Complicated escrita por Miss Moonlight


Capítulo 27
Epílogo - 8 anos se passaram...


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui, pela ultima vez. Mano, isso é tão triste... Mas eu estou tão feliz também porque é a minha primeira fanfic terminada e eu tenho um orgulho imenso por essa história.
Divirtam-se, assim como eu me diverti fazendo esse epílogo para vocês.



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Era dia 24 de dezembro e os integrantes da família McDonnell-Walker corriam de um lado para o outro se aprontando para a ceia de natal que aconteceria na casa de James e Lily – como todos os outros anos.

– Meu amor, vamos nos atrasar desse jeito – disse Christopher entrando na cozinha enquanto arrumava seu cardigã cinza. Depositou um beijo na bochecha de sua esposa e colocou-se a frente dela entre a mesa.

Katherine vestia um vestido bonito que batia mais ou menos nos joelhos. Era na cor azul marinho, um pouco largo na parte acima da cintura e descia em forma de tubinho. Dividindo essas partes havia um laço bege, quase branco, e delicado. Um blazer da mesma cor estava por cima do vestido, já que era inverno. Uma meia-calça bege cobria suas pernas na tentativa de amenizar o frio também. Kate usava um salto alto que ainda a deixava mais baixa que o marido.

– Eu sei, eu sei – murmurou a mulher terminando de enfeitar seu famoso bolo de sorvete.

– Não acha que é muito exagero levar dois? Você podia levar só aquele e deixar o de chocolate aqui, para Charlie, Jay e eu devorarmos quando chegarmos em casa – Christopher sugeriu enquanto tentava pegar um pouco de cobertura de chocolate com o dedo indicador, logo levou um tapa de sua esposa, quando chegou no meio do caminho.

– Não, você sabe como eles sempre reclamam quando acaba – disse ela enquanto tirava seu avental. – E agora eles não têm desculpa.

– Tudo bem – suspirou derrotado.

– Charlie já está pronta? – perguntou caminhando até o marido, que se desencostou na mesa.

– Sim, senhora – puxou a mulher para mais perto dele. Depositou um beijo rápido nos lábios da loira e acrescentou sorrindo orgulhoso. – Inclusive já prendi o cabelo dela, como ela queria. Um rabo de cavalo.

Katherine parou de súbito e arregalou os olhos enquanto dizia desesperada:

– Você fez o quê?!

– Prendi o cabelo dela – disse estranhando a atitude de Katherine.

– Mãe, faz a Charlie parar de chorar! – James entrou na cozinha com os ouvidos tampados por suas mãos.

James Andrew Walker tinha os cabelos loiros como os pais. Seus os olhos eram mel e tinha a paciência igual a da mãe, ou seja, uma paciência igual a zero. Tinha 7 anos, mas sua altura e sua maturidade não aparentava a idade que tinha. Era inteligente e adorava passar seu tempo lendo os mais diversos dos livros que sua mãe tinha no sótão.

– Christopher, o que você fez com a minha filha?! – não demorou muito para Katherine sair correndo da cozinha e subir para o segundo andar atrás de sua preciosa menininha.

– Ela se esquece que a filha também é minha. Sua mãe é tão desesperada – reclamou revirando os olhos.

– Quer que ela fique como, pai, depois do que você fez com o cabelo da minha irmã? – perguntou o menino cruzando os braços e olhando sarcástico para o pai. – Até eu sei o que é um elástico de cabelo.

Logo os dois ouviram passos pesados e choro baixinho vindo da escada. Christopher olhou para o filho ainda confuso, o que fez o menino revirar os olhos, do mesmo jeito que o pai havia feito pouco tempo atrás.

– CHRISTOPHER LEWIS WALKER, VOCÊ NUNCA OUVIU FALAR EM ELÁSTICO DE CABELO?! – gritou Kate adentrando a cozinha com uma Charlotte chorosa em seus braços.

