Pov. Jared

- O que você fez com o meu gato?? – eu fui entrando na casa sem pedir licença.

- Ei, isso é invasão de pivacidade. Sabia que eu posso te denunciar? – ela riu, cínica e despreocupada, largada no sofá.

- Sabia. Não que eu me preocupe, na verdade. Cadê o meu gato?

- Não sabia que você era gay.

- O que você tem contra mim? CADÊ O MEU GATO???

Ela riu de novo.

- Contra você? Nada não.

- Cadê meu gato?

- Ainda bem que ele é seu né.

- Cadê meu gato?!

- Meu Deus, você só sabe falar isso? Cadê meu gato, cadê meu gato, cadê meu gato!

- O que você fez com ele?

- Com quem? – ela se fez de boba.

- Você sabe. Cadê ele?

- Ah, mano, eu não sei. É seu gato. E eu não tenho nada a ver com isso.

- É uma vingança?

- Você acha que pode ser considerada vingança roubar um gato? Pelo amor, Jared.

- Você não sabe onde ele está?

- Não.

- Sabe com quem ele pode estar?

- Sei.

- QUEM??

Ela riu.

- Eu não vou contar.

- COMO NÃO??

- Não vou.

- TAYLOR!

- O quê?

- Cadê meu gato????

- Eu sei lá, mano. Eu já disse que não sei.

Soltei uma risada sarcástica.

- Então me diz com quem ele está.

- Deve estar com a namorada dele. Você devia procurar a sua também.

- Eu estou olhando pra minha.

- Eu não sou sua namorada.

- É sim.

- Eu não sou.

- É sim.

- Não!

- Eu não terminei com você, então você ainda é minha namorada.

- Mas eu terminei com você.

- Quando?

- Quando você me traiu com aquela arrombada morena, noite passada.

- Eu não...

- Qual é o problema aqui? – ouvi uma voz masculina perguntar.

Me virei.

Era o pai da Taylor.

- Doutor Leto? – ele disse, confuso.

- Olá, Sr. Momsen. Como o senhor está?

- Muito bem, mas...

- Ele veio fazer uma visitinha, pai. Pra saber se estava tudo bem com você. – Taylor mentiu, sorrindo pra ele.

- Ah. – ele acreditou. – Que bom, doutor! O senhor quer um café?

- Aceito, senhor. – disse à ele.

- Taylor, poderia preparar um café para nós? – o pai dela lhe perguntou.

Taylor bufou e se levantou do sofá, indo em direção a cozinha.

          Logo que voltou, com uma bandeja marrom na mão, ela me entregou uma xícara e perguntou:

- Cadê o meu pai?

- Ele foi se trocar.

Ela assentiu.

- Pretende me envenenar? – perguntei, hesitando em botar o líquido na boca.

- Não. Eu não quero ir pra prisão.

- Ah, tudo bem então. – disse e finalmente tomei o café.

- Está amargo. – disse a ela.

- Vai à merda.

Ri, o que a fez ficar furiosa.

- Você quer café na cara de novo? – ela perguntou, séria.

- Não.

- Então é melhor você sair da minha casa.

- Eu não posso, vim fazer um visita à seu pai.

Ela riu e tirou a xícara da minha mão, me arrastou pra fora da cadeira, e eu meio que deixei ela o fazer.

Quando chegamos a porta, e ela estava na parte de dentro na casa, prestes a trancá-la e eu, do lado de fora, prestes a ser expulso, puxei-a pra fora comigo e eu mesmo fechei a porta.

Pov. Taylor

- Com quem está o meu gato?

- Explica direito.

- Ele sumiu, hoje de manhã.

- E então você achou que eu tinha o roubado?

- É. – ele disse.

- Ah, mas, bom, eu não o roubei.

- Mas você sabe quem pode ter roubado.

- Sei.

- E você vai me contar.

- Não vou.

- Vai sim.

- Você vai me obrigar?  - eu perguntei, fitando-o.

Jared não respondeu. Em vez disso, ele colou meu corpo no delee me beijou, urgente.

Eu meio que fui obrigada a retribuir (ok, eu quis, mas e daí?), mas, depois que ele tirou os lábios dos meus, eu dei um tapa em seu rosto.

Ele riu, esfregando a marca dos meus cinco dedos em seu rosto.

- Agora, já pode me contar.

- Você acha mesmo que pode arrancar tudo que precisar de mim só com um beijo?

