Abençoada pelos Deuses escrita por Hawtrey


Capítulo 9
Brigas entre Athena's & Poseidon's


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai outro....



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Se eu estava nervosa? Imagina! Só nem sei o que ensinar a grupo que nem gosta de mim. Que ótimo! Tô tão feliz! Logo hoje que não acordei muito bem, tive um sonho mega estranho onde eu sangrava até a morte. Quando me olhei no espelho vi que a coroa de louros e meus cabelos me deixavam ainda mais pálida.

— Ótimo, terei que procurar forças do céu e do inferno pra aguentar esse dia.

Quando fui para o café da manha, me perguntei novamente: onde sento?

Havia duas mesas enormes, uma era mesa principal como os funcionários e a outra era mesa dos Olimpianos, todos os deuses já estavam lá, incluindo Afrodite que praguejava em alto e bom som.

— Eu preciso do meu sono de beleza! — exclamava ela — Não posso ficar acordando antes das sete da manha!

— Calma Afrodite, não comece com suas frescuras logo pela manha! — pedi me aproximando.

— Frescuras? FRESCURAS? Eu sou a deusa do amor! Eu preciso ter frescuras! — a deusa levantou-se furiosa e começou a andar de um lado para o outro, chamando atenção dos outros deuses e semideuses.

— AFRODITE! — gritei fazendo o ar a empurrar, sem querer. Não sei porque, mas minha paciência está no limite.

A deusa arfou indignada com o ato, todos passaram a observar a cena, calados.

— Como ousa atacar uma deusa? — sibilou ela enquanto se levantava.

— Como você ousa dar piti numa hora dessas? Acorda Afrodite, não é hora de ficar doida! O que está acontecendo com você?

— Nada, estou apenas cansada de lutar por uma causa perdida! — respondeu a deusa irritada.

— Você não acha que é uma causa perdida, caso contrario não estaria aqui e sim com Ares! — rebati o obvio — Quem está tentando enganar?

— Tem razão, eu sou uma deusa perdida — choramingou Afrodite — Depois de milênios não dou mais conta do trabalho...

— Ora, não pense assim, você só está um pouco sobrecarregada, com a guerra e brigas. Não significa que não está dando conta de tudo — senti uma leve tontura, mas consegui aguentar.

— Acha isso? — verificou a deusa se aproximando.

— Claro — tive que procurar folego pra continuar — Mas você tem que ter um pouquinho mais de controle sobre sua mente ok? Os seus filhos precisam da sua ajuda e você não pode abandona-los justamente agora, já que nunca foi uma mãe presente.

— Tudo bem, vou tentar não dar piti de novo sobre esse assunto — confirmou a deusa respirando fundo.

— Espero que sim, além do mais, não pode ficar estressada lembra? Isso não te deixa nada bonita — tive que respirar fundo mais uma vez, procurando ar.

— Certo, certo. Nada de estresse, prometo — prometeu Afrodite de pé junto.

Foi quando a deusa me encarou que ela percebeu que eu não estava nada bem.

— O que houve com você? Está tudo bem? — quis saber ela se aproximando e segurando minhas mãos — Pelos deuses! Você está gelada. O que está acontecendo Katherine?

— Nada, estou bem — como se meu corpo quisesse provar exatamente o contrario, perdi as forças nas pernas e não consegui me manter em pé.

— Ajudem-me aqui — ouvi Afrodite pedir enquanto tentava me segurar.

Apolo foi o primeiro a chegar até mim, ele sentiu minha pulsação e logo em seguida olhou no fundo dos meus olhos e sorriu.

— Athena — chamou ele ainda sorrindo.

— O que foi Apolo? — perguntou Athena impaciente.

— Olhe nos olhos dela — disse ele parecendo feliz.

Athena obedeceu e me olhou da mesma forma que ele, em seguida seus olhos arregalaram-se e esboçou um largo sorriso.

— Impossível! — exclamou ela.

— Muitas coisas impossíveis acontecem com essa garota — disse Apolo.

— Então? Vão ficar ai conversando ou vão dizer o que está acontecendo? — apressou Poseidon se aproximando.

Todos ao meu redor pareciam esperar a resposta de um dos dois.

— Respondam logo! — exigiu Hades.

— Ela está começando a se transformar em deusa — respondeu Apolo.

— Como assim? Ninguém pode se transformar em deusa assim, do nada — desacreditou Zeus.

— Isso é muito raro, mas possível — contradisse Athena levantando-se — Há registros de semideuses que fizeram isso. No caso de Katherine, os poderes dela estão exigindo isso e ela está se tornando deusa por conta própria. O problema é que nenhum semideus conseguiu sobreviver a esse tipo de transformação. Precisamos esperar e depois devemos leva-la ao Olimpo.

