POV Klaus

    O Acampamento era lindo durante a noite. A festa ainda estava começando. Nem mesmo Thalia tinha chegado.

     Andei até a praia que estava vazia e me sentei na areia.

    - Linda a noite, não é?

    Sorri ao ouvir a bela e encantadora voz de Nix.

    - Oi, vó. Sim, é lindo. Bom trabalho. – Olhei pra ela.

    Ela se sentou ao meu lado. Usava um enorme vestido negro com pedras cintilantes.

     - Fiquei sabendo que meu filho vai ficar aqui. É perigoso de mais lá fora, principalmente agora, acho isso uma maravilha. Vai ficar no Chalé de Demeter?

    Eu sorri me lembrando de minha mãe.

     - Sim. É uma tradição, não? E ela me ameaçou. Disse que se eu não ficasse lá, provavelmente, iria me perseguir.

     - Sua mãe tem um gênio e tanto.

    Nós rimos.

     - Estou muito orgulhosa de vocês. Sabe… Agora deve demorar um pouquinho para outros deuses se rebelarem. Vocês fizeram um ótimo trabalho.

    Eu olhei curioso para ela. Como ela conseguia fingir tão bem? Acho que foi de nossa avó que Rose aprendeu a mentir tão bem.

    - Olha… Eu sinto muito. – Comecei. Nix me olhou com o cenho franzido. Continuei. – Acho que eu, meu pai e Roselie fomos os únicos que te trouxeram orgulho na terra. Eu não devia estar falando disso… Me desculpa, esquece, vó. – Eu comecei a falar coisas assim, sem sentido, para mostrar meu arrependimento.

     - Eu me orgulho de todos vocês. Até mesmo de Petros, mesmo eu tendo que prendê-lo no Tártaro! – Ela falou em um tom calmo. Petros… Era esse o nome do desgraçado? Que legal! – Petros servia a mim e a Hades lealmente como Quione serve à Bóreas. Começamos a discutir quando comecei a forjar as armas para os olimpianos na Primeira Guerra contra os Titãs. Ele não aceitava o fato dos deuses assumirem o controle do mundo por causa de seu egoísmo… E era disso que ele tinha mais medo. Egoísmo. E eu tive que deixar de lado o meu quando o enfrentei em uma batalha desigual junto a Hades e o joguei no Tártaro roubando seu poder e jogando dentro de um baú.

   Eu olhei para ela evitando demonstrar tristeza. Ela percebeu que me tocou profundamente e então sorriu.

   - Klaus, não quero estragar sua noite.

   - Você nunca estraga nada, vó. – Eu falei sinceramente e ela sorriu agradecida. – É uma primordial, lembra-se?

  Seu sorriso se alargou como se aquele elogio fosse o mais idiota que já ouvira. O que devia ser verdade.

   - Um dia, você vai perceber que ser um meio sangue é mais gostoso e vantajoso do que ser um Primordial que todos têm medo.

    - Então, acho que estou no caminho certo. – Eu gargalhei. – Por que, cá entre nós, eu causo medo nas pessoas, sabia? Sou um Meio Sangue… Descendente de Nix!

   - Sim, Klaus. – Ela sorriu, mas logo olhou para trás e sorriu maliciosamente. Eu não avistei absolutamente nada. - Mas não é por você ser meu neto que aquela linda filha de Hera te ama. Aaahh, - minha avó suspirou. – Sabe, Hera ficou feliz de Alysson ter encontrado você.

   Olhei para ela com um ar de interrogação e ela rapidamente explicou.

   - Zeus matar Ally vai te deixar triste o que me deixa irritada. Ele não quer comprar briga comigo. Ainda mais se Rose topar lutar ao meu lado. – Ela sorriu.

    Aquilo não fazia sentido algum para mim. Mas eu sorri assim mesmo agradecido a compaixão dela.

    - Obrigada, vó.

    Ela me abraçou carinhosamente.

    - Tudo bem, querido. Parabéns pela missão. Espero que nos vejamos em breve.

    Fechei os olhos enquanto ela assumia sua verdadeira forma e se tele transportava.

    Logo vi Ally vindo em minha direção. Ela usava um vestido cor marfim, curto e seus cabelos estavam soltos e esvoaçavam com o vento.

    - Sabia que iria te encontrar aqui. – Ela me deu um beijo. - Rose quer todos lá. A festa é nossa sabia?

