Coalescência escrita por Lany


Capítulo 12
Cansei De Lutar Contra o Inevitável


Notas iniciais do capítulo

Eu disse não disse... Mais um capítulo e sem atrasos!
Estou cada vez mais encantada com essa fic, espero que vocês estejam sentindo pelo menos a metade do que sinto...
Boa Leitura!



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A fina chuva caia sobre o telhado, fazendo um som que particularmente me agradava. Vovó estava extremamente concentrada com um de seus antigos livros, sentada em um banco alto de frente para me que com um garfo separava por cores a salada de todos os tipos de frutas que vovó foi capaz de cultivar.

-Seth ligou. –Declarou Liz observando-me por cima dos óculos de leitura. Esforcei-me tentando parecer indiferente. -Pela quinquagésima sétima vez. –Completou pausadamente na esperança de me surpreender. Dei de ombros sem encara-la.

  Não importa quantas vezes ele ligue ou deixe mensagens, ainda não estou pronta –ou suficientemente calma –para uma conversa civilizada, não depois de tudo que ele disse e fez.

-Querida, ele está verdadeiramente arrependido.

-Não quero falar sobre isso Liz. –Coloquei um punhado de frutas vermelhas na boca.

-Eu a perdoei pela a destruição da cozinha. –Disse ela me passando um guardanapo. A essa altura o livro empoeirado já estava fechado sobre suas pernas. -Por que não perdoa o garoto?

 Ela transformaria essa pequena conversa em uma longa e retardatária discussão.

-Foi um acidente. –Fiz uma pausa para mastigar melhor. -E se você me perdoou por qual motivo vou passar duas longas semanas sem meu Porsche? –O que não era exatamente verdade, com dois dias sem o carro ela me devolveria as chaves. Bem a cara dela, livrar-me de um castigo que ela mesma havia imposto.

-Essa não é a questão. –Revirei os olhos pela falta de argumentos. Liz observou-me brincar com os pedacinhos de frutas amarelas.

-Você gosta de Seth vovó, não intenderia o que se passou aqui.

-Sim! Acho-o um ótimo garoto e se você me contar o que se passou aqui talvez eu intenda o seu lado da história.

 Já é bastante complicado contar algo que você não quer nem sequer pensar, imaginem só contar para alguém que sabe exatamente quando você está sendo sincera ou mentindo.

  Abrir a boca desgostosa, preste a começar a falar e foi nesse exato momento que as palavras de Liz voltaram a encher minha mente.

-O que você quer dizer com “O seu lado da história” –Soltei o garfo sobre o prato, o qual fez um barulho altamente irritante. –Você já ouviu o outro lado?

 Liz encarou as paredes vazias por alguns segundo, as poucas rugas de seu rosto curvaram-se para cima em um sorriso de desculpas.

-Em algumas das quinquagésima sétima vezes que Seth ligou, nós acabamos conversando. –Ela suspirou se sentindo menos culpada. -Alice eu já disse, gosto do garoto e ele acabou me contando.

-Liz! –Exasperei indignada.

-O que?

-Você deveria está do meu lado.

-Mais eu estou querida, sempre.

 Vovó pousou suas mãos sobre as minhas, com um sorriso cumplice e um olhar complacente disse:

-Eu perguntei a você minha menina mimada, não lembra?

-Eu só não quero falar, não agora. –Pisquei tentando conter as lágrimas, Seth havia me magoado e sinto que constantemente – Mesmo sem querer –magoo Liz, a pessoa que sempre esteve por perto. -E não quero ser egoísta, mal agradecida e mimada.

-Se não quer falar, tudo bem e não será por isso que você vai ser mal agradecida. –Vovó passou seus braços sobre meu corpo em um abraço apertado. –Você é a pessoa mais doce, verdadeira e altruísta que conheço.

 Liz acarinhou meu rosto.

-Mas querida, você é mimada sim, no entanto, é a minha menina mimada. –O comentário de Liz nos rendeu baixas, porem sinceras gargalhadas.

-Obrigado. –Sussurrei, sentindo-me inenarravelmente melhor.

*-*-*-*

-Nossa! –Murmurou Liz fitando a imagem refletida no espelho! A mesma cena se repetiu em minha mente sete minutos atrás.

