Talking To The Moon escrita por Deboraan


Capítulo 2
Quem é ela?




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At night when the stars light up my room
I sit by myself
Talking to the Moon
Try to get to you
In hopes you're on the other side
Talking to me too
Or am I a fool who sits alone
Talking to the moon?


Good Samaritan Hospital - Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos; 20h16mim; 05 de maio de 2011.


Os aparelhos apitavam num ritmo calmo, como se estivessem em sincronia. Fios e agulhas. Aquele cheiro de hospital – que no qual não me agradava muito -, sempre igual. Aquela moça, de pele lisa, delicada e pálida, muito pálida; olhos fundos e cercados por olheiras; bochechas rosadas, ainda que meio pálidas; lábios carnudos e secos; nariz levemente arrebitado. Aquele rosto docilmente bem desenhado com pequenos sinais espalhados pela face. Rosto de anjo – eu diria. Corpo de curvas bem desenhadas, não muito magra não muito gorda. Ainda que coberto pelo lençol branco do hospital era visível suas belas curvas.


Ela era encantadora, mesmo estando nas condições que se encontrava. Uma bela adolescente que, infelizmente, teve sua vida interrompida.


– Derek! – disse minha mãe parando na porta do quarto. – Te procurei por todo metro quadrado desse hospital. O que você está fazendo aqui?

– Shiu! Olha, mãe, como ela é linda!


Minha mãe entrou em passos calmos, sem pressa. Olhou para a garota e depois pra mim.


– Ela é muito bonita mesmo. Mas o que você está fazendo aqui? Não é permitida a entrada de alguém que não seja parente, e eu sei que você não é parente dela.

– Eu estava andando pelos corredores e acabei me perdendo, e quando eu estava passando por aqui, vi-a e não resisti, entrei.

– Tudo bem. Precisamos ir agora, vamos.

– Vai indo na frente, depois eu vou.

– Ok, mas não demore.


Mamãe saiu do quarto me deixando a sós de novo com aquela garota, que no qual nem o nome eu sabia.

Me perdi novamente olhando a sua boca, seus olhos – fechados –, seu nariz. Ela tinha algo que havia mexido comigo.


– Derek, vamos embora. – Scooter disse entrando no quarto, depois de ter se passado alguns minutos.

Eu não disse nada, apenas saí junto ao Scooter.


[...]


Naquele dia, eu havia ido ao hospital para visitar algumas crianças, as quais não tinham família. Às vezes eu arrecadava dinheiro com vendas de CD’s, perfumes, e coisas do gênero, e depois doava tudo para hospitais. Muitas daquelas crianças eram minhas fãs, tanto meninas quanto meninos. Eu sempre fazia isso, era uma forma de demonstrar a minha solidariedade. Não que eu estivesse querendo passar uma imagem como “Oh, veja só como ele é um garoto bonzinho, tem um bom coração.”. Aliás, eu não me importava com esses tipos de comentários, que pra mim eram fúteis. Eu só fazia aquilo porque eu realmente me importava com aquelas pobres crianças. Era algo que me fazia bem, que me fazia deitar de noite na cama e dormir satisfeito.


Mas aquele dia no hospital mudou completamente a minha vida. Ela não saia da minha cabeça. Eu não sabia ao certo o que eu estava sentindo, era algo inexplicável e totalmente confuso. E ainda por cima eu nem fazia ideia o nome daquela garota. Às vezes eu me deparava comigo mesmo sorrindo, sorrindo ao me lembrar dela, imaginando como seriam nossas conversas se ela estivesse em sã consciência. Seria eu mais um bobo apaixonado?


– O que anda acontecendo com você, Derek? Ultimamente você fica parado nos quantos, brisando. – perguntou Kenny se aproximando de mim.

– Eu?

– Sim, você. Eu estou começando a te estranhar.

– Ora, não precisa me estranhar. Eu só ando pensando nas minhas férias.

– Você espera muito essas férias, né?!

– Com certeza. Eu quero descansar, descansar e descansar.

– Eu te entendo perfeitamente. Quanto tempo faz que não damos um bom mergulho no mar? Às vezes eu sonho com isso.

– Definitivamente, precisamos de férias.

– Ainda bem que só temos mais uma semana de shows.

– É.

– Mas... onde você vai passar suas férias? Eu estava pensando em ir pra o Havaí. O que acha?

– Bom, ainda não sei o que eu vou fazer, mas com certeza irei passar minhas férias em Los Angeles.

– Los Angeles? Por quê?

– Motivos pessoais.

– A qual é? Você não tem segredos comigo.


Revirei os olhos. Eu realmente teria que contar tudo pra ele?


– Sabe aquele dia que nós fomos ao hospital de Los Angeles visitar algumas crianças carentes?

– Sei sim, o que tem?

– Bom... Eu acabei conhecendo uma garota que mexeu comigo, e quero muito revê-la.

– E como essa garota se chama?

– Não sei.

– Como não sabe? Você não perguntou o nome dela?

– É que... bom, ela estava em coma.



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Notas finais do capítulo

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