-        Droga Clara! – sussurrei olhando pela janela.

Ela estava perto de mais da casa e aqueles dois iriam vê-la chegando, lá de cima era mais rápido deles a verem, não toque a campainha de novo! Inútil! A campainha tocou e corri para atender antes do terceiro toque, escutei o barulho do segundo andar, eles estavam descendo. Droga! 

-        Entre e fica quieta! – sussurrei para ela puxando-a para dentro – Assaltantes!

-        Ó meu Deus! – disse ela segurando o grito.

-        Cozinha! – gemi a empurrando para lá.

-        Princesa? – chamou o cara chamado Chip descendo as escadas.

-        Corre! – sussurrei para ela fazendo-a correr.

-        Eva? – gritou o outro descendo – Não vai apresentar sua amiguinha?

Escondi-me pegando uma das facas grandes na cozinha, Clara tinha se escondido em um dos armários de suprimentos, deixando-me sozinha, aposto que estava ligando para á policia bendita hora que Dorian inventar de sair.

Eles apareceram na cozinha com as armas em punho, o segundo se chamava Denis, alto com cabelos negros e pele branca, parecia albino, mas os cabelos eram escuros para a tonalidade da pele. O que se chamava Chip era um afro-americano de cabelos curtos e olhos de uma negritude sem fim, algo neles me assustava, mas o controle fez parte do meu comportamento nas horas de pânico, precisava de calma e controle.

-        Princesa? Onde você está? – riu Chip acionando sua arma – Queríamos brincar um pouquinho gata.

-        Você tem um corpo e tanto menina, vou aproveitar ao máximo esse corpo todinho. – zombou Denis.

-        Preciso separá-los. – sussurrei para Clara escondida – Ligue para a policia, Dorian vai chegar aqui em breve.

Antes de eles entrarem inteiramente na cozinha desviei cuidadosamente para a sala de jantar, um deles ficou procurando Clara enquanto o outro me seguiu para a cozinha, a faca era forte o suficiente para ultrapassar o corpo de uma pessoa e eu tinha essa força para matar aquele cara, e eu o faria se fosse necessário.

-        Princesinha gatinha vem pro papai. – disse Chip passando pela mesa onde estava escondida.

-        Você não é meu pai! – gritei levantando com a faca em punho.

Com toda força que tinha atravessei a faca em seu estomago, no mínimo perfurando alguns dos seus órgãos, pois ele caiu no chão gritando de dor, chutei sua cara fazendo-o desmaiar, um já foi o outro estava vindo. Procurei a droga da arma, cairá longe e não tinha tempo para pegar vendo o outro cara entrar na sala me procurando. Corri para a sala escutando os tiros disparados por ele quando passei para o outro cômodo, a adrenalina me deixava eufórica, precisava chegar à porta do hall, tinha que sair da casa para afastá-lo de Clara, o outro não era mais problema. Parei com a porta já trancada pra saída, ele havia me encurralado, não tinha saída, precisava de tempo.

-        O que vocês querem comigo? – perguntei procurando uma forma de fugir.

-        Sua fedelha desgraçada, o que você fez com o Chip? – rugiu Denis apontando a arma pra mim.

-        Só fiz o que ele merecia! – gritei pulando fora de seu alcance – O que vocês querem comigo?!

-        Nós somos mandados para te matar garota, eu vou fazer isso. – riu ele apontando novamente para mim – Primeiro foi seu pai agora é você.

-        Quem quer me matar? Por quê? – gritei brava.

-        Poder garota! Poder! A coroa é muito requisitada, seu pai era um cara que atrapalhou em muito os planos do meu chefe, agora você está fazendo o mesmo, é preciso eliminá-la. 

-        Quem é seu chefe? – disse vendo Clara sair do esconderijo.

-        Ele é muito poderoso criança, e não desistir tão fácil até conseguir o que quer. – riu apontando a arma pra mim novamente.

-        Eva! – gritou Clara.

Seu grito chamou a atenção do homem armado, apontando a arma pra ela, não permitirei ele matar minha amiga, pulei na frente dele segurando a arma entre nossos corpos, tinha força precisava fazer fugir, os gritos aumentaram.

-        Foge Clara! Corre! – gritei fazendo força contra a arma.

-        Eva! Eva! – gritou ela chorando.

-        Sai daqui! – gritei escutando o estouro.

O tiro estourou o barulho em meu ouvido, ele atirou em mim, atirou em mim! Virei à arma para ele, estava perdendo as forças, apertei o gatilho em sua direção, a arma disparou novamente me fazendo cair no chão, nenhum grito, nem barulho, nada. Só um zumbido em minha cabeça, um som ao longe me fazendo ficar sonolenta, toquei minha barriga... Sangue?! O tiro me acertou, estava morrendo e a única coisa que conseguia pensar era em papai, minha mãe... Vovó... John... Meu querido John. Escutei meu nome ao longe... Muito longe... Eu ia morrer... A escuridão estava vencendo... Ela venceria...

-        John. – sussurrei deixando a escuridão vencer.