Charlotte Marie Walker tinha apenas 3 anos e uma personalidade forte. Todos diziam que ela era a miniatura de Katherine Walker, porém isso só na aparência. Era manhosa, mas quando sentia vontade de rir, soltava uma gostosa gargalhada que contagiava a todos. Era parecida com seu pai no quesito “se divertir”.

– Já, mas é que... Ele arrebentou, minha linda. E não tinha... – tentou se explicar enquanto mexia em seus cabelos nervosamente. Típica mania que ele não perdera depois de tantos anos.

– ISSO NÃO É DESCULPA PARA ENXER O CABELO DA MINHA FILHA DE FITA ADESIVA! MEU SANTO PADIM CIÇO, MINHA NOSSA SENHORA DE BICICLETINHA! MEU PAI TODO PODEROSO! PELO AMOR DE DEUS, CHRISTOPHER! – exclamou jogando o resto da fita no seu marido.

– Desde quando sua mãe virou tão religiosa? – sussurrou Chris para o filho, que riu.

Mudando a expressão furiosa para meiga em um segundo, Katherine colocou Charlie no chão e agachou segurando suas mãozinhas.

– Meu amor, vá buscar uma escova lá em cima, para eu dar um jeito no seu cabelo.

– Mãe, você sabe como o papai é. Não sei porque você ainda fica surpresa com as besteiras que ele faz – e com os braços cruzados James saiu do local, assim como sua irmã havia feito segundos atrás.

– Ele me odeia, não é? MEU FILHO ME ODEIA! – gritou Christopher dramático fingindo enxugar lágrimas que não existiam.

– Chris, sem drama. Você sabe que isso não é verdade, ele só tem o temperamento difícil – dizia Katherine agora mais calma enlaçando seus braços em torno do pescoço de seu marido.

– Igual ao da mãe!

– Eu ainda estou bravo com você! Mas eu vou fingir que eu não ouvi isso – murmurou ela antes de tomar os lábios de Christopher, que apenas abraçou sua fina cintura e retribuiu ao beijo.

– ECA! – uma voz meiga e feminina invadiu a cozinha.

O casal se separou e olhou para a entrada já sabendo quem era a garotinha que se encontrava ali. Sorriram enquanto ela corria até eles e pulava no colo do pai, que a girou no ar.

– É nojento não é? Você nunca vai fazer isso, certo, pequena? Nem quando for mais velha. Ainda mais se o canalha que você for fazer isso, não tiver um bom emprego e se ele for fumante ou drogado, muito menos se...

– Christopher, não diga bobagens para a menina – Katherine reclamou embalando os sorvetes com cuidado.

– Vai dizer que você vai deixar sua filha namorar um maconheiro? É isso mesmo, Katherine Walker? – perguntou levantando suas sobrancelhas.

– Obviamente não. Mas não precisa assustar a menina assim, ela mal entende o que você fala – pegou as duas embalagens e foi em direção a saída com a intenção de levá-los para o carro.

– Agora que a mamãe não está mais aqui. Diga para mim, quem é o único homem que você vai amar na sua vida toda?

– Você, papai – a menininha sorriu abraçando ele.

– Exatamente, te ensinei direitinho – bateu sua mão contra a da sua filha.

– O que vocês dois estão conversando aí? – perguntou Kate adentrando a cozinha novamente com as mãos na cintura.

– Nada! – respondeu Chris e Charlie ao mesmo tempo fazendo cara de inocentes.


– Certo – estreitou seus olhos. – Bom, venha aqui me deixe arrumar seu cabelo.



Katherine e Christopher entraram no carro e colocaram seus cintos de segurança. Agora finalmente poderia ir comemorar o natal. Seus filhos se acomodaram no banco de trás e não demoraram muito para começarem a discutir.

– Mãe, a Charlie não quer me devolver meu carro! – disse James exaltado puxando o carrinho azul das mãos da menininha que começou a chorar.

– Jay, deixe ela brincar um pouquinho com ele, só até chegarmos na casa da vovó – pediu Katherine se virando um pouco para trás para encarar os filhos.

