PDV Esme

Eu estava em casa, mais precisamente na cozinha encostada na bandaca conversando com Carmen sobre os preparativos do casamento e ela preparava o café da manhã, quando de repente senti uma vertigem e me agarrei a Carmen que estava ao meu lado colocando as coisas sobre a bancada.

– Senhora está se sentindo bem?- Carmen perguntou preocupada me ajudando a me sentar em um dos bancos que havia ali.

– Não se preocupe Carmen eu estou ótima. - disse na tentativa de tranquiliza-lá.

– Não é o que parece. - ela disse me olhando séria. - A senhora está mais branca que papel de seda.

– Não é nada Carmen. - falei.

– Mesmo não sendo nada eu vou chamar o senhor Cullen pra dar uma olhada na senhora. - ela disse e antes mesmo que eu tentasse impedi-la ela saiu à procura de Carlisle.

Foi questão de minutos para que ela e Carl entrarem na cozinha.

– Amor o que aconteceu? Carmen me disse que se sentiu mal.- ele disse parando em minha frente e me olhando atentamente.

Eu não queria assustar Carlisle e muito menos ninguém, mas a verdade era que eu vinha tendo essas tonturas acompanhadas de enjôos há algum tempo.

– Eu falei pra ela que não era nada. - expliquei. - Foi apenas um mal estar normal. - dei de ombros.

– Mesmo assim acho bom a gente dar uma olhada. - meu noivo falou todo preocupado.

Eu não achava que era nada de mais, porém resolvi fazer o que ele me pedia apenas para tranquilizá-lo.

– Tudo bem. Mas eu tenho certeza que não é nada de mais. - falei.

– Assim esperamos. - Carmen disse me olhando de um jeito tranquilizador.

– Me espere no quarto que eu já subo, só vou pegar minha maleta que está na biblioteca. - ele disse me dando um lindo sorriso.

– Tudo bem. - falei e fui fazer o que ele me pediu.

Mas antes de sair da cozinha Carmen me parou.

– Quer que eu vá com a senhora?

– Não precisa Carmen. Mas obrigada por se preocupar comigo. - respondi.

Subi para o meu quarto e fui me sentar em minha cama para esperar o Carlisle voltar, mas assim que me sentei senti uma vontade imensa de vomitar e corri pro banheiro.

Foi o tempo de levantar a tampa do vaso e começar a vomitar. Fiquei assustada com o que estava acontecendo. Eu só havia ficado assim três vezes na vida e isso foi quando...

Não. Não podia ser.

Será?

– Querida?- ouvi a voz de Carlisle me chamar no quarto.

– No banheiro. - respondi, com a voz fraca.

E como eu já tinha vomitado até as tripas e não tinha mais nada pra sair, fechei a tampa do vaso dando descarga em seguida e fui em direção a pia lavar minha boca.

– Você está bem?- Carl perguntou entrando no banheiro, enquanto eu colocava pasta na minha escova e começava a escovar meus dentes.

Em resposta apenas acenei com a cabeça.

Depois de acabar, guardei minha escova no lugar e voltei pro quarto sem dizer uma única palavra, sendo seguida por Carlisle.

– Esme meu amor, fala alguma coisa. Eu estou preocupado. - pediu, se sentando na cama comigo.

– Carlisle não se preocupe. - falei sorrindo feito boba.

– Como você pode me pedir isso Esme?- me olhou com cara de interrogação. - Eu vejo você passar mal e você vem me falar que não é nada. Você por acaso é louca?

Eu queria muito dar uma de Bella e dar na cara ele por me achar uma louca, mas minha felicidade era tão grande por causa da descoberta que deixei isso passar.

– Eu não sou louca Carlisle e muito menos estou doente. - falei.

– Como não? A Carmen me chamou por que você passou mal a cozinha e quando cheguei aqui vi você no banheiro vomitando. - rebateu.

– Carlisle você não tá entendendo.

– É. Você tem razão, eu não estou entendendo nada. - disse sério.

Mais tá difícil hein?

– Carl pensa comigo. - pedi.

– Tá, vamos lá. - disse concordando.

– Primeiro veio à tontura, depois os enjôos. - falei. - Então eu só posso estar...

Deixei a frase inacabada para que ele continuasse. Afinal ele é um medico renomado e com certeza iria descobrir com essas pistas.

– Doente. - concluiu.

Senhor daí-me paciência, porque se o Senhor me der força eu juro que enforco. Ah se enforco.

– Não. - bufei. - Vamos tentar de novo.

– Ok.

– Tontura mais enjôos são sinais de que?- perguntei sem fazer rodeios.

