Bufando desci as escadas procurando controlar minha raiva, minha mãe havia sumido durante a briga, mas concordou prontamente com Charlotte quando chegou de viagem, nem Dorian estava aqui ao menos pra me defender, mas acho que ele também me recriminaria por ter agido daquela forma. Sabia que estava errada, mas fiz aquilo pra esquecer o que estava acontecendo, e do que adiantou? Já que me ferrei ainda mais, e estou sendo obrigada a ir pra o covil de cobrinhas.

Ackel me esperava no hall ao lado das minhas malas, havia trocado de roupa porque estava esfriando, e mesmo assim ele sorria, era o típico cara simpático e alegre, alem de bonito e carismático, nunca mencionei isso?

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-       Vamos princesa? – sorriu alegre.

-       Onde esta a naja? – questionei caminhando ao seu lado.

-       Naja? – perguntou confuso.

-       Minha vovó querida. – ironizei abrindo a porta.

-       A rainha Charlotte se encontra conversando com o embaixador da Rússia em seu escritório, deseja se despedir?

-       Nem sonhando, quanto mais longe daquela bruxa melhor, vou fazê-la chorar pra me pagar. – sorri vingativa ajeitando meu casaco e arrumando meu cabelo no chapeuzinho.

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-       Então princesa... Sente falta de Cales? – perguntou quando já estávamos no caminho.

-       Dorian? – sorri vendo o céu começar a escurecer.

-       Ele esta em Gales terminando de preparar um compromisso para a rainha, aproveitando visita a família. – sorriu quando virei para encará-lo.

-       Ele tem família? – perguntei espantada.

-       É claro que têm, todos tem família. – riu da minha cara.

-       Você entendeu o que eu disse, ele tem parente vivo?

-       Os pais e as irmãs. Eles morar no interior de Gales, e quando ele vai pra lá visita os pais, agora nasceu uma linda menininha da irmã do meio dele, já é titio. – comentou sorrindo.

-       Como você sabe tudo isso?

-       Porque eu sou o marido da irmã dele. – sorriu olhando pra mim – Dorian é meu cunhado.

-       OMG! – exclamei extremamente surpresa – Desculpe! Então... Parabéns papai!

-       Obrigada, é uma linda menininha. – comentou babão – Nosso primeiro filho, ela é tão pequena, chama-se Susan.

-       Você deveria ficar com ela, não ter que ser minha babá. – comentei voltando atenção pra estrada – Nem desconfiava que você fosse parente de Dorian.

-       Somos amigos desde a infância, mas nunca gostei muito de Tânia, ela que era mais chegada a ele. – disse despreocupado – Mas sempre fomos amigos.

-       Serio? Eu não sabia, pensei que ele era sozinho, por causa do jeito serio e frio.

-       Ele é assim no trabalho, com a família ele é alegre e carismático, podemos ate dizer que é engraçado.

-       Hã? Dorian Cales engraçado? Tá zoando com a minha cara né? – critiquei cruzando os braços.

-       Não, você só não o conhece tão bem ainda, mas acho que vai conhecer. – sorriu amigável – Dorian é uma ótima pessoa, e ele gosta de você.

-       No sentido figurado da historia, ele me odeia! – bufei brava agora – Ele acha que sou uma patricinha sem moral e com a mente confusa, acha que sou uma garota de plástico sem conteúdo e sem celebro, não é porque sou loira que sou burra.

-       E ele esta certo? – questionou me olhando quase rindo.

-       No fato de estar confusa sim, de ser patricinha não, e NÃO sou uma Barbie, sinceramente nem parece que ele...

-       Te conhece? – riu voltando sua atenção a estrada – Ele não te conhece Eva, e nem você a ele, por isso que são tão... Confusos em relação a cada um têm gênios fortes e batem cabeças pra tentar se ajeitarem, só entrar em consenso.

-       Isso que é difícil!  - exclamei levantando os braços – Ele é um cabeça dura!

-       E você também é. – riu mais aberto – Por isso fazem um belo par, um belo casal.

