Com muita dor acordei para ir à aula, ter que olhar para a cara de todos aqueles professores malas, encontrar com Erick o que não desejava fazer hoje, e felizmente ver Clara e Dark. Precisava falar com alguém por causa disso, e na noite passada não dava pra atender minha amiga em plena fuga fracassada, uma coisa que ainda estava me deixando puta da vida.

Com o conjuntinho fofo da escola, jogado no lixo, vesti uma calça skinny preta, com saltos botinha, blusa com desenhos de caveira, um blazer roxo, com tiara preta, e alguns bijus fashion. Estava pronta pra ir enfrentar o inferno.

(Look da escolda) http://4.bp.blogspot.com/-9sgGXhSrysw/TiYdhZPjBdI/AAAAAAAAAB8/Ht2-dtimNfg/s1600/10.jpg

Desci silenciosa olhando a mesa do jantar pronta para o café, mas apenas passei reto rodando a chave do meu lindo Mercedes vermelho, não esperei capangas de o “pingüim gostoso” me seguir, sai de casa tranquilamente tentando não chorar por causa da merda da neve que caia, não queria pensar nas lembranças que tentavam absorver minha atenção.

A escola estava animada com bonecos de neve no jardim repleto de adolescentes brincando de guerra de neve, quanta bobagem para garotos de dezoito anos, principalmente porque Clara e Dark estavam no meio. Dã! Depois eu sou infantil!

Quando me viram correram pra mim com bolas de neve ao qual eu faria eles engolirem se tentarem me acertar, e pela minha cara eles desistiram rapidinho. Clara olhou bem pra minha cara fazendo careta quando mostrei a língua, agora eu era a infantil. Aff!

-       O que foi com você ontem pra não me atender?! – respondeu a baixinha amuada.

-       Sua anta! Eu estava tentando fugir ontem! – reclamei cruzando os braços – Preciso contar uma coisa pra vocês!

-       Como assim fugir? – perguntou Dark.

-       Longa historia. – sussurrei entrando no colégio.

Atrasados para a aula corremos pra sala, esbarrando em Erick me sentei e infelizmente ele se sentou do meu lado, ô inferno! Tentando ignorá-lo senti o filho da mãe tocando minha mão, quando dei um tapa bem forte sorri quando ele tirou reclamando, o desgraçado acha que vou deixar ele venha de mãozinhas pra cima de mim, está enganado porque não aceito traição muito menos um safado com cara de santo, e já basta eu de diabo pra aprontar.

O intervalo chegou e escondidos no jardim obscuro, que chamamos assim depois de encontrarmos uma parte do jardim cercado de mato atrás do colégio, o lugar era por fora cheio de ervas daninhas, mas com o pequeno espaço aberto o jardim de verdade se abria com flores e arvores cercada de vida. Dark e Clara sentaram no banco escondido de baixo da arvore e com o frio que estava o lugar estava cheio
de neve, os dois me olharam com preocupação e ansiedade, nunca pensei que os gêmeos iriam ficar assim comigo.

-       Então o que é tão importante? – perguntou Clara.

-       Isso não vai ser fácil, mas vocês vão ser os primeiros, a saber. – disse respirando fundo.

-       Está enrolando e não diz nada. – reclamou Dark me encarando.

-       Isso é uma loucura... Mas eu sou uma princesa. – disse de uma vez só.

-       Tá de brincadeira? – riu ela na minha cara.

-       Você uma princesa? Inventa outra Eva, isso não cola pra nós. – comentou Dark rindo.

-       Olha aqui! Já é difícil pra eu aceitar, então não zoem com a minha cara, a merda da comitiva que venho ontem na escola foi a minha avó, a rainha de Gales se isso é possível, ela me contou tudo e ainda é difícil acreditar, mas eu sou uma princesa e tenho que ir com ela. – soltei de uma vez por todas – Agora preciso ir embora pra sempre.

-       Como assim pra sempre? – questionou Dark serio.

-       Vou tentar explicar melhor, eu preciso ir para Gales viver como princesa, largar a banda e assumir o trono depois que me formar na Academia de lá. Explicado? – sussurrei derrotada.

-       Você não pode ir, Eva você é nossa gêmea! – estressou Clara chorosa – E a nossa banda?  

-       Não sei! Infelizmente não dá pra escapar, tentei ontem e olha o estado das minhas costas? – reclamei mostrando os machucados da fuga trágica – Tentei fugir e o murro ganhou a droga da briga, agora estou sob vigilância praticamente todo tempo, tem um bando de pingüins me seguindo.

-       Cão de guarda? – riu Dark pegando meu braço – Cadê a coleira?

-       Não brinca! Pô! Eu to tentando parecer calma com toda essa situação, então é melhor pensar muito bem pra fazer qualquer coisa. – disse brava – Olha hoje nós temos que marcar um lugar pra eu poder sair de casa, sem levantar suspeitas e é obvio precisamos ensaiar, tem show agora final de semana.

-       Na minha casa está livre hoje, e vai ser melhor pra não dar na pista. – sugeriu Clara animada – Que tal um jantar? Com direito a muitos drink’s de saidera?  

-       Ótima pedida! – rimos juntos.

Depois das aulas acabarem levantei a cabeça e segui para fora da escola, mas para minha surpresa Erick apareceu como mágica na frente do meu carro, tentando segurar a bola e não voar no seu pescoço parei em frente dele o encarando friamente.

-         O que você quer? – perguntei cruzando os
braços.

-         Vamos conversar! – pediu sorrindo – Vamos ficar juntos, aquilo não foi nada pra mim.

-         Mas pra mim foi tudo e afinal nós não temos nada, nunca tivemos. – rugi brava – Olha aqui Erick o que tivemos foi um passa tempo pra nós.

-         Você me amava...

-         Ops! Nada disso. Nunca disse que amava você, e nunca amei pra falar a verdade, você foi mais um Queen, aquele boneco da Barbie, descartável.

-         Eu não sou nenhum boneco. – reclamou bravo.

-         Mas parece um. Cabelinho loiro olhos azuis, e cara de santo. – ri levantando a cabeça – É o tipo de cara descartável, e eu não tenho cara de Barbie pra ser perfeita.

-         Você é linda como a Barbie. – sorriu safado – Com corpo de Betty Boop!

-         Olha a cara de pau da criança! – reclamei chata – Somos agora apenas vizinhos de sala, nem colegas somos mais, então faça o favor de não me perturbar mais porque vou fazer você cair no chão de joelhos de tanto apanhar, e só uma coisa.

-         O que?

-         Posso ter o corpo da Betty, mas esse corpinho nunca vai ser seu. – disse finalmente o chutando para longe do carro.

De agora em diante eu não me apaixonaria nem me envolveria tão facilmente com ninguém, nem que seja o homem mais gato do mundo como Dorian Gales, eu Evangeline Evans Cornélia Seldon de Ashforth, com o nome mais complicado do mundo juro solenemente que não me apaixonarei novamente.