-       Voltei pra você. – disse ele decidido – Quero você, preciso de você.

-       Ian! – sussurrei surpreendida – Onde você esta?

-       Em Bristol, aqui na cidade, estou te procurando. – falou em tom desesperado.

-       Você esta bem? – perguntei me levantando tonta – Wow droga!

-       Eva? Você esta bem? – perguntou ele agora preocupado.

-       Minha anemia piorou. – comentei procurando um casaco – Onde você esta? Por que veio aqui?

-       Paul esta agindo como se fosse um adolescente retardado, mas ele disse uma coisa... Meu irmão disse que estava na hora de lutar por aquilo que sempre desejamos aquilo que amamos.

-       Você esta querendo dizer que...?

-       Que eu te amo. – exclamou decidido.

-       Deus Ian! Isso não pode ser verdade! – minha vez de exclamar surpresa.

-       Venha me encontrar. – implorou de forma sedutora.

-       Onde? – questionei escutando o lugar – Estou a caminho. 

-       Ela saiu apresada. – disse o príncipe no celular.

-       Para onde ela foi? – questionou Dorian preocupado.

-       Não sei, mas não tem GPS no carro dela?

-       Tem, vou rastrear.

-       Ela estava passando mal agora a pouco, ainda esta pálida. – sussurrou o príncipe olhando pela janela – Não sei o que esta acontecendo, mas acho que ela corre perigo.

-       Vou protegê-la. – avisou Dorian desligando – Isso é muito suspeito, mas Eva é mais importante pra mim.

Estacionei o carro onde tínhamos planejado, era vazio, um lugar vazio. Estranho, estava tudo estranho, e não cheirava um encontro romântico. Desconfiada como sou entrei ligando para o celular de Paul, nada mais justo do que saber direto da fonte onde o irmão estava. O celular tocou e tocou ate que finalmente atenderam, quando já estava dentro do galpão abandonado.

-       Oi Eva! – disse um animado Paul na linha.

-       Responda apenas o necessário. – avisei olhando a pouca iluminação no local – Onde esta o Ian?

-       Aqui, oras. – riu meio bêbado – Ele não conseguiu passagem pra ir ai, então só amanha embarca.

-       Como posso saber se é você? – questionei andando cuidadosamente, isso estava cheirando encrenca – Prove.

-       Provar? Provar o que? Pirou Eva? – perguntou ele rindo com alguém do lado.

-       Prove! Agora! – gritei brava.

-       Certo, eu fui seu ficante durante um mês e você conheceu meu irmão. Fez questão de me deixar com ciúmes depois que nós terminamos. – começou enquanto eu me sentia cada vez mais encurralada – Teve uma vez que você fez questão de andar na casa de lingerie só pra provocar o Ian quando nos estávamos “apenas amigos”. Satisfeita?

-       Onde esta o Ian? – perguntei com medo da resposta.

-       Aqui na minha frente. – disse pra concretizar minha certeza.

-       Emboscada! – sussurrei quando as luzes se apagaram.

Pude escutar som de passos no escuro e a voz de Paul ao longe quando meu celular caiu no chão fazendo um grande estrondo no silencio que aconteceu. Podia escutar o som de gatilhos acionados avisando que armas estavam prontas para atirar, fiquei no mais absoluto silencio quando mãos grandes prenderam minha cintura e boca impedindo-me de gritar quando os tiros começaram. Fui arrastada para longe do barulho, a voz eu podia reconhecer e fez os pelos dos meus braços se arrepiarem, parei de me mexer sendo solta logo em seguida quando a iluminação mostrou o rosto da pessoa que me puxou.

-       Você?! – exclamei surpresa.

-       Quem mais seria? O Papai Noel?

-       Não o Batman! – bufei cruzando os braços – O que faz aqui?

-       Eu te avisei que estavam atrás de você. – afirmou bravo – Devia ter escutado.

-       Você me salvou daquela vez. – disse me referindo ao seqüestro e tortura – Por que fez isso?

-       Estão vindo pra te buscar. – desconversou olhando-me profundamente – Tem um rastreador no seu carro, aqueles que estão lá dentro eram da mesma organização que te pegou da outra vez, agora preste bem atenção. Você vai fazer a mesma coisa de antes, nós não existimos e você não viu nada, ate eles chegarem aqui nós já estamos longe e não haverá vestígios daqueles que quer te pegar. Então aja como se nada estivesse acontecido, vai ser o melhor pra você.

-       Entendido. – afirmei vendo-o se afastar e sumir nas sombras.

Como ELE havia dito quando entrei no galpão estava tudo vazio novamente, nenhuma marca de sangue ou cartucho de bala, só a luz clara da lâmpada que piscava prestes a queimar, achei uma cadeira em um canto e sentei-me na parte escura do galpão, não demorou muito e a elite de Dorian chegar, liderada por ele e Ackel que entraram armados ate os dentes, procurando a princesa perdida.

-       O que fazem aqui? – questionei os assustando ou alertando, pois todas as armas foram apontadas pra mim.

-       O que VOCÊ faz aqui? – perguntou um furioso Dorian caminhando na minha direção.

-       Dando uma voltinha. – ironizei falsamente, a melhor defesa é o ataque.

-       Você mente. – jogou olhando nos meus olhos, não é que ele esta certo?

-       Você não pode provar. – desafiei sorrindo debochada.

-       Conheço você Eva. Sei quando mente e esta fazendo isso agora mesmo. – afirmou pegando meu braço enquanto abaixava a arma – O que você esta escondendo?

-       Nada que lhe interesse pingüim. – encarei-o querendo batê-lo e beijá-lo.

-       Você vai voltar pra fraternidade agora mesmo. – ordenou puxando-me pelo braço, ô cara forte. Ai, ai.

-       Eu sei andar sabia? – questionei entrando no meu carro enquanto ele pegava as chaves e sentava do lado do motorista – E também sei dirigir, meu carro principalmente.

-       Você esta fazendo esse jogo porque esta escondendo algo de mim Eva. – disse ele começando o trajeto de volta pra fraternidade – Eu sei quando mente e faz da ironia sua defesa.

-       Wow! Como você me conhece tão bem? – sorri falsa, tentando acalmar meu coração pra ele não perceber o que tentava esconder.

-       Eva. – sussurrou estacionando o carro na frente da fraternidade – Você não sabe o quanto eu me preocupo com você, e sair à noite, parar em um galpão abandonado em perigo não é a melhor solução pra me deixar calmo em relação a sua segurança.

-       Olha Dorian, eu estou bem não precisa se preocupar, muito menos tentar fazer tudo certo porque nada é correto nessa vida. – disse tocando seu rosto levemente – Preciso que confie em mim, eu estou bem.

-       Como eu posso confiar se você não confia em mim pra contar o que realmente esta acontecendo? – suspirou ele fechando os olhos com meu toque.

-       Sinto muito. – beijei levemente seus lábios afastando-me logo em seguida – Tudo vai ficar bem.

Eu espero. Pensei saindo do carro entrando na fraternidade as escuras, subi as escadas tentando refletir, queria contar a Dorian o que havia acontecido, mas era perigoso de mais, ELE já havia me alertado do perigo. Quando fechei a porta do meu quarto meu celular avisou uma nova mensagem, nela dizia:

Segura e observada, não saia daí.