Eterno Verão. escrita por _BieberHot


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Notas finais, IMPORTANTE. :)



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- Onde você se meteu? – Kim a esperava no saguão do hotel, preocupada, quando Marie apareceu.

- Desculpe. Fui até mais longe do que pretendia, levei séculos pra voltar.

- Levou mesmo. Eu estava começando a me preocupar.

- Desculpe. – Estava com cara de remorso, e o rosto de Kim se suavizou num sorriso.

- Tudo bem, mas é só te soltar numa praia e você some. – Disse Kimberly rindo. – Pensei que você tivesse encontrado uma amiga.

- Não. – Marie parou por um momento. – Apenas andei.

Perdera sua chance de contar a Kim sobre Justin. Mas o que havia para dizer? Que tinha encontrado um estranho na praia, com o qual havia discutido arte? Parecia ridículo. Infantil. Ou pior, burrice e impróprio. E descobriu que, pensando no assunto, queria guardar aquele momento pra si. Nunca mais o veria, de qualquer forma. Para que se dar ao trabalho de explicar?

- Pronta pra jantar?

- Claro que sim.

Caminharam as duas quadras até o Pine Inn, espiando as vitrines, tagarelando sobre os amigos. O diálogo delas era sempre tranqüilo, e o silêncio permitiu a Marie ficar com seus pensamentos. Pegou-se pensando no Wyeth desconhecido que Justin sugerira que tinha. Será que tinha mesmo, ou era apenas uma desculpa? E isso tinha importância? Disse a si mesma que não.

- Você está muito quieta hoje, Marie. – Comentou Kim, enquanto terminavam o jantar. – Cansada?   

- Um pouco. E quanto ao seu cliente de amanhã, quem é?

- Não sei, nunca o vi. Galerias Bieber. Por falar nisso, ia propor a você que viesse comigo ao encontro com ele. Talvez gostasse de conhecer a casa dele. Ouvi dizer que tem uma coleção de quadros fabolosa no que chama de seu “chalé”.

- Não quero atrapalhar.

- Não vai. – Kimberly a olhou tranquilamente, e pagaram a conta.

Já eram 23:30, e Marie ficou feliz em poder ir para a cama. Quando dormiu, sonhou com o estranho chamado Justin.

                                         ***

O telefone tocou ao lado da cama, a acordando. Tinha prometido ir com Kim, mas estava tentada a pegar no sono novamente, e depois dar outro passeio pela praia. A atração do passeio a perturbava. Sabia porque queria voltar, e era uma sensação estranha e desconfortável a permanência dele nos seus pensamentos. Provavelmente jamais o veria de novo. E se visse? E daí? O telefone tocou de novo, e ela estendeu a mão para atender.

- Bom dia! – Era Kim.

- Que horas são?

- 09:05.

- Nossa! Parece mais sete ou oito.

- Mas não é, e o nosso encontro com o cliente é às dez. Levante-se, que vou lhe trazer o café.

- Estarei pronta em meia hora.

Tomou banho e ajeitou o cabelo, e vestiu uma blusa de um azul vivo com calças brancas. Conseguiu parecer cheia de vida na hora em que Kim bateu à porta.

- Você está um estouro! – Disse Kim, entregando-lhe uma xícara de café e um prato.

- Você também. Será que devo usar algo mais sério? Você está parecendo muito adulta. – Kim usava um terno bege com uma blusa de seda cor de cáqui, um chapeuzinho de palha muito bonito, e uma bolsinha de palha sob o braço.

- Não fiquei com ar tão surpreso. – Kim sorriu e desabou em uma cadeira. – Espero que esse sujeito seja fácil, não estou com vontade de discutir negócios num sábado de manhã. – Bocejou e ficou olhando Marie acabar o café na sua xícara.

- Quem é que eu devo ser, por falar nisso: sua secretária ou sua acompanhante? – Perguntou Marie.

- Nem uma coisa nem outra, sua palhaça. Só uma amiga.

- Ele não vai achar meio estranho você trazer as amigas?

- Problema dele se achar. – Kim bocejou de novo e se pôs de pé. – É melhor irmos.