     - A festa ainda não começou. E Rose ainda nem saiu do Chalé. – Falei a jogando no chão.

     - Ah, Klaus! Eu acabei de me arrumar.

     - Você esta linda! – Falei beijando-a carinhosamente.

    Ficamos ali deitados por um longo tempo. Um longo gracioso tempo… que tinha que acabar.

    - Vamos. Precisamos ir. – Ela se levantou e começou a se limpar. Relutante, fiz o mesmo.

   - Quer ajuda para se limpar? – Perguntei com um sorriso malicioso. – Podemos nadar um pouco, o que acha?

   Ela me olhou incrédula.

   - O Acampamento inteiro esta dando uma festa para nós e você quer… Nadar? – Ela disse como se eu tivesse dito que iríamos pular do Grand Canyon!

   - Exatamente.

   - Não! - Ela gritou. Mas seu tom de voz não me parecia muito seguro. 

   Então, fui tomado por uma onda de insanidade. Definitivamente aquele tempo no acampamento me transformou em outra pessoa, pois eu nunca pensaria fazer uma coisa daquelas. Mas eu gostei daquele novo Klaus... Era seguro. Sabia os seus limites, mas tinha total consciencia do que conseguia fazer. Tipo jogar sua namorada na agua enquanto ela se debatia.

   - KLAUS! ME SOLTA! 

   Tarde demais. Eu e Ally já estavamos submersos. Ela subiu a superficie rapidamente e começou a me jogar agua.

   - Klaus! Olha o que você fez! - Ela falou, mas não conseguiu segurar o riso. - Por que você faz isso comigo?

   - É legal ver você desse jeito. - Revidei jogando agua nela tambem. Depois de nosso momento infantil e a segurei pela cintura e a obriguei olhar para mim.

   - É, eu devo estar linda com o cabelo molhado e um vestido quase transparente! - Ela disse incrédula. 

   É… Confesso que aquele vestido molhado, quase transparente, ficou perfeito nela. Aliás, com aquela beleza toda como algo não poderia ficar perfeito nela?

    Por quase uma hora nós ficamos ali, sem se importar com a festa que rolava. Ally por incrível que pareça se esqueceu dela!

    Mas, infelizmente, tivemos que sair da agua. Ally pegou minha mão e lentamente começamos a andar em direção a área dos Chalés que estava completamente vazia. Todos deviam estar no anfiteatro festejando. Paramos no chalé de Hera e Ally se virou para mim. Nos beijamos pela ultima vez e sussurrei em seu ouvido.

    - Eu te amo, meu amor.

    - Tambem te amo, Klaus. Muito. - Ela sorriu e entrou no monstruoso chalé de Hera.

    Finalmente, um final feliz. Mesmo que amanhã eu tenha que ir para outra missão, mesmo que algum deus surte novamente… Eu não estava nem aí. Pela primeira vez na vida me sentia completo e feliz. Ao lado dela eu esquecia completamente tudo. Não me importava com mais nada. 

   A unica coisa que importava era ela. E tê-la em meus braços fazia com que minha segurança aumentasse... E eu seria capaz de enfrentar qualquer coisa por ela. Para mantê-la segura. Para mantê-la salva. Para mantê-la ao meu lado. Não importava o quê. Ela era minha, e era isso que me fazia feliz.

  POV Nico

    Eu não estava muito certo dessa festa, afinal Rose tinha acabado de sair da enfermaria. Mas alguém me escuta? Pois é. Então, fui obrigado a colocar uma roupa um pouco mais… Formal. Não muito, mas ainda sim era muito diferente do que eu gosto de usar.

    Estava arrumando meu cabelo, quando percebi que alguém tinha entrado no quarto. Me virei rapidamente e dei de cara com meu pai.

    - Tem uma porta bem ali. Podia ter batido, Hades. – Falei.

    - Não gosto de avisar ninguém da minha presença. Só vim dar parabéns a você. – Ele respondeu sorrindo.

    Eu tive que rir.

    - Perdeu alguma aposta com Demeter e agora teve que vir aqui fingir ser um bom pai? – tentei adivinhar.

    - Não, Nico. Estou orgulhoso de você. Eu vi o que fez com os monstros, não sabia que controlava fogo infernal. Parabéns, de verdade. E eu estou até… Feliz de ver que não vou ter que matar sua namorada.

