Alugando Hermione Granger escrita por da_ni_ribeiro, thysss


Capítulo 7
Capítulo Sete




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Draco olhou para o relógio impaciente. Não gostava de esperar, ainda mais quando havia tantos outros compromissos naquele dia.

- O Reitor vai demorar para atender? – perguntou o loiro impaciente para a secretária.

- Só mais uns instantes, Sr. Malfoy – respondeu a mulher polidamente. – Ele está em uma ligação realmente importante.

- Eu não tenho tempo – retrucou o loiro. – Por favor, vá falar com ele. Preciso ser atendido nesse momento. Tenho outros compromissos.

A secretária viu os gestos impacientes do homem a sua frente, respirou fundo, detestava tratar com esses lordes ou qualquer outra coisa. As pessoas da nobreza sempre queriam tudo na hora, e aquele homem a sua frente não era nem um pouco diferente.

- O Reitor pediu para o senhor entrar – respondeu a secretária alguns instantes após ter saído.

- Ótimo.

Ele se levantou da cadeira, com um movimento automático fechou os botões do fino terno que havia aberto quando sentara. Entrou na bem mobiliada sala do reitor. Um homem de seus 60 e poucos anos o esperava, tinha um sorriso amigável no rosto, mas seus olhos eram de uma raposa esperta, pronta para agir na primeira oportunidade. Draco conhecia Maximiliano muito bem.

- Qual o motivo de sua visita, Draco? – perguntou o reitor estendendo a mão.

- Negócios – respondeu Draco apertando a mão do homem. – Não levarei muito tempo.

- Por favor, sente-se.

- Obrigado.

Draco desabotoou os botões de seu fino terno Armani, sentando-se polidamente logo em seguida. Seus movimentos eram todos programados desde que se conhecia por gente, aprendera a duras penas como se controlar. O mundo da nobreza cobrava isso, e ele era obrigado a corresponder de maneira firma a essa exigência que já ultrapassava milênios.

- Afinal, em que posso ser útil, Sr. Malfoy?

- Creio que, apesar do ano letivo ter começado, o senhor ainda possui algumas vagas em alguns cursos.

- E o que leva o senhor a pensar isso? – indagou o reitor desconfiado.

- Isso não vem ao caso – Draco encarou o homem com descaso. – Acontece que eu preciso de uma destas vagas.

- Infelizmente eu não posso ceder nenhuma vaga.

- Claro que o senhor pode – retrucou o loiro sério. – Não só pode, como irá fazer.

- E o que o leva a crer que eu irei ceder essa vaga? – perguntou o homem com um leve desafio na voz.

Por um momento, Draco percebeu que o homem a sua frente julgava ter ganhado a batalha. Doce ilusão. As pessoas não haviam aprendido, apesar dos séculos, não desafiar os membros da família Malfoy.

- Há muitas coisas que me levam a crer que o senhor irá ceder a vaga.

- Como quais, Sr Malfoy?

As pessoas precisavam compreender que Draco não fazia as coisas impulsivamente. Antes de pedir aquela audiência, ele havia feito sua lição de casa, e muito bem feita. Havia despendido algumas horas importantes do seu dia para pesquisar a vida do Reitor, as finanças da Universidade, a vida dos professores, e tudo e qualquer coisa que lhe desse o controle total da situação. Os Malfoy eram excelentes estrategistas... Uma pena o Reitor não ter descoberto isso antes.

- O senhor não gostaria que a foto da sua amante fosse parar no The Sun – Draco permitiu-se sorrir ao ver a expressão aterrorizada do homem de meia-idade, sentado na imponente cadeira de Reitor. – Eu acredito que o Primeiro Ministro não teria o mínimo interesse em saber o quanto foi desviado da verba que a faculdade recebeu do governo, o ano passado, para uma conta na Suíça, que por acaso está em seu nome.

Com satisfação contida, Draco notou o Reitor afrouxar o nó da gravata deselegantemente. Ele estava no total controle da situação, como bem havia previsto. O homem reclinou-se na cadeira, gotas de suor surgiram em sua fronte e por um breve instante, Draco achou que o homem fosse enfartar.

