Coalescência escrita por Lany


Capítulo 4
O Inicio De Uma Bela Amizade


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo amorecos!
Boa Leitura.



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Sobre a relva de uma noite escura e sem lua, os pés descalços batiam contra o solo úmido adentrando entre a vegetação e as arvores, procurando algo que nem mesmo ela parecia saber. Por mais que seu corpo tremesse e o suor gotejasse, os pés nunca paravam, pisando em pedras pontiagudas, em galhos secos, eu quase sentia a dor que o corpo da garota desesperada transmitia.

Abrir os olhos respirando ofegante. Foi só um sonho, só um sonho repetir para mim mesma. Instantaneamente meus olhos se dirigiram para a janela e eu não gostei do que vi. Meu corpo tremeu involuntariamente ao ver o garoto moreno sem blusa e de short surrado a me observar, antes que algo fosse dito ele pulou pela janela.

–Ei! –Corri para onde ele estava há pouco segundos atrás, a tempo de o ver desaparecer pela floresta. Minha atenção foi tomada pelo o pedaço de pano preto preso em minha janela ao estendê-lo reconheci o casaco que havia perdido na noite passada no encontro com os lobos.

“Mas o que...” - Pensei confusa.

Imprudentemente e ainda com a adrenalina bombeando em meu sangue de acordo que as imagens indistintas de meu sonho viam a tona, me posicionei em frente à abertura na parede e antes que o medo tomasse conta de mim e eu desistisse, eu me joguei.

O vento bateu em meu rosto como um velho aliado, o gostinho de liberdade em fim encheu minha boca e quando estava a poucos centímetros de alcançar o chão as asas abriram-se e oscilaram iguais a um leque. A sensação prazerosa que a muito não sentia invadiu o meu corpo com uma onde de alegria e satisfação, meu corpo ficou dormente por alguns segundos se acostumando com o que eu não fazia há muito tempo: Voar. Inconscientemente eu sorri com a sensação maravilhosa de sair do chão.

Segui pela floresta com o objetivo de achar o invasor. A quantidade de arvores parecia aumentar o que tornava ainda mais difícil me movimentar entre elas, principalmente porque minhas asas ocupavam muito espaço e não dava tempo de recolhê-la para depois estendê-la novamente sem cair no chão. Então resolvi pousar. Lentamente meus pés encontraram a terra úmida e fria, o que não me incomodava de nem uma forma, recolhi as asas e rapidamente vestir o casaco preto que só agora percebi que havia trazido junto comigo.

Virei bruscamente ao som do leve ruído que encheu a noite silenciosa naquela floresta escura.

–Tem alguém ai? –É claro que tinha! E essa coisa bloqueava minhas visões. Eu não conseguia prever nada do que ele, ou ela, pretendia.

Concentre-me nos elementos a minha volta, ar, água, fogo e vento, fiz um escudo similar a aquele que vovó e eu havíamos feito. Precisava me proteger de qualquer ataque inesperado, era o máximo que poderia fazer, já que não podia ver o futuro de quem me espreitava.

–Eu não vou lhe machucar. –Eu começara a achar que realmente tinha imaginado tudo isso, quando para me contrariar, um uivo destorcido ecoou pela floresta. Eu pulei com o som.

–Certo! Eu... Eu sei... Eu vi... Era você, não era? Que estava em meu quarto? –Tentei forçar a voz e deixá-la firme, infelizmente meu esforço foi inútil, entretanto é bem difícil conversar com algo que você não esta vendo.

–Isso... É tão injusto! Você sabe exatamente onde estou... E eu... –Dei alguns passos, me aproximando de onde vinha o som. –Isso não é uma armadilha é? Você não vai me machucar, vai? –Recuei, mais uma vez forçando minhas visões. Nada. Eu estava ficando cada vez mais apreensiva, mas tentei esconder e mantive minha voz firme. –Até porque, acredite, não será nada fácil me pegar. –Estendi o escudo, formando um circulo ao meu redor, no mesmo instante foi possível ver uma enorme cabeça de lobo sai de trás dos arbustos, me assustando.

Lutei contra minhas reações querendo esconder o pavor que me consumia cada vez mais. À medida que o lobo se aproximava maior ele ficava, seu pelo era claro como areia e os olhos escuro como a noite. Apenas com quatro passadas das grandes patas do animal ele esbarrou em meu escudo. Se não estivesse tão apavorada a cena seria engraçada, os dentes do animal ficaram expostos, mas, não como se ele fosse atacar era algo parecido com um sorriso –Estranho –

Eu não precisava ler pensamentos para saber o que os olhos interrogativos do lobo queriam dizer.


–Eu não tenho garantia nem uma que você não vai me morder. –Espera! Eu realmente estou falando com um lobo. Dei de ombros parecendo despreocupada e mais uma vez o lobo tentou passar pelo escudo, sentir um leve tremor em meu corpo pela força que ele usou.


–Não vai adiantar! Você não vai me machucar.


Eu posso jurar que ele sacudiu a cabeça de um lado para o outro, como se dissesse não.


