Quem disse que uma festa em uma grande fraternidade não era maravilhosa? Com bebidas, caras bonitos e muita diversão, isso é o paraíso pra mim, ô se é. Me abana que eu to podendo! Ô mamãe isso foi o que pedi a Deus! Minha mente tava tão maluca por tanto cara LINDO nessa festa que pensei no lado puta da minha antiga vida de roqueira, era bons tempos aqueles se eu podia curtir ate cair, mas agora eu só tinha olhos para o moreno que cruzava minha vista de terno e gravata social, o rosto maravilhoso coberto pela mascara negra. Harry.

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Ele já chegou me pegando pela cintura beijando meu pescoço enquanto dizia que estava linda, sorrindo mordi sua nuca afastando-o quando gememos, nós estávamos em uma tentação ultimamente. Ai, ai. Controla-se Eva, perder a cabeça é uma loucura agora, já vou eu ter uma conversa mental maluca.

-       Harry esta é Valencia. – apresentei quando ele me segurou pela cintura.

-       Prazer, você não é a princesa da Espanha? – perguntou ele simpático beijando a mão dela como cavalheiro – Prazer príncipe Harry.

-       Irmão de Sasha, a Tirana! – sussurrou amolecendo com o gesto dele – Conheço você.

-       Tirana? Sasha? – questionou confuso.

-       Amor sua irmã ta mais pra piranha do que pra tirana. – sorri pra ele – Mas deixe a vaca pra depois, agora me apresente essa fraternidade.

-       Com prazer. – sorriu ainda desconfortável – Valencia nos acompanha?

-       Hã... Não, obrigada. – desconversou tentando fugir de ser vela – Eu vou ver a T.. Depois nos vemos!

-       Certo, não esquece que qualquer coisa só me ligar. – avisei sendo puxada por Harry.

-       Precisava de um tempo só com você. – disse ele puxando-me para um canto.

-       Precisava ter despachado a garota assim? – critiquei rindo quando ele me pegou novamente – Convidou-a como se fosse uma ameaça.

-       Convidei-a por gentileza, tinha certeza que não ia aceitar já que percebeu o clima entre nós. – beijou minha nuca – Não ia querer segurar vela...

-       Ei, ei. Dá pra parar. – afastei-o rindo enquanto ele fazia cara confusa – Se continuarmos assim não conseguiria chegar nem no quarto.

-       Então é melhor pararem. – recomendou Richard aparecendo no escuro – Olá Eva!

-       Oi Richard. – reclamei quando Harry se postou na minha frente – Não tem nada melhor pra fazer não?

-       Ficar com você em um quarto seria muito melhor... – começou quando Harry avançou pra ele.

-       Olha como você fala dela, seu...

-       O que? Você nem é namorado oficial dela pra tentar defender a honra da princesa Evangeline. – sorriu olhando-me de lado – Não é mesmo Eva, contou pra ele daquela nossa vez que você dormiu lá em casa?

-       Nós não transamos, eu não fiquei com você naquele dia. – defendi-me vendo Harry olhar furioso pra mim – Eu fiquei bêbada e não queria ir a casa, estava quase caindo quando ele me levou pra casa dele, acordei na cama dele mais nada! Eu juro!

-       Sua palavra não conta de nada. – disse Richard sorrindo esnobe – Não foi você que disse que quando se esta livre a palavra não conta?

-       Seu filho da p... – avancei pra ele quando Harry me deteve.

-       Peço que nos deixe em paz, caso contrario eu mesmo mato você. – ameaçou Harry de modo tão frio.

-       Pergunte a ela quem ela vai escolher? – debochou desafiando o outro – Você o carinha certo ou eu o cara livre? Aposto que você não teria chance contra mim, senhor certinho.

-       Seu imbecil! – rugiu Harry socando o rosto de Richard – Olha como ousa falar isso de mim, você não é o exemplo que sua família iria querer, seu pai o despreza por não seguir e honrar seu titulo de nobreza, sua mãe morreu pra dar a vida pra você e você nem ao menos tenta fazer com que a imagem dela seja honrada se comportando como um bêbado vagabundo, que não dá a mínima pra a família, e vem querer me dizer o que Eva é? Ela pode ser errada, mas mesmo assim honra o que o pai deixou pra ela, e mesmo não sendo o escolhido quero que ela seja feliz com quem quer que seja, e você não merece o amor que ela pode te oferecer.