- Sim, senhora.

A viagem levou apenas cinco minutos, com Marie lendo as instruções pra Kim. O endereço ficava numa rua bonita, as casas afastadas da estrada, ocultas por árvores. Porém ela viu, quando saíram do carro, que era uma casa pequena e agradável. Tinha um ar natural, batida pelo vento. Um pequeno carro preto estrangeiro estava parado do lado de fora, algo conveniente, não bonito. Nenhum dos indícios sugeria que a prometida coleção de arte seria impressionante ou rara. Mas o interior da casa contava uma história diferente, quando uma mulher baixinha e muito arrumada, vestindo um avental de governanta, abriu a porta. Tinha o ar de quem só vinha uma ou duas vezes por semana.

- O Sr. Bieber falou para esperar por ele no seu escritório. Está lá em cima ao telefone.

Marie olhava para os quadros nas paredes da casa, com assombro, enquanto acompanhavam a governanta até o escritório. O homem tinha uma coleção magnífica de quadros ingleses e americanos. Nenhum deles era o que Marie teria colecionado, pessoalmente, mas eram uma alegria para os olhos. Queria se demorar estudando cada tela, mas a mulher de avental levou-as firme e rapidamente até o escritório, fitou-as longamente com olhar duro, e resmungou:

- Sentem-se. – Depois desapareceu para cuidar de seus afazeres.

- Meu Deus, Kim, você viu o que ele tem pendurado nas paredes?

Kimberly abriu um sorriso, arrumando o chapéu.

- Uma beleza, não é? Não é bem o meu gênero, mas tem umas telas excelentes. Embora não sejam todas realmente dele. – Marie ergueu uma sobrancelha. – É o dono de duas galerias. Uma em São Francisco e uma em Los Angeles. Desconfio que pede emprestado das suas galerias, mas são obras lindas!

Marie concordou com um aceno rápido de cabeça e continuou a olhar à sua volta. Estava sentada numa sala com uma ampla janela que dava para o mar. Uma simples escrivaninha, dois sofás e uma cadeira. Como o exterior da casa e o carro modesto, era funcional, ao invés de impressionante. Mas a coleção de arte compensava amplamente esse detalhe. Até mesmo ali ele pendurara dois esboços em preto e branco excelentes, perfeitamente emoldurados. Ela se debruçou mais pra perto para espiar as assinaturas, depois se virou pra olhar um quadro que estava às suas costas, o único ornamento numa parede totalmente branca e nua. Enquanto se virava para olhar, ouviu a própria exclamação abafada. Era o quadro. O Wyeth. A mulher na duna, o rosto parcialmente encoberto enquanto o reclinava nos joelhos. E até mesmo Marie podia ver que a mulher se parecia espantosamente com ela. O comprimento e a cor do cabelo, o formato dos ombros, até a sombra de um sorriso. Estava cercada por uma praia deserta e úmida, e acompanhada apenas pela passagem de uma gaivota solitária.

- Bom dia. – Escutou a voz dele às suas costas antes de poder comentar o quadro. Os olhos dele encontraram os dele, surpresos. – Como vai? Sou Justin Bieber. Srta. Houghton? – Havia uma pergunta não formulada nos olhos dele, mas ela rapidamente sacudiu a cabeça e apontou pra Kim, que se adiantou com a mão estendida e um sorriso.

- Sou Kimberly Houghton, e essa é a minha amiga, Marie Walters. Ouvimos falar tanto da sua coleção, que tive que trazê-la comigo. Ela própria é uma artista muito talentosa, embora não admita.

- Não sou, não!

- Está vendo? – Os olhos de Kim dançavam enquanto examinavam o homem bonitão à sua frente. Parecia ter 24 anos, e tinha olhos extraordinariamente bonitos.

- Juro, não sou. - Marie sorria pra ambos e sacudia a cabeça.

- O que achou do meu Wyeth? – Justin disse fitando os olhos de Marie, e ela sentiu algo no coração.

