Alugando Hermione Granger escrita por da_ni_ribeiro, thysss


Capítulo 3
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Hello, world!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/152333/chapter/3

A campainha tocando a fez sair da cama muito antes do que gostaria, e com um palavrão Hermione se levantou para atender, sabendo que só uma pessoa poderia estar tocando aquela hora da tarde. Mal abriu a porta e pôde ouvir a amiga gritando com uma expressão séria.

- Eu fiquei esperando por você – Gina disse sem nem ao menos cumprimentá-la. A amizade já durava tantos anos que nem viam mais necessidade de cerimônia, especialmente Gina que adorava ir direto ao ponto. – Você me disse que ia!

- Saí do pub muito mais tarde do que eu pretendia – respondeu Hermione sem se abalar com a cara da amiga, conhecia Gina há tempo demais para saber que ela não se deixava abalar, se sequer estivesse mesmo abalada por isso, por muito tempo. – E aposto que já deve ter mais uma dúzia de festas marcadas, então outra hora eu vou com você. Ontem estava uma loucura por lá.

Sentindo um pouco de remorso pela vida boa que sempre levou, enquanto sua amiga tinha de suar para conseguir dinheiro, Gina diminuiu o tom, entendendo realmente que a amiga deveria estar exausta depois de um dia de trabalho puxado no pub. Conhecia grande parte do pessoal que frequentava o lugar, e com a volta as aulas, estavam mesmo todos animados para comemorar o reencontro.

- Mas pode contar tudo enquanto eu troco de roupa – o apartamento pequeno não causava problemas para as conversas, Hermione podia muito bem se trocar em seu quarto enquanto Gina, na sala, ia lhe contando tudo. – Então Gina Weasley – Hermione falou rindo pondo somente a cabeça para fora do quarto – está mesmo apaixonada?

Soltando uma alta gargalhada Gina lhe tacou uma almofada, que só acertou a parede e logo caiu no chão.

- Dessa vez eu to falando sério – disse Gina ficando série, de repente.

- E quem é ele? – Hermione gritou perguntando enquanto vestia uma blusa.

- Harry Potter – disse Gina com um sorriso nos lábios, era um ato involuntário, mas sempre que se lembrava dele começava a sorrir.

- E? – Hermione perguntou se aproximando, esperando pela continuação da frase. – Aposto que você já sabe a vida inteira dele!

- Ele joga pela faculdade – Gina começou a contar tudo que suas pesquisas haviam lhe informado, e não foram poucas. Ela estava realmente empenhada em conhecer esse Potter, foi o que Hermione pôde perceber. – Ele é branquinho com o cabelo castanho escuro, e olhos verdes que são lindos de morrer – Hermione gargalhou ao vê-la falar daquele modo, nunca havia pensado que sua amiga um dia se interessaria realmente por alguém.

Não que Gina fosse adepta ao desapego, mas ela sempre havia sido o tipo de garota que não se importa, do tipo que não procura realmente uma relação estável com alguém. Totalmente ao contrário de Hermione, que sempre havia sido contra essa vida de só ficar, para ela se tinha de ficar com alguém era por querer algo sério, não só por um interesse repentino que sumiria assim que outra aparecesse.

- Você pelo menos conversou com ele alguma vez? – Hermione perguntou com uma sobrancelha arqueada.

- Ontem – ela riu com as bochechas coradas.

Certamente uma cena que Hermione nunca imaginara que iria acontecer. Gina Weasley com as bochechas coradas!

- E vou vê-lo essa noite de novo – Gina comemorou soltando um gritinho estridente. E Hermione sorriu, verdadeiramente feliz por Gina.

A tinha como uma irmã, e se Gina dizia mesmo estar apaixonada por esse Harry, Hermione queria mais que tudo desse certo e ela fosse feliz.

- Como você conheceu ele? – perguntou Hermione indo buscar algo para beberem.

- Ele é amigo do Rony – Gina revirou os olhos ao falar do irmão mais velho. – Ele vive lá em casa ultimamente, no início eu achei que ele devia ser um idiota como o meu irmão, mas outro dia nós ficamos sozinhos porque o Rony tinha que buscar sei lá o que, sei lá aonde – Gina foi contando fazendo caras e bocas que faziam Hermione sorrir, era um jeito característico dela encenar enquanto falava. – Foi a primeira vez que eu falei com ele, e percebi que ele não é um idiota, só não sei como ele pode ser amigo do meu irmão – até Gina riu.