    Eu franzi o cenho.

    - Explica. – Mandei.

    - Longa história. Enfim, parabéns. Quero que saiba que tenho orgulho de você e é melhor lembrar desse momento, porque eu jamais irei dizer essa frase novamente. Mas, você é meu filho... Meu unico filho e não me decepcionou. - Ele ousou abrir um sorriso. - Nunca decepcionou. Obrigado. 

   Dizendo isso, ele desapareceu. Tive vontade de mata-lo. Espera. Não tem como matar o dono da morte. Mas me dei conta do que ele disse... E pela primeira vez eu senti uma felicidade pular dentro de mim... Não que me importasse com que ele pensasse, mas... Ele disse que eu não o decepcionei. E se você é um filho de Hades, essa será uma frase que você jamais irá ouvir!

   E como ele, ousei a abrir um sorriso. Até que comecei a gargalhar. Não me lembro o porquê. Provavelmente o nervosismo... Ou a felicidade incontrolável. O dia não podia estar mais perfeito.

   Acabei de me arrumar e saí. O Acampamento estava lindo. Era inacreditável o que os filhos de Afrodite e Apolo podiam fazer em menos de três dias. A maioria das pessoas estavam em seus chalés acabando de se arrumar. Os que estavam ali vieram me parabenizar, perguntaram se eu estava bem, já que desde que tinha chegado não saia da enfermaria.

    Vi Ally e Klaus sentados em uma mesa e fui até lá. Estranhei, porque um pouco antes fui agradecer a Ally por me ajudar esses dias e a encontrei com outra roupa.

    - Viram a Rose? – Perguntei.

    - Não. – Respondeu Klaus de mau humor. – Mas eu estou vendo a cara quebrada desses filhos de Hermes da mesma ao lado se não pararem de olhar pra Ally.

    Eu e Ally rimos do ciúme idiota do Klaus. Ele tinha mudado bastante...

    - Nico, - Ally disse suavemente. – Rose esta no Chalé dela acabando de se arrumar. Se não me engano Thalia esta lá.

    Agradeci um pouco triste por ter que encontrar a irritante da Thalia, mas apaguei esse pensamento. Saí dali para deixar os pombinhos a sós. Decidi ir até o Chalé de Apolo ver se Rose já tinha acabado de se arrumar. Bati na porta uma vez, e a pequena Mandy atendeu. Ela olhou com pena pra mim e colocou a cabeça para dentro do Chalé berrando:

      - ROSELIE! SEU MARIDO TA AQUI NA PORTA! NÃO DEMORA SE NÃO O WILL VAI AMEAÇAR ELE!

     Eu sorri.

     - QUEM É QUE TA AÍ? – Ouvi a voz de Will alterada.

     - NINGUEM! – Rose gritou de volta. Eu só sabia rir. Não sabia nem porque. – E VOCÊ NÃO SAIA DESSE CHALÉ ATÉ ESTAR DEVIDAMENTE ARRUMADO Sr SOLACE! E TRATE DE TIRAR ESSAS COISAS DE PERTO DA MINHA CAMA, NINGUEM MANDOU VOCÊ MEXER COM O CONNOR! Ou o Travis, sei lá. – Ela acrescentou.

    Will resmungou alguma coisa e eu continuei rindo. Thalia foi a primeira a sair.

    - Fala, Caveirinha. – Ela disse passando por mim.

    - É bom te ver Para-Raios. – Devolvi no mesmo tom irritante de Thalia.

    Ela deu de ombros sorrindo e me deu os parabéns. Agradecia a ela e me encostei na soleira da porta entreaberta, esperando Rose. Então, ela apareceu na porta e meu sorriso desapareceu.

     - Você também esta lindo, Nico! – Rose me deu um beijo.

     - Você… Se superou. Esta incrível! – Falei por fim.

     - Obrigada. Minha vó mandou o vestido. – Ela sorriu presunçosa. - Eu quase morri.

    Sim, ela estava fantástica. O vestido era todo preto e longo e tinha mangas largas de véu quase negro meio transparente, é difícil explicar. Era apertado até a cintura deixando a marca da cintura fina dela em evidencia e tinha um leve decote também. O cabelo de Rose estava todo cacheado e ela usava uma maquiagem leve. Estava quase da minha altura o que significa que o salto do sapato preto dela devia ser beeem alto. Minha namorada nunca esteve tão linda.