- Eu... é uma tela belíssima. Mas você já sabe disso. – Sentiu-se corar ao falar com ele. Não tinha certeza do que dizer. Deveria admitir tê-lo visto antes? Deveria fingir que não houvera nenhum encontro? O que faria ele?

- Mas você gosta? – Os olhos dele não desviavam dos dela, que se sentiu ficar quente sob esse olhar. De novo.

- Muitíssimo.

Balanço a cabeça, satisfeito. E então ela entendeu. Ele não pretendia falar nada sobre a noite anterior na praia. Mas ela se pegou sorrindo, enquanto se sentavam. Era uma sensação estranha, ter esse segredo entre os dois, mais estranha ainda saber que conhecera o “novo cliente” antes de Kim.

- Senhoritas, um cafezinho? – Ambas concordaram, e ele saiu para o corredor para dizer à governanta: - Um com creme, dois simples. – Quando voltou pra sala, sorriu para elas. – Serão todos com creme ou todos simples. A Sra. Meacham não aprova. Nada. Café. Visitas. Ou a minha pessoa. Mas posso confiar nela para limpar a casa quando não estou. Ela acha que todas essas coisas são uma bosta. – Fez um gesto despreocupado abrangendo o Wyeth, os esboços e as peças que tinham visto no caminho para o escritório.

Kim e Marie acharam graça. Quando o café chegou, as três xícaras eram de café simples.

- Perfeito, obrigado. – Deu um sorriso para a governanta, enquanto ela saía da sala. – Srta. Houghton...?

- Kimberly, por favor.

- Pois bem, Kimberly, você viu os anúncios que lançamos no ano passado? – Ela fez que sim. – E o que achou?

- Sem classe suficiente. Não eram dirigidos para o mercado certo que você pretendia.

Ele meneou a cabeça, mas seu olhar ficava voltando pra Marie, que ainda estava embevecida com o Wyeth atrás dele. Seus olhos nada revelavam enquanto a observava, e suas palavras mostravam que sabia o que queria de Kim. Era ligeiro, engraçado, astuto e muito comercial, e a reunião deles terminou em menos de uma hora. Ela prometeu dar-lhe idéias frescas dentro de duas semanas.

- Marie vai ser a consultora da conta? – Era difícil dizer se ele estava brincando. Marie sacudiu a cabeça rapidamente e levantou a mão, rindo.

- Não, não tenho idéia de onde Kim tira suas idéias mágicas.

- Sangue, suor e um bocado de café forte. – Riu Kim.

- O que você pinta? – Estava olhando de novo pra Marie, com os mesmos olhos meigos que ela vira na praia na noite anterior.

A voz dela soou muito suave, enquanto respondia.

- Naturezas mortas, mocinhas.

- Gostaria de ver o seu trabalho. Você expõe? – Novamente, nenhuma alusão à noite anterior, e ela se perguntava por quê.

- Não, à anos que não exponho, não estou pronta.

- Aproveitando a palavra da sua governanta, isso é uma bosta de desculpa. – Kimberly olhou primeiro pra Justin, depois para Marie. – Devia lhe mostrar alguns trabalhos seus.

- Não seja boba. – Marie sentiu-se constrangida e desviou os olhos. Ninguém via os trabalhos dela à muitos e muitos anos, apenas Mike e de vez em quando, Kim. – Algum dia, mas ainda não. De qualquer modo, obrigada.

O sorriso dela agradecia-lhe pelo seu silêncio, assim como pela sua bondade. Era estranho que Justin também desejasse permanecer calado sobre o encontro deles na praia. A conversa se encerrou com a troca costumeira de amenidades e uma breve visita a toda a coleção de quadros de Justin, realizada sob o olhar de urubu da governanta, enquanto varria a casa. Kimberly prometeu lhe telefonar na semana seguinte. Não houve nada de incomum na sua despedida de Marie. Nenhuma pressão inadequada da mão, nenhum recado nos olhos, apenas o calor que ela já tinha visto, e o sorriso que lhes deixou enquanto fechava a porta.

- Que cara simpático! – Disse Kim, enquanto dava partida no carro. – Vai ser um prazer trabalhar com ele, não acha?