- Rony não é tão ruim assim – defendeu Hermione, ela conhecia o irmão de Gina desde criança e não o achava tão idiota, mas certamente não era do tipo de homem com quem Hermione se envolveria, ainda mais depois de ter tido uma queda por ele quando adolescente.

- Você mal conviveu com ele – apontou Gina fazendo a amiga revirar os olhos. – De qualquer modo não é do Rony que eu quero falar – disse ela fazendo uma careta. – O que eu devo fazer quando sair com ele?

- Você está pedindo conselhos justo para mim? – Hermione perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

Não era novidade nenhuma para Gina que a vida amorosa de Hermione se resumia a nada.

Enquanto a da própria Gina já havia sido repleta de homens e garotos, mais inclusive do que Hermione gostaria de saber que a amiga havia se envolvido, principalmente porque muitos se resumiam a amassos de uma noite que nunca davam em nada.

Foi então que Hermione entendeu o ponto de Gina, com esse tal de Harry era realmente diferente, havia um sentimento e se fosse uma história de apenas uma noite Gina ficaria devastada.

Isso fez Hermione se perguntar quando iria se sentir assim: apaixonada.

- Eu realmente não sei o que dizer – desculpou-se Hermione. – Você sabe que eu não entendo nada dessas coisas.

- Mas então o que você faria? – Gina pareceu pensar por um momento. – Talvez se eu agir mais como você dê certo.

- Se ele se interessou foi pelo seu jeito, não pelo meu – apontou Hermione. – Vai acabar decepcionando ele se de repente começar a agir como eu. Você tem que agir como você é de verdade...

Gina sorriu abraçando a amiga, era exatamente o que precisava ouvir.

- Isso vale para você também, Hermione Granger! – apontou Gina beijando o rosto da amiga. – Logo vai aparecer alguém...

Algumas vezes Hermione mal podia esperar para conhecer alguém que a aceitasse como é, já outras vezes tudo que queria era ficar sozinha e curtir sua solidão. Era muito mais seguro que estar envolvida com alguém.

Gina permaneceu ali até começar a entardecer, dizendo que já tinha de começar a se arrumar, afinal não seria um encontro qualquer, ela realmente queria algo com aquele Harry.

Não deu cinco minutos a campainha voltou a tocar, rindo Hermione se apressou a atender, tendo certeza de que era Gina que havia esquecido de lhe pedir alguma coisa.

- O que faltou agora? – ela perguntou rindo ao abrir a porta, mas perdeu a fala ao ver quem a esperava ali. – O que você faz aqui? – perguntou com a voz trêmula.

Draco esperou por mais tempo do que gostaria enquanto via pela janela que Hermione continuava com visita, havia chego ali no momento em que uma garota ruiva entrara, e depois de sair para resolver outros assuntos, ali estava ele novamente, mas a garota permanecia. Suspirou recostando-se no banco, pesando tudo que estava em jogo, ser paciente com Hermione Granger seria muito melhor que partir logo para o ataque com Pansy Parkinson.

Qualquer situação seria melhor que estar com Pansy.

Ainda mais depois de ter beijado Hermione na noite anterior, e tinha de confessar que vinha se lembrando daquele momento mais do que gostaria, o que só o fez ter certeza de que Hermione era exatamente a garota que procurava; olhando o estado que o prédio em que ela residia se encontrava, só o fez ter certeza de que o plano que tinha mente a ajudaria e muito.

E era um plano simples, ajudaria aos dois... Só precisava encontrar o jeito certo de falar com ela, porque pelo que já havia visto de Hermione nos dias em que esteve por perto, pôde perceber que uma coisa ela prezava: sua independência. E parecia ser também uma garota orgulhosa, que não aceitaria o trato logo de cara, o que o fez já ir se preparando para ouvir uma negativa logo que propusesse.

Ele ia ser paciente.

Carregando uma rosa vermelha, Draco viu a garota ruiva sair do prédio e dobrar a esquina, havia chegado a hora de agir. Trancou o carro e abriu a porta, que como ele imaginava não possuía tranca, seria muito fácil de entrar naquele pequeno prédio.

Pelo que havia visto pelo lado de fora, já podia ter uma ideia de qual o apartamento em que Hermione morava, e com um pouco de sorte acabou acertando, ouvindo ela rir ao vir abrir a porta, certamente pensando que era sua amiga ruiva.