    Sorri para ela e dei-lhe um beijo rápido.

    - Vamos aproveitar essa festa? – Perguntei pegando sua mão.

    - Eu amo festas. – Ela respondeu ansiosa. – Mas eu amo mais você. – Ela se aproximou de mim e me deu um beijo cheio de paixão. Retribui na mesma intensidade e depois começamos a caminhar lentamente. - Esta incrivel com essa roupa britânica! 

    - Eu odeio isso, Rose. Pode, por favor, fingir que não estou usando essa roupa?

    Ela riu. Percebi o que tinha dito.

    - Bem... - Falei. - Esquece que eu disse isso. 

    - Vou tentar. - Ela sorriu maliciosamente.

    - Para de sorri desse jeito, esta me deixando sem graça. - Falei.

    - Vou tentar. - Ela repetiu rindo.

    Caminhamos em direção a festa. Rose dava uns ataques de risos do nada de vez em quando e percebi o quanto ela estava feliz. Sorri automaticamente por saber que era eu quem a deixou daquela maneira. Cumpri minha promessa. 

    "Tivemos um final feliz" pensei.

    POV Rose

    Depois que minha avó deixou o vestido para mim, comecei a me arrumar. Estava quase terminando quando Thalia entrou no Chalé me procurando. Quase tive um ataque do coração!

    - THALIA!

    - ROSE! – Gritamos ao mesmo tempo. Eu corri sobre o salto alto e a abracei fortemente.

    - Disseram que não poderia vir! – Falei. – Meu deus! Eu não acredito que esta aqui!

    - Pode começar a acreditar, patricinha! Eu também estava com saudades sua! Ah, você não sabe o quanto os deuses falam de você lá no Olimpo!

    Em resposta um raio cortou o céu como se as palavras de minha amiga fossem parte de um segredo.

    - Eu sou uma Heroína, não é? – Eu ri. – O que você foi fazer lá?

    - Ajudar lady Artemis. Ela precisava de sua tenente por perto caso você não conseguisse terminar a missão e trazer o Baú. A Caçadoras iriam entrar em ação.

    - Minha tia tem tanta confiança em mim, não?

   Ela riu um pouco.

    - O que você fez foi muito corajoso, parabéns. Serio… Não pensei que você fosse tão forte. – Thalia disse sorrindo para conter as lagrimas.

    - Ownt! – Eu apertei sua bochechas, o que a irritou bastante pois ela me deu um choque de leve. – Você é tão fofa, Thalia!

    - Nossa… Isso não é um elogio para mim sabia?

    Eu ri da sua careta e ela me ajudou a terminar de me arrumar, mesmo que odiasse toda aquela maquiagem e os vestidos e os sapatos.

    Ouvimos uma batida na porta e Mandy foi atender.

    - ROSELIE! SEU MARIDO TA AQUI NA PORTA! NÃO DEMORA SE NÃO O WILL VAI AMEAÇAR ELE! – Minha irmãzinha gritou.

    - QUEM É QUE TA AÍ? – Will perguntou. Ele estava tirando os aspargos que Connor, ou Travis, colocaram na parede e estava até chegando perto da minha cama. Eu não poderia nem dormir ali se aquelas coisas nojentas continuassem coladas nas paredes.

     - NINGUEM! – Gritei de volta. – E VOCÊ NÃO SAIA DESSE CHALÉ ATÉ ESTAR DEVIDAMENTE ARRUMADO Sr SOLACE! E TRATE DE TIRAR ESSAS COISAS DE PERTO DA MINHA CAMA, NINGUEM MANDOU VOCÊ MEXER COM O CONNOR! Ou o Travis, sei lá.

    É, eu não sabia qual dos dois tinha feito aquilo. Mas talvez fosse os dois mesmo, não me importo. Will resmungou alguma coisa, mas o ignorei.

    - Vou indo. – Thalia disse me abraçando. – Te vejo na festa.

    - Ok. Tchau, Thalia!

    Dei uma ultima olhada no espelho e saí. O sorriso de Nico desapareceu assim que ele me viu. Eu sorri um pouco insegura e falei:

    - Você também esta lindo, Nico.

    Conversamos um pouco, e Nico até me falou algo realmente pervertido... Nem ele percebeu até que minhas risadas tomaram conta do local. Deixei um filho de Hades corado. Sou tão especial...