- Você quer mais que isso? – ele piscou.

- Vá se foder, Jared.

- Vá você. – ele sorriu.

Dei outro tapa no outro lado de seu rosto.

Jared me agarrou e me beijou de novo.

Ouvi uma porta se abrir.

Olhei pro lado, e lá estava o meu pai.

Ops.

Pov. Lilo

 - CADÊ O BANANA??? – duas vozes desesperadas gritaram, quando eu abri a porta da minha casa naquela manhã.

- Vocês não estão mais brigados? – perguntei, me refirindo a Jared Leto e Taylor Momsen parados em cima do meu tapetinho onde se lia “bem-vindos”.

- Ainda estamos. – ela respondeu. – Mas cadê o gato dele?

- Eu não sabia que ele era gay. – respondi, olhando pra Jared.

Ele me encarou por um segundo, e depois desviou os olhos para Taylor.

- Vocês combinam falas ou coisa do tipo? – ele perguntou.

- Não. – ela riu.

- Lindsay, você viu o meu gato, o Marlyn? – ele voltou os olhos para mim.

- Não, por que? – eu disse, fazendo um sinal para que eles entrassem.

Taylor largou a bolsa na mesa de centro e sentou em um sofá.

Jared e eu sentamos ao seu lado.

- Ele sumiu hoje de manhã. – ele explicou.

- ELE O QUE??? VOCÊ DEIXOU O BANANINHA FOFOLETE FUGIR??

- Bom... – Jared começou.

- É isso mesmo. – Taylor concluiu, numa expressão indiferente.

Ô mulher fria, só Jesus na causa.

- E AGORA?

- Se acalma, Lilo, eu hein. – Taylor disse, se levantando e indo até a cozinha.

- ME ACALMAR? COMO EU POSSO ME ACALMAR? O FOFOLETE SUMIU!

- O nome dele é Banana. – Taylor corrigiu, me entregando um copo com água.

- Na verdade, o nome dele é Marlyn. – Jared disse.

-  O nome dele era Marlyn. – ela disse, sentando-se novamente.

- Não, o nome dele ainda é Marlyn.

- De qualquer jeito, - comecei, tentando impedir que uma discussão começasse. – o gato não está comigo.

- Bom, ok então. – Taylor disse e se levantou.

Eles foram até a porta e Taylor botou a mão na maçaneta.

- Espere! Se você abrir a porta, nunca mais vai voltar! – eu gritei pra ela.

Ela parou e riu.

- Quem disse isso?

- Eu não sei, mas é verdade.

- Até parece. – ela abriu a porta e saiu.

Jared acenou e saiu em seguida.

Pov. Taylor

          Saímos da casa de Lilo e entramos no meu carro.

- Pode buscar seu carro amanhã. – eu disse, enquanto sentava no banco do motorita.

Jared sentou-se no banco ao lado e colocou o cinto. Pediu que eu fizesse o mesmo.

- Não vai rolar. – eu disse, liguei o carro e comecei a guiá-lo de volta para casa.

- Taylor...

- O quê?

- Você não terminou comigo, certo?

- Você me traiu.

- Você me traiu.

- Eu não te traí. Jensen me agarrou naquele dia, eu nem sabia que eles estava lá nem nada. Eu estava indo te dizer que você podia usar o meu carro enquanto não pudesse retirar o seu.

Ele ficou calado por um minuto, absorvendo a ideia.

- Então...

- Então, quando você quis se vingar de mim e levou uma prostituta pra casa, na verdade, você não vingou nada, porque eu não fiz nada. Você só me traiu.

- Não era uma prostituta.

- O que era?

- Uma enfermeira.

- Ah. – assenti.

Ficamos em silêncio por um segundo, até que ele disse.

- Você não me odeia.

- Se você diz.

- Você ainda usa o anel, você não me odeia.

Olhei para o meu dedo, e novamente para frente, prestando atenção na estrada.

- Eu não te odeio. – admiti.

Entrei na garagem do prédio, mas não saí do carro.

Jared soltou o cinto e veio pra mais perto de mim.

- Me desculpe. – ele disse, apenas, e começou a acariciar meu rosto.

Assenti e ele me pegou no colo e voltou ao banco em que estava sentado segundos atrás, e eu fiquei sentada em suas pernas. Ele me deu um beijo calmo.

- Eu amo você. – ele sussurrou em meu ouvido, enquanto mexia no meu cabelo.

Ri.

- Obrigada.