– De doença Esme, ora pare de gracinha com a minha cara. - falou bravo.

– Você não nega que é pai do Emmett nem um pouco não é Carlisle? Vê se larga de ser burro e comece a ligar os pontos. - falei já irritada, fazendo uma pausa. - Você como médico, deveria saber mais do que ninguém que eu estou grávida. - completei.

– Grá... Grávida?- perguntou em meio a gaguejos.

– Até que enfim Senhor. - falei levantando as mãos pro céu.

– Tem certeza?- ele perguntou chegando mais perto de mim e depositando a mão com cuidado em meu ventre e pude ver também que seus olhos brilhavam de um jeito que eu nunca tinha visto antes. Talvez tivesse acontecido a mesma coisa quando Elisabeth lhe contou que estava grávida da primeira vez e nas outras duas seguintes. - Como você sabe disso?

– Foi bem simples. Eu apenas vi que só fiquei assim quando estava grávida dos meus filhos. - dei de ombros, sorrindo.

– Grávida. - ele repetiu mais uma vez, antes de desmaiar.

A minha sorte é que ele já estava na cama e eu não precisaria me preocupar com machucados.

Sai do quarto deixando um Carlisle desacordado e fui atrás de Carmen para contar a novidade a ela, por que ela estava preocupada comigo e pedir também que ela não contasse a ninguém até a hora em que achássemos que era a certa.

PDV Bella

Acordei com a luz do sol invadindo pela janela, iluminando todo o meu quarto e me impedindo de voltar ao mundo dos sonhos. Tentei colocar o travesseiro na cara e voltar a dormir, mas não adiantou muito.

– Droga!- resmunguei, colocando o travesseiro de lado e jogando o edredom pra fora da cama e saindo em direção ao banheiro. - Não se pode nem mais dormir nessa porra de casa sem que tenha algo para atrapalhar.

Tomei um banho pra desperta de vez, e depois que fechei o chuveiro e já estava enrolada na toalha, fui escovar meus dentes. Em seguida entrei em meu closet e peguei uma roupa qualquer. Não me preocupei em secar os cabelos nem nada, muito pelo contrario eu o deixei secando naturalmente. Afinal penteando ou não ia dar na mesma bosta mesmo!

– Pronto!- exclamei pra mim mesma. - Agora é só encher o bucho. - completei sorrindo para o espelho que havia no meu closet.

Sai do quarto cantarolando feliz da vida. Tá bem, nem tão feliz assim, por que eu acordei cedo e eu simplesmente odeio isso. Passei pela sala e não vi ninguém, então segui pra sala de jantar e acabei dando de cara com o Jacob que tomava seu café com cara de pensador.

Pensei seriamente em sair de fininho e tomar meu café depois, já que ele ainda não tinha me visto, mas ai pensei, “O que iria adiantar? Uma hora ou outra eu ira ter que conversar com ele mesmo!”. Dei de ombros e fui me sentar.

– Bom dia. - falei tentando ser educada, enquanto me sentava de frente para ele.

– Só se for pra você. - ele respondeu sem nem ao menos me olhar.

Já vi que alguém levantou com a avó atrás do toco hoje!

– Qual é Jake, vai ficar desse jeito comigo?- perguntei me servindo de suco.

– E você queria que eu ficasse de que jeito depois de ter descoberto que você e o Cullen estão juntos?- perguntou largando sua xícara de café e levantando seu olhar em minha direção. - Quer que eu mande soltar fogos de artifício ou algo do tipo?

– Jacob, por favor. - pedi. - Larga se ser chato pelo menos uma vez na vida. Eu pensei que fossemos amigos e que por esse motivo você iria querer me ver feliz.

Será que eu não poderia ser feliz com o Edward e tendo o Jacob como meu amigo? É pedir muito Senhor?

– Mais é claro que eu quero te ver feliz Bells. - rebateu ele. - Mas tinha que ser justo ao lado do Edward? Justo ele que te sacaneou e que só sabia brigar com você?

– Jake eu não posso fazer nada, simplesmente aconteceu e eu não mando no meu coração pra fazer ele mudar de ideia.

– Mesmo assim você tem um cérebro e deveria usara ele e ver o que realmente é bom para você. - disse ele se levantando. - Perdi o apetite. - completou saindo e me deixando sozinha.

Depois desse episodio tomei meu café pensando no que ele havia dito. Jacob poderia estará até certo, mas como eu disse, eu não mando no meu coração e não tenho culpa se ele escolheu o Edward ao invés do Jacob.

