Entre Memórias e o Esquecimento escrita por Nyne


Capítulo 17
17 Pouco a pouco


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! Vamos por um fim a essa curiosidade e vamos saber o que o Vagner fez afinal.
Quero agradecer a leitora e amiga Vanvan por ter indicado mais essa história. Façam como ele e indiquem tbm :)
Bjos e boa leitura a todos!



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 - Vitinho? É o Vagner beleza? Mano, podemos fazer uma troca hoje? Minha magrela pelo seu possante, tem jeito? De boa, amanhã a gente destroca. Beleza, to aqui no estacionamento, te espero. Falou! – diz desligando o celular.

Mayumi o olha confusa.

 - Calma japinha, você vai chegar à sua casa sã e salva.

Pouco depois o celular de Vagner toca. Ele faz um sinal para Mayumi esperar que ele já volta. Ela não entende, mas não vê outra maneira a não ser esperar.

Pouco depois Vagner volta e se direciona a um pálio preto, fazendo um sinal para Mayumi o seguir.

Ele desativa o alarme do carro e abre as portas, pedindo para Mayumi entrar e ele fazer o mesmo em seguida.

 - Pronto japinha! Você não quer ir de moto, vamos de carro! – diz Vagner ligando o carro e saindo.

 - Não precisava fazer isso Vagner, eu não queria atrapalhar.

 - Relaxa, não ta atrapalhando não. Ta calor, o Vitinho vai curtir andar de moto. – diz sorrindo e fazendo Mayumi sorrir também.

No caminho vão conversando. Apesar de conhecer Vagner há pouco tempo, Mayumi se sente à vontade com ele. Afinal ela não precisa se preocupar se está agindo de uma maneira igual ou diferente da que costumava ser, pois para Vagner ela era daquele jeito.

 - Então você está começando a lembrar de algumas coisas, isso é muito bom. – diz Vagner.

 - Nem me fala! É tão estranho olhar pra fotos, ver que estou com meus amigos, minha família, mas não lembrar de nada.

 - Ao menos você está viva, isso é o que importa. Quem via o jeito que você estava não acreditaria se te visse hoje. Você estava mal.

 - Você viu como eu estava?

 - Claro que vi. Eu ia te visitar todos os dias, tanto na UTI como no quarto. Tanto que quando você acordou eu fui a primeira pessoa a te ver.

 - É disso eu lembro. Você não me conhecia antes não né?

 - Não, só de ouvir a cabeça de fogo falar. – diz se referindo a Manuela

 - Se não me conhecia, porque me visitava todos os dias?

 - Sabe que eu não sei? Acho que porque te doei sangue acabei ficando com uma ligação com você, sei lá. – diz Vagner olhando apenas para frente, sem encarar Mayumi.

 - O meu doador foi você?

 - Foi não te falaram?

 - Minha mãe fala até hoje do meu anjo, mas dizer que era você ela nunca disse.

 - Ela ainda me chama de anjo é? – diz Vagner sorrindo. – De anjo eu não tenho nada.

 - De certa forma eu devo minha vida á você então.

 - Você não me deve nada. E nunca vou te cobrar nada também, pára com isso.

 - Vagner, qual a sua idade mesmo? – pergunta Mayumi.

 - Vinte e três. Porque a pergunta?

 - Nada, só curiosidade mesmo.

 - Você tem dezenove certo?

 - Isso. Como você sabe?

 - A cabeça de fogo disse que vocês têm a mesma idade.

  - Ah ta.

Alguns minutos depois Vagner chega à casa de Mayumi.

 - Pronto, está entregue sã e salva!

 - Obrigada Vagner e desculpa se atrapalhei você de alguma forma.

 Vagner faz uma careta debochada e sorri em seguida. Mayumi se despede dele com um beijo no rosto e sai do carro. Ele espera até ela entrar em casa, e só aí vai embora.

Mayumi entra em casa e vai se trocar para dormir. Sente uma sensação diferente.

“Será que já me senti assim antes e não me lembro?” – pensa deitada na cama. – “É uma sensação muito boa, acho que me lembraria se já tivesse sentido”.

Enquanto Mayumi fica sonhando acordada, Vagner também não consegue dormir. Está deitado na cama com os braços atrás do pescoço, olhando para o teto. Ele olha para o relógio ao lado de sua cama. São 02hs40 e o sono não passa nem por perto dele. Ele resolve ligar para Vitinho, que atende sonolento.

