_ Meu Deus! O que está acontecendo? _ Fala Damon segurando os pulsos ensanguentados de Elena. Ele sente sua respiração ficar forte ao ver o sangue dela escorrendo pela mão e pingando no chão diante dele, Damon rasga dois pedaços do lençol e amarra nos pulsos de Elena.

_ Tá doendo muito, faz parar Damon, por favor!

_O que você fez Elena?

_ Nada, eu juro. Acho que sangue de vampiro tem prazo de validade e o seu deve estar estragado. _ Elena olhava para o lado enquanto Damon tentava estancar o sangue com o pedaço do lençol.

_Cala a boca! _ Sussurra Damon.  _ Vamos para o hospital!

_ O que está acontecendo? Eu olhei para meu pulso ele estava doendo e sangrando.

_ Eu não sei. Isso nunca aconteceu. Vamos, vou te tirar da daqui.

_ Pegue minhas roupas, não quero ficar sem roupa de novo.

_ Elena! _ Damon resmunga, mas em menos de dois segundos junta em uma mochila todas as coisas espalhadas pelo quarto.

Elena estava ficando pálida e o pedaço de pano amarrado em seus pulsos estava vermelho de sangue.

_ Você está ficando péssima! Segura em mim que vou correr até o hospital.

_ Não! _ Fala Elena o mais alto que sua voz deixava. _ Não quero que corra, da última vez me senti péssima.

_ Elena não temos muito tempo, você está perdendo sangue.

_ Me dá o seu sangue que eu fico melhor.

_ Não sei se é uma boa ideia, parece que meu sangue não vai adiantar.

_ Como sabe?

_ Olhe para você, está sagrando.

_Damon, por favor! Vamos logo, me cura!

_ Não Elena! _ Damon a coloca nos braços.

As imagens pareciam se mexer as coisas pareciam criar vida, era tudo tão rápido e confuso que a menina fecha os olhos e pressiona a cabeça no peito de Damon, pois sentia-se tonta e sem força para olhar tantas imagens confusas, sua consciência parecia não estar mais ali, era como se ela estivesse entrando em um sonho onde ela sentia perfeitamente o cheiro de Damon, um cheiro suave , gostoso e familiar que a leva para um sono profundo ou talvez uma memória esquecida.

_ Posso saber como se chama?

_Claro! Katherine.

_Lindo nome. Damon muito prazer.

_Obrigada!

_A senhorita está sozinha?

_Não. Estou acompanhada do meu.... Esposo.

_Casada? Tão nova.

_As aparências enganam.

_ Então eu devo ter me enganado também, quando vi a senhora retribuindo meus olhares lá dentro do baile.

_Com certeza se enganou senhor Damon!

_ Claro que sim! Talvez seja melhor a senhora voltar para dentro, aqui fora pode ser perigoso. _ Um sorriso doce se abre no rosto da moça.

_ É melhor o senhor voltar para lá, eu posso ser perigosa. _ Ele molha os lábios tentando conter o sorriso que as palavra da moça a causaram.

_ Perigosa? Não me parece perigosa.

_ As aparências enganam. _ Eles riem e trocam olhares. Ela se deixa envolver pelos olhos azuis penetrantes dele, algo dentro dela aconteceu no momento em  que aqueles olhos invadiram os seus. _ Preciso ir.

_ Pensei que não tinha problema ficar aqui fora. _ Ele segura em seu braço.

_ Seu cheiro é tão bom! _ Ela exclama aproximando o nariz do pescoço dele que curvas as sobrancelhas e sorri.

_ Esse elogio nunca ouvi uma dama fazendo.

_ Não sou uma dama comum Senhor Damon.

_ Vejo que não!

_ Com licença, preciso encontrar meu esposo.

_ Não vá! _ A moça se vira para ele e os olhos se encontram novamente. _ Como posso vê-la novamente?

_ Senhor!Sou uma mulher casada, gostaria de mais respeito.

_ Desculpe! Eu não quero ofende-la, mas é que gostaria de poder conversar com você mais uma vez.

_ Preciso ir!

_ Elena acorde! Ajudem por favor! _ Grita Damon.

_ O que houve com ela? _ Pergunta a enfermeira.

_ Cortou os pulsos. _ Fala Damon sentindo o desespero de ver Elena desacordada aumentando a cada segundo dentro dele.

_ Venham! _ Grita a enfermeira na sua frente e logo dois senhores pegam Elena dos braços de Damon.

_ Fique aqui senhor, vamos cuidar dela. _ Damon não queria deixar levarem Elena,  mas sabia que era preciso.

