Minha fantasia de felicidade acabou quando a noite cessou, estava de volta ao meu quarto na fraternidade com a mente vagando pelas memórias do sonho, fora apenas isso... Um sonho.

Os dias passaram calmos, e as novas moradoras da fraternidade acostumaram-se rapidamente ao novo lar, nas suas palavras isso era o paraíso em comparação ao inferno que era morar no mesmo teto que Sasha. Eu em comparação estava vivendo o inferno já que os dois príncipes voltaram a disputar minha atenção, não digo que não gostei, porque sempre gostei dos dois, mas agora estava ficando insuportável, ora era Rich querendo sair para uma boate, ora era Harry me convidando para jantar, e Ian apenas era meu. Bom... Nós não chegamos ao finalmente, mas sempre tínhamos nossos momentos cálidos e calientes, ele era um amante exímio, e Deus como eu amava ser perva.

Agora aqui sentada na sacada da sala de jogos com os príncipes e as princesas divertindo-se lá dentro eu traguei mais uma vez meu cigarro sentindo a fumaça circular pelos meus lábios, um velho habito que havia voltado junto com Ian, fumar dois cigarros antes de dormir, já havia prometido que ia parar, mas ultimamente tudo estava me deixando estressada e fumar um pouco faz bem, irônico não? Fumar me deixa calma.

– Fumar é errado. – disse Dorian aparecendo do meu lado.

– Que se dane. – retruquei soltando a fumaça pelos meus lábios.

– Por que faz isso? – questionou ele vendo minha cara abatida.

– Vai cuidar da sua vida. – mandei pulando da sacada enquanto caia no chão, um pouco machucada.

– Estais bem? – perguntou preocupado.

– Foda-se você. – chiei mexendo no meu braço dolorido pela queda – Não ouse me seguir, estou saindo.

Ouvi chamar meu nome, mas já estava longe, cara isso tinha doido, mas não fora nada muito grave, caminhei para a floresta que rodeava a fraternidade, já estava atrasada e precisava correr. Cheguei respirando fundo, mas em tempo de sentir e vê-lo saindo das sombras pra me ver, ainda não acreditava que estava fazendo isso, só que estava e era muito perigoso.

– Fumar é errado. – repetiu agora a mesma frase de Dorian.

– E eu ligo? – disse brava – Diga o que quer, já estou aqui.

– Atrasada, mas compareceu. – recriminou encostando-se na macieira sombria – Tenho novas informações.

– Então é melhor dizer do que me deixar na curiosidade. – critiquei esticando os braços pra ver o estrago da queda.

– Não deveria ter pulado de lá. – recomendou sorrindo sedutor – Poderia ter machucado muito mais.

– E você se importa se por acaso? – critiquei friamente, esse cara me perturba o estomago.

– Preciso importar pra poder te proteger. – reclamou aproximando-se – Você é meu dever agora, as ordens são de protegê-la e se caso algo aconteça com você eu morro.

– Melhor pra mim se você morrer. – disse engolindo em seco quando ele se aproximou quase tocando nossos corpos – Diga o que venho fazer aqui.

– Contar uma novidade. – sorriu tocando meu rosto conforme me afastava.

– Diga. – ordenei esquivando-me.

Mesmo ELE me dizendo aquelas palavras eu teimava em não acreditar, não era possível, mas sempre fora verdade. Voltei pra fraternidade com muitas coisas na cabeça, inclusive o fato dele me odiar, mas parecendo me amar, era estranho essa química que tinha entre nós. Bem sempre fora estranho quando o conheci só que agora era perigoso, e precisava esquecer tudo, não mostrar nada.

Dorian sumiu, ele sumiu completamente, desde aquela vez nunca mais o vi, e pra falar a verdade eu queria ter o visto, sentido, sorrido, mas nada fiz pra ele voltar. Nada mais fez sentido, eu não tinha mais sentido, não sei por que, Ian tinha ido, voltara para Londres ajudar Paul com o show de Kim, Harry tinha me deixado pra trás, estava meio que interessado por Valencia que se soltou depois que venho pra cá, Rich que ainda estava no meu pé, mas ele eu podia superar. Uma coisa estranha ocorreu na noite passada, fazia mais de duas semanas que o campeonato tinha começado, e eu estava aqui sentada em frente à parede, batucando na cama, a maioria das pessoas já estavam se preparando para a festa de encerramento do campeonato, onde a Fraternidade Dragon havia ganhado em disparada contra a fraternidade da Sasha, e agora existia a possibilidade de eu ser coroada a Rainha da Neve, tipo a rainha do baile dessa festa real...

– Você não vai se arrumar? – questionou Valencia aparecendo no quarto.

– Vou. – reclamei levantando brava.

– Você esta estranha comigo por causa do Harry, não é? – disse ela olhando-me especulativa – Ele esta tentando te fazer ciúmes, não dá pra perceber?

– Não. – retruquei olhando meu vestido – Agora vá se arrumar você vou me preparar agora.

– Olha Eva. – chamou parando na minha frente – Ele esta fazendo isso porque gosta de você, Harry pediu pra eu fingir que estava com ele pra fazer você sentir ciúmes de nós dois, e deu certo! Você gosta dele!

– Diga-se de passagem, que você esta me perturbando. – rugi começando a ficar brava – Saia do meu quarto Valencia, hoje não estou de bom humor.

– Você gosta dele! – repetiu pulando na minha frente – Confessa! Ele quer te deixar com ciúmes e você caiu direitinho.

– Suma daqui Valencia! – avancei pra ela de modo perigoso – É a ultima vez que aviso, na próxima tirarei você a força.

– Você sabe que estou certa. – sorriu dizendo antes de bater a porta.

Não acredito que aquele filho da p...! Fez isso pra me deixar com ciúmes, bem irmão daquela vaca. Bufando de raiva entrei no closet procurar meu vestido, tinha começado a bordar ele desde que cheguei aqui há três semanas, e tinha certeza que a obra prima ficou perfeita, mais do que perfeita ficou encantadora.

Quando desci arranquei suspiros e olhares, dentre eles o da minha avó que mesmo com seus cabelos brancos continuava a ser magnífica e poderosa, com sua coroa e vestido estonteantes ela sorriu ao lado da minha mãe também maravilhosa em sua roupa, mas todas estavam simples comparadas ao meu look, estou achando que exagerei.

– Esta linda! – exclamou ela quando um vulto saiu das sombras.

– Magnífica! – disse ele sorrindo sedutor.

– Dorian meu querido porque não ajuda Eva para ir ao carro? – questionou minha mãe alegre.

– Acho que eu mesmo posso fazer isso. – disse ele pra meu espanto.

– Eva adoraria que eu fizesse isso. – retrucou alguém que nunca imaginei.