– Tudo bem, mas só até chegar lá – bufou e olhou para a irmãzinha que havia parado de chorar. – Toma, só toma cuidado com ele, está bem? – a menininha assentiu com a cabeça e sorriu quando finalmente pegou o carrinho da mão do irmão.

A mulher sorriu e suspirou aliviada, virou-se novamente e encontrou Christopher olhando para frente, com os dedos batucando nas laterais do volante. Estranhando a atitude do marido, perguntou:

– Está tudo bem, amor?

– Eu... Er... Esqueci as chaves – disse ele mordendo os lábios.

– E POR QUE DIABOS VOCÊ AINDA NÃO FOI PEGÁ-LAS? LILY VAI NOS MATAR! – Katherine disse mudando rapidamente de humor e fuzilando Christopher com os olhos.

– Estou pensando onde as coloquei – disse fechando os olhos esperando mais um grito histérico de sua esposa, mas ele não veio.

Curioso, ele olhou para o lado e a viu respirar fundo. Provavelmente contando até 10 como sempre fazia, já que ela odiava gritar com ele, porque sempre se sentia culpada depois. Então ela se desculpava toda chorosa, eles se beijavam e... Bem, pensem o que quiserem. Não que fosse alguma coisa ruim para ela, era ao contrário na verdade. Mas ela odiava pedir desculpas e só fazia isso quando era com Christopher, seus filhos, o resto de sua família e melhores amigos.

De súbito a loira abriu os olhos, assustando um pouco Christopher que ainda a admirava sorrindo de lado. Katherine o encarou e disse um pouquinho mais calma:


– Por que está sorrindo?! Temos que sair do carro e encontrar aquela maldita chave! Todos para fora do carro, já!



– Vocês demoraram! – dizia vovô James com os cabelos já um pouco grisalhos. – Cachinhos Dourados e João do Pé de Feijão! – saldou-o abraçando os netos que exclamaram um animado “Vovô!”.

– Houve alguns problemas para encontrar a chave do carro – Christopher explicou, enquanto abraçava Kate de lado. – Ele ainda não desistiu desses apelidinhos ridículos? – sussurrou para sua esposa que segurava a embalagem de seu bolo de sorvete.

– Pelo visto não. Parece que você puxou seu pai em alguma coisa – Katherine riu divertida enquanto o marido tentava entender o que ela queria insinuar. O beijou nos lábios e foi em direção a sala cumprimentar o pessoal sem esperar o marido retrucar.

– O que você... Ei! Meus apelidinhos não são ridículos – gritou Christopher fingindo-se de ofendido.

– Meu querido irmão, não se iluda. Kate está coberta de razão, eles são realmente deploráveis – disse Thomas indo abraçar o irmão.

– Tenho uma leve impressão que todos vocês estão conspirando contra a minha pessoa hoje.

– Oi, Tio Thomy! Onde Holly está? – perguntou James Andrew com brilhos nos olhos.

– E aí, garotão – sorriu batendo na mão do sobrinho. – Holly está decorando a árvore de natal.

– Certo, obrigado – exclamou e correu para o cômodo em que seu tio havia mencionado.

– Se seu filho encostar um dedo na minha Holly, eu arranco seus órgãos um por um – ameaçou Thomas um pouco divertido.

– Não tenho culpa se meu filho já nasceu pegador – Christopher sorriu orgulhoso, fazendo seu irmão revirar os olhos.

– Tudo bem, mudando de assunto, mamãe estava quase arrancando os cabelos de preocupação.

– Como sempre – agora foi a vez dele girar os olhos castanhos.

– Christopher Lewis Walker, eu vou matar você a pancadas! Moleque, você nem ligou dizendo que ia se atrasar tanto. Fiquei tão preocupada, achei que ia sofrer um infarto. Estava pensando que vocês tivessem sofrido um acidente no meio do caminho – exclamou Lily saindo da cozinha e indo em direção ao filho, com Katherine atrás de si, agora sem o bolo de sorvete.

