Cia - Hunting The Enemy escrita por JessicaC


Capítulo 5
Capítulo 4 – Assassinato


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais...
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154406/chapter/5

Esparramado na sua cama – não havia um conceito melhor para descrever a imagem – Edward se afundava na leitura pormenorizada de cada depoimento relativo ao 13 de Setembro. Já tinha relido várias vezes os documentos à sua frente mas ainda não tinha descoberto nada de suspeito, excluindo a tal falha importantíssima sobre a fonte que havia dado o alerta contra os inimigos.

Edward pegou novamente no depoimento dado por Michael e começou a ler com a máxima atenção possível.

Missão de 13 de Setembro de 2009

15 de Setembro de 2009

Declaração de Michael Newton

Perto das 23.30h recebi um telefonema urgente de Marcus Hastings. O problema foi-me colocado sucintamente e com a gravidade da situação não poderíamos perder tempo em mais detalhes teóricos. Basicamente alguns inimigos iraquianos estavam planejando um ataque ao presidente dos EUA e felizmente a CIA tinha sido contactada a tempo de intervir.

As ordens que me deram foram específicas, deveria enviar uma das minhas equipes da divisão de actividades especiais para lidar com o assunto. Rapidamente escolhi uma delas, a melhor dado o número de êxitos obtidos ao longo dos anos, e me reuni com um dos elementos, Alec Swan. A equipe não estava sob a sua liderança mas sim de Edward Cullen, o problema é que o mesmo não estava presente na sede e estava totalmente incontactável. O tempo urgia e não tive outra opção a não ser enviar a equipe escolhida sem o seu líder e depositei as minhas esperanças no agente Swan. O destino deles seria um galpão que ficava nas redondezas de Washington DC e que constava ser o local onde os seus inimigos estariam escondidos.

As horas seguintes foram de receio e o fim chegou da pior maneira possível. Recebemos a informação, por parte do agente Swan presente na área de combate, que tinham sido vítimas de uma armadilha. Essa foi a única coisa que ouvimos antes das comunicações serem cortadas. A minha primeira acção, apoiada pelos meus superiores, foi de enviar mais uma equipe de reforços mas infelizmente já era tarde demais. O local estava abandonado pelos inimigos, em cinzas e os nossos agentes mortos.

Em seguida tomaram-se os procedimentos normais da agência e foram avisadas as famílias dos agentes perdidos na missão. Criou-se uma história para omitir a verdadeira causa das suas mortes e também para proteger a CIA.

A última notícia que me deram foi que o caso tinha sido encerrado pois não havia motivos para se abrir uma investigação, tendo em conta que tudo não tinha passado de um esquema montado pelos inimigos.

 

Marcus Hastings, um dos principais responsáveis pela administração da agência. Esse era um dos nomes que incomodavam Edward. A sua declaração tinha sido demasiado directa, nada de pormenores e foi nela que achou uma falha no mínimo estranha.

Missão de 13 de Setembro de 2009

16 de Setembro de 2009

Declaração de Marcus Hastings

Uma fonte infiltrada nos inimigos avisou a agência sobre o ataque planejado ao presidente dos EUA. Os responsáveis pela CIA reuniram-se e foi tomada a decisão de enviar uma equipe da divisão liderada por Michael Newton. Contactaram o mesmo e ele tomou as medidas necessárias. Uma equipe foi para o local mas ao chegar apercebeu-se que tudo tinha passado de uma armadilha e acabou sendo dizimada pelos inimigos.

A agência tratou de avisar as famílias dos falecidos e internamente concluiu o seu trabalho lamentando a perda dos agentes.

 

Eram muitas as coisas que intrigavam Edward em relação ao que Marcus havia dito. Primeiro e para ele o mais importante era o facto de Marcus ter dito que alguém, e não ele próprio, contactou Michael. Poderia ser apenas um descuido, algo dito ao acaso mas não deixava de ser estranho. Depois havia a maneira com que tinha relatado a missão. Tudo muito sugestivo mas pouco aprofundado. A única informação de valia que ali havia era a novidade de que a fonte tratava-se de um infiltrado. Mais nenhuma declaração continha isso e isso era algo que não fazia o menor sentido.

