deuses! Tenham misericórdia.

– Hades? – Poseidon perguntou.

Eu ia morrer na frente de Hades... E de todos os outros deuses... Foi então que vi Nico voltando da fogueira. Com certeza foi ele quem chamou o pai. Hades lhe lançou um olhar agradecido e Nico apenas assentiu.

– Onde esta meu filho? – Perguntou Poseidon.

– Como é que eu vou saber onde esta seu filho, Poseidon? Como você mesmo disse, ele é SEU filho. Não meu.

Poseidon foi chegando mais perto de Hades, que se virou para olhar direto nos olhos de seu irmão.

– Pare com esses enigmas, Hades. – Gritou Poseidon.

Então, da mesa de Artemis, saí uma garota de uns doze anos e anda até Poseidon. Eu tive vontade de gritar pra ela sair dali. Mas eu não achava minha voz.

– Acalme-se Poseidon. – A garotinha pediu.

– Se você soubesse como eu me sinto, não pediria para me acalmar. – Replicou Poseidon.

– Poseidon, minhas Caçadoras são como minhas filhas. São minha família.

Hades já não estava mais olhando pra Poseidon com aquele olhar divertido. Agora olhava para Ártemis com um olhar cheio de ódio.

– Você gosta tanto de suas Caçadoras que nem se importa quando perde uma, não é? – Hades disse e finalizou a discussão. Então, se virou para uma deusa que estava no canto da porta do Refeitório. – Querida sobrinha... – Pude notar que as palavras estavam cheias de sarcasmo. - Sua filha, Perseu e o filho de Nix, não estão no mundo Inferior. Posso garantir-lhes disso. Não tenho mais tanto controle dos meus servos, mas tenho das almas que entram e saem do Hades; Também ouso dizer que a alma deles ainda está em seus respectivos corpos. Talvez, por pouco tempo. – Acrescentou. Depois de uma longa pausa, olhou novamente para Nico. E novamente Nico assentiu. Então onde o senhor Hades estava, agora havia apenas fumaça negra.

Meu pai estava vivo. Eu tinha que encontrá-lo. Era só isso que importava.

Aos poucos e sem nenhuma palavra, os deuses foram indo embora. No fim só havia um Poseidon totalmente diferente do que tinha entrado ali á alguns minutos. Ele lançou um olhar a mim e a Roselie, um olhar que não consegui decifrar o significado, e sumiu.

O Refeitório ficou em silencio por um bom tempo. Eu olhei para Roselie e nós no levantamos ao mesmo tempo.

– Quíron! – Chamamos. – Precisamos ir. – Acrescentei.

– Por favor. – Pediu Roselie chegando mais perto da mesa deles. Eu a segui. – Ele é nossa única família. Fora que temos uma dívida com Percy e Annabeth.

Quíron olhou para o Senhor D, que apenas deu de ombros.

– ATENÇÃO! – Chamou Quíron. – Amanhã teremos uma reunião. Quero todos os Chefes do Chalé na Casa Grande, antes da Caça a Bandeira. Teremos uma Missão. – Quando todos começaram a murmurar coisas Quíron se virou para mim. – Pode ir a Reunião também, afinal ele é seu pai.

Eu sabia que não adiantaria insistir. E eu iria nessa missão. Olhei para Roselie. Ela estava sorrindo aliviada.

– Ele está vivo. – Sussurrou com os olhos cheios de lagrimas.

Assenti e nós voltamos para nossos lugares. Eu estava esperançoso, parecia que agora seria mais fácil de aguentar. Ele estava vivo, e agora a única coisa que importava era salvá-lo.


Depois do jantar constrangedor, os filhos de Apollo começaram a cantar. Roselie, Allyson, Nico e eu, sentamos um ao lado do outro para escutar a cantoria. E do jeito que Roselie estava, ela começou a cantar junto com eles. Passamos umas duas horas ali. Depois fomos andando para nossos Chalés. Roselie e Allyson, que agora pareciam melhores amigas, andavam feitas duas bêbadas.

– Vou fazer muito barulho na hora que chegar ao meu Chalé. – Comentou Roselie.

Depois do que aquela Caçadora disse lá no refeitório até eu já estava com vontade de matar elas.

– Só não se esqueçam que amanhã vocês precisam treinar muito. – Falou Nico olhando pra mim e para Roselie.

– Só que nós não temos armas. – Falou Roselie.

