Lótus Negra escrita por Remmirath
– Que! Dois Kandas? – gritou Lavi, olhando do Kanda da porta para o Kanda que prensava Serenhiel de uma forma nada decente na parede.
— Tsk, estraga prazeres – resmungou o samurai que a prensava, deixando escapar um bafo de álcool e cigarro.
— Maldito! Larga ela!– ameaçou finalmente Kanda, explodindo com a raiva que surgiu em seu peito.
E antes que pudesse cortar o outro, de onde começava a despontar mechas ruivas no cabelo negro, viu-o pulando a janela.
— Impressão minha ou aquele ali era o Cross? – perguntou Lavi, olhando para a poeirinha deixada pelo outro Kanda.
— Só podia ser aquele mestre pervertido do pirralho – praguejou Kanda, emanando uma nuvem negra acima de sua cabeça, olhando para a janela quebrada em vão, o outro já se fora.
— Seren–chan, você está bem? Aguente firme, Seren–chaan! – chamava Lavi, chacoalhando os ombros da exorcista, que estava hiperventilando.
Se era de raiva ou vergonha, ela mesma não saberia dizer.
— Larga ela, Lavi – disse Kanda frio, se aproximando para examinar o estado de sua princesa. Mas ela só recuou para o lado, olhando-o confusa.
— Que explosão foi... – perguntou um albino, entrando no quarto. – Aquela? Seren, você está bem?
— E é tudo culpa sua! – gritou Kanda, olhando Allen raivosamente.
— BaKanda, como ousa? Eu acabei de chegar! – disse Allen injustiçado, soltando raios pelos olhos que colidiam com a nuvem demoníaca que Kanda emanava.
— Ei, vocês dois! Parem com isso! Não estão ajudando em nada! – pediu Lavi sério, se aproximando com cautela de Serenhiel, e passando um braço em volta dos ombros dela, como conforto.
— O que aconteceu? – perguntou o Albino, olhando preocupado para ela.
— Seu mestre idiota atacou ela – respondeu Kanda, lançando um olhar nada amigável para o braço de Lavi.
— O Mestre? – repetiu Allen, estupefato. E se aproximou dela. – Mas como ele pode! Ela é uma exorcista, Seren-san, está muito ferida?
— Allen... – começou Lavi, tentando encontrar palavras para fazer o albino entender. – Não foi esse tipo de ataque.
— Eeeeeeeeee? – exaltou–se Allen de olhos arregalados, após alguns segundos de profunda reflexão interior e ver como Serenhiel abraçava protetoralmente o próprio corpo, com o rosto baixo fitando o chão. E dirigiu um olhar sombrio para Kanda, que bufava ali do lado. – Pode matar aquele velho pervertido, Kanda, eu entendo seus motivos.
— Como se eu precisasse de sua permissão, pirralho – disse Kanda, seco. E o albino só lhe lançou um olhar frio e saiu dali, indo procurar aquele seu mestre bêbado.
— Então aquele... era o Marian Cross? – perguntou Serenhiel levantando a cabeça, um fogo assassino começando a brotar em seus olhos. Lavi a soltou, indo para o lado do samurai, que permanecia com a expressão sombria.
— Provável, ninguém seria tão louco para invadir a Ordem e atacar uma exorcista desse jeito, a não ser que fosse um Noah... – comentou o ruivo, colocando os braços atrás da cabeça. – Mas, como ele conseguiu entrar?
— Não sei, eu sempre tranco a porta – respondeu ela, frustrada. – Ele fez algo comigo, eu acho... não consegui invocar minha Inocência.
— Deve ser mais um truque daquele mago idiota – rosnou Kanda, apertando o cabo da Mugen.
— Será que foi mágica ou por causa da situação? – opinou Lavi, sorrindo malicioso. E recebeu um olhar assassino dos dois. – Não me olhem assim! Não é culpa minha se aquele Kanda teve tanta coragem!
— Não quero mais você no meu quarto – avisou Serenhiel, olhando para o samurai.
— Tsk, você sabe que eu nunca faria algo assim sem pedir sua permissão – disse Kanda neutro, para a expressão desconfiada dela.
Que com aquela fala olhou-o estranho, dando-lhe as costas e saindo a passos firmes.
— Huuuuunnn – fez Lavi, maliciosamente.
— Ei, coelho idiota! Nem pense em ter ideias estranhas! – ameaçou Kanda, não gostando nada de como o ruivo lhe fitava, mas não fora culpa de Lavi aquela frase suspeita de ter duplo sentido.
— Relaxa, Yuu – pediu o ruivo, dando um tapinha amigável nas costas de Kanda, que olhou-o de canto. – Um dia você toma coragem!
E saiu, deixando o samurai com cara de paisagem, e de uma cortina surgiu aquele golem caramelo, voando despreocupado por ele e indo na direção de sua dona.
— Tsk – fez Kanda, olhando para o ser alado e o seguindo, pressionando fortemente o cabo de sua Mugen.
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