- O que faltou agora? – ela perguntou parando de rir, e Draco a viu empalidecer um pouco e suas bochechas corarem, como ele sabia que aconteceria, o beijo certamente ainda estava vivo na lembrança dela também. – O que você faz aqui?

Estendendo a rosa ele tentou sorrir galante, mas acabou desconfiando de que não havia dado muito certo, ainda mais depois de ver a sobrancelha arqueada dela. Nem um pouco certo, não era um bom começo.

Ela pegou a rosa com incerteza, mas não lhe deu passagem para que entrasse.

- Só queria saber se você pode almoçar comigo amanhã – comentou ele, como se fosse algo casual e rotineiro.

- Por quê? – ela perguntou voltando a arquear uma sobrancelha e Draco se sentiu atingido, era sempre tão fácil chamar alguém para acompanhá-lo no que quer que fosse, portanto tinha de admitir não estar acostumado a ser questionado, mulheres simplesmente se ofereciam para almoçar com ele, e quando ele se oferecia a alguém podia ouvir gritos, e algumas vezes até choro.

De repente escolher alguém diferente do seu padrão habitual não estava mais sendo tão bom assim, porque a falta de interesse de Hermione estava tornando tudo mais difícil.

- É só um almoço – ele respondeu sem um firme argumento, só esperava que ela resolvesse ceder.

- Tudo bem – a resposta pegou a ambos de surpresa, ele podia apostar que ela nem sequer considerara, ainda mais depois de ter praticamente fugido dele nos últimos dias. – Só por você ter me ajudado ontem – ok, talvez ela tivesse considerado a proposta.

E ela havia mesmo considerado, e por mais que quisesse lhe dizer não, ser difícil e continuar se afastando, depois dos últimos dias em que ele persistentemente havia aparecido constantemente no pub, ela sabia que não seria fácil, ele iria insistir a todo momento, e agora sabendo onde ela mora ele não a deixaria em paz.

Portanto a decisão que lhe pareceu mais sensata foi logo de aceitar, e no almoço diria a ele que agradecia a carona, a ajuda e tudo mais, e se Draco realmente pensasse em algo mais, ela logo lhe daria um fora.

Certamente iria doer no ego inflado dele, ela pensou prendendo o riso. Ao ouvi-la questionar o porque de ir almoçar, ela pôde perceber como Draco ficou sem argumentos, só lhe dando certeza de que ele nunca precisava argumentar sobre um almoço, bastava ele dizer “vamos” que quem quer que fosse iria.

Mas com ela as coisas não funcionavam assim.

Talvez se agisse um pouco mais com Gina a situação fluísse melhor, ela pensou, mas logo afastou o pensamento, afinal fora ela quem dissera a Gina que tinha de ser ela mesma. Agora se arrependia, seria mais simples fingir ser Gina e agir sem medo, talvez até parecesse mais divertida e menos séria.

Seria só um almoço, ela repetiu para si mesma, não havia nada demais nisso.

Então era isso, não tinham mais nada para conversarem, e ela estava deixando isso bem claro ao nem sequer chamá-lo para entrar. Com um aceno Draco deu um passo para trás, e quase se sentiu ofendido ao ouvir como a porta batia sem que ela nada dissesse. Tentando entender o lado dela, Draco aceitou que ela ainda devia estar envergonhada pela noite anterior, não que justificasse, mas ou acreditava nisso ou se irritava, e ele havia prometido a si mesmo que seria paciente.

E agora precisaria de ainda mais paciência, foi o que pensou enquanto pegava a autoestrada que o levaria para a grande e imponente casa da família Malfoy. Sabia exatamente o que aconteceria ao chegar: primeiro sua mãe viria querer saber onde diabos ele havia se metido, depois insinuaria mil e uma besteiras e teorias boêmias – que ele não poderia culpá-la por pensar assim, afinal já havia dado motivos – e irritado o suficiente com sua família, porque se seu pai estivesse em casa as brigas e teorias só aumentariam, ele teria ainda de aturar Pansy Parkinson desfilando como se já fizesse parte da família.

Estava na hora de dizer de uma vez por todas a ela que não tinham nada, havia sido apenas alguns beijos no verão passado, nada demais. Além do mais todas as mulheres com quem esteve depois deveriam ter dado a ela um sinal de que ele não a considerava no mais mínimo, e não seria tendo-a sempre por perto que Draco passaria a considerá-la.

