Lótus Negra escrita por Remmirath
— Parece que não temos alternativa. – falou Serenhiel fria, fazendo Kanda a olhar em dúvida. E então viu que ela apontava para a janela.
— Lacrada. – declarou, após analisar o vidro de meio metro quadrado.
— Quebre, então. – opinou ela, bufando enquanto sentava. – Você tem uma espada pra quê?
— Ela não está comigo. Foi confiscada, pela enfermeira.
— Humana idiota. – murmurou Serenhiel, após lançar um olhar de descrença para ele. Então se levantou, pegou uma cadeira e atirou na janela, quase acertando Kanda, se ele não tivesse pulado para o lado.
— Quer me matar? – rosnou o samurai.
— Talvez, você merece o troco. – respondeu a elfa, apontando para o próprio pescoço. – Droga de janela, por que não quebrou? Que vidro é esse?
— Quebraria, se não tivessem colocado aquela placa de titânio por cima.
— Quando foi que… – começou a falar, mas semicerrou os olhos cinzentos ao notar a lua mal pintada na placa prateada que surgira do lado de fora. Colocou a mão sobre a testa, murmurando desanimada. – Por que essas coisas acontecem comigo?
— Também gostaria de saber. – comentou Kanda, apoiando-se com a mão na parede e fazendo uma careta. Ela virou a cabeça para olhá-lo, estranhando o comportamento dele.
— Suas costas…?
— Estão bem, obrigada. – cortou ele frio. E recebeu um tapa.
— Idiota!— rosnou ela revoltada, olhando-o de perto. Ele a encarava, com a marca de uma mão pulsando no lado esquerdo do rosto. – Isso que eu recebo por tentar me preocupar com você, é uma perda de tempo mesmo! E eu ainda tento colocar alguma sanidade na sua cabeça, mesmo que você fique me olhando com cara de paisagem!
Kanda virou o olhar para o chão, olhá-la tão de perto estava deixando-o estranho novamente.
— O que deu em você no refeitório? – perguntou Serenhiel, respirando fundo para tentar se acalmar. E puxou o queixo dele com a mão direita, para cima, forçando-o a olhá-la. Reprovando-o. – O que veio em suas memórias desse mundo, para deixar você tão abalado?
— Não sei.— sussurrou ele, em verdade. Os olhos azuis eram pura confusão.
— Então descubra. – falou, largando o queixo dele. – Isso é uma ordem. Agora tira o sobretudo.
— Ahn?
— Suas feridas, estão sangrando. – respondeu ela, olhando o pedaço de faixa ensanguentada que aparecia por baixo do sobretudo aberto dele. Pegou uma tesoura em uma mesa, passando o dedo pela navalha. – Tsk, vou ter que trocar. Anda logo! – apressou ele, que olhava estranhando. – Ou você quer mais alguns furos, para poder sangrar até a morte?
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