— Esperar? Por que esperar? — questionou Ártemis.

— Como ela já está melhor, isso pode não passar de um alarme falso — esclareceu a deusa da sabedoria — Se ocorrer de novo então teremos a confirmação.

— Você me dá cada susto garota — repreendeu Afrodite batendo na minha cabeça.

— Ai para com isso e me ajuda a levantar — pedi.

— Onde estão os filhos de Ares? — chamou Athena, um grupo levantou a mão e ela se dirigiu a eles — A primeira aula de vocês será comigo e com meus filhos, Katherine treinará com os irmãos.

Toda vez que ela fala alguma coisa eu me arrependo de não poder prever o futuro.

— E ai pai? O que vai ensinar pra gente? — perguntei a Hades.

— Como controlar e matar o resto daqueles que um dia tiveram uma vida — respondeu ele indiferente.

— Hah? — juro que entendi até controlar e matar.

— Vou ensinar a controlarem e destruírem esqueletos vivos — traduziu ele nada feliz.

— Agora sim eu entendi.

*

A aula com Hades não foi um dos melhores momentos que tive com ele, mas foi bem proveitosa. Ele trazia os esqueletos do submundo e depois mandava os mesmos nos atacarem, enquanto lutávamos ele ensinava a forma de mata-los.

Depois eu tive que ir ajudar Athena com os filhos de Ares e somente Nico e Bianca continuaram lá.

— Quer ajuda Athena? — perguntei ao chegar a arena onde todos estavam.

— Claro Kathe, dê alguns conselhos a eles — pediu Athena sorridente.

— Por que eu? Você é a deusa da guerra aqui — rebati.

— Eu não adiantei muito, mas os filhos de Ares são seus.

— Ok. Ok. Me ajude — desembainhei a espada agora elétrica e fiquei a frente de Athena que já tinha uma espada a mão.

Ataquei a deusa que recuou um passo, mas logo investiu contra, decidi fazer o mesmo que fiz Annabeth e abaixei a guarda, Athena caiu na armadilha e apontei minha espada para sua garganta.

— Nunca subestimem o inimigo — comecei sem me mexer — O maior erro de um bom lutador é achar que o inimigo não pode errar propositalmente: nunca caia nisso, é uma armadilha. Considere o inimigo como tão inteligente quanto você, se ele não for, logicamente será melhor pra você. Sejam como Atena, por ser inteligente ela sabe que em uma guerra o inimigo pode até se passar de idiota, mesmo não sendo.

— Isso mesmo, em uma luta o inimigo se torna imprevisível, justamente para confundir e enganar você — disse Athena em seguida saindo rapidamente da mira da minha espada, me distraio com um golpe que seria fatal em uma luta real e me fez largar a espada e cair no chão, e disse — Não se distraiam em uma luta, uma distração pode ser o motivo de sua morte.

 — Nunca ache que o inimigo irá se render e que ganhou a luta, uma luta pra valer só acaba quando o inimigo está morto — dei uma rasteira na deusa que caiu de costas no chão, peguei minha espada e a dela — E certifiquem-se que arma do inimigo está bem longo dele quando o mesmo cair.

— A guerra é o pior momento para perdoar o inimigo, a não ser que ele venha de livre e espontânea vontade e sem qualquer intenção traiçoeira para o nosso lado, jamais acredite que ele quer seu perdão, pois na verdade ele quer sua vida — dizendo isso Athena chutou minha mão que carregava sua espada e conseguiu o domínio da mesma de volta.

Ainda levantando, a deusa rodopiou e tentou acertar um chute na minha cabeça, recuei e escapei por um triz. Tentei acerta-la por baixo mas a mesma impediu com a própria espada, tentou acertar meu braço mas não conseguiu nada. Seus golpes estavam me forçando a recuar enquanto minha mente estava a mil procurando um jeito de ao menos desarma-la. Quando dei por mim cada uma estava na minha da espada da outra.

— Em caso de empate, aproveite para analisar o oponente — começou Athena sem deixar de me encarar — Se ele ficar mais de um minuto te analisando, ataque, pois ele está apenas de atrasando. Pode ter chamado reforços ou está de mantendo ali porque sabe que alguém precisa de sua ajuda.

— Também devemos levar em conta os poderes do semideus — completei — Procure descobrir de quem ele é filho e se está ou não em seu domínio, se estiver trate de deixa-lo bem ocupado.

— E nunca esqueça o motivo pelo qual está lutando.

— Mantenha o foco.

— A hora de ter compaixão não é essa.

— E quando matar o inimigo, pense nas vidas que ele tirou ou poderia ter tirado.

