Alugando Hermione Granger escrita por da_ni_ribeiro, thysss


Capítulo 6
Capítulo Seis




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/152333/chapter/6

Draco Malfoy arqueou a sobrancelha, seus olhos gris mantiveram-se na castanha. Hermione continuava a encará-lo, esperando alguma reação. Qualquer reação que fosse. Mas ali estava o loiro, completamente imóvel.

- Você não vai dizer nada, Malfoy? – perguntou a castanha ainda ofegante.

- O que te levou a mudar de ideia, Hermione?

- Essa chance que você está me oferecendo, talvez seja a última para eu entrar em Cambridge.

- Você tem certeza da sua escolha?

- Obviamente. Não teria tocado a campainha do seu apartamento às 3 horas da manhã caso eu não tivesse certeza da minha escolha.

Draco a observou. Hermione estava vestida com roupas básicas, típicas do verão. Nada abusado, nem ousado, mas mesmo com toda aquela simplicidade, podia achar graça e beleza e até mesmo sensualidade na castanha.

- Entre. Temos muito que conversar.

Hermione entrou, o barulho de sua sandália contra o piso de madeira fazia um barulho agradável até. Ela andou acanhada até a sala, olhou em volta. Estava tudo bagunçado, algumas garrafas jogadas pelo chão, alguns pacotes de salgadinhos nos cantos, e na mesa de centro vários cinzeiros cheios de bituca.

- Não ligue para a bagunça.

- Não se preocupe com isso – disse de forma mecânica.

- Sente-se – disse jogando-se no sofá. – Temos uma longa noite pela frente, Srta. Granger.

Hermione sentou-se na poltrona, estava seguramente longe de Draco. Suas mãos estavam frias, e suas pernas bambas. Seu coração gritava em protesto a decisão tomada, mas tinha a consciência limpa. Iria, finalmente, realizar o sonho de sua vida. Estaria estudando em Cambridge logo.

- O que tanto temos para conversar? – perguntou a castanha.

- Muitas coisas – respondeu taciturno. – Precisamos nos conhecer.

- Eu sou uma plebéia e você um nobre – respondeu sarcástica. – O que mais você precisa saber?

- Nosso tempo é curto, e daqui para frente, Hermione – a voz do loiro saiu grave. – Não podemos perder tempo.

- Certo, o que eu preciso saber sobre a sua família? – perguntou a castanha arrumando a postura. – Devo anotar alguma coisa? – perguntou séria.

- Não será preciso, só peço que fique atenta e absorva ao máximo tudo o que conseguir.

Hermione suspirou profundamente e concordou com um aceno de cabeça. Estava cansada, mas a adrenalina a impediria de dormir. Olhou para o relógio, a madrugada mal começara.

- Eu sou descendente de duas famílias tradicionais do Reino Unido. – começou o loiro, sua feição era de puro tédio, sua voz arrastada denunciava que queria estar fazendo qualquer coisa, menos contando aquilo. – Por parte de mãe, venho da família dos Rosier, e por parte de pai, como você já sabe, descendo dos Malfoy. Minha mãe e meu pai, ambos, têm descendência Black, mas hoje em dia, não existe mais nenhum representante vivo dessa família, que realmente carregue o sobrenome.

- O último foi aquele tal de Sirius Black, não?

- Isso mesmo, ele morreu há alguns anos e aparentemente não deixou herdeiros. O nome dos Black morreu com ele – concluiu Draco. Ele pareceu pensar por um momento, passou as mãos pelo cabelo antes de tomar fôlego para continuar. – Os Rosier e os Malfoy são duas famílias antiquíssimas, muito mais velhas que a atual família real, os Windsor.

- Impossível – murmurou Hermione.

- Obviamente não é impossível.

- E porque os Windsor são a família real e não os Malfoy ou os Rosier?

