Piratas do Caribe: o Tesouro Maldito. escrita por Milly G


Capítulo 7
Sem rumo


Notas iniciais do capítulo

Ressucitei das trevas em que a minha falta de criatividade me colocou o/ E obrigado à Taty-_- pelo review, depois de dois meses com essa fic esquecida aqui no Nyah!
Enfim, enjoy =D



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Já fazia quase um mês que Brooke navegava junto com a tripulação do Black Pearl. Com a aparente desistência de Jack de pegar a pedra para si, a ruiva começou a achar que talvez eles pudessem ser amigos.

     Só havia uma coisa que a incomodava.

     Jack, desde que saíram de Tortuga, não dissera qual a sua rota.

     Tiveram uma ou duas brigas por causa disso, ambos ganharam alguns arranhões – mais pelo temperamento de Brooke do que pela vontade de Jack – mas o pirata nem assim abrira a boca.

     O vestido branco e esfarrapado da garota fora substituído por um turquesa, colado ao corpo e trançado nas costas por um fio de couro – cortesia de Jack, que também usara isso para distrair a ruiva.

  

     Brooke, sentada em um barril com os cotovelos apoiados nos joelhos, fitava o mar com os olhos distantes, sentindo os cabelos curtos roçarem em seu rosto. Tudo estava muito calmo ali. Sem tempestades, sem bêbados escandalosos, sem a dupla de capitães brigando por qualquer motivo idiota...

     A ruiva franziu a testa, estranhando.

- Por que o silêncio, Jack? – perguntou, tocando o ombro do capitão que pulou de susto.

- Por Calypso, menina! Não faça isso. – o pirata endireitou as costas, recompondo-se.

- Toda a tripulação está quieta, sem fazer qualquer estardalhaço. – ela franziu a testa de novo. – Não parece sequer a mesma tripulação.

- Isso porque estamos finalmente indo para a direção certa. – Jack sorriu, sem olhar para ela.

- E qual seria? – perguntou a ruiva, curiosa, esperando finalmente saber o que ficara tanto tempo perguntando.

- Na verdade eu também não sei. – o pirata riu, dando de ombros. – Mas sei que a rota já está traçada.

- Não sabe? – Brooke olhou pasma para ele. – Me deixou um mês inteiro perguntando para dizer que NÃO SABE?!

- Ora, Love, como eu poderia dizer que sei uma coisa que eu não sei? Sabe, para dizer que sei, eu precisaria realmente saber, para que então você também soubesse, e eu sei que você saberia se eu não soubesse. E eu também sei que você sabe dar um escândalo quando alguém tenta enganá-la. E isso seria um atraso na nossa viagem. – Jack ergueu uma sobrancelha. – Savvy?

     A garota piscou algumas vezes, confusa. O capitão do Pearl sorriu, abaixando-se e pegando uma garrafa de rum que estava aos seus pés, entregando-a a garota.

- Tome. Você precisa mais do que eu.

     Brooke fuzilou-o com os olhos e pegou a garrafa, resistindo ao impulso de jogá-la ao mar só para ver a reação de Jack, mas sabendo que, sem aquilo, dificilmente o agüentaria.

     Deu um longo gole e devolveu a garrafa ao pirata, forçando um sorriso sem muito sucesso.

- Onde está Barbossa? – indagou então, percebendo que o capitão mais velho não estava ali.

- No escritório, examinando o mapa de São Feng. – Jack suspirou e bebeu todo o conteúdo da garrafa em um único gole. – Quero chegar o mais rápido possível, sem obstáculos, aonde quer que aquela maldita bússola esteja apontando.

- E a bússola está apontando para “o quê”, exatamente? – Brooke sorriu, ficando na ponta dos pés para se debruçar nos ombros de Jack, e então sussurrou em seu ouvido: - Qual é o seu desejo, Capitão Jack Sparrow?

- Pare de atrapalhar a minha rota, Pepper. – ele sorriu, sustentando o olhar felino de Brooke enquanto erguia a bússola, cuja seta girava descontroladamente agora.

     A garota riu, afastando-se dele, e então atravessou o convés aos pulos. Jack seguiu a garota com os olhos, sem conseguir esconder um sorriso.

- Ai, ai... Ela vai ficar uma fera. – o pirata riu, olhando para a pedra que cintilava entre seus dedos.

***

     Brooke suspirou, debruçada na amurada do navio, ao perceber que toda aquela calmaria sumira de forma tão estranha quanto aparecera. Seja lá para onde estivessem indo, já deviam ter percorrido uma boa distância, pois era impossível o clima mudar daquele jeito tão repentinamente.