Se sabiam que a fonte era um infiltrado como é que não sabiam o seu nome? No mínimo haveria uma lista com todos os dados dos infiltrados. Edward bem procurou por ela mas se realmente ela existia, e isso ele tinha a certeza, estava completamente fora do seu alcance.

Outra coisa que reparou ao ler a declaração de Hastings foi a data em que ela tinha sido feita, 16 de Setembro. Todas as outras tinham sido a dia 15 de Setembro, porque a dele não?

Na cabeça de Edward nada fazia sentido. Para ele o problema estava na fonte e nada o faria mudar de opinião. O facto dela ser dada como desconhecida, para ele fazia toda a diferença. O pior é que não era só Edward que pensava assim. Também Michael parecia perceber que algo de errado se tinha passado mas por medo de fazer frente aos seus superiores preferia ficar calado.

Quem não acharia realmente esquisito o facto de uma equipe ter sido morta pelos inimigos e a fonte que as mandou para lá ter sumido dos seus sistemas? Era óbvio que alguém naquela agência teria que saber de algo e o que Edward chegou a ponderar foi que um dos seus superiores tivesse metido nisso. É que só nesse caso o assunto teria sido encerrado como foi, sem buscas nem averiguações internas.

Edward estava revoltado. Do que interessava estar certo das suas suposições se não conseguia provas? Quando os superiores dizem não era quase impossível passar por cima das suas ordens. Para que Edward pudesse encontrar a maldita lista que lhe daria acesso aos dados de infiltrados naquele ano e no Iraque, teria que infringir as regras. Isso seria extremamente complicado e ele ainda não sabia como o fazer.

Ainda olhando para os papéis espalhados na cama, Edward escutou a campainha.

— Quem será o idiota?! – bufou irritado ao juntar os documentos que tinha consigo e colocar dentro de uma pasta.

Saiu do quarto a contra-gosto e abriu a porta de casa.

— Alice que merda você está fazendo aqui? – perguntou rudemente ao deparar-se com a irmã.

— Deixa de ser rude Edward. Sou sua irmã preciso de motivo para te visitar? – respondeu indiferente à sua pouca delicadeza e foi logo entrando no apartamento.

Edward observava a pequena presença ao seu lado e balançava a cabeça.

— Fala logo o que você quer Alice, não posso perder meu tempo que estou trabalhando.

— É domingo Edward, você não trabalha ao domingo! – disse, tendo em conta que não sabia a real profissão do irmão – Além disso eu vim de propósito para almoçar com você. – Edward encarou-a desacreditado – Não precisa agradecer esse meu gesto lindo viu? – ela sorriu ignorando-o.

— Se adiantasse alguma coisa eu dizer que não queria eu juro que o faria nesse preciso momento – Alice continuava sorrindo para ele – Como eu sei a irmã que tenho, vamos almoçar logo e despachar o assunto – falou entediado.

— Assim que se fala maninho – disse Alice pulando de animação – Então e onde vamos? – as sugestões iam-se formando na sua cabeça, só perguntou por educação e por não imaginar a resposta do irmão.

— A lado nenhum Alice – ela o fitou sem perceber – Se veio aqui em casa para almoçar comigo é aqui que irá almoçar. – Edward falou já se dirigindo para a cozinha.

— Ah não Edward, vamos a um restaurante vai! – tentava apelar atrás dele.

— Alice eu realmente não tenho tempo para isso – respondeu enquanto tirava uma pizza do congelador.

— Você nunca tem tempo já reparou? – acusou-o irritada – Tudo bem, podemos pelo menos pedir comida? É que fast-food nunca fez bem para ninguém – apontou para a comida na mão de Edward.

— Ok Alice, faz como quiser – cedeu para não ter de escutá-la buzinar no seu ouvido por mais tempo.

Alice ficou contente pela pequena vitória e pegou no celular para encontrar algum restaurante perto dali que fizesse entrega ao domicilio. Entrou na internet e não demorou a localizar um ideal. Escolheu comida italiana, tanto ela como Edward gostavam. Retirou o número e ligou em seguida pedindo duas doses do prato da casa.

— Teremos comida italiana para o almoço – deu um gritinho avisando Edward que nem ao menos se deu ao trabalho de responder.