Entrou na propriedade e freou na porta da casa, cantando pneus e não se importando quando sua irmã e Pansy surgiram na janela, com os olhos arregalados, para ver quem chegava. Deu um beijo na irmã e acenou para Pansy, sua expressão totalmente indiferente, esperando que ela entendesse que não deveria procurá-lo, nem naquela noite nem nunca mais.

Mas algo na expressão de Pansy lhe dizia que ela não aceitaria assim tão fácil.

Mas por hora Draco preferiu deixá-la de lado, tendo certeza de que mais tarde ela estaria em seu quarto, então iriam conversar e Draco colocaria tudo em pratos limpos. No momento tinha que falar com sua mãe, principalmente depois de uma das empregadas avisá-lo de que ela estava a sua espera – Draco não esperaria menos de sua mãe depois de saber que ele havia passado a noite fora.

Bateu na porta da sala íntima que Narcisa havia pegado como sua, uma sala luxuosa e bem arejada que tinha portas de vidro que davam para a área externa da mansão.

- Olá – ele disse com a expressão séria, encarando sua mãe que parecia mais séria ainda.

Narcisa fechou num baque o livro que lia e ergueu o rosto para encarar o filho, examinou-o por um longo minuto e algo em seu interior se acalmou ao vê-lo bem vestido a sua frente, e sem cheirar a álcool, porque nos dias em que a festa era boa e longa, Draco sempre chegava desarrumado, muitas vezes sem alguma peça como a camisa ou a gravata, e o cheiro de álcool podia ser sentido há metros de distância.

Naquele dia ele parecia como sempre gostara de vê-lo: cheiroso e impecável.

- Disseram que você queria falar comigo – ele disse pondo as mãos no bolso.

- Queria saber onde diabos você se meteu – ela não ousou erguer a voz, mas seu tom duro dizia a Draco o quão irritada estava. – Convidei Pansy para jantar, tudo bem que você não queira nada com ela, por agora, mas disso a sair sem nem dizer adeus e nos deixar plantadas esperando sua presença? Foi imperdoável Draco Malfoy!

- Eu sempre deixei bem claro qual a minha posição a respeito de Pansy Parkinson – ele voltou a dizer para a mãe, sem acreditar que voltariam a discutir o mesmo assunto por causa da mesma pessoa.

- Isso não justifica! Nós o educamos Draco, você sabe exatamente o que deve fazer, quando deve fazer e como. E o modo como você saiu ontem a noite não se enquadra em nenhum de nossos ensinamentos – ela disse ríspida, contendo-se para não gritar. Não era cortês gritar, e Narcisa Malfoy sempre foi do tipo de mulher que não quer perder a pose em ocasião alguma, isso sim é imperdoável.

- Eu tinha outros planos – foi o que Draco disse para justificar. – Também é muito deselegante desmarcar em cima da hora, Annelise e Pansy chegaram de surpresa, você não pode esperar que eu desmarque tudo para ficar com elas, além do mais é como se Pansy já fosse da família, não é você mesma que diz? Então porque tenho de ficar tratando-a como uma convidada? Ela sabe como se virar nessa mansão, afinal já passou mais verões aqui que em sua própria casa.

- Draco Malfoy – Narcisa ergueu a voz olhando-o com olhos arregalados.

- Além do mais – ele não parou – você deveria parar de jogá-la para cima de mim, não vou aceitá-la tão cedo nem tão fácil como esposa, então antes que fique feio para vocês, é melhor pararem com isso.

- Então quem vai ficar ao seu lado, Draco Malfoy? – Narcisa perguntou com descaso, tratando o filho como trata qualquer um de seus empregados. – Uma das garotas que você sai...

Novamente esse assunto, seu sangue já fervia e ouvir sua mãe falando assim só piorava a situação. Mentalmente fez uma nota de que deveria realmente falar logo com Hermione fazer a proposta a ela, e esperando que ela aceitasse logo marcaria um jantar em sua casa, só assim seus pais sossegariam.

Era bom que Hermione aceitasse logo, assim até Pansy Parkinson poderia ver com os próprios olhos, vivenciar, que Draco Malfoy estava com outra e que dessa vez a relação era séria.

- Era só isso? – ele perguntou com uma sobrancelha arqueada, num ato de desdém. Não iria discutir isso novamente. – Ótimo – respondeu ao vê-la assentir. – Vou pedir para alguém me avisar quando o jantar estiver pronto, tenho mais coisas a fazer.