- Se todas essas minhas observações não forem o suficiente, Sr. Thompson, eu ainda posso lhe relembrar, que a Família Malfoy investe altas somas de dinheiro, todos os anos, nessa Universidade – Draco esperou apenas alguns segundos, para que suas palavras pudessem ter o efeito desejado, e só depois continuou, com a voz carregada de seu natural escárnio. – Bem, como o senhor pode notar, não há real motivo para que o senhor não me conceda essa vaga.

- Tudo bem, Sr. Malfoy – a voz do homem saiu tremula. – Qual curso?

- Direito Internacional.

- A turma está lotada. Todas as vagas foram preenchidas.

- Isso não me importa. Eu quero essa vaga, e a pessoa começa semana que vem.

- Certo, certo.... – o homem mostrava-se a beira de um colapso nervoso. Draco sorriu internamente, havia alcançado seu objetivo. – Só preciso de alguns documentos.

- A faculdade já possui esses documentos.

- Então só me passe o nome dela. O resto eu irei providenciar... – o reitor arfou ao notar o olhar penetrante de Draco – pessoalmente, claro. – apressou a dizer. – Eu mesmo tomarei conta de toda a burocracia. 

- Ótimo. Gostei de fazer negócios com o senhor – disse o loiro levantando-se, para logo em seguida abotoar o terno. – Hermione Jane Granger estará aqui na manhã de segunda-feira.

Já fazia longos três dias desde que Hermione aceitara a proposta de Draco Malfoy, mas não houvera nenhuma resposta. Sequer um sinal. Com muito custo, havia largado o emprego no pub, agora seus dias resumiam-se a assistir TV, ler algum livro, e olhar o visor do celular em busca de qualquer noticia. Odiava ter que esperar, ainda mais quando o seu destino estava em jogo.

Toc toc toc.

Aquele era um péssimo horário para Gina aparecer. Tinha dito para que ela não fosse ao seu apartamento aquela semana, mas a garota já tinha aparecido pelo menos duas vezes para contar sobre o quase romance que estava acontecendo com ela e o tal Potter.

- Pera aí, eu já vou – gritou Hermione colocando as pantufas no pé.

Deu uma olhada no apartamento, tudo estava impecavelmente arrumado e limpo. Os dias de tédio tinham feito com que o limpasse todos os dias, e todos os momentos. Amarrou o cabelo de qualquer jeito, qualquer coisa era melhor do que aquela juba desgrenhada que saia de seu coro cabeludo. Olhou-se no espelho. Não tava mal, mas já tivera dias bem mais felizes. O marasmo estava acabando com o seu bom humor.

Toc toc toc

- Espera um pouquinho. – gritou a castanha novamente. – Eu já estou indo.

Ele conferiu o rosto mais uma vez no espelho, deu uma olhada displicente para a roupa. Tudo dentro do aceitável.

- Boa tarde, Hermione.

Hermione piscou duas vezes antes de compreender que era Draco Malfoy quem batia a sua porta. Estava muito bem vestido, como sempre, e não lembrava em nada aquele homem que vira alguns dias atrás levemente embriagado.

- Boa tarde.

- Posso entrar?

- Claro – respondeu a castanha meio incerta. – Fique a vontade, Draco.

Tudo no apartamento de Hermione era simples. Os sofás eram beges e estavam velhos, mas bem conservados, dentro do possível. O móvel onde estava a televisão estava cheio de pequenos objetos e porta-retratos. Nas paredes, havia apenas um retrato, que Draco julgou ser de Hermione juntamente com seus pais.

- Como você pode ver, não existe nenhum tipo de luxo no meu apartamento, Draco. – disse Hermione incomodada com a avaliação do loiro. – Tudo o que está aqui, eu comprei com o meu trabalho.

- Eu sei disso – respondeu ele sentando-se no sofá. – Eu não me importo se seu apartamento é luxuoso ou não. Isso não diz nada sobre quem a pessoa é.

Hermione surpreendeu-se com as palavras do loiro. Sentou-se no sofá de dois lugares que ficava ao lado do que ele havia sentando. Era estranho ver alguém como Draco sentado em sua sala. Era um choque de realidade. Ele muito bem vestido, usando algum terno importado e que era tão caro quanto seu apartamento alugado e ela, simples, com suas coisas compradas em um brechó, em sua maioria de segunda mão.