– Mente vazia é oficina do diabo. - Rose disse me tirando dos meus devaneios, se sentando ao meu lado.

– Então querida cunhadinha sinto lhe dizer, mas o Emmett deve tá possuído já faz tempo. - provoquei, tentando tirar a conversa com o Jake da cabeça. - Por que mais vazia do que a cabeça dele não tem como.

– Háhá. - riu ironicamente. - Muito engraçado. Mas mudando de assunto, me diz por que você tá com essa cara?

–Por causa do Jacob.

–Ah claro, sempre o Jacob! - revirou os olhos. - mas o que foi dessa vez?

Contei a Rosalie tudo o que Jacob e eu dissemos um para o outro e o que eu pensava sobre isso e ela por sua vez me deu sua opinião.

– Bella vamos deixar isso de lado e vamos tentar nos distrair. - ela disse quando acabamos com o assunto.

– E o que você me sugere?- indaguei, arqueando uma sobrancelha.

–Antes de eu descer pra comer, meu querido irmão cabeçudo, ou seja, o Edward passou no meu quarto e me pediu pra dar uma olhada no carro dele, que por obra do destino, ou por que meu irmão é ruim de roda, deu pau mais cedo quando ele precisou sair, então...

– Você quer que eu te ajude?- terminei sua frase inacabada.

– É isso ai garota!- ela disse em um tom entusiasmado até demais pro meu gosto. - Vai ser bem legal Bella, você vai ver. É uma ótima distração. - completou toda sorridente.

Coloquei um pedaço de bolo na boca e usei o tempo que estava com a boca cheia pra pensar.

Afinal o que poderia acontecer de mais, tirando o fato que se eu quebrar ou estragar alguma coisa Rosalie provavelmente me bateria até me virar do lado do avesso e me deixar com hematomas por um bom tempo?

–Ok. Eu topo. - respondi, depois de engolir com a ajuda do suco.

– Oba. - a doida comemorou estilo Alice, com direito a palminhas e tudo mais.

– Tem alguém que tem passado muito tempo com a Alice. - cantarolei e ela na sua atitude mais adulta me mostrou a língua.

Terminamos nosso café e fomos direto para garagem. Rosalie não me deixou nem se quer passar no meu quarto antes ou ver Edward. Ela falava com tanta animação que consertar motores era tão bom e relaxante que eu já estava quase, - só o quase que não me deixava. - acreditando nisso.

– Então, o que você vai fazer depois do almoço?- ela me perguntou quando entramos na garagem e começamos a rebocar o volvo pra fora.

– Vou sair com a sua mãe à procura de um vestido de noiva para ela.

– Bella pelo amor de Deus... - ela começou, mas eu logo a cortei.

– Eu sei. Nada de vestidos extravagantes ou coisa parecida. - imitei sua voz.

– Eu não falo desse jeito, mais é isso mesmo.

Revirei os olhos e continuei empurrando o carro.

– Quem você pensa que eu sou?- perguntei olhando pra ela. - Meu nome é Isabella e não Alice Masen.- completei com uma careta.

– Tá bom.

Empurramos mais um pouco o carro e quando Rose achou que estava bom disse que podíamos parar e pra minha felicidade não tocou mais no assunto do vestido.

– Agora vamos fazer o seguinte Bella, eu conserto e você me auxilia com as ferramentas.

– Sim senhora Cullen.- disse batendo continência, o que a fez rir.

Eu não estou tão certa de que vou te ajudar Rosalie, já que eu mal conheço a chave de fenda mais tudo bem! Pensei encarando a caixa de ferramentas que Rose buscou na garagem e jogou aos meus pés.

– Então que a diversão comece. - Rose disse toda alegrinha, abrindo o capô do carro e procurando o que havia de errado com o motor. - ACHEI VOCÊ QUREDINHO DA MAMÃE!- a criatura gritou no meu ouvido toda feliz da vida quando. - Não se preocupa bebê, por que a mamãe já vai fazer a dor passar.

GARDENAL, CADÊ VOCÊ MEU FILHO?

– Bella me passa a chave phillps. - Rose pediu.

– Tá. Espera ai. - respondi me agachando e abrindo a caixa de ferramentas.

Agora me diz que porra de chave deve ser essa? Pra mim tudo é a mesma bosta, só muda o tamanho. Fiquei olhando para a caixa que estava com uma quantidade absurda de ferramentas, - que depois de olhar direito, posso dizer que não é tudo igual porra nenhuma!- e esperando que uma luz divina se acendesse e me mostrasse qual era a certa.