Marie apenas balançou a cabeça. Ficou imersa nos seus pensamentos, até que Kim freou o carro ruidosamente do lado de fora do hotel.

- Mas que droga, porque não o deixa ver seus trabalhos?           

A reticência de Marie sempre irritava Kim. Fora a única na escola de arte que tinha algum talento de verdade, e a única que o mantivera oculto por quase 10 anos. Todos os outros tinham tentado fazer sucesso, e fracassaram.

- Já lhe disse, não estou pronta.

- Besteira! Se você não ligar pra ele, vou dar-lhe o seu telefone. Está na hora de você fazer alguma coisa com aquela montanha de obras-primas que guarda no seu estúdio, de cara pra parede. É um crime, Marie. Quando penso no lixo que pintei e quebrei a cara tentando vender...

- Não era lixo. – Disse Marie, olhando bondosamente para ela. Porém ambas sabiam que não tinha sido muito bom. Kim era muito melhor planejando campanhas promocionais e essas coisas, do que com sua arte.

- Era lixo, e nem me importo mais com isso, gosto do que faço. Mas e quanto à você?

- Também gosto do que faço.

- E o que você faz? – Kimberly agora estava ficando frustrada, e a voz revelara-lhe os sentimentos. Sempre acabava desse jeito quando falavam do trabalho de Marie. – O que você faz?

- Sabe o que faço. Pinto, cuido de Mike, cuido da casa, mantenho-me ocupada.

- É, cuidando dos outros. E quanto à você? Não te faria bem ver os seus trabalhos expostos numa galeria, pendurados em outro lugar que não o escritório do seu marido?

- Não importa onde estejam pendurados. – Não ousava dizer a Kim que nem estavam mais lá. Mike contratara um novo decorador a seis meses, que julgara os trabalhos dela “fracos e deprimentes”, e retirara todos das paredes. Mike trouxera as telas para casa. – O que importa pra mim é pintar, não expor.

- Meu Deus, isso é como tocar um violino sem cordas, não faz sentido!

- Faz pra mim. – Era gentil, porém firme, e Kim sacudiu a cabeça enquanto saltava do carro.

- Bem, acho que você é maluca, mas gosto de você assim mesmo.

Marie sorriu enquanto entravam no hotel. O resto da estadia das duas em Carmel passou depressa demais. Fuçaram nas lojas, jantaram mais uma vez no Pine Inn. No domingo à tarde Marie deu mais um passeio pela praia. Sabia agora onde ele morava. Sabia agora o quão perto estava do Wyeth. Não o viu de novo, e ficou irritada consigo mesma por sequer imaginar que ele estaria na praia. Porque deveria estar? E o que diria se ele estivesse? Felizmente Justin não deixara Kimberly saber que tinham se conhecido. E daí? Que importância tinha? Sabia que jamais o veria de novo.


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Notas finais do capítulo

CADÊ MINHAS REVIEWS? D: Confesso que nem tive vontade de postar esse capítulo, porque eu quase nem recebi reviews. Como vocês querem que eu poste assim? Eu agradeço MUITO quem me manda e quem me incentiva, são essas pessoas que me fazem estar postando pra vocês, mas eu fico muito chateada com quem não me manda nenhuma review. Eu já disse, se você não tem conta aqui no site, fala comigo pelo twitter @_BieberHot, eu vou responder todos vocês. Eu PRECISO saber quantas pessoas estão lendo minha história, e o que vocês estão achando. PRECISO. Eu sei que é chato isso, mas vocês têm que entender o meu lado, né. Se eu não receber um bom número de reviews ou comentários no twitter nesse capítulo, não vou postar tão cedo o próximo. Ajudem com a divulgação da fanfic também. Tá, eu tô pedindo demais, mas é que eu sou nova, e preciso de incentivo pra continuar escrevendo os outros capítulo, porque ela ainda não tá pronta. Não é nada legal escrever algo sabendo que ninguém gosta de ler. Desculpa estar pedindo isso, mas eu tô perdida. Obrigada, amo vocês. ♥