– Tivemos alguns problemas... – tentou explicar Chris enquanto abraçava sua mãe.

– Christopher perdeu as chaves do carro. Ah, oi Thomy! – saudou Katherine dando um beijo em seu cunhado.

– Já foi cumprimentar o pessoal lá na cozinha? – perguntou Lilian para o filho mais velho.

– Estava indo fazer isso agora.

– Então vá, rápido, rápido. Todos estão morrendo de fome, estávamos só esperando vocês – disse ela empurrando o filho para a sala de estar.

– Boa noite, pessoas com espírito natalino – saudou a todos os presentes ali. Quase sua família inteira estava ali. Menos o pai de Katherine que foi morar fora do país com o seu – agora – marido. E a mãe dela que arrumou um namorado, chamado Daniel e resolvera passar o natal ao lado dele.

– Olha quem chegou – exclamou Will levantando-se do sofá em que conversava com sua noiva Annabeth.

– Sinceramente, Anne, você ainda não desistiu desse cara? – perguntou Christopher brincalhão levando uma cotovelada de sua esposa.

– Eu pergunto a mesma coisa para Katherine todo dia – respondeu Anne sorrindo sarcástica.

– Uh, essa doeu, amor – disse Kate risonha depositando um beijo no rosto do loiro.

– Maninho! – chamou Zoe arrendo até ele e o abraçando.

– Anã de jardim!

– Eu disse que os apelidos que ele inventa são ridículos – avisou Katherine passando por eles e indo em direção a cozinha.

– Ela me ama, eu sei disso – suspirou. - E onde está o Matthew Bundão Oxford?

– Vou ignorar a penúltima palavra. Ele só vem mais tarde, vai passar o natal com a família dele – explicou Zoe.

– Não gosto daquele garoto – Thomas disse passando por ele e indo até sua esposa, Rose, que tinha seu filho de 2 anos, sentado ao seu lado. Louis brincava com um dos enfeites da árvore de natal. O garotinho tinha os cabelos loiros escuros, seus olhos eram azuis e suas bochechas gorduchas.

– Parem de ser ciumentos, deixe a irmã de vocês namorar. Ela tem que aproveitar as coisas boas da vida, antes que ela acabe se casando com o cara errado e antes que perceba, ele já a abandou e roubou todos os pertences dela, deixando-a só com sua gata de estimação chamada Bridgit – lamentou Helena, que possuía seus 70 e tantos anos, lembrando-se de seu ex-marido.

– Tudo bem, tia Helena, acho que ela já entendeu – disse Christopher dando leves tapinhas no ombro de sua tia-avó, consolando-a.

– Lena, você tem que parar de se lamentar. Todo mundo já cansou de ouvir essa sua história dramática. Benjamin te largou, porque você é insuportavelmente insuportável – queixou-se tio Bill rude, irmão de Helena.

Antes que a mulher pudesse revidar, a voz de Lílian adentrou a sala de estar provocando alvoroço.


– A ceia já está pronta, podem vir! – e então todos foram direto para sala de jantar se entupir com as delicias preparadas pelas mulheres da família.


– Hora de abrir os presentes! – gritou Christopher quase tão animado que as crianças.

Depois de saborearem a sobremesa e acabarem com os dois bolos de sorvete de Katherine, eles esperaram até dar meia-noite para poderem desejar um feliz natal a todos e começar a entrega de presentes. Parte que era a mais esperada pelas crianças.

– Certo, quem vai começar? – perguntou Thomas esfregando as mãos.

Então James e Lily começaram a entregar os presentes a seus netos. Holly começou a saltitar no meio da sala segurando sua Barbie nova, enquanto Jay sorria olhando a prima com seu presente também em mãos. Thomas olhou para o irmão lançando-lhe um olhar severo, que Christopher levantou a mão esquerda, já que a direita estava ocupada segurando a cintura de sua esposa, e levou-a ao ar, mostrando que ele não tinha culpa. Charlie abraçava a caixa do seu novo jogo de cozinha de brinquedo e Louis estava sentado no chão de frente para sua moto de brinquedo, mexendo ela para frente e para trás.