    Andamos em direção ao Anfiteatro, onde seria a festa, e vi o quanto tudo estava incrível. Meus irmãos até estavam tocando musicas normais, sem ser aquelas coisas sobre os deuses. Rolou até Paramore.

    Eu e Nico sentamos junto com Ally e Klaus, logo Thalia se sentou conosco. Mas, infelizmente, ela não ficou muito tempo por que as Caçadoras as chamaram e bem… Ela não estava nem um pouco a fim de ficar ali.

    - Boa noite, pessoal. – Meu tio chegou e se sentou. – Tem uma noticia para vocês. Minhas irmãs foram presas no Hades.

    - Suas irmãs? – Perguntou Ally.

    - Noooossa, Alysson. – Falei. – Éris e Nêmesis! - Me virei para meu tio. - Quer dizer, que foi mesmo Éris que entregou o Baú a Melinoe?

    - Sim. E eu acho que Melinoe vai ficar um bom tempo sem aparecer. – Falou meu tio em um tom misterioso. – A própria Nix cuidou dela.

    - Legal. – Falei batendo palmas. – Mas, especificamente o que aconteceu com as deusas?

    - Não posso falar. Se isso sair daqui, pode incitar outros deuses a se rebelarem. Mas pode ter certeza que vai demorar um bom tempo para isso acontecer. – Ele sorriu orgulhoso. – Bem, não vou ficar atrapalhando vocês. - Ele me abraçou. - Feliz aniversário, querida. 

    Ele se levantou e começou a andar em direção a mesa de Quíron. Sorri ao vê-lo feliz.

    - Ele é legal. – Disse Nico.

    - Ele é meu pai, claro que ele é legal. – Klaus riu.

    - Pais são uma benção. – Falei.

    - Falando em pai… - Ally disse olhando para mim. – Você… Cantou na caverna? Eu estava meia perdida, mas eu juro que ouvi.

    Nico riu. Devia ser tanto por aquilo não ter nada a ver com "pai", quanto pelo fato de eu ter cantado.

    - Essa coisa disse que ia morrer como uma filha de Apolo.- Ele falou sorrindo.

    Era tão bom sorrir ao lembrar daquilo! Era bom saber que eu estava viva e que todos riam da minha quase morte.

    - Cantou que musica? – Klaus perguntou.

    - Everything. – Respondi. – A parte lenta. Se pudesse teria cantado a parte rápida, porque eu prefiro ela, mas eu estava morrendo.

    Klaus franziu o cenho como se tentasse se lembrar da musica.

    - Lifehouse? – Perguntou. – Aquela… You're all I want/ You're all I need/ You're everything, everything/ And how can I stand here with you/ And not be moved by you/ Would you tell me how could it be any better than this.

     Eu e Klaus começamos a cantar, e nem percebemos que tínhamos atraído tanta atenção. Rimos quando finalmente terminamos de cantar e todos nos olhavam como se fossemos loucos. Então, tive uma ideia.

     - Ei, lembra do nosso primeiro dia no Acampamento, quando nós meio que competimos na fogueira? – Perguntei a ele.

     - Sim! – Ele falou no mesmo tom de “temos um plano”. – Que musica quer cantar?

    - Me acompanhe. – Me levantei e fui até o palco. Mike aceitou a escolha da musica numa boa.

    Logo todos já tinham sua atenção voltada a mim e Klaus.

    - Canta a primeira parte, eu ficou com a segunda, o refrão cantamos nós dois e o solo é meu. – Falei lhe entregando um microfone.

    - Por que é seu, o solo?

    - Por que você não tem um agudo legal. – Sorri. – Paralyzed, ok?

    Ele sorriu e olhou para Ally lhe mandando uma piscadela do tipo "essa é pra você".

    E em menos de dois segundos a musica já rolava solta pelo anfiteatro.