-Gostou? –Perguntei em um meio sorriso. Seus olhos ainda fixos no cabelo que essa noite deixara de ser repicado e casualmente bagunçado para se tornar um elegante e despretensioso Chanel, o costumeiro legging fora trocado por uma calça jeans justa, as blusas de mangas compridas substituídas por uma blusinha de seda, costas nuas e sem mangas com apenas dois delicados botões que a aprendia no pescoço... Para desfaçar as marcas em meus braços e as asas que ficaram a amostra um ameno casaquinho preto e pra finalizar e estragar o look perfeito um sobretudo preto.

-Está linda querida. –Disse ela aproximando-se e acomodando-se na imensa cama. –Algum motivo especifico para toda essa produção?

-Eu meio, Bem... Eu meio que tenho, bom é algo como... Um encontro? –Mordi o lábio inferior, incerta com a confusão de minhas palavras.

-Um encontro? –Indagou com as sobrancelhas erguidas. –Só por curiosidade... –Fez uma pausa dramática. – Posso saber quem é o felizardo e quando pretendia me contar?

-Uhm, bem... Agora? –Fitei o chão tentando ignorar o peso do olhar que era lançado incisivamente em minha direção.

-Alice! –Repreendeu-me de uma forma tão intensa que não tive outra escolha a não ser encarar os grandes olhos alaranjados.

-Ok! –Suspirei derrotada. –Ele, ele se chama Jasper Hale é filho adotivo do Doutor Cullen, estava comigo no hospital quando passei mal, lembra? –Liz assentiu viajando em suas próprias memorias.

-Estava muito preocupada naquele dia, não prestei muita atenção, entretanto eles me intrigam –Liz pousou uma das mãos em meus ombros. –Eles não são normais Alice!

-E nós somos?

-Eles... –Vovó mordeu o lábio ponderando em suas palavras. -Por um segundo jurei que eles... mas os olhos, os olhos me intrigam. Não vá querida. –As palavras de Liz assustaram-me e no mesmo instante as acusações de Seth ricochetearam em meus ouvidos.

-Jasper não me machucaria! –Disse firmemente, desejando fervorosamente ser tão firme quanto minhas palavras pareciam ser.

-Eles... Eles... ainda não tenho certeza, no entanto posso garantir... Eles são demônios! –Liz exasperava tentando me convencer de suas palavras. Minha respiração estava cortante.

Demônio?  Monstro? O Ciclo? Será que o tão desejado poder que envolvia o meu mundo queria me proteger de Jasper? Queria me proteger daquele que já se tornara essencial em minha existência?

 Balancei a cabeça, querendo mais que tudo espantar os pensamentos. Não, Ele não me machucou quando teve a chance... Ele, ele esteve comigo.

-Ele me ajudou! –Verbalizei os pensamentos. –Você mais do que ninguém deveria saber o quanto é errado todos esses conceitos e denominações mitológicos...

 Minha voz desapareceu antes do esperado, minha garganta fechou-se e Liz encarava-me perplexa.

-Sim... Seus livros podem dizer que ele é um demônio, mas, são esses mesmos livros que dizem que somos criaturas pequenas de no máximo vinte centímetros que trazemos a primavera e o amor. –Pisquei repentinas vezes tentando conter as lagrimas, apegando-me as minhas palavras como se minha vida dependesse disso –Talvez realmente dependesse –Entende o que quero dizer?  

 A campainha tocou estridente. Meu coração perdendo uma batida me fez dá um curto passo para trás.

-Eu confio nele Liz. –Sussurrei. –Eu confio.

-Que Hlín a proteja! –Sibilou em meu ouvindo. Seus braços apertaram-se envolta de meu corpo. Hlín, deusa da proteção sublime!

 .*.*.*.

Segurei a maçaneta, conferindo o escudo e soltando o ar lentamente.

-Você está linda. –Foi a primeira coisa que ouvir quando abrir a porta e tranquei a mesma atrás de mim.

 Ouvir aquela voz forte e ao mesmo tempo aveludada foi o suficiente para me deixar em êxtase. Ele estava impecavelmente bem vestido, Jeans escuros com uma camisa de botões por baixo do casaco de couro.

-Precisamos conversar! –Disse finalmente sentindo seus dedos gélidos entrelaçarem-se aos meus. A surpresa foi de imediato, as visões eram tão raras e escassas quando Jasper estava por perto que quase me sinto normal. Quase.

