Depois desse ocorrido Dorian fugiu de mim a noite toda, e mesmo estressada consegui dormir tranquilamente, a reforma do quarto aconteceria no dia seguinte e precisava repor minhas energias pra vistoriar tudo, em um dia nada ficaria pronto, mas ao menos tiraria aquela coisa rosa do quarto, enquanto isso ficava em um quarto mais moderno que tinha no Chateau, era a vez da reforma geral.

Acordei um pouco indisposta, meu corpo doía e minha cabeça latejava, marcas de que iria passar mal em algum momento do dia, e isso não era nada bom... Nada mesmo. Levantei e me arrumei tão desconfortavelmente, o dia estava cheio e essa nova complicação não iria ajudar a fazer nada melhorar, coloquei uma calça legging preta com detalhe em zíper nas pernas, uma blusa branca com cinto preto, saltos com detalhes de babado do lado, brincos de cristais, e colar de lua, minha Clutch preta era formal e delicada.

(Look) http://1.bp.blogspot.com/-BOVYPmDF8yA/TjuDA5IYTtI/AAAAAAAAAF4/cAwrrKUn4Fw/s1600/22.jpg

Desci as escadas colocando um remédio dentro da bolsa, não queria estragar meu dia, tomei relutante um café da manha simples, os olhares das duas eram especuladores, mas mesmo assim me opus a criticar ou reclamar, só não me perturbou. O dia passou calmo tirando o fato da dor de cabeça não passar, eu precisava ir ao medico ver essa droga de enxaqueca, uma das doenças mais chatas que já tive. O quarto
estava em uma reforma furacão de tão rápido que estava correndo, a  pintura estava completa e os desenhos maravilhosos, o lustre continuava intacto e ainda mais brilhoso, era um completo quarto moderno, mas com seu toque de castelo.

Decidi sair um pouco, precisava esfriar a cabeça. Havia uma loja onde sabia que encontraria meus materiais escolares, alem de alguns books pra criar alguns desenhos que havia me enchido a cabeça, vaguei pelas telas de pintura, encontrando uma garota de cabelos escuros, escondida em uma roupa tão... Formal, tipo... Velha.

(Alice McQueen – Makkena) http://p-tonkin.com/photos/displayimage.php?pid=38&fullsize=1

Ela não parava de olhar para as telas em branco, acho que estava indecisa pra escolher, desci ajudar um pouquinho... Aproximei-me sorrateiramente ela queria escolher entre uma tela grande e uma media coisa de pouca diferença.

-      Ola. – disse a assustando – Precisa de ajuda?

-      Oi! – disse timidamente – É que eu preciso fazer um trabalho pra artes e não sei ao certo o que vou escolher.

-      Artes, correto? Uma tela para uma pintura ou um retrato? – questionei olhando as diferenças.

-      Uma tela de Van Gogh.

-      Não foi aquele que se suicidou e tinha só uma orelha? – perguntei risonha.

-      Ele mesmo. – riu junto – Alice McQueen, prazer.

-      Eva Evans. – sorri alegre – Minha escolha seria a maior, sempre as obras de Van Gogh são grandes e complexas, seria necessário bastante espaço e criatividade para recriar uma de suas obras.

-      Eu sei disso, mas é um trabalho que a professora mandou fazermos, ela é um saco. – criticou pegando a tela maior.

-      De que Academia? – questionei caminhando para os books do outro lado.

-      Saint Suplicie Academy. – disse me acompanhando.

-      Eu também. – sorri a encarando – Começo amanha, achei meio que... Careta pro meu gosto.

-      É conservadora de mais, meus pais são muito conservadores e desde pequena fiquei nesse circulo. – comentou seria.

-      Você é filha de alguém importante?

-      Meu pai é um Congressista, e seus pais?

-      Não importa, só querem me colocar lá. – desconversei sorrindo – Qual delas é o melhor?

-      A grande, também. – sorriu apontando para o book – Desenha?

-      Gosto de fazer books de desenhos gostava de desenhar. Agora vou voltar a fazer o que gostava.

-      Por que parou de desenhar?

-      Hipocrisia da minha parte. – disse pegando o que ela ofereceu – Perdi o gosto.

-      Que pena, mas agora vai voltar a desenhar?

-      Sim, voltei a velhos hábitos já que os novos ficaram onde morava. – comentei caminhando para o caixa.

-      Onde seria?

-      Nos Estados Unidos.

-      Uma americana entre nós.

-      Não necessariamente, é uma longa historia. – sorri pagando para a moça do balcão – Obrigada.

-      Tenho tempo... – olhou no celular desanimada – Não tenho não.

-      Eu também estou meio ocupada, mas me passa seu E-Mail ou o Face pra a gente se falar. – disse segurando meu celular também – Tem Twitter?

-      Tenho claro! – riu me acompanhando pra saída.

Trocamos os dados e nos despedimos, gostei da garota, apesar de não ter muito senso de moda ela era legal, decidi não comentar que era neta da rainha, mas ela gostou de mim mesmo assim, quem não gostaria de uma pessoa como eu? Sou um show em pessoa!

Voltei para casa com a dor de cabeça voltando, distrair minha cabeça era bom, mas afastar essa droga estava ficando difícil, decidi aprontar um pouco... Era fácil encher a paciência de alguns dos guardas, o ruim era que minha cabeça estava prestes a explodir. O que eu faço?

Aproximei-me sorrateiramente da sala de comando, havia cinco pingüins olhando as câmeras de segurança, consegui me disfarçar e não aparecer nas imagens, mas estava meio que tonta e não podia demorar na minha brincadeira, havia comprado um bando de bombinhas em uma lojinha a caminho de cá, e gostaria de testar essas bombas de fedor. Como uma criança que estava prestes a aprontar, abri a porta silenciosamente, os barulhos eram altos então não repararam quando tirei as cinco bolinhas da bolsa, tonta e louca acionei os brinquedos que começaram a apitar soltando a fumaçinha fedorenta.

Comecei a correr em direção à casa principal quando a porta da sala foi aberta com os pingüins correndo pra fora tampando a boca e o nariz, era uma cena hilária! Todos os caras fortões fugindo de pequenos brinquedos! Que covardes! Todos umas bichonas!

Consegui chegar a casa mais tonta do que o necessário, ainda rindo abri a porta quase caindo, precisava achar o remédio na bolsa, as drogas das pílulas de ferro sempre sumiam quando queriam elas pra tomar! Que merda!

Dorian me achou cambaleando pra sala, tão desesperado correu para me pegar, antes de cair no chão, era uma droga ser anêmica, e mesmo passando mal eu tinha tempo pra reclamar... Aff! Só eu mesma pra fazer isso! Sorri vendo Dorian tão preocupado, era estranho tudo isso, de uma hora pra outra ele era um bruto depois um galante salvador. Que fofo! E brega!

Tentei controlar minha dor, mas estava ficando difícil, ô desgraçada de enxaqueca! Deveria ter tomado o remédio mais cedo, agora já era tarde, eu estava desmaiando nos braços desse deus grego e não podia aproveitar esses bispes musculosos ao meu redor, não era assim que imaginei ser agarrada por ele, que desperdício!

-      Que desperdício! – reclamei enfim desmaiando.