O que mais doía na mais jovem Cullen era o afastamento do irmão. Alice já tinha perdido a mãe, não queria manter essa distância com Edward também, mesmo sabendo que ele não estava nem aí para ajuda-la quanto a isso. Queria unir a família novamente e fazer com que a ligação entre pai e filho voltasse a ser como antigamente. A indiferença com que Edward os tratava magoava-a por demais mas apesar disso ela nunca deixaria de o procurar e tentar passar algum tempo com ele.

— Alice você se importa de parar de andar de um lado para o outro? – a voz de Edward surgiu, estava deitado no sofá enquanto Alice passeava pela sala.

— Qual o problema? Até isso te incomoda Eddie? – sabia que ele odiava ser tratado por aquele apelido ridículo.

— Se quer bater a porcaria do seu salto em algum lugar é bom que seja para fora da minha casa – resmungava.

A baixinha resolveu colaborar e deslocou-se até sofá onde o irmão estava. Com um sorrisinho cínico no rosto pegou nas pernas de Edward e jogou-as para o chão de modo a conseguir sentar ao seu lado.

— Quando eu disse para parar não era para vir me encher o saco.

Alice gargalhou com a pose carrancuda com que ele se encontrava e respondeu de modo eficaz.

— Eu sei – apertou a bochecha do irmão que ia soltando mais umas quantas palavras inadequadas.

~*~

Eram 18 horas quando Alice deixou a casa do irmão alegando estar cansada de falar para uma parede fria e sem sentimentos. Claro que tudo não passou de um ligeiro drama e mais uma das tentativas de Alice para comover Edward. Mesmo não sabendo, ela era bem sucedida. Edward no fundo sentia remorsos por agir daquela forma bruta com a irmã mas sempre achava melhor continuar dessa maneira.

Edward entrou novamente em seu quarto e observou a pasta na sua cama. Sentia-se cansado, não fisicamente mas sim psicologicamente e por essa razão resolveu deixar, por mais umas horas, o passado de lado.

Deitou-se e adormeceu pouco depois com um assunto sobrevoando os seus pensamentos. Os seus últimos dias tinham sido corridos e havia sempre algo que se sobrepunha no momento em que ele tiraria as suas dúvidas. Afinal de contas, quem seria Isabella Swan?

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

 

A tinta das paredes estava praticamente seca. Os móveis tinham uma disposição diferente ao longo de toda a casa e a decoração estava totalmente renovada. As cores vivas predominavam e o cheiro de rosas estava impregnado em todos os cantos, dado era o tamanho da limpeza. Finalmente estava tudo conforme o gosto de Bella e teria ainda a linda tarde de domingo para se preparar mentalmente para o dia seguinte, o seu 1º dia de trabalho.

Teria uma oportunidade única de se juntar a uma equipe especializada e ainda teve a surpresa de lidar com gente realmente simpática. Claro que excluía desse conjunto o seu querido chefe, como ela o chamava, Edward Cullen. Ela não entendia se o comportamento dela se destinava só a ela ou se era idiota com o resto das pessoas. Os outros elementos da equipe disseram que com o tempo ela se habituaria a lidar com Edward, isso era um indicio de que ele também não era fácil para os seus companheiros, apesar disso Bella tinha a ligeira sensação de que ele a trataria ainda pior do que aos outros. Talvez fosse por ser a nova do grupo, ou por e simplesmente era daquele tipo de homens que não suporta treinar pessoas despreparadas e sobretudo mulheres. Não que ela fosse uma inútil mas era óbvio que não tinha a experiência dos outros e não se podia considerar ao nível deles.

Segunda-feira seria uma prova de fogo e tinha que estar concentrada e competente para o que fosse necessário. Com Edward não poderia falhar pois sabia que ele estaria esperando por isso e provavelmente enxovalha-la o máximo possível se houvesse um mínimo deslize. Resolveu preparar o saco que teria de levar sempre para o treino, não queria se esquecer de nada. Pegou num daqueles sacos desportivos e começou a colocar tudo o que iria precisar – Fato de treino, ténis, toalha de banho, champô, gel de banho, elásticos para o cabelo… - Achou que não faltava mais nada e procurou a lista que a agência lhe tinha dado. Tudo certo, algumas coisas tinham sido acrescentadas por ela mas o principal estava guardado com excepção ao último item, pomada para feridas.

