Cap. 3 – A missão

            Já havia passado dois meses depois que todos conheceram seus novos parceiros e, mesmo sendo tão pouco tempo, todos já sentiam como se conhecessem há anos. Tinham se tornados grandes amigos, e alguns tinham se tornado algo mais que amigos. Mesmo que não demonstrassem, todos sabiam que estava ou que iria rolar alguma coisa entre alguns parceiros em especial. Todos estavam reunidos na sala de estar conversando quando Okashira entrou com a cara seria.

- Sakura, Shaoran, tenho uma missão pra vocês, por favor, me acompanhem até minha sala. – Os dois se levantaram e o seguiram por um corredor imenso, passando ao lado de Haruna e um garoto de cabelos castanhos acinzentados. – “Deve ser o parceiro dela.” – Pensou Sakura com pouco caso, e continuou seguindo, junto com o seu parceiro, para a sala do Okashira. Chegando lá sentaram em cadeiras em frente a uma tela grande de plasma que mostraria a missão deles.

- Descobrimos recentemente que o Shoiji acabou de fugir da prisão e quer se vingar, por isso ele pretende estragar a grande festa de caridade que vai haver amanhã à noite no museu, no centro da cidade. – Enquanto ele falava a tela mostrava fotos de Shoiji e do museu. Sakura e Shaoran não disseram nada, apenas acenaram com a cabeça concordando. – A missão de vocês é achar Shoiji e impedir que ele acabe com a festa do museu.

- Sim senhor! – Disseram Sakura e Shaoran antes de sair da sala para se preparar para a missão.

            Após vestirem seus uniformes e pegarem todo o equipamento necessário, os dois se dirigiram até o carro estacionado na frente do portão. Shaoran foi quem dirigiu até o centro da cidade, onde parou o carro. Eles seguiram a pé até o museu. Depois de inspecionarem o museu cuidadosamente duas vezes, a procura de qualquer coisa que pudesse estar escondida, eles foram para a biblioteca, onde estudaram a planta do museu e criaram alguns planos. A noite chegou de presa, e eles foram para o hotel onde estavam instalados. Pra surpresa dos dois, Okashira reservou apenas um quarto para os dois dormirem. Eles entraram no quarto e ficaram aliviados por saber que iam dormir em camas separadas. Tomaram banho e estavam prontos para dormir.

- Está com medo da nossa missão amanhã? – perguntou Sakura ao se deitar.

- Não, só estou um pouco preocupado. Afinal nós nunca participamos de uma missão juntos e não me perdoaria se deixasse acontecer alguma coisa a você.

- Não se preocupe com isso, sei me cuidar. Além disso, temos uma ótima sintonia, lembra do treinamento que fizemos? – Ela deu um lindo sorriso que deixou Shaoran com o rosto vermelho e sem palavras. Como Shaoran não respondeu, Sakura achou que ele estava nervoso demais para ter vontade de conversar, por isso resolveu acabar com a conversa e tentar deixar seu parceiro mais tranqüilo. – Bem já está tarde, vamos dormir.

- Está bem, boa noite. – Disse ele se virando para o lado e se cobrindo.

- Boa noite, e não se esqueça: aconteça o que acontecer, vai dar tudo certo.

No dia seguinte eles acordaram bem cedo e foram direto para o museu, onde estavam trabalhando disfarçados de empregados. Na parte da manhã eles tiveram que limpar o museu e aproveitaram para vasculhá-lo mais uma vez, mas como ontem não acharam absolutamente nada. O tempo foi passando e a festa estava pra começar, eles ainda não tinham encontrado nem um sinal de Shoiji. Os convidados começaram a chegar, nesse momento Sakura e Shaoran estavam trabalhando como garçons, servindo comida e bebida, por isso eles podiam ver cada pessoa da festa, mas infelizmente, continuaram sem nenhuma pista. A festa estava passando e nada estava acontecendo.

- Então, alguma coisa suspeita? – Perguntou Shaoran ao cruzar com Sakura no meio do enorme salão.

- Nada, a não ser aquela mulher que já deve ter comido uns trinta salgadinhos. – Disse a garota com sarcasmo e desanimo.

- Acho que está na hora de darmos uma olhada na parte interna do museu. – Ele colocou a bandeja que segurava em cima de uma mesa e se dirigiu até uma porta, que dizia acesso restrito com letras grandes e vermelhas, sendo seguido por Sakura. 

            Andaram por um corredor enorme e chegaram à sala de segurança, imobilizaram alguns seguranças que estavam lá e vendaram os olhos deles para que não pudessem ver nada. Ficaram lá, observando todas as câmeras de seguranças até que de repente Sakura viu uma coisa muito estranha. Havia um homem com uma capa escura mexendo nos fios elétricos da caixa de força que estava atrás do museu. Ela rapidamente mostrou para Shaoran e os dois saíram correndo em direção a esse ser misterioso. Não foi surpresa nenhuma para eles descobrirem que aquele homem era Shoiji. Shoiji ficou surpreso ao ver nossos heróis, mas ele estava preparado e jogou uma bomba de gás neles, que imediatamente voltaram para dentro do museu. Depois disso a perseguição começou, eles correram por uns cinco quarteirões até chegarem a um beco sem saída.      