-       Harry! – implorei vendo Rich encolhido com suas palavras – Chega! Para!

-       Não Eva! Ele precisa escutar! – gritou pra mim assustando-me – Esse desgraçado não merece compaixão. Muito menos seu amor!

-       Nenhum dos dois merece! – gritei para os dois, extremamente brava – Não merecem nada de mim! Chega! Estou cheia!

Batendo o pé furiosamente caminhei para longe dos dois, aff! Era só o que me faltava, dois idiotas na minha vida! Segui pra qualquer lugar naquela festa agora idiota, não conhecia ninguém dali, e pra completar tinha mais um idiota pra me alertar do perigo. Vi olhos conhecidos misturados na multidão de príncipes e princesas, a mascara negra cobria totalmente seu rosto, mas eu podia reconhecer aquele olhar em todo lugar.

Segui aquela pessoa de mascara vendo fugir por uma das saídas laterais para o jardim, era uma noite sem estrelas apenas a lua brilhava no alto do céu, a escuridão deixava as sombras das arvores macabras, o vulto passou entre as macieiras se moveu para outra quando me aproximei ainda mais, era sim! Eu sabia que era! Corri atrás, mas a pessoa fazia questão de sumir nas sombras, que porra! Reclamei mentalmente por não dar pra correr de salto na grama e no escuro, mas quando ia achar a pessoa meu celular tocou, avisando uma mensagem de socorro de Valencia. Se a menina precisava de ajuda, não seria eu que negaria isso a ela, afinal sempre era eu pra me meter em apuros. Dei a volta seguindo para onde a mensagem dizia, tinha certeza que estava sendo seguida ou pela pessoa que estava procurando, ou pela pessoa que me procurava. Podia sentir o medo se alojar no canto do meu celebro, como daquela vez no seqüestro, e agora eu precisava pensar e parar um pouco.

Mas eu não tinha tempo pra isso. Cheguei onde era mais escuro ainda na parte de trás da fraternidade, onde o jardim era completa e assustadora escuridão, podia escutar alguém gemendo parecia que queria se soltar, e pela mensagem precisava achar Valencia, fiquei a postos preparada e atenta, tinha um soco inglês guardado no meu decote, aqueles anéis pra socar a cara de quem vier me perturbar, e à surdina coloquei nos meus dedos, pra falar a verdade tinha dois, um de anéis simples e outro de caveirinhas, lindo e chique.

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Caminhei pra a pouca claridade que tinha em um canto, preparada pra dar o bote, quando avancei pra o barulho todas as luzes se acenderam e a festa começou.

As risadas encheram o ar e finalmente pude ver a pessoa amarada, Valencia estava presa em uma cadeira no centro da roda de idiotas, seu celular na mão de Sasha que ria e batia palmas para a encenação a sua frente, tinha sido uma armadilha pra me fazerem parecer besta e com medo, mas quem disse que fiquei com medo? Agora o que eu tinha era raiva, muita raiva! Desamarrei Valencia da cadeira com ela se desculpando e meio que chorando, acalmei-a vendo a Polly se aproximar com um príncipe ao seu lado, os dois sorrindo, praticamente zombando da nossa cara. Filha da p...!

-       Olha nossa corajosa princesinha! – ironicamente disse batendo palmas – Soube que estava brigando com Harry e Rich agora a pouco.

-       Isso não te interessa. – rugi segurando Valencia atrás de mim – Não é certo você fazer isso com ela.

-       Mas com você pode! – riu rodeando a nós – Você sempre foi à sabida que queria ficar com todos, não é? Quem disse que a forte Eva não sentiria medo?

-       Você quer saber o que é sentir medo? – questionei avançando pra ela – Sentir medo é ficar cinco horas sendo torturada por seqüestradores em um manicômio, sentir cortarem sua pele, batem em você e poder pensar em morrer a ser estuprada por nojentos que fizeram seus pulsos sangrarem e suas veias aparecerem, como se o sangue que escorria pela sua pele não fosse suficiente pra deixar a ânsia corroer sua mente, pensar que não existe Deus numa hora dessas, e que o pior esta por vir antes do final, antes de te matarem de corpo e alma. Você não sabe o que é isso, você nunca soube, porque não foi você que estava lá e sim eu, a forte que enfrentou tudo isso e que esta agora aqui na sua frente.