— Sério que vou precisar disso? – falou estupefacta mas logo em seguida dirigiu-se até à maleta de primeiros socorros que tinha em casa e retirou de lá uma pomada apropriada para o caso.

Talvez seja só para assustar— pensou, já voltando a focar-se no dia seguinte.

O dilema que se colocava agora era a roupa que usaria. Um pouco formal mas não tão séria de maneira a que a achassem uma sem graça. Olhou para as suas peças e acabou optando por uma jeans preta, uma camisa branca e um blazer preto por cima. Utilizaria um salto alto preto e uma bolsa também preta mas com umas estampagens brancas. Nada melhor de que um look de cores clássicas para se apresentar profissionalmente no inicio. A maquilhagem escolheria no dia seguinte mas não deveria ser nada de especial.

Bella suspirou fundo e sentou-se de frente para o seu notebook. Queria poder contar tudo o que lhe estava acontecendo ao seu melhor amigo mas sabia que era proibido. Contentar-se-ia então em dar a novidade de um emprego novo e nada de entrar em especificações. Tinha saudades de casa mas não se arrependia de ter saído de baixo da asa da mãe. Ligou o seu msn e sorriu ao ver Emmett online.

Bella diz:

Então é aqui que você se esconde em pleno domingo? Se fosse a Rosalie te enchia de porra rs

Emmett diz:

Se importa de não dar ideia? Ela está bem aqui do lado!

Bella diz:

Ah tudo bem, sendo assim deixo passar :D Como você está? Aliás, como estão todos?

Emmett diz:

Aqui está tudo bem, muitas saudades você sabe. Não é a mesma coisa sem você… :’(

Bella diz:

Não faz carinha triste Emm, você sabe que estarei sempre aqui se precisaram. Mudei de cidade, não de continente.

Emmett diz:

Eu sei Bells mas não deixa de ser complicado.

Bella diz:

Vou contar uma coisa que te vai deixar mais animado, quer? ;)

Emmett diz:

Claro que sim, até parece que não sabe como eu sou curioso rsrs

Bella diz:

Sei mesmo rs Arranjei um emprego, está ligado à minha área e eu estou muito feliz.

Emmett diz:

Parabéns Bellinha, eu sabia que não demoraria muito a consegui-lo. Você merece tudo de bom Bella e eu estarei sempre aqui para você também :)

Bella diz:

Obrigada Emm, você sabe que isso é muito importante para mim!

(…)

 

A conversa entre os dois amigos durou cerca de uma hora. Bella contou como estava sendo a sua adaptação à nova casa, os lugares que já tinha conhecido e falou o indispensável sobre o seu trabalho. Não queria mentir para Emmett por isso preferia desviar o assunto para outras coisas e deixar esse tema de lado. O seu amigo tinha ficado feliz e disse que contaria ainda hoje para a mãe de Bella pois jantaria em sua casa. Bella agradeceu o apoio e disse que ligaria à mãe assim que possível. Despediram-se quando Emmett teve de sair, Rosalie estava ficando entediada em casa. Depois de rir com a maneira que Emm tinha de se expressar, Bella mandou beijos para o amigo e para Rose, que por sua vez ficou de falar com Bella num futuro próximo, alegando que também tinha saudades da colega de universidade.

O toque de alerta mensagem soou no cómodo ao lado e Bella se apressou em ir ao seu encontro. Só quando chegou ao quarto é que se apercebeu de que o celular que havia tocado era o da agência. Tremeu um pouco com a possibilidade de ser o intragável e arrogante Edward mas acabou abrindo o conteúdo.

E aí Bella está a fim de vir jantar com o resto da equipe? Beijos, James.

 

Surpresa com a mensagem ficou parada olhando para o visor. Ponderou alguns segundos e acabou escrevendo o retorno e enviando a sua resposta.

