ANTES

Nos capitulos anteriores de A Maldição do Deus Oculto...

– E vou achar meu pai custe o que custar.

...

– Como foi a Profecia?

– Um pouco forte no final, não acha, Roselie?

...

– Não, querida- disse Ártemis- é um deus menor que, devido a algumas proezas que cometeu -ela olhou para Zeus- foi aprisionado no Tártaro, mas agora, ele pode ser mais poderoso que todos nós juntos, já que tem o auxílio de alguns outros deuses menores que tem os seus motivos e de alguns seres monstruosos jamais citados.

...

– Mais uma coisa foi adicionada na nossa missão. Temos que achar um baú que foi intregue ao mal por algum traíra.

...

– Então essa é sua escolha?- Perguntei passando minhas mãos por sua cintura. {...}

Quebrei o espaço entre nós e a beijei. Um beijo calmo, mas que mostrava tudo o que eu sentia por ela. E aquilo me deixou muito feliz. Muito mesmo. Pedi passagem e ela concedeu, chegando ainda mais perto de mim. Ela retribuiu o beijo com a mesma intensidade e paixão que eu.

...

– Ótimo. Então tendo ou não tendo...

– Está acabado.

...

Só ouvi Klaus gritando como um louco e correndo atrás de mim, mas dessa vez, eu não me virei, e as chamas engoliram meu corpo por inteiro.

AGORA

POV Klaus

Quando Ally entrou na casa em chamas, eu não me aguentei e corri em sua direção. O calor lá dentro era quase insuportável.

- Allysson! – Gritei desesperado.

Olhei para os lados em sua procura. Ela corria em direção as escadas. Monstros ao seu redor viravam pó devido ao fogo. Gritavam agoniados enquanto viravam cinzas.

Fui correndo em direção a escada e consegui alcançar Ally. Segurei seu braço e a virei pra mim.

- O que esta pensando? – Perguntei entre os estalos que o fogo fazia.

- Meu pai esta lá em cima! – Ela disse. Seus olhos estavam cheios de lagrimas, mas eu não sabia se era pela fumaça ou pelo fato que a fez correr até ali.

- Allysson! NÃO É SEU PAI! É UMA ISCA!

- Não, Klaus é ele! Agora me larga, eu preciso salvá-lo! – Ela gritou de volta e se desvencilhou de mim.

- Ally!

- Não Klaus! – Ela se virou pra mim. - Não vou sair daqui sem… Klaus cuidado!

Ally segurou meu braço e me puxou. Dois segundos depois uma enorme placa que ficava em cima da escada caiu e logo começou a pegar fogo e ele foi se espalhando pela escada. Eu e Ally subimos correndo, afastando os monstros que caiam sobre nós pegando fogo.

- Tem uma saída por ali! – Ally disse. – Vá embora antes que o fogo destrua a passagem!

- E você?

- Vou procurar meu pai no terceiro andar e tentar sair daqui o mais rápido possível! – Ela chutou uma madeira das estantes que caíram no caminho e seguiu em frente.

- Não vou deixar você sozinha. – Eu a segui.

- E por que não? – Ela perguntou incrédula.

- Olha, eu sei que fui um idiota te tratando daquele jeito… Na verdade, eu só estava com medo da Rose se machucar outra vez! E eu não devia, de maneira alguma, ter descontado em você. – Eu disse meio receoso. Fui o mais sincero possível. É, eu estava extremamente arrependido por dizer aquelas coisas pra ela.

Ally me olhou confusa. Depois jogou seu cabelo de um lado para outro e olhou para os lados, angustiada.

- Klaus… - Ela começou a dizer, mas eu a interrompi.

- Alysson, provavelmente morreremos queimados. E eu entrei nessa por você. Eu não devia ter dito aquilo na van. Me arrependi no mesmo segundo que as palavras voaram da minha boca. Provavelmente, eu pediria desculpa no dia seguinte, só que você dizer que estava tudo acabado me deixou ainda mais arrependido e meu orgulhou acabou falando mais alto. Só que eu não vou morrer brigado com você! Então, por favor, diga apenas que me perdoa e eu prometo fazer de tudo pra ter tempo de te pedir em namoro.

Os olhos dela estavam arregalados. Estavam quase saindo das orbitas.