- Questão de política – respondeu Draco bocejando. – Nunca foi do interesse de nenhuma das famílias chegar ao trono – Draco ajeitou-se melhor no sofá. – Ser um rei, uma rainha ou até mesmo um príncipe implica em muitas obrigações.

- Certo.

- Confuso?

- Bastante.

- Quando nos casarmos, você se tornará duquesa.

- Mas para ser do Parlamento não precisa ser Lorde?

- Jogada política, Hermione – respondeu Draco indiferente. – Os Rosier e os Malfoy jamais poderiam ser deixados de fora do Parlamento e jamais iriam aceitar a ter um mero titulo de lord – suas palavras estavam carregadas de arrogância e desprezo pelos de linhagem mais baixa.  

Eram muitas informações para serem absorvidas em poucas horas, e Hermione não via uma real utilidade em todas aquelas informações que estavam sendo jogadas em cima dela. Suspirou pesadamente, precisava de um papel para anotar todas aquelas coisas, que dali por diante, fariam parte de sua vida constantemente.

- A partir do dia em que você se casar comigo, assumirá o título de Sua Excelência Hermione Malfoy, Duquesa de Richmond.

- Isso soa estranho.

- Com o tempo, você se acostuma – disse Draco sentando-se. – Temos um único problema.

- Qual é o problema? – perguntou a castanha demonstrando impaciência.

- Você é uma plebéia.

- E?

- E que nunca houve nenhuma plebéia na minha família – respondeu Draco como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Nem pela parte dos Rosier e muito menos pela parte dos Malfoy.

- O que você está querendo dizer?

- Que nós iremos enfrentar alguns pequenos obstáculos – disse o loiro passando as mãos pelo cabelo. – Talvez a nossa situação se amenize após o casamento daquele inútil do William.

- Príncipe William?

- Quem mais poderia ser? – perguntou Draco seco.

- Não seja grosso, Malfoy – vociferou Hermione. – Não sou obrigada a entender dessas porcarias todas das quais você não parou de falar.

- Ele se casando com uma plebéia, as coisas ficarão um pouco mais fáceis para nós – Draco respirou profundamente. – O casamento do William será a nossa primeira aparição pública. O que você acha?

- Eu não sei...

- É isso mesmo. O casamento irá acontecer dentro de um mês. Tempo o suficiente para sermos vistos algumas vezes em restaurantes, na Universidade – o loiro parecia falar mais consigo mesmo do que com a castanha a sua frente. – A nossa primeira aparição oficial será no casamento do William.


                A castanha concordou com a cabeça, mesmo achando a ideia absurda e totalmente fora da realidade. Quem poderia imaginar que ela, uma plebéia insignificante, iria ao casamento do século, como muitos estavam falando.

- Minha família não ira aceitar o nosso relacionamento facilmente – disse taciturno.

- Não sei porque isso não me surpreende – comentou Hermione.

- Precisamos dar uma versão para a imprensa sobre como nós nos conhecemos.

- Isso é realmente necessário?

- Mais do que você imagina.

Toda aquela situação estava saindo do controle. Hermione olhou no relógio, logo estaria amanhecendo, e não havia feito nenhum progresso significativo. Draco ficou quieto, parecia meditar profundamente sobre algo que não demonstrava vontade de compartilhar.

- Amanha você deve deixar de trabalhar naquele pub – disse o loiro passando as mãos no cabelo. – Por mais que seja um trabalho honesto, não é digno de quem vai receber o nome da família Malfoy em breve.

- Largar? Claro, claro... E como é que eu vou me sustentar?

- Eu vou pagar todas as suas contas.

- Sem chance, Malfoy, sou uma plebéia e devo continuar trabalhando.

- Então arranje outro trabalho qualquer – retrucou ele impaciente. – Você não pode continuar a trabalhar naquele pub.

- Como se fosse muito fácil. Você não acha que eu já não procurei outro emprego? – ela levantou uma das sobrancelhas. – Deixar de trabalhar está fora de cogitação.