Não vai dar 1º dia amanhã, estou nervosa sabe como é. Talvez numa próxima? Obrigada pelo convite e agradeça a todos. Beijos, Bella

 

Tinha sido agradável ser convidada para jantar. A sua equipe estava querendo integra-la e isso era maravilhoso. Não tinha dúvidas de que sairia com eles rapidamente mas aquela noite ela só queria descansar e se preparar para o seu grande dia. Ficou imaginando como James havia descoberto o seu número mas o mais provável era que o mesmo estivesse disponível para toda a equipe. Se não fosse o caso também não deveria ser difícil para um agente achá-lo, afinal eles eram os melhores e Bella seria parte disso brevemente.

O relógio marcava 16.38h e Bella ainda não tinha lanchado. Sorridente colocou uma roupa de saída, algo básico, e saiu com a carteira de um lado e com a chave do carro no outro. Aproveitaria para conhecer um pouco mais da cidade, de modo cómodo no interior do seu mini cooper, e acabaria lanchando em algum local apropriado antes de voltar para o seu apartamento.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

— Chefe o trabalho foi concluído com sucesso – dizia com satisfação.

— Perfeito – sorria com os olhos brilhando – Correu tudo bem? Nenhum imprevisto de última hora? – olhou torto para o homem à sua frente.

— Nenhum. Foi rápido e eficaz – garantiu.

— Óptimo, talvez precise dos seus serviços novamente mas ainda não está na hora. Pode sair – indicou a porta com os dedos.

— Ficarei esperando.

~*~

Horas mais cedo…

O homem estava desesperado com a falta de provas e sem saber o que fazer para a justiça ser feita. Os outros haviam se protegido demasiado bem e seria difícil desmascará-los por mais que fosse da sua vontade. Inspirava e expirava rapidamente, o seu controle estava baixando de dia para dia.

— Droga – gritou empurrando algumas coisas da sua mesa.

Levantou da cadeira, vestiu o casaco, pegou na sua pasta e saiu da sala.

— Jane cancele a minha presença na conferência desta tarde e se alguém me procurar diga que só volto amanhã.

— Com certeza Sr. Hastings – assentiu prontamente a secretária.

— Mais uma coisa, marque-me uma reunião com o agente Edward Cullen, pertence à divisão de actividades especiais.

— Para quando senhor?

— Amanhã assim que chegar à agência, de preferência. Diga-lhe que é urgente e fale directamente com ele, nada de recados – terminou entrando no elevador que o levaria até ao estacionamento.

Arrancou com o carro a alta velocidade e só parou em casa. Andou pela sala e serviu-se com uma dose de whisky puro. Aproximou-se da varanda e ficou parado. Quem o visse pensava que estava observando a paisagem mas na verdade Marcus não estava nem ligando para o que havia à sua volta. A sua cabeça estava noutro lado e os seus nervos não o deixavam sossegado. Tinha tomado a única decisão que poderia, na manhã seguinte dividiria os seus segredos mais obscuros com Edward Cullen e talvez essa fosse a única coisa acertada a fazer-se.

Vagueou um pouco por toda a casa, estava inquieto demais para se manter num único lugar. Acabou entrando no seu quarto e foi nesse momento que ditou a sua sentença de morte. Relaxado na sua cama mas com uma arma apontada para a porta estava o homem responsável por acabar com a sua vida e Marcus não teve a menor dúvida de que aquele era o seu fim.

— Finalmente nos encontramos a sós – falava o indivíduo com a arma.

— Parece ser o seu dia de sorte – retrucou Marcus sem demora, não lhe daria o gosto de se mostrar assustado.

— Sorte para mim, azar para você. Eu sei meu caro – levantou-se chegando mais próximo.

— Diga ao seu chefe que mesmo acabando comigo irá ser apanhado, mais cedo ou mais tarde ele dará um passo em falso e tudo desabará – disse raivoso.

— Hum… – absorvia a mensagem dita anteriormente – Quer dizer as suas últimas palavras ou essas já estão de bom tamanho? – gargalhou com a situação.

— Vai para o inferno seu filho da puta – gritou com todas as suas forças, sabendo que tudo acabaria em segundos.

— Vá guardando o meu lugar – o homem disse antes de disparar contra a cabeça de Marcus Hastings.