–Você esta querendo dizer... que não vai me machucar? Certo. –Ele assentiu.


Das duas uma: Ou o transfigurador –Como diz vovó– esta falando comigo ou eu estou ficando completamente louca.


Amaldiçoado a me mesma por estar fazendo isso e por não ter lido o tal livro que falava sobre todas essas coisas... bizarras, lentamente recolhi o escudo. O lobo acompanhava a cada mínimo centímetro que o circulo em volta de meu corpo diminuía.


Estiquei o braço o libertando completamente do escudo e com a mão, tremendo, toquei a cabeça do lobo. Trocamos um sorriso sigiloso.


Arfei surpresa quando o lobo passou incrivelmente rápido por mim, voltando a adentrar nos arbustos.


–Pensei que já tivéssemos superado essa fase. –Gritei para a floresta aparentemente vazia.


O escudo já não envolvia meu corpo, não sei porque mais senti que não precisaria dele.


–Como você não vai aparecer é melhor eu...


–Você é bem impaciente. –Do mesmo local onde o lobo desapareceu o garoto moreno –Meio musculoso e com um sorriso similar ao do animal que apouco estava aqui– Apareceu.


–Seth Clearwater. –Apresentou-se.


–Você é o garoto que eu estava procurando!


– Isso não foi muito educado. Você deveria retribuir o comprimento. –Seth riu sem graça fingindo coçar a nuca.


–Você esteve no meu quarto! –Acusei.


–Eu só queria devolver o casaco.


–Como você sabia aonde eu morava? –Sinceramente eu não estou com raiva ou com medo eu só estou curiosa.


–O seu cheiro é diferente! –Ele deu de ombros. –O seu e o da outra mulher... –Seth parecia pensar, estreitei os olhos interrogativamente. –É mais doce, floral, é apelativo. –Ele cheirou o ar. -Muito bom!


–Obrigado? Eu acho?! Mais isso ainda não explica como você me encontrou.


–Acho que você gosta mais de mim como lobo! –Deus! Eu realmente preciso prestar mais atenção nas historias e nos livros da Liz. Quer dizer que é verdade?


–Você... Você... e o cachorro são a mesma coisa. –Cobri a boca com as mãos percebendo a confusão em minhas palavras só depois de pronunciadas.


–Lobo! –Corrigiu-me.


–Desculpa, eu sei... é só que... nossa... Isso é tão... Bizarro.


–Você entende muito bem de coisas bizarras não? –Estremeci com o comentário que veio junto de um sorriso amigável –Seth percebeu a tenção que acabou se estalando. –Desculpa! Eu não queria ofender!


–Sem problemas. –Sorri de volta.


–Você e a outra mulher assustou todos nós na noite passada. Paul ficou furioso. –A voz foi tomada por uma gargalhada animada enquanto ele sentava em uma pedra próxima a nós, mudando de assunto estrategicamente. -Como é que você consegue fazer aquilo? –Ele estava tão curioso quanto eu.


Confesso que fiquei tentada a dizer toda a verdade, confiar nele assim como ele confiou em mim, assim como eu nunca havia confiado em ninguém. Sentei ao seu lado dando de ombros.


–Vamos apenas dizer que são truques que vem junto com a minha historia bizarra.


–A que você não vai me contar?!

Eu tinha uma leve duvida de que ele já sabia da verdade e estava apenas esperando uma confirmação.


–Talvez seja bizarrice de mais para você garoto lobo.


–Ou talvez não!


–É só... complicado.


–Pensando bem. É melhor você não contar mesmo, já vai ser bem difícil esconder o que aconteceu aqui. Meu “eu” bizarro também vem com truques. –Sua voz tomou um ar misterioso.


–Serio? –Me sentir patética por estar tão curiosa por seus segredos sedo que eu não contava os meus.


Seth olhou para os lados como se fosse contar um segredo.


–Quando estamos transformados podemos ler os pensamentos um dos outros. –Foi impossível esconder o espanto.


–Isso é meio ridículo... Você me conta seus segredos como se fosse a coisa mais natural do mundo e eu ...


–Sei que posso confiar em você. –Ele bateu levemente em meu ombro. –E você ainda vai confiar em mim. Nem que seja só para me dizer seu nome. –Seth abriu mais um dos seus sorrisos.


Bati em minha própria testa me dando conta que nem isso havia falado.


–Alice!

E então estendi a mão para ele que pegou-a e devolveu o cumprimento. Finalmente eu havia feito um amigo de verdade.


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Notas finais do capítulo

N/B: bem... nem preciso dizer q o cap tah mara, neh? hihi! espero q vcs tb gostem e comentem! Bjus
N/A: Mais um capítulo e espero de coração que vcs estejam gostando mminhas ursinhas carinhosas.
Pois é... Eu confesso que sou completamanete apaixonada pelo Jasper, mas, tenho uma quedinha pelo Seth. Rsrs.
Um muito obrigado a todas que estão comentando. Amo vcs.
Bjoksss e até o proximo cap.