- Ótimo – disse o loiro arrogante. – Irei arranjar um trabalho para você – Draco viu a castanha abrir a boca para protestar –, e nem tente contra-argumentar, Hermione.

Hermione suspirou derrotada. Gostava do seu trabalho, apesar de cansativo. Gostava de lidar com as pessoas, gostava de sua chefe, gostava de seu apartamento. Podia dizer até que gostava de sua vida. E tinha medo do que Draco estava oferecendo. Tudo desconhecido, tudo muito certo. As pessoas iriam esperar sempre o melhor, sempre o padrão.

- Posso te arranjar um emprego de secretária em um escritório de advocacia.

- Faça o que você achar melhor.

- Não há muito que ser discutido hoje. O próximo passo é dar um conto de fadas para a imprensa.

- Claro, imagino que as pessoas gostem de ser enganadas.

- É claro que elas gostam – confirmou Draco, cheio de ironia. – As pessoas gostam de ser enganadas. Gostam de ter algo para sonhar. E nós iremos dar isso a eles.

- Preciso ir para a minha casa, Draco.

- Eu te levo.

- Obrigada, mas você não está em condições de dirigir – observou ela.

Não houve objeções por parte do loiro. Não havia motivo para que ele se preocupasse com a castanha, mesmo sabendo que dali alguns poucos meses eles estariam noivos e futuramente seriam um casal. Ela levantou-se, arrumou a bolsa no ombro e olhou uma última vez para Draco.

- Quando será a próxima vez que iremos nos ver?

- Essa semana ainda – falou ele levantando-se. – Preciso resolver algumas coisas, acertar outras. Vou dar a entrada em sua matrícula em Cambridge.

- O ano letivo já começou, Draco – relembrou ela tensa.

- Não se preocupe quanto a isso, no máximo, em uma semana você estará cursando advocacia na faculdade que você sempre sonhou.

- Você tem certeza?

- Obviamente que sim. Não estaria te falando algo da qual eu não tenha certeza, Hermione.

- Estou indo embora então.

- Você tem como ir para a sua casa?

- Eu vou andando. Não é muito longe daqui.

- Me avise assim que chegar.

Hermione apenas confirmou com a cabeça. Chamou o elevador e o esperou chegar impacientemente. Ficar na presença de Draco a deixava incomodada, a deixava sem jeito. Deu uma última olhada para o loiro antes de entrar no elevador. Hermione só se permitiu respirar profundamente quando saiu do prédio de Draco Malfoy.

Sempre sonhara em se casar por amor, com o homem que seria o amor de sua vida. Aquilo era exatamente tudo o que não estava acontecendo. Ela iria se casar com um homem que mal conhecia, e que tinha fama de galinha no Reino Unido inteiro.

Hermione chegou em casa com o sol no rosto. Subiu as escadas lentamente, precisava colocar os pensamentos no lugar. Precisava se demitir do emprego, mas seria por um bom motivo. Ou pelo menos ela gostaria de acreditar. Os próximos anos seriam compridos e cheios de obrigações que ela jamais se vira cumprindo. Abriu a porta do pequeno apartamento, tudo estava exatamente como antes. Jogou a bolsa em qualquer lugar e caminhou silenciosamente em direção ao quarto. Pegou o celular, precisava avisar ao seu futuro marido que havia chegado sã e salva.

“Cheguei.

H”

Era mais do que o suficiente, pensou Hermione enquanto tirava os sapatos de modo desleixado. Se sua mãe a visse fazendo isso... Colocou o aparelho celular em cima do criado mudo. Por um momento considerou colocar o pijama, mas descobriu-se imensamente cansada. Do mesmo modo em que deitou, adormeceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

n/a: atrasou um dia, eu sei, mas não vai mais acontecer, ok?!
espero que gostem do capítulo, obrigada pelos reviews e pela recomendação
beijos.