Tudo acabara ali. Pelo menos era isso que se pensava. Com a morte de Marcus não haveria possibilidade de certos segredos virem à tona. Tinha sido realmente fácil entrar no seu apartamento, os seguranças estavam conversando e não notaram sequer a entrada forçada do assassino. Melhor para ele, pior para Marcus. O trabalho foi feito tal e qual o chefe queria, rápido e conclusivo.

Marcus Hastings era apenas mais um morto na sociedade.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Os telefones tocavam sem parar por toda a agência secreta. A notícia tinha chegado perto das 6 da manhã. Um dos seguranças que fazia plantão no exterior da casa de Marcus estranhou a sua ausência quando não o viu ir buscar o jornal às 5.30h como era habitual. Bateu na sua porta e como não obteve resposta decidiu entrar com a chave extra que possuía para casos especiais. Deparou-se com o corpo de Hastings na entrada do seu quarto e concluiu que a causa da sua morte fora um único tiro dado na cabeça. A CIA foi avisada no instante seguinte para que as normas fossem seguidas.

Jane Morrison estava devastada e não conseguia acreditar no que havia acontecido. Secretamente mantinha uma paixão pelo patrão e sonhava com o dia em que ele lhe daria uma oportunidade para se aproximar. Infelizmente isso já não seria possível e era algo complicado de se digerir. Michael Newton ficou encarregue de investigar o homicídio e como tal não perdeu tempo em interrogar as pessoas da agência que estariam directamente ligadas a Marcus. A primeira da lista seria Jane pois sendo sua secretária poderia ter alguma informação importante. Também seria a primeira por estar bastante desgostosa e quanto mais rápido falassem com ela, mais rápido a poderiam dispensar para descansar.

— Senhorita Morrison eu terei que fazer umas perguntas antes de liberá-la – Michael se pronunciou.

— Tudo bem – estava um pouco mais tranquila depois de ter tomado um calmante.

— Sendo a secretária pessoal de Marcus Hastings tinha acesso directo aos seus documentos e outro tipo de coisas certo?

— A maioria sim mas não necessariamente tudo – respondia prontamente.

— Claro, está-se referindo a casos de extrema confidencialidade que só diziam respeito às autoridades máximas da agência por suposto?

— Não exactamente – a mulher suspirou antes de prosseguir – Esses ficheiros encontravam-se em gavetas devidamente trancadas e apenas o Sr. Hastings possuía a chave para abri-las. Porém existiam outros documentos que pertenciam apenas a ele e esses estavam no cofre do escritório, portanto também não tinha acesso a eles.

Michael estranhou essa informação. Não era costume de ninguém utilizar o cofre do escritório da agência para guardar coisas pessoais. Claro que não era proibido mas não fazia sentido tendo em conta que as senhas dos cofres estavam apontadas no sistema administrativo e os superiores poderiam facilmente descobri-las. Se fosse algo pessoal, para que nem Jane pudesse chegar perto, não era normal guardar naquele local. Fez uma nota mental de que teria de averiguar esse cofre mais tarde.

— Alguma vez assistiu a alguma discussão no escritório de Marcus?

— Discussão a sério não mas algumas vezes ouvia-se uma certa alteração nas vozes.

— De quem?

— Sr. Hastings com Sr. Cooper e também com Sr. Bolton.

— Interessante – Michael deixou escapar – Sabe sobre o que falavam?

— Esses assuntos não eram da minha competência saber. Nunca me meti em reuniões particulares, apenas fiz o meu trabalho.

— Isso acontecia com muita frequência? – ignorou a resposta torta que a funcionária lhe havia dado.

— Nem por isso. Lembro que a primeira vez que isso aconteceu, pelo menos desde que trabalho na agência, foi logo após aquela missão em que os seus agentes foram mortos.

— Está-se referindo à missão de 13 de Setembro de 2009? – perguntou surpreso – Com quem Hastings discutiu?

— Sim essa mesmo. Não acho que tenha sido propriamente uma discussão mas as vozes se alteraram significamente. No mesmo dia que o acontecimento foi uma conversa com o Sr. Bolton e um dois dias depois foi com o Sr. Cooper.

O director da divisão de actividades especiais não sabia o que pensar sobre o que acabara de ouvir. Era demasiado apelativo para não ser relacionado com a missão de anos atrás.