     Seus braços magros agora tremiam de frio, e a névoa que cobria o Pearl tornava quase impossível enxergar o convés.

- Mas onde diabos vocês dois nos meteram?! – perguntou a ruiva ao subir, aos tropeços, para o timão.

- Sossegue, menina. – resmungou Barbossa, apertando os olhos para ver através da névoa. – Nem parece uma pirata...

     Brooke bufou, cruzando os braços. Arregalou então os olhos, percebendo uma certa leveza em seu peito.

     De novo.

- Jack. – sibilou, procurando o pirata através da névoa. – Eu vou matá-lo.

- Isso seria um problema. – disse ele em seu ouvido.

     Brooke pulou, sufocando um grito.

- Meu Deus! – ela piscou, tentando enxergá-lo. – O que está acontecendo?

- Um pequeno contratempo. – disse Jack com desgosto.

- Ah, é mesmo? – a ruiva ergueu uma sobrancelha.

     O silêncio havia se instalado novamente no Black Pearl. Tudo o que a ruiva podia ouvir era a respiração de Jack, e esta estava muito próxima de si.

     Então ouviu um barulho abafado, como se algo se arrastasse pelo convés.

- O que é isso? – indagou alguém, que Brooke julgou seu Marti.

- Parem de choramingar, suas bestas. – disse Barbossa, com a voz firme de sempre. – A mente de um homem é o maior perigo para ele mesmo.

- Só se o poder da minha mente tiver escamas... – arquejou Pintel.

     Brooke agarrou instintivamente o punhal preso a sua cintura, mesmo que achasse pouco provável que aquilo fosse útil.

     Ouviu o barulho de novo, e algo pesado, úmido e... escamoso... passou por cima de seus pés. Não podia ser um monstro marinho, deduziu, pois este não seria leve o bastante para rastejar sobre o convés.

     Um arrepio lhe percorreu a espinha. Mesmo sabendo disso, tinha certeza de que era algo ruim.

     Muito ruim.

- Não se mexa, love. – murmurou Jack quando algo se enrolou ao tornozelo de Brooke.

- Jack... – choramingou a garota. – Que diabos é isso...?!

- Darling, eu não sei nem para onde estamos indo, que dirá contra o que estamos lutando.

     A ruiva suspirou, aterrorizada, e arregalou os olhos quando ouviu alguém gritar. Cada pêlo de seu corpo de arrepiou quando ouviu o som de ossos sendo esmagados.

- Jack! – berrou, em pânico, sacudindo as mãos para se livrar da névoa.

- Não grite, Pepper. – pediu o pirata, cobrindo a boca da garota com uma mão.

- Venha até aqui, seu verme! – berrou Barbossa, de onde quer que estivesse. – Por que não tenta pegar o velho Barbossa aqui, hã?!

- Zumbi idiota... – murmurou Jack, ainda cobrindo a boa de Brooke com a mão. – Escute, love, não grite. Não queremos chamar a atenção dele. Savvy?

     A garota ficou em silêncio por algum tempo e então virou-se, sentindo a respiração quente de Jack bater em seu rosto.

- Jack – disse ela de forma dramática, pousando as mãos no peito do pirata. – Não se afaste, por favor...

- Ora. – Jack sorriu ao sentir os dedos da garota deslizarem por seu abdome.

     Ela mordeu o lábio, puxando cuidadosamente a pedra que pendia no pescoço do capitão, sob a camisa. Sorriu então, feliz por Jack não conseguir enxergar sua expressão naquele momento.

- E-Eu acho que... Ouvi alguma coisa. – disse ela, afastando-se do pirata ainda sorrindo.

- Hm? – Jack tentou segurá-la, mas não conseguia vê-la.

- Ele deve ter ouvido a nossa voz. – insistiu, esforçando-se para esconder o riso.

     Por um momento achou não o ter convencido, mas era boa nesse tipo de coisa, e um minuto depois pôde ouvir os passos do pirata para longe de si.

     Suspirou, satisfeita, sentindo o frio da pedra em seus dedos.

- Vamos ver se essa porcaria tem mesmo algum poder.


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Notas finais do capítulo

Para quem achou esta coisa remotamente interessante leu a história até aqui, minhas desculpas por ter demorado tanto para postar! Prometo que agora vou postar os capítulos no mínimo uma vez por semana a partir de agora.
Mereço reviews? *-*



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