- Acabou, Shoiji. Você não tem mais pra onde fugir. – Disse Sakura, a primeira a chegar ao local.

- Vocês nunca vão me pegar. – Falou Shoiji antes de pular o murro. No entanto ao se virar, lá estava Shaoran com um sorriso irônico no rosto. – Mas como você... – Antes que pudesse terminar a frase, Shaoran fechou sua mão, em formato de punho, e com todas as suas forças deu um soco em Shoiji, que caiu inconsciente chão.

- Bom trabalho parceiro. Vou pedir reforços agora mesmo. – Disse Sakura, com um sorriso de “trabalho comprido” estampado no rosto, pulando o murro e se colocando ao lado de Shaoran que estava amarrando Shoiji em um poste, pra ele não fugir caso acordasse.

            Em poucos minutos um carro de polícia chegou ao local e encontrou apenas um homem amarrado a um poste de luz. Sakura e Shaoran observaram de longe os guardas retirarem Shoiji do poste e levarem ele sobre custodia até a prisão. Após toda essa correria Sakura e Shaoran foram direto para o hotel, onde tiveram um delicioso jantar, depois tomaram um banho e foram dormir, já que estavam exaustos por causa da missão daquele dia.

- Foi um belo soco. – Disse Sakura para Shaoran antes de se deitar.

- Brigado. Você corre muito bem. – Falou Shaoran com a face toda vermelha por causa do elogio da sua parceira.

- Brigada. Como eu disso tudo deu certo. Você não tinha com o que se preocupar. – Sakura deu um sorriso cativante, fazendo Shaoran se animar mais um pouco.

- Não tinha mesmo, fico feliz por nossa primeira missão ter sido bem sucedida. Mas, também, com uma parceira como você não tinha como alguma coisa dar errado. – Falou Shaoran virando pro lado e se cobrindo. – Boa noite.

- hum... Boa noite. – O comentário de seu parceiro fez com que o delicado rosto de Sakura corasse de vergonha. – “Shaoran é tão perfeito, como pode existir um garoto tão carinhoso, meigo, fofo, gentil, educado, inteligente, forte, protetor, divertido, habilidoso... E ainda por cima um super gato?” – Os pensamentos da jovem flor de cerejeira estavam ficando cada vez mais distantes, suas pálpebras estavam cada vez mais pesadas. A leve brisa que vinha pela janela e soprava de leve no rosto da nossa heroína, tinha um cheiro doce e suave que fazia Sakura se sentir relaxada. Não demorou muito para ela cair no sono.

“A noite estava tão tranqüila e serena que parecia que a paz reinava em todo o mundo. No meio do céu limpo e estrelado a lua brilhava de um modo que Sakura jamais vira antes. Seus olhos esverdeados passaram em volta do campo e gravaram os rostos de todos que ali estavam: Tomoyo, Meiling, Eriol, Rioga, Chiharu, Rika... De repente eles pararam e Sakura sorriu alegremente, lá estava ele, parecia um anjo sobre a luz do luar, Shaoran. No entanto, essa paz não durou muito, a escuridão começou a tomar conta do céu e escondeu o belo brilho da lua. Em instantes, Sakura não podia ver mais nada, apenas escutava o grito de desespero de seus amados amigos. Após alguns segundos, ainda confusa com o que estava acontecendo e sem conseguir fazer nada, Sakura nota que os gritos pararam e que o silêncio tomou conta do lugar. Seus olhos, agora cheios de água, procuraram desesperadamente por algum sinal dele ou de seus amigos, sem sucesso. Agora a única coisa que ela conseguia ver era a forma esfumaçada de dois corpos em frente dela, um menino e uma menina, sorrindo malignamente.” 

- Sakura! Sakura! – Seus olhos se abriram bruscamente, como se tivesse acabado de levar um susto. Sua respiração estava desregular e acelerada e seu corpo estava tremulo e encharcado de suor frio. Ela procurou a voz que a chamava e encontrou o olhar preocupado de seu parceiro que estava ajoelhado do lado direito da sua cama. – Sakura, você esta bem? O que houve? Porque estava chorando e gritando? – Em um impulso repentino, ao perceber que ele estava são e salvo, a jovem levanta e abraça com força o seu parceiro. Percebendo o que fez, rapidamente voltou a sua posição inicial e fitou o garoto com um olhar de desculpa.

- Não foi nada. Apenas um pesadelo. – Disse Sakura sem graça por ter preocupado o jovem de olhos castanhos.