– Nós podemos pedir para os filhos de Hefesto prepararem uma... Nós damos um jeito. - Replicou Allyson.

Nós assentimos e então cada um foi para um lado.

Entrei no Chalé de Hermes com cuidado pensando que estavam dormindo, mas estavam todos acordados na maior bagunça. Fui andando até minha cama. Nela havia um embrulho todo negro.

– De que é isso aqui? – Gritei.

– SEU. - Responderam todos. Connor apareceu ao meu lado - Tentamos abrir, mas não deu certo. Parece que só você vai conseguir abrir. – Mereço esses filhos do Deus dos ladrões... Ele se virou e foi se deitar, assim como os outros. Com o maior cuidado peguei o embrulho e hesitei um pouco. Decidi deitar, com o embrulho abraçado a mim, e esperar. Tinha medo de ser alguma armadilha de algum deus raivoso ou de ser algo muito pessoal. Tinha de abrir o pacote em algum lugar sozinho. Adormeci.

No meio da noite, levantei-me e saí de fininho pela porta de metal do chalé de Hermes. Observei o local, evitando confusões com as harpias, e consegui fugir. Fui até o bosque, pois lá me sentia mais enérgico, vivo e sem medos. Não faço ideia do porquê. Enchendo-me de coragem, abri o meu “presente” e deparei-me com um bilhete sobre um par de luvas de couro bem esganiçadas, mas com um ar de poderosas e úteis. Eram longas, subiam meus pulsos, e perto das bordas, havia um símbolo estranho de uns rabiscos que pareciam nuvens em uma formosa noite escura. Lembrei-me de minha avó Nix, deusa da noite e das trevas, patrona dos feitiços e feiticeiros, e instintivamente corri para abrir o envelope, que dizia:

“Querido Klaus,

Saiba que apesar de querer muito, não posso estar contigo e com Roselie neste momento. Mas creio que esse desejo seu logo se realizará.

Pode parecer loucura, mas você também tem o poder que seu pai tinha.

Enfim, quero dar-te esse presente como forma de gratidão pelas oferendas que me fez. Estas são as Manoplas das Forças das Sombras e da escuridão, e podem garantir-lhe muitos poderes se souber usar e controlá-las. Porém, terá de aprender a fazê-lo sozinho.

Nelas também tem uma pequena benção de sua mãe, que você logo descobrirá, assim que ela reclamar-te, o que será e breve.

Com amor, sua avó Nix”


Estava muito feliz, dormi pensando em quais virtudes poderiam essas manoplas me oferecer e em como minha mãe contribuiu nisso. Melhor, minha mãe iria me reclamar em breve, me enchi de felicidade. Corri para o chalé e dormi novamente, bem rápido.


POV Rosalie


Entrei no meu Chalé lentamente. As caçadoras estavam todas dormindo. Eu podia ter acordado todas elas, mas estava cansada de mais pra ter que aguentar uma filhota de Zeus... Deixa quieto.

Fui andando até minha cama e encontrei em cima dela um embrulho negro. Se estiver na minha cama, é por que é meu. Essa era minha filosofia. Sentei-me e abri cuidadosamente o embrulho.

Dentro dele havia uma capa preta de tecido bem fino. Tinha um capuz meio largo e ia até o chão. Abaixo do capuz tinha duas fitas de cetim preto que serviam para prender a capa no pescoço. Era simples, mas... Sinistra... Mas quando a coloquei no pescoço tive a sensação de ficar mais forte. Parecia que ela trouxe pra mim, uma força que eu desconhecia.

Olhei para o embrulho e vi que tinha mais alguma coisa nele. Era um bilhete.


“Querida Roselie,

. Quero muito poder estar com você e Klaus e creio que logo seu desejo se realizará.

Essa Capa é feita das Sombras e da Escuridão.

Pode parecer loucura, mas você também tem o poder que sua mãe tinha. A capa é feito daquilo que você controla.

Seu pai me pediu pra dizer a você que em breve ele irá te reclamar. E que a Arma perfeita pra você está na sua mão neste exato momento.


Com amor, sua Avó, Nix”

Deitei-me, feliz, pensando somente em como meu anel, a única coisa na minha mão, poderia ser “A Arma Perfeita” para mim. Pensei também, em como meu pai me reclamaria, o que estava perto, segundo Nix. Adormeci.




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Notas finais do capítulo

Reviews????... Beijos a todos. '.'



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