-       Eva... – implorou Valencia encolhida mais ainda com minhas palavras.

-       Não ela precisa saber! – disse olhando a falsa abelha rainha a minha frente – Sabe o que eu sinto por você? PENA, eu sinto pena de você. Porque precisa comprar ou chantagear os outros pra ter alguém perto de você, pra poder ter atenção e não ficar sozinha em um canto. Não sou puta como você que fica com todo mundo, eu gosto do seu irmão, mas não estou preparada pra ficar inteiramente com ele, sabe por quê? Porque meu namorado que eu amava, que era minha alma gêmea morreu em um acidente de carro há quase um ano, e eu jurei a ele que só o amaria, agora quando estou tentando viver novamente com toda essa loucura de vida de princesa vem você querer tirar o que esta sendo bom de mim! Eu não vou permitir isso, mesmo que tenha que te matar, você não vai acabar com a minha felicidade.

-       Você é uma vadia! – ela gritou pra mim, no silencio dos espectadores que nos assistiam – Você é uma vaca que quer ficar com todos eles, e meu irmão tem coração, eu amo ele, e não vou deixar você usar ele e jogar fora!

-       Olha só quem esta falando! – ironizei cruzando os braços – Não é você que usa a todos, humilha e maltrata daqueles que estão ao seu redor? Seu irmão pode te amar, mas ele não sabe a cobra que você é de verdade. Sinto pena do seu pai, um homem tão gentil e educado, ter uma filha assim.

-       E você que não tem pai! – jogou mexendo com meus nervos – Você não tem pai! Seu pai morreu!

-       Sim, ele morreu, mas morreu por uma boa causa, e quando esteve vivo me amou e pode ainda me amar depois de sua morte, como eu o amo.

-       Ele era um rei de merda! – zombou fazendo-me chegar ao limite.

-       Nunca mais ouse falar assim do meu pai! – gritei dando um soco na cara dela, sentindo o impacto com soco inglês – Você não tem o direito de falar assim dele! ELE ERA UM HOMEM DIREITO CORRETO!

Um par de mãos me segurou para não avançar na vaca caída no chão com o nariz sangrando, ela começara a chorar vendo seu nariz quebrado quando o príncipe a socorria tinha certeza que ele era um dos cachorrinhos adestrados dela. Sabia de quem eram as mãos, mas não me importava eu queria socar aquela vadia ate não sobrar nenhum osso dela inteiro pra contar historia! Todos ao redor estavam perplexos com o que estava acontecendo, mas fora ela que criara o circo, então a palhaça agora estava no chão.

-       Sua vadia maluca! – gritou entre choro e sangue – Animal selvagem!

-       Ousa me desafiar novamente que vou fazer pior do que quebrar seu nariz. – ameacei voltando a ficar parada, meu tom era calmo e assustador – Você não sabe o que se aprende quando se é torturada, você vai preferir a morte a cair em minhas mãos novamente, eu juro que se você aprontar alguma coisa comigo ou com qualquer uma das minhas amigas. – disse vendo Valencia se aproximar de nós agora do meu lado – Eu te mato!

-       Sua vaca! – gritou levantando avançando pra mim enquanto era segurada pelo príncipe – Você vai me pagar!

-       Isso é o que veremos. – sorri com poder.

-       Vamos Eva, já chega de show por hoje. – recomendou Dorian me puxando devagar e forte – Vamos pra casa, você precisa descansar, vai ter um ataque anêmico. Precisa de suas pílulas de ferro.

-       Que se foda! – disse puxando Valencia comigo – Você vai conosco.

Enquanto eu a abraçava e sai dali com toda classe do mundo, escutei os aplausos de todos que nos assistiam, eles aplaudiam a primeira pessoa a enfrentar essa Polly de araque. Vagaba dos infernos!

Quando saí para a estrada fora da fraternidade eu desabei, escorreguei para o chão se não fosse os braços de Dorian me segurando, é o pingüim estava certo, eu precisava das minhas pílulas de ferro, estava tendo outro ataque. Eu mereço.

-       Que bom que você voltou pingüim. – sorriu em seus braços enquanto ele me carregava no colo para a limusine – Senti sua falta.

-       Eu também Eva, eu também. – ele sussurrou então tudo se apagou...