Então foi a vez de Thomas e Rose entregar os presentes aos filhos e a sua afilhada, Charlie. Depois todos os outros começaram a trocar presentes entre si. E finalmente chegou a vez de Christopher e Katherine que levantaram ansiosos e animados, foram até a árvore e pegaram um embrulho grande e azul com o laço branco.

– Jay, esse é o seu – disse Chris entregando para o filho que tinha brilho nos olhos castanhos.

– Espero que goste, querido! – Katherine juntou as mãos torcendo para que o filho aprovasse. Christopher sorriu para sua mulher e a abraçou beijando-lhe a testa.

James Andrew começou a rasgar o papel e gritou animado quando viu o nome do brinquedo que ele tanto querida na caixa. Um helicóptero de controle remoto. O garoto colocou o brinquedo no chão e pulou em cima dos pais.

– Obrigado de verdade, eu amo vocês! – agradeceu e depois correu de volta para o brinquedo.

– Mamãe e o meu? Vocês não esqueceram de mim, não é? – perguntou Charlie com voz de choro.

– Claro que não! Aqui está o seu, princesa – disse Christopher entregando uma embalagem rosa com o mesmo laço branco que havia no presente de James.

Então sorriu e avançou no presente rasgando o papel com a mesma ansiedade que o irmão. Pulou feliz quando viu o rosto da boneca que ela pedira aos pais. Era uma boneca de cabelos loiros e olhos claros, parecida com Charlotte.

– A BONECA QUE FALA! ME AJUDA A ABRIR AQUI PAPAI, QUERO VER ELA FALANDO! – a menina gritou animada empurrando o presente para o pai. Que riu e ajudou a filha a tirar a tal boneca de dentro da caixa.

– Agora falta o presente da nossa afilhada! – exclamou Katherine sorrindo abertamente para Holly que estava ao lado de James admirando seu helicóptero.

– A nossa afilhada favorita! – continuou Christopher.

– Vocês só têm a mim de afilhada – falou Holly revirando os olhos enquanto ria.

– De tanto ela falar com o Jay, pegou até a mania dele – reclamou Christopher para Kate que pegava a caixa vermelha debaixo da árvore de Natal.

– Tudo bem, tudo bem! Acho que você vai gostar, meu amor – Katherine abraçou a menina e lhe entregou o embrulho um pouco pesado.

– E se você não gostar, minta para nós não nos sentirmos mal – ele piscou para Holly que riu assim como todos os presentes na sala.

A menina de cabelos castanhos claro e olhos esverdeados sentou-se no chão e se livrou do papel vermelho, assim como do laço em segundos. Soltou um grito de emoção quando viu a imagem de um par de patins na frente da caixa.

– Katherine que sugeriu, então se não gostou, a culpa é toda dela – brincou Christopher apontando para a esposa que riu e lhe empurrou.

– Eu amei! Muito obrigada! – agradeceu abraçando os dois.

– Bom, eu meio que ajudei na escolha sabe... Não foi todo o mérito da Kate...

– Christopher... – murmurou Kate revirando os olhos.

Eles se acomodaram novamente no sofá, olhando as crianças brincarem com seus brinquedos no tapete bege da casa de Lily.

– Bom, parece que acabou os presentes – disse tia Louise, mãe de Anne e Alex – o garoto das alianças no casamento de Chris e Katherine.

– Ainda não – disse Katherine surpreendo a todos ali, menos Lily, Rose e Anne que apenas sorriram abertamente.

– Como assim “ainda não”, amor? – perguntou Christopher confuso olhando para as mulheres que sorriam estranhamente.

– Tenho um presente pra você – levantou-se, foi até a árvore e pegou uma caixa não muito grande e ficou de frente para ele. Sorriu, sentindo algumas lágrimas enxerem seus olhos.

