Depois de bem alimentada e um pouco mais arrumada, Rich me levou ate o bar onde peguei meu carro e nos despedimos com um simples beijinho, mas agora eu estava nervosa, em frente ao hall esperava a bomba que estava prestes a cair na minha cabeça, caminhei tão cuidadosamente para as escadas, tentando fugir da briga, mas meu nome foi chamado da entrada da sala de jantar, pega com a mão na massa. Virei para minha avó com o olhar assustado, sentindo-me um rato encurralado pelo gato, prestes a perder a cabeça na guilhotina.

-       Onde você passou a noite? – perguntou ela friamente.

-       Por ai. – respondi simplesmente – Vou subir...

-       Não vai não! – ordenou mamãe aparecendo do seu lado – Você nos deve explicações.

-       Era só o que me faltava! – reclamei jogando os braços pra cima.

-       Onde você estava Eva? – perguntou ela dessa vez.

-       Fui aliviar as memórias, um bom drink faz a gente esquecer tudo. – comentei mexendo na minha jaqueta que já estava no meu braço junto com os saltos – Agora estou renovada então preciso terminar de destruir minha sanidade com um bom banho e soninho ate o anoitecer.

-       Você nos deve explicações. – repreendeu Charlotte quando comecei a subir pra o quarto.

-       Tchau! – gritei tentando correr, mas ficando tonta.

-       Sabia que isso ia acontecer! – gritou mamãe me socorrendo antes de cair – Você sempre fica assim depois que bebe filha você fica mal.

-       Não fico mal, só tenho uma ressaca pesada. – reclamei tocando minha cabeça que doía ate não poder mais – Preciso de um remédio, aquele que tomei na casa de... É melhor eu deitar!

-       Na casa de quem você dormiu? – questionou quando entramos no meu quarto.

-       Em um lugar ai. – disse me jogando na cama.

-       Você não vai conseguir fugir nem me enganar por muito tempo.

-       Vou tentar o máximo que puder. – sussurrei tampando os olhos.

-       Claudia poderia conversar com Eva a sós? – perguntou Charlotte entrando no quarto.

-       Claro, mas vai com calma com ela. – recomendou mamãe seria – Ela pode ser... Selvagem quando se trata desses assuntos com os outros.

-       Eu posso ser mais dura do que ela. – sorriu intimidadora.

-       Pago pra ver! – ri na sua cara, acho que ainda estou bêbada, será?

Minha mãe saiu deixando-me novamente encurralada dessa vez não era com a leoa! Ela era pior do que minha mãe! E que Deus me ajude!

Sentando-se na minha frente ela olhou diretamente pra mim, parecendo que estava buscando algo de errado, tipo um chupão? Mas eu não tinha nenhum, eu acho. Ajeitando-me encurralada encostei minhas costas na cabeceira da cama, era hora do combate.

-       Você passou a noite com o príncipe Harry? – direta e reta.

-       Como?

-       Estava em algum lugar bebendo depois uma pessoa me levou pra descansar. – omiti a verdade.

-       Quem? – inquiriu seria.

-       Uma pessoa! – desconversei.

-       Entenda Evangeline, você não pode ter má reputação, devem saber que é moça. – disse tão ingênua.

-       Sinceramente vó, acha que sou virgem ainda? – perguntei rindo.

-       Não é? – perguntou ingenuamente.

-       Claro que não! – ri mais ainda – Faz muito tempo que não sou digamos... Pura!

-       Como isso aconteceu?

-       Meu antigo namorado e eu transamos um dia desses. – disse cruzando as pernas – Tinha que ver como ficamos muito íntimos naquela noite.

-       Deus! O que direi para sua mãe?

-       Ela já sabe, mamãe pegou a gente na cama. – disse rindo alto – Oras vó! Não tinha a mínima idéia que era uma princesa e nunca fui boa em seguir regras, sou rebelde e isso não vai mudar.

-       Você não é o exemplo de princesa que Gales deviam ter. – disse magoada.

-       Não sou igual às outras, essa é a parte mais interresante da minha vida. – sorri tentando acalmá-la – Eu sou assim, não tente me mudar.

Ela apenas beijou minha cabeça saindo cabisbaixa, sei que não entendia o fato de eu não ser a princesa correta e comportada, sempre fui assim, rebelde e descontrolada, você não pode combater uma tempestade e eu era essa tempestade.

Minha cabeça ainda doía quando decidi descer pra comer algo, era estranho isso acontecer, minhas enxaquecas chegavam quando estava no mês das minhas regras, e essa droga já tinha decido mais cedo, então agora era sem motivo algum.

Sentei-me em frente ao balcão com as mãos na cabeça, ate agora não tinha visto os gêmeos ainda, e o confronto com eles iria ser pesado, MUITO pesado. Deixei minha cabeça cair no balcão enquanto resmungava mentalmente por ter bebido de mais, nessa onda é capaz de virar alcoólatra, se já não virei. Aff!

Peguei um pedaço de bolo e comecei a comer devagar, estava pensando em tudo que aconteceu, minha vida, minha historia tudo tinha virado de cabeça pra baixo, eu estava tão perdida como cego em tiroteio. Depois de comer nem a metade do bolo de chocolate decidi tocar um pouco, precisava descarregar minhas magoas em alguma canção. 

http://www.4shared.com/audio/GONwD9sw/Plumb_-_Cut.htm

A letra dizia que estava ferida, machucada. Respirei fundo tocando de olhos fechados. Eu não sou um desconhecido... Não, eu sou seu... Com raiva aleijada... E lágrimas que ainda gotejam feridas... E quando nossos corações se encontram... Eu sei que você vê... Eu estou ferido...

Quando terminei de tocar as lagrimas molhavam as teclas do piano, mas por mais que fosse triste a musica eu me senti aliviada, era meu mundo esse mundo novo fazia minha vida encrencada, mas era tarde pra fugir, eu precisava enfrentar esse desafio, mais um em toda minha vida, a felicidade de todos dependia de mim, o fato de ser agora importante para um país fazia de mim uma insana por não ver tamanha importância meu comportamento afetava a todos, precisava ser correta, tentar ao menos.

Levantei olhando para o dia lá fora, um ar seria correto pra mim, andar sem destino sem saber onde seguir? Era tentador esse pensamento, mas eu não podia, não devia e... Não queria. Era isso eu precisava ficar, e eu ficaria, enfrentaria todos os desafios pra ser feliz.