- Achei que fosse me ligar.

- Preferi vir pessoalmente dar as noticias a você.

- Deve ser algo importante.

- De certa maneira – respondeu o loiro evasivo. – Na próxima semana suas aulas começam na Cambridge.

Draco sorriu ao ver a cara de espanto que a castanha fez ao escutar sua última frase. E o que aconteceu a seguir foi muito rápido para os olhos de Draco registrarem. Quando deu por si, a garota o abraçava, de relance pode ver seus olhos cheios de lágrimas.

- Oh... Obrigada Draco – ela disse em meio as lágrimas. – Muito obrigada. Eu... Muito obrigada.

- Não há de que, Hermione – disse ele sem jeito. – Eu já deixei tudo arrumado. É só chegar e assistir as aulas.

A garota sentou-se ao lado de Draco, havia um sorriso estampado no rosto dele, apesar das lagrimas continuarem a cair insistentemente. Hermione era bonita, e Draco notou isso pela primeira vez naquele momento. Talvez houvesse feito a coisa certa quando a escolhera para ficar ao seu lado nos próximos três anos.

- Irei fazer um mestrado em Cambridge – comentou o loiro. – Iremos nos conhecer dessa maneira. Eu optei por fazer duas matérias com você.

- Certo.

- Será um bom jeito de começar a nossa história.

- Você não quer que a sua família saiba que eu fui uma garçonete, não é?

- Isso não deixaria nossa vida mais fácil, Hermione – respondeu ele sincero. – Você não seria bem vista, Hermione. E por mais que nós estejamos nesse “relacionamento” por interesse, eu não quero que você seja exposta desse jeito.

Aquilo, em outra situação até poderia soar romântico, mas ali eram apenas e nada além de negócios. Uma boa imagem era, acima de tudo, o mais importante. Precisavam ser perfeitos para o mundo, e principalmente para os pais de Draco Malfoy.

- Como eu lhe disse, eu arranjei um emprego para você. Não fica muito longe daqui, é um escritório de advocacia.

- Muito obrigada, Draco.

- Não precisa agradecer, estou apenas cumprindo com a minha parte do acordo.

Hermione assentiu, aquele sem dúvida, seria um jogo perigoso. Precisava aprender a dançar, a se portar. Precisava adquirir classe. Pagar um curso de boas maneiras? Fora de cogitação. Iria ter que se virar, quem sabe, o próprio Draco não lhe dava aulas particulares? Conhecia algumas regras, mas jamais havia, realmente, vivido na high society.

- Eu vou precisar de alguma ajuda para me portar... bem...

- Irei lhe ajudar com isso, Hermione – disse o loiro solicito. – Nós iremos nos sair bem.

- Espero que sim. – disse a morena sem muita confiança. – Você já tem ideia de quando seremos vistos publicamente?

- Acredito que saberei no momento certo. Mas não levará muito tempo. Semana que vem teremos algumas oportunidades.

- Estou apreensiva.

- Não fique. Vai dar tudo certo.

Draco levou os braços a altura dos olhos para poder ver as horas, e Hermione pode notar, para seu espanto que era um Rolex original. Jamais imaginaria que, um dia, iria ver aquele tipo de coisa que via apenas em filmes. A realidade em que o loiro vivia era totalmente estranha para Hermione, totalmente fora de sua realidade.

- Agora eu devo ir – Draco levantou-se e, suas mãos abotoaram de maneira automática os botões de seu terno. – Por favor, mantenha-se atenta. Se perceber que está sendo seguida, me avise.

- Seguida? – a voz de Hermione saiu tremida. – Como assim seguida?

- Não precisa se preocupar, isso não vai acontecer por hora.

- Por hora? – a voz da castanha saiu ainda mais esganiçada. – O que é que você quer dizer com isso?

- Você acha que esse nosso – Draco fez gesto aspas com as mãos – relacionamento vai ser tranqüilo? Eles vão querer saber tudo sobre você, Hermione.

- Então eles vão descobrir que eu fui garçonete.