– Kate, o que...

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, ela lhe estendeu o embrulho. Em uma mistura de alegria e confusão, Christopher o pegou. Ele abriu calmamente, o que acabou irritando a maioria de seus familiares ansiosos presentes na sala. Quando se livrou do papel, uma caixa qualquer de papelão apareceu, sem imagem ou palavras indicando o que tinha dentro. Olhou para a esposa que apenas sussurrou um singelo “Abre”, pois sabia que se falasse mais alguma coisa desabaria em choro.

– Está tudo bem, Kate? Quer que eu faça isso mais tarde? – perguntou preocupado com a esposa. Não gostava de vê-la chorando. Na verdade odiava vê-la assim. Katherine lhe sorriu e balançou a cabeça de forma negativa enquanto secava uma lágrima.

– Abre logo, Christopher, ou eu mesmo faço isso! – gritou Thomas curioso.

– O ignore, Chris. Demore o tempo que quiser – disse Rose sorrindo e fazendo seu marido lhe olhar incrédulo.

– Você só diz isso, porque já sabe o que tem ali dentro – reclamou ele encostando novamente no sofá. Rosalie riu e beijou-lhe os lábios, o fazendo esquecer o porque de estar irritado.

Ignorando os protestos de seu irmão, Chris olhou novamente para a caixa e a abriu, antes de Thomas reclamar novamente da demora. Dentro da caixa não muito larga, havia dois sapatinhos azul-celeste feitos de tricô. Então ele entendeu. Sentindo os olhos arderem e um sorriso começar a aparecer em seu rosto, ele apanhou um dos delicados sapatinhos e os mostrou para Katherine que abraçava seu ventre.

– Isso quer dizer que...

–Feliz natal, papai mais uma vez – Katherine anunciou chorando.

– OH, MEU DEUS, KATHERINE! – ele exclamou jogando a caixa para o lado e avançando em direção a sua mulher.

Christopher envolveu-a pela cintura e abraçou, beijando seus cabelos loiros. Seria pai novamente. Havia sensação melhor do que essa? Era uma sensação única. Katherine era a melhor mulher do mundo, ela sempre lhe trouxe tanta felicidade, que Christopher já chegou a pensar se era bom o bastante para ela. E quando contou isso a loira, ela quase arrancou sua cabeça. Ele reconhecia que ela não era perfeita, mas quem no mundo é? E por pior que possa parecer, eram os defeitos dela que ele mais amava.

– MAIS UM? FALA SÉRIO, ONDE VOCÊS ARRUMAM TEMPO? VOCÊS NÃO FAZEM MAIS NADA DA VIDA, SÓ SABEM FAZER FILHO? – exclamou Thomas brincalhão, mas mesma assim recebendo um tapa de sua esposa. Todos riram, inclusive Kate e Chris.

– CHARLIE, VAMOS TER UM IRMÃOZINHO! – James gritou correndo afobado até sua irmã sorridente que saltitava e a abraçou.

– Preparado para comprar um estoque de uvas e chocolate? – Katherine perguntou ao marido.

– Sim, senhora – bateu continência, arrancando uma risada da loira em seus braços. Risada que ele tanto gostava de ouvir. – Faz quanto tempo?

– Mais ou menos um mês já – ela olhou para Chris que tinham os olhos brilhantes e então abriu mais seu sorriso.

O rapaz se abaixou aos pés de Katherine e colocou uma das mãos sobre seu ventre por cima do tecido azul. Ela sentiu seus olhos se enxerem de lágrimas novamente. Então Christopher começou a dizer:

– Olá, pequeno feto que está aí dentro da minha esposa. Você pode não acreditar que essa mulher linda que te carrega aceitou casar-se comigo e também pode não acreditar que nós dois fizemos você – disse e Katherine revirou os olhos, ainda sorrindo. – Pois é, meu nome é Christopher, mas pode me chamar de papai. Quero que você não dê muito trabalho para sua mamãe Kate e não me dê muito sustos, rapazinho. Porque quando ela estava grávida de James, seu irmão, eu...