Suas opções estavam cada vez menores, ele sabia que aquilo não era normal, Elena não podia ter os pulsos sangrando depois de quase três dias com eles curados pelo seu sangue, alguma coisa  muito errada estava acontecendo e no fundo ele sabia o que era.

_Klaus vai atacar e você sabe disso.

_Não Stefan. Eu não sei e na verdade nem quero saber.

_Então você não liga se Katherine morrer.

_Pelo que lembro ela, já morreu!

_Então quem é a garota que você vigia todos os dias, heim?

_ O nome dela é Elena!

_ Elena! Elena!_ Debocha Stefan. _Elena não é Katherine?

_Ela não é uma vampira Stefan e nem precisa ser.

_ Se ela não for ela vai morrer.

_ Ela ou você, heim?

_ O feitiço me liga  a ela e liga ela a mim.

_ O que isso quer dizer?

_ Que se ela não virar vampira ela pode morrer o Klaus pegando a ou não.

_ Como?

_As bruxas fizeram o feitiço que ligava Katherine e eu em uma só vida.

_ O que você está falando? _ Damon se aproxima sentindo o sangue do seu corpo ferver.  _Uma só vida? Katherine morreu e você continuou aqui brincando de Drácula. Como explica isso? – Damon ri da própria piada e Stefan o ignora falando:

_ Na noite em que te matei. _ Stefan sorri. _ Ela implorou para eu te salvar então fizemos um acordo.

_ Você não me salvou,  me transformou, isso é bem diferente. Katherine preferia que eu morresse a me transformar .

_Não tenho tanta certeza. Você estava tão desfigurado daquela surra, com pulmões perfurados e costelas quebradas, gritando de dor que ela não aguentou ver e me implorou para parar. Mas você estava quase morto não deve lembrar.

_ Vai direto ao ponto o Drácula idoso. Eu não tenho tempo a perder com você.

_ Ela se comprometeu a fazer o acordo de se juntar a mim por toda eternidade através de um feitiço que nos tornaria um para sempre.

_ Esse papo é muito idiota você não acha? Que tal parar de assistir Romeu e Julieta? _ Damon caminha até a porta.

_ Você não vai conseguir salvá-la.

_ isso é o que vamos ver.

_ Ela pode se ferir.

_ Então darei meu sangue para ela.

_ Não funcionará! _ Damon tranca o maxilar e sai pela porta.

_Senhor a menina está bem!_Damon sacode a cabeça se livrando de seus pensamentos e virando para a enfermeira.

_ Cadê ela?

_ Venha! _ Eles caminham por um corredor.  _ Ela está descansando.

_ Ela perdeu muito sangue?

_ Ela está bem senhor! _ Damon entra no quarto e caminha até a cama onde Elena está deitada, ele a observa e acaricia seu rosto.

_Desculpe, eu não queria que você se machucasse.

_ Damon! _ A voz de Elena era sonolenta.

_ Como você está?

– Com sono e com medo.

_ Medo?

_ De você me deixar. _ Damon sente um sorriso se formando em seus lábios.

_ Elena eu não vou te deixar! Vou te proteger.

_Damon eu sonhei com você! A gente estava em um baile. _ Damon sorri e passa a mão no cabelo de Elena. _ Você era gentil e tinha um cheiro bom. _Damon levanta a sobrancelha e desce a mão para a bochecha da menina que falava  baixo quase dormindo.

_ Eu também sonho com você Elena!

_ E como é o sonho?

_Eu e você nos encontramos depois do baile atrás de uma grande árvore que tinha flores amarelas.

_ Pensei que tivesse ido embora!_ Disse Damon olhando para dama que caminhava em sua direção.

_ O senhor novamente? _ Katherine  tentou ignorá-lo, mas seu olhar a denunciou.

_ Onde está seu marido Senhora?_ Damon a perguntou percebendo seu olhar a procura de algo.

_ A procura de comida, talvez. _Damon não entendeu a ironia da frase, mas não se importou, pois para ele nada naquele momento lhe chamava mais atenção do que aqueles os olhos castanhos que se encontravam com os seus.

_Olhar você era como ver algo que eu nunca poderia ter, algo mágico e maravilhoso. Você era como a pintura do meu quadro favorito. Daquele dia nos olhamos por tanto tempo que não percebermos que nossos lábios se aproximaram. Seus lábios eram doces e macios, algo que eu nunca vou esquecer.

_ Eu também não! _ Fala Elena antes de entrar em seu profundo sono.