— Alguma vez ouviu ou soube de alguma ameaça feita a Marcus?

— Não, se tinha inimigos ou pessoas que o odiavam eu não tinha conhecimento.

— Tem alguma coisa que ache importante eu saber? – por enquanto não haviam mais perguntas a fazer-se.

— Penso que não mas se me lembrar tratarei de o avisar – Michael assentiu – Acredite que quero ajudar o mais possível para que apanhem o assassino do Sr. Hastings – sussurrou tristemente.

— Obrigada Senhorita Jane. Pode se retirar e ir para casa descansar.

A mulher assentiu e já estava na porta quando se recordou de algo.

— Sr. Newton?

— Sim? – o homem olhou na sua direcção.

— Ontem de tarde, antes de sair o Sr. Marcus me pediu uma coisa.

— Que seria…?

— Ele queria que eu marcasse uma reunião urgente para hoje cedo com um agente mas eu não consegui entrar em contacto com ele porque os celulares da maioria estavam sendo equipados com algumas melhorias.

— E o agente, qual era o seu nome?

— Edward, Sr. Newton. O nome do agente é Edward Cullen e pertence à sua divisão.

~*~

Sentado no cómodo sofá que ficava no canto do escritório de Edward, Michael esperava o agente. Depois de saber que Marcus queria falar com ele ficou curioso sobre o assunto que poderiam tratar e resolveu questionar Edward sobre isso. A verdade é que tudo estava verdadeiramente confuso. A investigação interna deveria ser apenas uma maneira de recolher dados que levassem Michael a encontrar uma pista para o assassino de Marcus. Nunca imaginou deparar-se com informações que o levariam a suspeitar, ainda que não criminalmente, de pessoas de dentro da agência. Saber das discussões que Hastings tinha com outros superiores da CIA era um factor a ser considerado, depois havia a estranha coincidência de ter começado perto da missão fracassada de 13 de Setembro e para concluir tinha o nome de Edward como alguém com quem Marcus precisava conversar com a máxima urgência. Esse caso parecia bem mais fácil antes das perguntas começarem a ser feitas.

— Posso saber o que está fazendo na minha sala? – Edward surgiu no seu campo de visão e estranhava a presença de Michael.

— Sempre simpático Cullen – tentou quebrar um pouco o clima pesado.

— Fala logo Michael. Se está aqui quer alguma coisa – sentou na sua cadeira – Precisa de ajuda com o caso de Marcus Hastings?

— Na verdade é sobre isso mesmo que vim falar com você. Já sabe do ocorrido pelos vistos…

— Seria mais fácil perguntar quem não sabe do incidente. Não existe um único ser nessa agência que não fale sobre o homicídio de um dos patrões. – Michael concordou antes de continuar.

— Que relação você mantinha com ele? – resolveu começar por algo que não tinha o mínimo conhecimento.

— Relação? Acho que isso era praticamente inexistente tendo em conta que só o via de passagem. Nunca mantivemos uma conversação sequer – Edward observou atentamente as expressões do seu director – O que se passa Michael? Vá directo ao ponto por favor.

— Sempre apressado mas tudo bem. Soube através da secretária de Marcus que o mesmo pediu uma reunião urgente com você.

— Reunião comigo? Nunca fui informado de tal coisa – a face de Edward demonstrava que tinha sido apanhado de surpresa – Como já te disse eu nunca falei com ele, só o conhecia de vista e por saber que era um dos manda-chuvas.

— Eu sei que você não tinha conhecimento da reunião porque segundo Jane, a tal secretária, ela não conseguiu contactá-lo sobre o assunto. – a compreensão ia se instalando em Edward - O que me trouxe aqui foi a esperança de que me soubesse dizer qual o tema que seria discutido nessa reunião.

— Não faço a menor ideia Michael. Se precisar me mande investigar pois não tenho nada a esconder – falou com alguma irritação.

— Calma Edward, não precisa reagir assim. Acredito em você! – tentou acalmá-lo.

— Então e o que vai fazer agora? – perguntou interessado.