– Okay, Chris, ele já entendeu – Katherine riu. Ele sempre tinha que ter aquela conversa com os filhos deles, mesmo antes de nascer. Aquilo já tinha virado um ritual.

– Certo, sua mãe já está ficando um pouco irritada. Porque ela costuma dizer que eu falo demais. Mas devo confessar que às vezes eu faço de propósito só para ela me calar com um beijo – sussurrou ele ainda para o ventre de Kate. – Bom, não vejo a hora de nos encontrarmos daqui alguns meses no ultrassom e depois pessoalmente. Eu já sinto um amor enorme por você, juízo aí dentro, pequeno Logan – beijou a barriga de sua mulher e então se levantou.

– Logan? Quem disse que nosso filho vai se chamar Logan? – perguntou Katherine fingindo-se de brava enquanto cruzava os braços.

– Eu disse. Eu adoro esse nome. Por favor, vamos colocar Logan. Ele vai adorar! – pediu Chris com seu famoso beicinho.

– Ah, Christopher, você já escolheu o nome da Charlie, é a minha vez!

– Mas você concordou com o nome dela. E nós já tínhamos planejado o nome dela quando nós começamos a namorar.

Não muito longe dali Charlie e Jay assistiam os pais discutirem sobre o nome do seu mais novo irmão, assim como todos os familiares assistiam também, rindo e alguns suspirando encantados. Eles nunca parariam de discutir, mas as discussões que eles tinham eram diferentes. Parecia que eles faziam isso por diversão, pois nós olhos deles não havia raiva ou desprezo, havia humor e amor.

– Papai e mamãe são malucos – afirmou Charlie para seu irmão.

– Não posso discordar.

– Acha que eles não se gostam mais? – perguntou a menininha um pouco triste com a idéia.

– Está brincando? Você não vê o quando papai fica preocupado com ela? Ou como ele fica com ciúmes quando o carteiro Bob fica enrolando muito puxando assunto com a mamãe em vez de entregar as cartas? Ou como ele diz que a ama quase toda hora, o que chega a ser irritante? – perguntou James abrindo um sorriso, ainda observando os pais pararem de discutir e se beijarem. - Eu li sobre isso, Charlie, li uns livros de romance que mamãe guarda no sótão. Se isso não é amor, então eu realmente não sei o que é.





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Notas finais do capítulo

Eu realmente não sei como me despedir... Eu realmente estou triste por isso. Ah, cara! Quero agradecer a Isabela Fonseca, minha prima/irmã/melhor amiga por acompanhar minha fanfic e me ajudar. Quero agradecer aos meus amigos Leonardo e Felipe por lerem, obrigada de coração meninos. As garotas que comentaram e me incentivaram a continuar escrevendo, como: ThaisMissy (que leu até aqui e comentou bastante, agradeço de verdade, muito obrigada!), a Manu Pontes, JuZapparolliL, Tainá Leal, Hina por acompanharem e me alegrarem com seus comentários.
Tem as leitoras lá do comecinho da fanfic também, mas não sei se elas pararam de ler. Caso continuaram lendo, quero agradecer a vocês também de todo coração.
Todas vocês foram importantes para a concretização dessa fanfic, sem vocês eu não teria estímulo para escrever (acho que já falei isso, masokay).
Enfim, agradeço as meninas que favoritaram Complicated também e as leitoras fantasmas.
Queria dizer a vocês também que eu farei uma fanfic com meu amigo Felipe que eu citei lá em cima, é só vocês procurarem nas minhas histórias, porque eu só tenho duas, então vai ser fácil. Bem, na verdade ele que vai escrever, mas eu vou revisar. Mas enfim, se gostarem acompanhem também :}
Bom, acho que é o fim. Muito obrigada pela... sei lá quantas vezes eu já agradeci. E para terminar com chave de ouro...
Críticas, sugestões, elogios? *---*