- Klaus… Eu… To sem palavras. Na verdade eu tenho algumas; Por que garotos sempre dizem coisas assim para as garotas quando ambos estão prestes a morrer? – Ela perguntou severa.

- Talvez por que garotos só se dão conta de que amam as garotas quando percebem que vão perde-las.

Entre nós ficou em silencio, mas envolta o fogo estalava enquanto engolia madeira e plástico e os monstros rugiam.

- Eu também não tinha que ter me intrometido daquela forma. – Ela falou.

Foi aí que o chão começou a estalar. Eu e Ally paramos de falar e subimos as escadas para o terceiro andar.

- Semideuses, definitivamente, têm problemas. – Comentei.

Ally riu. Foi tão bom ver o sorriso em seu rosto.

- Por quê?

- Estamos dentro de uma prefeitura que esta pegando fogo, prestes a cair e em vez de descermos, estamos subindo.

- Eu não disse que era pra você vir. – Ela tentou abrir uma das primeiras portas do terceiro andar.

- Nunca mais vou te deixar sozinha. Eu juro.

Ela deu um sorriso enorme, mas logo ele desapareceu. Ela abriu a porta e um pedaço dela caiu na sua frente.

- Ele não esta aí Ally. – Constatei. Ela assentiu e foi em direção a outra porta e eu fiz o mesmo.

A cada porta aberta um amontoado de coisas caía na nossa frente e eu perdia a esperança de poder ver o Sol nascer de novo. Não que eu quisesse ver Apolo, mas acho que deu pra entender que eu tinha medo de morrer. Mas eu não podia deixa-la. E não ia.

Subimos para o sótão em busca do pai dela e o encontramos no chão, inconsciente.

- Alysson! Aqui! – Gritei.

Naquela sala as estantes estavam caídas no meio do caminho e o fogo se espalhava por todo lado. No centro estava um homem caído e um pouco atrás um dracaenea que tinha metade do corpo coberto por fogo.

Ally ficou ao meu lado e olhou para o cara caído no chão.

- Ai, por Hera! PAI!

Os olhos dele se abriram um pouco, mas ele já estava praticamente morto e com muitas queimaduras no corpo.

- Alysson… - Ele murmurou.

Ally pulou sobre as chamas que rodeava seu pai e eu a segui, claro.

- Pai. Vamos tirar você daqui. – Ela se ajoelhou ao lado dele.

- Não. Eu já estou morto. Mas você precisa ir. Alysson, não deixe que o liberte.

- Pai, o que esta dizendo? - Ela perguntou.

O senhor olhou pra mim com aqueles olhos vidrados e sem vida.

- Proteja… A Ally. Por favor. E não deixe que o liberte. Ele... Só trará mal.

- O Deus que esta preso? - Perguntei debilmente.

- É… Ele não pode voltar. Não deixe ele vol… tar. Você tem o poder rapaz. Não escolha seguir o mal. – Ele fechou os olhos e voltou a abri-los lentamente. Depois disse a Ally. – Pule da janela. Irão... Sobre… viver. – Ele arfava.

- Não vou deixar o senhor. – Ally disse enquanto lagrimas corriam por seu lindo rosto.

Me senti tão incompetente e inútil. Tão… Idiota e egoísta.

- Amo você. E diga a Hera que eu não me arrependi nenhum pouco daquela noite. – Ele conseguiu dar um leve sorriso. – Adeus, Querida.

E seus olhos se fecharam pela ultima vez. Ally derramava lagrima atrás de lagrima. E eu estava completamente arrasado. De repente uma forte luz explodiu e quando sumiu, o corpo do pai da Ally tinha ido junto.

- Os deuses o levaram. Ally, temos que ir. A queda não vai ser tão alta assim. – Falei a abraçando.

Relutante ela se levantou.

- Ele morreu. – Ela sussurrou com a voz fraca. – EU o deixei morrer.

- Não. Não deixou.

O fogo já estava chegando perto de nós. Olhei para o lado e vi a janela com os vidros quebrados. Tínhamos que pular. Era a única maneira de tentar sobreviver.

- Ally, feche os olhos. – Pedi.

Ela afundou a cabeça em meu pescoço e eu pude sentir as lagrimas escorrendo em seu rosto.

- Amo você.

E essa foi a ultima coisa que eu disse antes de pularmos em queda livre.