Saiu dali a passos pesados e batendo a porta, comprovando mais uma vez do porque sua família o irritava tanto. Isso que desta vez seu pai não estava presente, senão tinha certeza que os gritos seriam ainda mais altos e que não sairia dali tão fácil.

Jogou-se em sua cama se sentindo exausto, havia dormido pouco e com uma faxineira limpando todo seu apartamento ficara impossível descansar, mas pelo menos havia conseguido alguém que fizesse o serviço bem feito e com agilidade.

Cochilou até uma empregada vir chamá-lo para o jantar, e durante o mesmo não falou nada, apenas ouvindo sua irmã e Pansy comentarem do dia animado que haviam tido, indo para Londres e voltando, fazendo compras e passeando – ah se sua vida fosse fácil assim também, pensou Draco com certo rancor.

- Vocês vão ficar quanto tempo aqui? – perguntou para a irmã, mas sem nem dirigir o olhar a ela.

- Pelo menos as próximas duas semanas – ela respondeu sempre sorridente e piscou. – A menos que nos chamem mais cedo, mas isso nunca acontece – ela riu e Pansy a acompanhou. – Por que imãozinho, sentiu saudades?

Ele riu negando com a cabeça, se não fosse por Annelise aquela família certamente seria muito mais monótona.

Quando os pratos foram retirados, Draco se apressou em sair da mesa, aproveitando antes que sua mãe começasse a falar alguma besteira que o fizesse falar e falar, ficando preso ali até mais tarde. Ainda se sentia exausto e queria dormir, além de cada vez que ouvia a voz de Pansy se lembrar do que lhe aguardava futuramente.

Isso só o fazia desejar com mais afinco que as coisas dessem certo com Hermione.

Voltou a se jogar em sua cama, ficando apenas com uma samba canção confortável. A noite estava um pouco fria, mas Draco não sentia nada disso, fazendo-o ficar descoberto mesmo, e exausto logo pegou no sono.

Desde a primeira vez que a conhecera, aquela foi a primeira vez que sonhou com ela.

Acordou com uma mão feminina acariciando seu rosto, e ainda entorpecido pelo sono imaginou com um sorriso que fosse Hermione, mas a realidade e a razão logo o atingiram, tendo certeza de que seria impossível Hermione estar ali pelo simples fato de nem conhecer a propriedade, isso junto com o detalhe de que ela nunca teria coragem de fazer isso sem que se conhecessem de verdade.

Com olhos bem abertos, Draco encarou Pansy sentada ao seu lado na cama. Sua primeira vontade foi de jogá-la longe, mandá-la embora era pouco, ela sempre voltaria, precisava era mandá-la para bem longe, ou então arranjar alguém que a distraísse – outra pessoa para ela dirigir sua obsessão.

- O que faz aqui? – ele se conteve para não berrar. Lá fora ainda estava bem escuro, indicando que deveria ser tarde da noite. Todos deviam estar dormindo, e não seria Draco a acordá-los.

- Vim ver você – ela disse com um sorriso que deveria ser sedutor, mas que em seu rosto pareceu apenas uma careta.

- Nós não temos nada, Pansy – ele disse cobrindo seu corpo. – Você já sabe disso.

- Você poderia ter mudado de ideia – ela disse mexendo no nó do roupão, até desfazê-lo deixando seu corpo ser revelado, por baixo do fino roupão de seda não havia nada além de uma lingerie.

Em outros tempos isso o colocaria louco, afinal Pansy por mais chata e frívola que fosse, tinha um corpo atraente, não era dotada de curvas, mas era o suficiente. Não que alguma vez houvessem ido até o final, mas só os amassos que haviam dado eram boa coisa, o fato era que com Pansy era só isso, ela não era do tipo de mulher que se pode constituir uma família.

Só de pensar em ter filhos com ela, filhos que fossem como ela, fazia Draco sentir vontade de ser estéril.

- Quer que eu diga de novo? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha, e cruzou os braços para demonstrar seu real descaso.

- Não era isso que você me dizia no último verão – ela falou tentando se aproximar.

- Foi exatamente o que eu disse a você no último dia do verão – ele relembrou fazendo-a desviar o olhar, porque ele estava certo e ela estava sendo insistente em algo que não daria certo. – E foi o que eu lhe disse durante todos esses meses em que estive com outras mulheres, várias mulheres – ela manteve seu olhar longe do dele, talvez por medo do que descobriria se o encarasse. Foi a conclusão que Draco chegou.