-       Como?

-       Não se faça de boba Eva, eu vi vocês àquela vez no cemitério, eu fui atrás de vocês e vi o beijo, desde então venho reparando no comportamento dele. – disse serio – Eu percebi o clima.

-       Ele é tão... Aff! Tem hora que quero bater nele tem outra que quero beijar ele, mas nenhuma eu faço, ele continua serio sempre. – desabafei encolhendo-me no banco – Parece que não me quer.

-       Ele te quer sim, mas não sabe se é certo.

-       Parece um covarde isso sim, não tem atitude, enquanto isso os príncipes tentam me conquistar.

-       E você esta se deixando conquistar?

-       Sabe que não sei mais. – confessei – Não faço mais a mínima idéia do que vai acontecer com meu coração, Dorian não dá a mínima pra mim, então acho que outra pessoa poderia ter o direito de me fazer feliz.

-       Já acho que você esta jogando com seu coração, se gosta mesmo do Dorian lute.

-       Mas do que adianta eu lutar, somente eu lutar por nós? – questionei cansada.

-       Ele tenta, mas não consegue, isso pode te deixar com raiva, mas sinceramente, Dorian gosta de você só basta ele...

-       Ter atitude?

-       Exatamente! – riu colocando o som pra tocar – Então eu dou a maior força pra vocês, e o que eu puder faço pra unir essas duas cabeças duras que vocês são.

-       Isso foi um elogio? – questionei olhando-o sorrindo.

-       Entenda como quiser, mas eu gosto de você princesa. – sorriu batucando os dedos no volante – E a propósito você canta bem.

-       Wow! Você escuta rock? – exclamei rindo.

-       Claro, não é porque sou galês que não vou gostar de uma musica boa.

-       Isso sim é elogio! – sorri batendo no braço dele de leve.

-       Então valeu a pena?

-       Valeu à pena o que?

-       Ter aprontado tudo aquilo ontem? A rainha ficou furiosa com toda aquela confusão na imprensa pra divulgar a noticia.

-       Valeu à pena, mas não tinha tanta confusão quando eu era apenas a Eva, e agora como princesa Evangeline tudo se multiplicou e complicou. – comentei ficando triste novamente – Minha vida era mais fácil antigamente, se com dois meses eu já estou entrando em colapso nervoso imagina uma vida inteira?

-       Você deverá assumir o trono algum dia, e a rainha Charlotte gostaria que fosse educada conforme as leis de Gales, por isso ela é tão...

-       Carrasca? Perversa? Uma cobra peçonhenta? É ela é TUDO isso!

-       Reconsidere, ela esta tentando fazer o certo pra Gales e pra você.

-       Nem vem que não vou cair nessa sua psicologia barata. – desconversei avistando a tal da fraternidade – Ó céus! Não acredito que vou ficar encarcerada com um bando de bonequinhas de luxo, aposto que têm mini jararacas por ai.

-       Mini o que? – questionou confuso.

-       Mini jararaca é um apelido carinhoso para aquelas garotas falsas, putas, vagabas e filhas da puta. – disse rindo de sua cara – Resumindo é pra todas as que me odeiam e que eu vou odiar.

-       Acho isso muito esclarecedor. – riu de mim enquanto estacionava em frente à fraternidade.

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-       Estou me sentindo prestes a entrar na casa da Barbie. – suspirei saindo do carro – Isso ta parecendo um filme de terror, mas acho que não pode ficar pior, pode?

Nem precisei perguntar de novo, a pessoa que apareceu quando se abrira as portas da fraternidade acabou com minhas esperanças de paz e tranqüilidade nesse local, a mini Polly apareceu sorrindo pra mim enquanto se aproximava com as cadelinhas adestradas atrás. Dirigindo-se a mim com o maior sorriso falso do planeta, ela falou com a voz doce e carismática.

-       Oi Eva. – disse uma falsa Sasha.

Que beleza, o inferno começou, e o diabo esta na minha frente, só o que ela não pensava era que eu podia ser MUITO pior do que o capeta.