Boiei por cera de cinco minutos olhando as ferramentas em duvida, até que Rose deu um berro dizendo que eu estava de morando e eu acabei pegando a primeira que vi pela frente.

– Até que enfim!- Rose falou quando dei a chave pra ela. - Pensei que tinha morrido no caminho!

Não falei nada, apenas fiquei observando, - e devo dizer quase mijando nas calças de medo. -pra ver se ela não me xingaria por ter pego a chave errada. E como depois de segundo de silencio intermináveis, isso não aconteceu deduzi que acabei pegando a certa por sorte.

Ficamos uma boa parte da manhã no jardim, ora com Rose me pedindo ferramentas e eu lhe entregando as erradas e recebendo gritos dela me mandando trocar e eu correndo desesperada atrás da certa ou ora a doida me mandando entrar no carro e acelerar pra ver se o motor funcionava.

–Mulheres da minha vida, a mamãe mandou chamar vocês duas para almoçar, por que segundo ela saco vazio não para em pé!- Edward disse parecendo do nada, quase me matando do coração e fazendo Rosalie se assustar e bater a cabeça no capô.

– Edward Cullen se você sonhar em me assustar de novo eu juro que enfio um pé de cabra nessa sua bunda. - Rose disse passando a mão na cabeça, onde eu tinha certeza que tinha crescido um enorme galo.

– Foi mal!- Edward disse levantando as mãos pra cima em sinal de paz.

– Dessa vez passa, mas que não tente uma segunda. - Rose disse fuzilando o irmão com os olhos e eu apenas fiquei olhando.

O que é? Eu não iria me meter em briga de irmãos, isso já basta as minhas com os meus próprios irmãos.

– Garanto que isso não vai se repetir. - ele respondeu vindo em minha direção e me enlaçando pela cintura, enquanto Rose nos dava as costas e ia em direção a porta da sala.

– Não duvide dela. - falei, falei quando começamos a segui-la.

– Pode acreditar eu não duvido. - ele disse parando de andar e me encarando seriamente.

Naquele momento eu vi que Edward realmente tinha medo da irmã e pra isso acontecer Rosalie deve ter feito algo muito assustador quando ainda viviam em Londres.

– Vocês vão ficar ai parados, ou vão entrar junto comigo?- Rose perguntou parada na escada com as mãos na cintura.

Nós não respondemos apenas nos encaramos mais uma vez antes de nos juntarmos a ela e entrar em casa.

– Acho melhor você darem uma passada no banheiro antes do almoço. - Edward disse fechando a porta atrás de nós.

– Eu também acho, já que tenho que por alguma coisa na cabeça pra baixar o galo que você me deu de presente.- Rose falou fula da vida subindo na minha frente.

– Eu vou ver se ela precisa de ajuda com alguma coisa. - falei e dei um selinho nele antes de subir correndo atrás da minha cunhada que a essa hora já estava na metade do corredor a caminho do quarto dela.

Depois que lavamos as mãos pra tirar à graxa, - pelo menos a Rose, por que eu só peguei nas ferramentas. - demos um jeito no galo da Rose com um pouco de gelo que eu achei no frigobar dela. Mas devo confessar que demoramos uns quinze minutos, mas finalmente demos um jeito no bicho.

Já azul de fome e comendo até chapisco se necessário finalmente descemos e quando entramos na sala e jantar todos já nos esperavam com a mesma expressão de fome que nós duas.

– Aleluia senhor!Pensei que nunca chegariam. - meu querido irmão asno disse jogando as mãos pra cima teatralmente. - Eu estou morrendo de fome.

– E quando é que isso não acontece?- Alice perguntou e todos começaram a rir.

– Quando eu durmo. - Emm tentou limpar sua barra.

– Sinto lhe desmentir irmãozinho querido, mas da ultima vez em que você quebrou a sua cama e foi dormir comigo, você só falava que queria comida e olha que você falava isso entre os roncos que dava. - falei me sentando ao lado do Jasper que estava mais vermelho que tomate de tanto rir e sendo seguida por Rose que se sentava ao lado do Jake que por milagre de Deus também se desmanchava de rir.

O almoço seguiu na base de brincadeiras e risadas, por que sempre que o meu irmão abria a boca pra falar alguma coisa era uma baboseira e tanto que nos fazia rir e tirar com a cara dele até cansar.

Mas mesmo no meio das risadas e brincadeiras pude perceber que meus pais e Carmen sempre trocavam olhares, que depois eu iria perguntar a Esme qual era o significado.

Mas por hora resolvi que curti esses momentos era tudo o que eu precisava e deixei de lado as duvidas, tristezas e apenas aproveitei!