 - Vitinho, sou eu de novo. Relaxa, ta tudo bem com seu carro, mas é sobre ele mesmo que quero falar. Você vai precisar dele pra amanhã à tarde? Tenho uma parada pra resolver e só pode ser de carro. Não é da sua conta! – diz rindo. – À noite te devolvo, pode ficar sossegado e qualquer coisa minha moto ta com você também. Tudo bem então, me quebra essa? Valeu Vitinho, te devo uma. Abraço.

Vagner deita novamente com um sorriso nos lábios e agora consegue pegar no sono.

O dia seguinte foi especial para Mayumi. Ela contou aos pais que teve lembranças e eles ficam muito felizes por ela. Eles então aproveitam que é domingo e resolvem almoçar fora com a filha.

Vão a um restaurante que Mayumi gostava muito, mas não dizem isso a ela. Ao chegar ao local, Mayumi olha para tudo, como se tentasse reconhecer alguma coisa. Ela não sabia que por várias vezes já esteve naquele lugar. Seus pais se entreolham, mas preferem continuar no silencio.

Eles almoçam normalmente, até que Mayumi tem vontade de ir ao banheiro. Antes que ela perguntasse onde o mesmo se localizava, ela olha fixamente para seus pais.

 - Filha, tudo bem?  - pergunta seu pai.

 - Aqui, eu já estive aqui.  – dizia ela olhando em volta. – Já almoçamos aqui, eu já almocei aqui várias vezes com vocês.

 - Filha, você lembrou, sozinha. – dizia sua mãe sorrindo.

 - Isso, eu já almocei aqui com vocês várias vezes. Mãe, pai, eu lembrei de vocês! To lembrando de uma vez que estávamos nós três, comemorando alguma coisa...

 - Isso filha, tenta lembrar. – dizia seu pai.

 - Eu estava de rosa, você e a mamãe de branco, mas aqui estava bem mais cheio que hoje.

 - Isso Mayumi, você está quase lembrando filha. – encorajava sua mãe.

 - Ano novo. Isso! Viemos passar a virada de ano aqui! Lembrei mãe, lembrei! – dizia Mayumi pulando de alegria.

 - Graças a Deus filha, você está recuperando a memória. – disse sua mãe.

 - Em breve você vai lembrar de tudo meu anjo, tudo. – disse seu pai abraçando a filha.

 - Tomara pai. Já consigo lembrar claramente de vocês, mas queria ter lembranças mais claras das minhas amigas também.

 - Você vai ter filha, vai ter, tenho certeza. Tudo há seu tempo. – dizia seu pai ainda abraçado a ela.

Eles Seguem com o almoço até que resolvem ir para casa. Mayumi não cabe em si de tanta alegria e liga para Manu para contar a novidade. Manu fica muito feliz com a notícia.

 - Que bom amiga, é isso aí. Em breve você vai lembrar de tudo, você vai ver.

Mayumi ouve a campainha, mas sabe que seus pais estão na sala, então continua a conversa.

 - Tomara. Quero muito me lembrar de você, da Bel. Me sinto tão mal sabe? Parece que vocês me conhecem tão bem, mas eu não sei nada de vocês.

- Você sabe sim May, mas não se lembra. Vai voltar aos poucos como tem sido até agora você vai ver.

Enquanto Mayumi conversa com Manuela, sua mãe bate a porta de seu quarto e diz que ela tem visita esperando na sala.

 - manu, chegou alguma visita aqui pra mim, depois nos falamos. Beijos. – diz se despedindo da amiga e indo até a sala.

Chegando lá encontra Vagner. Ela fica surpresa, mas sente uma sensação agradável ao vê-lo.

 - Vou deixar você e seu anjo a sós. – diz a mãe de Mayumi ao sair e levar junto seu marido.

 - Sua mãe insiste em me chamar de anjo. Fico sem graça. – diz Vagner com as mãos nos bolsos da calça.

 - Desculpa, é o jeito dela mesmo. Mas e aí, tudo bem? Não imaginava que você viesse aqui hoje.

 - Pois é eu ia falar com você ontem, mas acabei esquecendo. Me diz uma coisa, você está ocupada agora?

 - Não, por quê?

 - Quero saber se você quer ir ao cinema comigo, por livre e espontânea pressão. – diz rindo.

 - Livre e espontânea pressão?! – diz Mayumi rindo também.

 - Isso. Ta afim?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim :)
Espero as opiniões de vcs nos reviews :)
Bjão a todos!!