- Você não deveria tratar as pessoas assim – foi o que ela disse, fazendo Draco franzir o cenho.

Estava preparado para gritos e objetos sendo tacados, não por uma simples frase que ela devia estar copiando de alguém.

- Cada mulher que eu fiquei nesse tempo e saiu em alguma reportagem foi para mostrar a você, Pansy Parkinson, que nós nunca tivemos realmente algo, foram só uns beijos durante o verão. Quem não dá uns amassos durante o verão? – ele revirou os olhos em puro descaso. – Mas não passou disso, nem haveria como passar, afinal eu não sinto nada por você – ele soube que foi cruel no instante em que as palavras saíram, e teve certeza ao ver os olhos de Pansy aguarem.

Sinceramente não pensava que ela fosse capaz de chorar, mas ali estava ela o surpreendendo.

Um tapa atingiu seu rosto, mas ele não se abalou, isso era esperado afinal de contas. Não era nenhum cavalheiro quando estava com Pansy, portanto não esperava que ela se portasse como uma dama.

Não. Draco sabia como Pansy era de verdade, por baixo desses vestidos bonitos e penteados bem feitos ela era só uma garota deslumbrada e obcecada, que Draco apostava não nutrir nenhum sentimento verdadeiro.

Mas isso ele não diria a ela, mesmo tendo vontade.

- Eu nunca te dei esperanças, você sempre soube que não daria em nada – ele disse voltando a encará-la, sua bochecha ardia pelo tapa que ela desferira.

- Você sempre disse que não daria em nada – ela admitiu. – No entanto todas as noites dizia para eu vir te encontrar. O que eu deveria pensar disso?

Ele não iria se abalar, já havia dito isso. Pansy Parkinson não iria iludi-lo.

- Nós só estávamos nos divertindo um pouco – ele respondeu e ficou de pé, pronto para tirá-la dali.

- Não foi o que me pareceu – ela respondeu. – E nem é o que vai parecer se eu contar ao meu pai o que nós andamos fazendo – pronto, ali estava a Pansy Parkinson que só ele parecia conhecer. Chantagista, ambiciosa.

- Nós nunca fizemos nada – ele revirou os olhos agarrando-a pelo braço. – E eu já estou com outra pessoa, Pansy.

Isso de fato a atingiu, fazendo-a abrir a boca e arregalar os olhos. Com desdenho Draco a encarou, pelo visto nem Pansy pensava que ele era capaz de ter algo sério com alguém. Não que sua relação, ainda não existente, pudesse ser chamada de séria, mas Pansy não precisava saber disso.

Nem Pansy nem sua família.

- Você sabia que não deveria mais vir para cá durante o recesso – disse Draco fechando seu roupão, o último que queria era que algum dos empregados visse Pansy sair só de lingerie do seu quarto.

Sempre havia sido muito cuidadoso nesse quesito, mesmo quando estavam juntos. Não era agora que iria arruinar isso.

- Annelise insistiu – ela retrucou revirando os olhos. E Draco soube que ela não havia feito o menor esforço para fazer sua irmã entender que não queria vir.

- Não vou mais discutir com você – ele falou abrindo a porta. – Não vou discutir, nem conversar, não quero nem sequer me aproximar mais de você! Se você não tinha entendido ainda, Pansy Parkinson, acabou!

Minutos mais tarde, novamente jogado em sua cama, Draco pensou que Pansy poderia mesmo criar alguma história absurda, mas não deu bola, no dia seguinte iria se encontrar com Hermione e resolver as coisas. Tinha de ir com calma, não queria que ela fugisse.

E para poder fazer as coisas certas com Hermione, tinha que manter Pansy afastada tanto de sua casa, quanto de seus pensamentos, caso contrário colocaria tudo a perder. Ela não significava nada, nunca havia significado e não seria agora que a situação iria mudar.

No dia seguinte Pansy estaria fora de sua vida, definitivamente.

Olhando-se no espelho Hermione revirou os olhos, havia sido uma péssima ideia chamar Gina para ajudá-la, mas depois de ter perdido a festa na outra noite e não conhecido o garoto por quem sua melhor amiga estava apaixonada, de certo modo Hermione julgava estar deixando a amiga de lado, por isso logo cedo havia ligado para ela, assim poderiam conversar sobre o encontro de Gina na noite anterior, ela poderia ajudá-la a encontrar uma roupa...