 Deus... Só agora me dei conta do reluzente McLaren MP4 preto estacionado bem em frente a casa, Jasper passou a mão livre sobre o carro abrindo a porta para mim. Acomodei-me no banco confortável seguindo com os olhos o louro de olhos âmbar contornar o veiculo e sentar ao meu lado. Pisou no acelerado uma das mãos firme no volante e a outra delicadamente posicionada sobre a minha.

-Por que isso agora? –Gesticulei para nossas mãos unidas, quebrando o silencio que havia de estalado.

-Cansei de lutar contra o inevitável ! –Murmurou em voz baixa.

 O carro saiu da estrada e seguiu adentrando a floresta, abrindo caminho entre as arvores por um “atalho” até antes desconhecido por mim.

-O que você quer dizer com isso? E pra onde estamos indo? –Perguntei tentando esconder a euforia. Onde está aquela Alice corajosa que a pouco enfrentara Liz? Sinceramente, não sei.

-Está com medo vida?

-O que disse? Do que me chamou? –Jasper lutou para esconder um sorriso.

-Como havia dito antes, cansei de lutar contra o inevitável... –Interrompeu-se propositalmente, estacionando o carro.

 Estávamos no lago. Sorri involuntariamente tocando os lábios lembrando-me do nosso beijo, não tinha percebido o quanto aquele lugar me fazia falta até estar aqui mais uma vez.

 Sair do carro fitando a paisagem como se nunca a tivesse visto antes. O lago, o circulo perfeito –Que mais parecia ter sido esculpido a mão – estava em um tom prateado, banhado pela lua cheia que nos iluminava como em poucas vezes que a vi, as flores oscilavam lentamente, jorrando um perfume natural. A natureza fazia questão de contribuir para aquele momento único.

 -Tentei ignora-la... –O sangue correu mais rápido por minhas veias quando a voz de Jasper aproximou-se de meu ouvido. Virei-me fitando o rosto serio e sereno, o incentivando a continuar. -Tentei ser arrogante e prepotente, tentei despertar em você seus piores sentimentos em relação a mim, tentei protege-la do mostro que sou. –Monstro. A simples menção da palavra me fez pular para trás assustada.

 O sorriso doce que moldou os lábios de Jasper foi o que me fez ignorar os sinais de alerta. Voltei a me aproximar, segurando seu rosto entre minhas mãos.

-Em hipótese alguma, alguém como você pode ser considerado um monstro. –Traduzir  em palavras o que meu coração ansiava dizer.

-Eu já matei! –Declarou-me e confesso sinceramente que não me assustei.

-Eu não me importo. –Fui verdadeira em dize.

-E eu gostei.

  Ele queria me aterrorizar, ele queria que eu o chamasse da piores coisas possíveis e saísse correndo em direção contraria a dele, era sua ultima tentativa, ele queria de alguma forma me salvar do monstro terrível que julgava ser.

 E eu estava certa! Ele não era o demônio de chifres ou o grande vilão das historias infantis ele era só mais um ser diferente que tenta se encaixar e se achar.

-Eu não vou desistir de você. –Sussurrei cada palavra fervorosamente.

  Jasper me envolveu em seu braços –Os braços frios e confortáveis –Seus lábios provocativos  a centímetros dos meus me faziam suspirar.

-Vida. Você é minha vida! –Disse, e depois da sigilosa declaração selou nossos lábios.

  Era doce, quente, feroz e romântico nossos lábios brincavam em uma sincronia ensaiada. Pediu passagem, cedi. Sua língua vivida explorando cada minúsculo canto de minha boca, não esquecendo e não deixando um único espaço se quer.

 Suas mãos continuavam firmes em minha cintura, enquanto sua boca traçava um caminho repleto de beijos e tremores prazerosos pelo meu pescoço. Emanei a cabeça para trás aproveitando cada segundo. Sua boca foi rápida em alcançar o lóbulo de minha orelha e mordiscar aquele ponto sensível.

-Sou... Sou um vampiro.  –Sussurrou! Afastei-me subitamente encarando os olhos de ouro liquido que fitavam-me apreensivo.

                                                                       

                                                                              Continua...


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Notas finais do capítulo

Me desdobrei em mil... mas postei o capítulo hoje, como prometido! Só espero não ter decepcionado nenhum dos meus
mais queridos leitores.
Alice finalmente descobre o segredo de Jasper! Como nossa fadinha vai reagir? E o seu segredo? ela irá revela-lo?
São perguntas que só terão respostas no próximo capítulos.
Amorecos muito obrigado por todos os comentários, são eles que me motivam a continuar...
Bjoksss e até mais.



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