— Agora irei descobrir os podres de Marcus Hastings.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

 

Bella saiu de casa pela manhã e chegou à agência pelas 11.45h. Tinha ainda 15 minutos antes de se apresentar perante Edward e resolveu passear um pouco pelo andar. Não sabia o que estava acontecendo mas percebeu que o caos assolava o ambiente. As pessoas cochichavam nervosas, outras andavam de um lado para o outro apressadas e os telefones não paravam de tocar.

— Bom dia Isabella – ouviu atrás dela.

— Ah – virou-se para ver quem era – Sr. Newton como vai?

— Já disse que me pode tratar por Michael quando não estamos tratando de questões formais – sorriu para a agente – Estou bem dentro do possível – as rugas de preocupação apareceram na sua testa.

— Aconteceu alguma coisa? Posso ajudar? – perguntou preocupada.

— Obrigada pela disponibilidade mas não será necessário – apreciou a intenção – Um dos responsáveis pela agência foi assassinado ontem à tarde.

— Meu deus – sussurrou impressionada – Sinto muito em sabê-lo.

— Todos sentimos o mesmo. Estou tomando conta do caso e pretendo apanhar o ou os culpados o mais rápido possível.

— Claro, não tenho dúvidas de que o irá fazer – sorriu como forma de apoio.

— Sempre simpática, isso é realmente algo característico em você – soltou uma pequena risada ao ver o embaraço de Bella – Acho melhor ir ter com Edward, quem sabe até não poderá fazer a boa acção do dia e tentar deixá-lo mais bem-disposto?

— Isso é possível? – falou se arrependendo em seguida – Quero dizer, não era bem isso que eu queria… - Michael interrompeu-a.

— Não precisa de afligir Isabella. Sei bem o quanto é difícil lidar com Edward Cullen. – ela suspirou aliviada – Mas oiça uma coisa, por vezes as aparências iludem. Nunca se esqueça disso – disse para a morena e se despediu apenas com um aceno.

Bella ficou um minuto pensando na frase que Michael dissera. Seria possível existir um Edward mais acessível? Era complicado acreditar mas não poderia julgá-lo se apenas o vira uma vez. Uma péssima primeira vez mas… Nunca se pode dizer nunca. Ganhou forças para o que viria e seguiu até ao chefe.

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

 

Newton entrou na sala que pertencia a Marcus Hastings e começou a vasculhar todo o seu interior. Tinha pegado a senha do cofre e também as chaves extra das gavetas que continham documentos confidenciais. Tinha a permissão para ler todos os papeis mas teria que manter o seu conteúdo em absoluto sigilo.

Começou por ler tudo o que estava à vista e não encontrou nada importante. Passou para as gavetas trancadas e também não descobriu nada que pudesse servir de pista para o assassinato de Marcus. Restava-lhe o cofre que havia por trás de um bonito quadro de Picasso. Retirou a pintura com cuidado e começou digitando o código respectivo. Repetiu-o por 3 vezes e a senha era apontada sempre como errada. Por algum motivo Hastings havia-a mudado e agora precisavam de um entendido no assunto para abrir o cofre.

Sem perder tempo, Michael contactou a pessoa certa para tratar do equipamento. Maria Gilbert não demorou a chegar e alguns minutos depois conseguiram abrir o cofre. A técnica saiu da sala assim que o seu trabalho foi concluído, deixando Michael sozinho. Tomado pela curiosidade não demorou a rodar a pequena maçaneta e a olhar para o interior da caixa-forte. Piscou os olhos por alguns instantes e a desilusão fez-se presente.

O cofre estava vazio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi meus amores ^^
Sei que atrasei um pouquinho na postagem mas tive os meus motivos. Na última semana fiquei gripada e só agora melhorei um pouco. Para piorar a minha avó foi internada no hospital e agora que eu pensava que estava melhor afinal ainda não está =/ Peço a vossa compreensão!
Agora sobre o capítulo...
O que acharam? Me contem tudo e não escondam nada rsrs Sabem eu fico bem triste com a falta de iniciativa de algumas pessoas em não comentarem. Poxa eu tenho vários leitores e a maioria não comenta! Leitor fantasma não me agrada viu? rsrs Comentem por favor, só assim eu saberei se vocês estão gostando e eu adoro ter a vossa opinião :)
Beijos para todos,
JessicaC



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cia - Hunting The Enemy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.