E tinha de admitir a verdade, o principal motivo para chamar a amiga é porque mal havia conseguido dormir durante a noite, novamente havia sonhado com Draco e as coisas se encontravam uma grande confusão. Além do mais, sabia que se ficasse sozinha passaria o tempo todo olhando para o relógio, estava ansiosa e nervosa, seria como um encontro – porque ela sabia qual a intenção de Draco, e não sabia mais como deveria se comportar.

- Quem é esse cara afinal? – Gina perguntou com uma sobrancelha arqueada.

Naturalmente Hermione não havia lhe dito que era um cara, muito menos que ele se chamava Draco Malfoy. Mas devia saber que não conseguiria esconder as coisas muito tempo de sua amiga, mas mesmo assim preferia continuar tentando.

- Eu já lhe disse que são meus pais – ela revirou os olhos ajeitando a blusa que havia escolhido.

- Você nunca se arrumou tanto para encontrar com os seus pais – Gina respondeu com o cenho franzido, visivelmente desconfiada.

- Faz meses que eu não falo com eles – Hermione respondeu tentando se defender, meu pai não parecia muito contente na última vez que falei com eles pelo telefone, esse é o meu problema. Dá onde você tirou que eu vou me encontrar com um cara? – perguntou se virando para a amiga, arqueou uma sobrancelha e a encarou, atuando melhor do que havia imaginado.

- Tudo bem – disse Gina com um sorriso, ergueu as mãos em sinal de redenção e revirou os olhos. – Mas então se são mesmo só os seus pais, relaxa um pouco!

Hermione bufou se jogando sobre a cama, havia se decidido por um blusa mais justa, um salto alto e uma calça, mas ainda não achava que estava bom. Era com Draco Malfoy que ela iria se encontrar, e nenhuma das mulheres que já havia saído com ela – pela busca que Hermione fez – usava uma roupa tão certinha assim.

Uma hora depois, após lhe contar exatamente como havia sido seu encontro com Harry, Gina abriu a porta do apartamento para ir embora, mas antes se virou para amiga e riu, beijando uma bochecha rosada de Hermione, que batia o pé no chão impaciente.

- Eu sei que você está esperando um cara – Gina revirou os olhos. – Você finge muito mal!

Hermione gargalhou revirando os olhos e abraçou a amiga novamente.

- Então lembra do que me disse? – perguntou Gina olhando bem fundo nos olhos da amiga. – Seja você mesma, então pode tirar essa saia minúscula que não faz o seu tipo, e ele vai gostar de você por quem você realmente é.

Com um sorriso sincero, e quase tocada, Hermione abraçou a amiga mais uma vez e riu. Havia acabado de por uma saia muito curta que havia em seu armário, não devia usá-la há anos, isso se é que alguma vez a havia realmente usado. E realmente, não parecia nada com ela ficar usando aquela peça, assentiu beijando a bochecha de Gina. Sim, se Draco quisesse alguma coisa, como havia dado a entender nas últimas vezes em que estivera no pub, então que ele a aceitasse como ela é.

- Mas não pense que vai escapar de me contar tudo – disse Gina rindo alto, e logo foi embora.

Hermione suspirou aliviada, já estava quase na hora, realmente a presença de Gina a havia distraído. Rindo sozinha por ser tão tola, botou novamente a calça e esperou que ele chegasse. Mas não podia evitar ficar curiosa, afinal o que Draco queria que soara tão importante?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hoje ainda é 5 feira (22:59), por tanto, estou dentro do combinado, certo? ;)
Ja quero deixar avisado que quando eu for postar, será por volta desse horario, pois é quando eu chego da faculdade! É meio tarde, eu sei... mas eu, normalmente, tenho aula até as 22:30. -.-
Espero que voces gostem do capitulo!! E claro que deixem MUITOS reviews! =)
Ahhh sim, eu e a Thys não tivemos tempo para responder os reviews, mas não quer dizer que nós não iremos responder. Por favor, continuem mandando, que aos poucos, nós vamos respondendo! ;) hehehe. Vida de universitário não é facil, meus queridos. hehehehe.
Ahhh sim, quando puderem, passem no meu blog. *--*
Link: sobrefics.blogspot.com

Beijos e mais beijos.
Dani