Um dia após todo sofrimento, decidi ficar mais um pouco em Los Angeles, mas acho que Dorian já estava cheio de me aturar, pois quando levantei para tomar café da manha, ele olhou-me furioso dizendo que precisávamos conversar.

-        Diga. – disse quando já estávamos na sala sentados, após o café.

-        Você esta com depressão. – informou o que já sabia.

-        Eu sei. – disse indiferente.

-        Você não pode mais viver nessa agonia, sofrer desse jeito, já passou, você conseguiu seguir em frente, porque quer regredir na dor novamente? – questionou serio.

-        Eu sofro, eu quero sofrer.

-        Mas por quê? Por um homem que você amou? Ele morreu Eva, ele se foi.

-        Eu amo o John, ele é o único que ocupou meu coração.

-        Mas você não disse que me amava? – jogou baixo.

-        Amava, mas você não se deixou amar. – afirmei friamente.

-        Você é jovem, uma criança praticamente, preciso de uma mulher madura que seja da minha idade e classe social para casar e ter filhos. – disse ele seriamente.

-        Foi por isso que beijou a Tânia? Para me fazer ver que sou criança pra você? – perguntei furiosa – É disso que se trata? Eu ser rica e você só um segurança?

-        Você é jovem precisa de alguém da sua idade para ser feliz. Você é uma princesa.

-        Foda-se! – gritei jogando os braços pra cima – Foda-se você que não quer o meu amor, que repudiou o sentimento que cresceu de novo em mim.

-        Você é uma criança.

-        Criança uma ova! – exclamei jogando o que tinha na minha frente nele – Você sabe o que eu enfrentei esse ano? Você sabe o sofrimento que esta aqui dentro? NÃO! Você NÃO sabe, e nem tente entender.

-        Princesa. – disse ele desviando do vaso que joguei nele.

-        Cale a boca seu imbecil! – extravasei furiosa – Eu tentei amar novamente, consegui sentir viva novamente, e você vem me dizer agora que eu sou criança e que prefere aquela vaca? Poupe-me da sua ignorância e falta de sentimento.

-        Eu sinto, sinto muito. – disse ele tristemente – Sinto não poder ajudar nesse sentido, só quero que seja feliz.

-        Eu seria feliz ao seu lado. – sussurrei deixando o vaso cair das minhas mãos – Eu seria perfeita ao seu lado, com ou sem coroa, princesa ou plebéia, eu sou humana é isso que importa.

-        Isso não é suficiente pra mim. – afirmou serio novamente – Viva sua vida com um príncipe de verdade, não um conto de fadas que você tem na cabeça, isso é uma realidade, não um livro que diz felizes para sempre.

-        Isso não é um conto de fadas, é a vida real e eu amo você! – gritei brava de novo.

-        Viva com o príncipe Harry tenha uma família com ele, seja rainha do povo, do seu povo, do seu reino.

-        Eu não quero reino, não quero nada. – tornei a ser dura novamente – Quero ser sozinha, fria, e morta.

-        Você precisa viver novamente, parar com esse drama de viúva, Eva você precisa VIVER. – disse ele quando o encarei furiosa.

-        Saia da minha casa, saia da minha vida. – gritei alto – Você não merece o amor que eu tenho pra de dar!

-        Voltarei quando você estiver mais calma. – informou pegando seu casaco e saindo fechando a porta.

Cai no chão chorando, ele não queria meu amor, dizia que eu era jovem, criança para não merecer a atenção dele, minha tristeza era forte, pesada, esmagadora. Queria chorar ate não poder mais, queria morrer e não sentir mais desejava estar enterrada com papai e John. Queria tudo isso, mas eu não morria de verdade, morria só por dentro.

Depois do que me passou horas levantei do chão e decidi seguir firme, não adiantava ficar me martirizando, John nem papai desejavam isso pra mim, eu ia ser firme, forte e poderosa pra enfrentar meus desafios. Tomei um banho e coloquei uma roupa leve, blusa branca e calça jeans com All Star. Desci e comecei a limpar a bagunça que fiz, já tinha feito as malas e reservado a passagem de volta a Londres nesse curto tempo, desejava voltar pra lá ainda hoje, e deixaria a casa do jeito que estava, esperaria ele chegar e informar minha decisão, não dizer mais nada que o essencial.

Quando fui levar a sujeira pra o lixo da cozinha escutei um barulho na porta da frente, alguém tinha jogado uma pedra na janela aposto, eu vou matar aqueles garotos desgraçados. Aproximando-me com a vassoura nas mãos, petrifiquei ao ver dois homens armados entrando na casa, assaltantes. Escondendo-me de volta na cozinha escutei eles gritarem meu nome.

-        Princesa. – disse o negro que tinha visto primeiro – Viemos vê-la majestade.

-        Honra nossa conhecer uma princesa de verdade, não é Chip? – disse o outro, um cara branco.

-        É, uma honra. – riu o primeiro – Nós sabemos que você esta aqui, apareça.

-        Quer brincar de esconde, esconde, vamos brincar. – afirmou o branco – Mas quando te acharmos nós vamos matá-la mais lentamente.

-        Apareça pra brincar garotinha, vem pro papai. – disse o Chip.

Sem querer e com o medo tomando meu corpo eu trombei na pequena lata de lixo fazendo barulho, meu corpo congelou novamente, eles me achariam, me matariam! Suas risadas seguiram para a cozinha quando consegui desviar para a sala por uma porta de abertura, eles continuavam procurando, tentando me achar, só que pra meu azar a campainha toca. Quem era agora? Mais um pra estar em perigo comigo? Eu iria morrer!