          {Klaus}

          You, you walked into the room

On a Friday afternoon

That's when I saw you for the first time

And I was paralyzed

I had a million things to say

But none of them came out that day

'Cause I was never one of those guys

That always had the best lines

{Rose}

Time stops ticking

My hands keep shaking

And you don't even know that

{Ambos}

I try to speak but you got me tongue-tied

I try to breathe but I'm f-f-f-frozen inside

I try to move but I'm stuck in my shoes

You got me paralyzed, paralyzed, p-p-p-paralyzed

I see you walking, but all you do is pass me by

Can't even talk, cause words don't come into my mind

I'd make a move if I had the guts to

But I'm paralyzed, paralyzed, p-p-p-paralyzed

{Rose}

Now I learned a lot from my mistake

Never let a good thing slip away

I've had a lot of time to look back

And my only regret is

Not telling you what I was going through

You didn't even know that

{Ambos}

I try to speak but you got me tongue-tied

I try to breathe but I'm f-f-f-frozen inside

I try to move but I'm stuck in my shoes

You got me paralyzed, paralyzed, p-p-p-paralyzed

I see you walking, but all you do is pass me by

Can't even talk, cause words don't come into my mind

I'd make a move if I had the guts to

But I'm paralyzed, paralyzed, p-p-p-paralyzed

{Klaus}

As the years go by I think about you all the time

{Rose}

If I get the chance I hope I won't be paralyzed

Paralyzed by you

{Klaus}

You walked into the room

On a Friday afternoon

{Ambos}

I try to speak but you got me tongue-tied

I try to breathe but I'm f-f-f-frozen inside

I try to move but I'm stuck in my shoes

You got me paralyzed, paralyzed, p-p-p-paralyzed

(You got me paralyzed)

{Rose}

I see you walking, but all you do is pass me by

Can't even talk, cause words don't come into my mind

I'd make a move if I had the guts to

{Klaus}

But I'm paralyzed, paralyzed, p-p-p-paralyzed

(You got me paralyzed)

Paralyzed, paralyzed

(You got me tongue tied)

Paralyzed, paralyzed

(Now I'm frozen inside)

Paralyzed, paralyzed

You got me paralyzed, paralyzed, p-p-p-paralyzed

    Depois daquele show eu e Klaus voltamos a nos sentar. Senti-me tão feliz e leve! Nico ficou se achando e me irritando dizendo "Ai, sim, eu causo esse efeito nas pessoas. Elas ficam paralisadas com minha beleza"

    Enfim… A festa rolou super bem. Ganhei até um enorme bolo com meu nome escrito nele. Lindo, perfeito! Acho que o Acampamento inteiro veio falar comigo e me desejar parabéns. Foi desgastante. Por volta da meia noite, eu e Nico resolvemos ir até a praia, nos sentamos na areia e Ally e Klaus nos seguiram.

    - Acabou. – Ally disse. – Provavelmente, a partir de agora, os semideuses vão poder chegar aos trinta anos de idade desde que matem os monstros que os perseguem.

    - Vamos ter uma vida normal… Pelo menos normal para um semideus. – Klaus completou.

    Eu ri. Final de filme clichê.

    - Pois é. – Olhei para o mar calmo a minha frente. – Será que a agua esta fria? – Perguntei.

    - Eu já fiz isso hoje. E parece que Poseidon esta de bom humor.  – Ally disse, depois ela se levantou. – Vou pegar um casaco, estou com frio.

    Ela começou a andar, mas percebeu que Klaus não tinha se mexido.

    - Klaus! Vem comigo, agora! – Ela gritou.

    A Ally tem um jeito tão discreto.

    - Por quê? – Klaus perguntou.

    - Por que eu quero deixar a Rose e o Nico sozinhos. Ai, depois eu que sou a tonta. – Ally respondeu.

   Eu e Nico começamos a rir enquanto Klaus se levantava.

   - Amo a Ally! – Falei colocando a cabeça no peito de Nico.

   - Ela tem um jeito meio… Nada discreto. Nem parece filha de Hera.

   Tirei meus sapatos e me levantei lentamente. Andei até a beira da agua, deixando a agua gelada bater nos meus pés. Logo senti os braços de Nico ao meu redor. A lua acima de nós iluminava tudo.

    - Lindo, não acha? – Ele sussurrou em meu ouvido fazendo com que me arrepiasse.

    - Sim. É perfeito. – Falei baixo.

    - Parece sonho.

   Eu sorri e me virei para ele. Passei meus braços por seu pescoço e me aproximei mais.

   - Um sonho que virou realidade. – Completei.

   - Eu te amo.

   - Eu também te amo, meu amor.

   Encostei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos pedindo aos deuses que aquele momento durasse para sempre. Algo dentro de mim me alertou que aquele era o começo de uma parte maravilhosa da minha vida. Era um tipo de conto de fadas... Mas era real. 

    Era real o suficiente para durar para sempre.