- Provavelmente sim, mas isso não terá importância daqui algum tempo. Isso até vai ser bom.

- Eu realmente não entendo o seu raciocínio – disse Hermione levemente alterada. – Eu estou preocupada, eu jamais planejei algo assim para a minha vida.

- E você acha que, em algum momento em minha vida, eu planejei alguma coisa desse tipo? Ahh Hermione, se eu pudesse decidir o que seria da minha vida, eu não estaria aqui.

Aquelas palavras, de certa maneira, magoaram Hermione, palavras que não deveriam ter nenhum efeito sobre ela. Respirou fundo, impedindo que qualquer palavra estúpida saísse por sua boca. Draco era um homem lindo, mas sua beleza era fria como uma pedra de gelo. E ela, Hermione, iria ter que aprender a lidar com aquilo, pelo menos pelos próximos dois ou três anos.

- Eu tenho certeza que sim – respondeu ela com a voz totalmente controlada.

Draco percebeu que a havia magoado com as suas palavras, mas não iria mudar o seu jeito por ela. Eram apenas negócios, nada além disso. Não podia negar que sentira um impulso de pedir desculpas a castanha, mas se controlou. As coisas deveriam ser assim, negócios não podiam se misturar com sentimentos. Essa era uma combinação perigosa que seria evitada a qualquer custo, tanto por ela, quanto por ele.

- Entrarei em contato com você ainda essa semana.

- Tudo bem.

- Não virei mais ao seu apartamento, para não levantar suspeitas – disse ele caminhando até a porta. – Não sei como não saiu nenhuma foto em algum tablóide...

- E que foto eles poderiam tirar, Draco? – Hermione abriu a porta para o loiro.

- Eles adorariam tirar uma foto minha entrando e saindo de um prédio. Isso seria a manchete do dia – Draco abriu a porta do elevador. – Qualquer suspeita, por favor, me ligue.

- Pode ficar tranqüilo, mas eu acredito que não haverá nenhum problema.

- É o que eu espero.

A porta do elevador se fechou, e Hermione suspirou aliviada. Sentiu seus músculos relaxarem. Ficar perto de Draco a deixava tensa. Era horrível ter que controlar suas palavras e seus movimentos a todos os instantes. Será que seria esse inferno dali por diante?

Hermione pegou o telefone, precisava conversar com Gina sobre qualquer coisa. Não queria ficar pensando em Draco e na vida que levaria dali em diante. Era tudo o que queria esquecer, pelo menos até semana que vem, quando as coisas realmente iriam começar a acontecer.

- Alô? Gina?... Ah que bom que você está em casa!

Hermione girou os olhos quando escutou a ruiva falar do tal Potter. Era melhor ela falando desse cara do que pensar em seus problemas.

- Vem aqui em casa, e ai você me conta tudo!... Certo, eu te vejo daqui a pouco então... Relaxa, a gente pede uma pizza... Ok então, nos vemos em minutos.

Por um momento pensou em sair de casa, mas Hermione acabou por se lembrar das palavras de Draco. E se fosse seguida? E se os tal paparazzi não a deixasse mais em paz? E se... E se... Seus pensamentos foram dissolvidos com batidas na porta. A castanha respirou aliviada quando viu o rosto de Gina pelo olho mágico.

- Eu tenho tanto o que te falar – disse a ruiva entrando no apartamento de Hermione com uma mala enorme nas costas.

- Que bom! – disse Hermione disfarçando o desinteresse. – Eu quero que você me conte tudo.

- Eu sabia que você estava curiosa para saber o que estava acontecendo entre eu e o Harry.

- Eu estava realmente curiosa para saber mais sobre o cara que roubou o seu coração!

- Então vamos pro quarto que eu tenho muito que te contar. 


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Notas finais do capítulo

n/a: gente que confusão nós acabamos fazendo, a Dani disse que era vez dela postar (o 5) e eu achei que era minha, acabou que da última vez vocês saíram lucrando com um capítulo a mais na semana
:)
ah e os reviews esse final de semana eu respondo sem falta, ok?!
dessa vez tudo volta ao normal, atrasou um pouquinho o capítulo por culpa de faculdade e trabalhos, mas está saindo!
espero que gostem
beijos :*