— E não se enganem pelo olhar do inimigo.

— Se ele não transmitir ódio, transmitirá remorso e culpa, estará te engando.

— E por ultimo: se ele te enganar ou ao menos tentar — comecei.

— Enganei-o também — terminou Athena.

Me surpreendi quando todos aplaudiram animadamente e não vi mais nada a fazer senão agradecer. Ai percebi que não eram só eles que aplaudiam, uma roda havia se formado ao nosso redor, deuses e semideuses haviam acompanhado a aula.

— Veja pelo lado bom: não será necessário repetir tudo — disse Athena rindo suavemente.

— Eu proponho uma distração — reagiu Poseidon se sobressaindo no grupo.

— Esclareça titio — pediu Athena sarcástica cruzando os braços.

— Ora, minha querida sobrinha, aceita me ajudar a distrair todos aqui presentes? — disse Poseidon igualmente sarcástico.

— Claro... que não — respondeu Athena sem hesitar.

— Posso saber por que?

— Porque suas distrações não são nada uteis Poseidon.

— Eu ainda tenho esperanças que você ainda pode voltar ser aquela jovem divertida, alegre e doce que um dia conheci — disse Poseidon fingindo estar pensativo.

— Ela morreu, junto com a sua inteligência — disse Athena dando as costas a ele.

Alguns semideuses vaiaram baixinho, mas deixando claro a provocação que ocorria entre os dois.

— Então eu vou renascer aquela jovem, particularmente prefiro ela — avisou Poseidon aproximando-se da deusa. Quando a mesma virou-se encarou os olhos azul mar e alertou:

— Não me provoque Poseidon, sabe o que acontece.

— Na verdade, eu não lembro. Mas vou correr o risco.

Antes que Athena pudesse recuar, Poseidon começou a fazer cocegas na deusa.

— Não, não, não, cocegas não! — ela não aguentou e começou a rir loucamente.

Ela tentou correr, mas Poseidon a prende e continuou a fazer cocegas.

— Não adianta fugir, eu sei os seu pontos fracos — avisou ele rindo.

— É? ... E como... sabe disso? — quis saber a deusa em meio as risadas.

Poseidon parou, confuso.

— Sabe que eu não sei como?

Athena respirou fundo e colocou a mão na barriga.

— Ai, minha barriga dói — lamentou ela.

— Eu ainda não acabei — disse Poseidon.

Ele simplesmente pegou Athena e a colocou sobre os ombros.

Nem preciso dizer que ela começou a gritar que nem uma louca ne?

— POSEIDON ME LARGA IMEDIATAMENTE!

— Tenha calma minha querida, ninguém sairá ferido.

— EU VOU TE FERIR SERIAMENTE SE VOCÊ NÃO ME LARGAR!

Ela começou a esmurrar as costas de Poseidon com grande violência.

— Não precisa fazer massagem, querida — provocou ele.

— Você sabe muito bem que isso vai ficar roxo mais tarde, por isso não piore as coisas para você mesmo — ameaçou a deusa.

O deus começou a seguir o caminho até a praia, todos o seguiram, bem atentos.

 — Poseidon... nem pense em fazer isso — avisou Athena sabendo o que ele iria fazer.

— É só um passeio Athena, só pra relaxar — brincou Poseidon.

Sem avisar, ele se jogou na água com ela junto.

Não pude ignorar o sorriso malicioso de Afrodite, ou ela estava aprontando alguma ou sabia de algo, ou os dois, no pior dos casos.

Curiosa como sou, fui até a água, se eu estivesse em contato com a mesma, poderia descobrir o que estava acontecendo, já que os dois não voltaram.

Quando minhas mãos tocaram a água pude sentir uma imensa paz, pude sentir, quase ver Poseidon dentro d’agua, ele prendia Athena de uma forma que somente a cabeça dela ficasse acima da superfície, para a mesma respirar.

Ele a soltou para tentar implicar ainda mais com a deusa, mas no pouco tempo em que ela estava “livre” percebi algo que me incomodou, a água, de alguma maneira, não tocava nela... COMO ASSIM A ÁGUA NÃO TOCAVA NELA? POR QUE?

Afrodite.

Tudo o que acontecia na vida de Athena, Afrodite sabia e podia explicar, por que hoje seria diferente? Decidir questionar isso mas tarde, Athena esta batendo em Poseidon agora.

— Sua louca! Para de me bater!

— Nunca — um tapa — mais — mais um tapa — faça — mais um tapa — isso? Entendeu ou eu preciso desenhar?

— Precisa desenhar — implicou o deus.

Athena rosnou e começou a bater nele novamente.

— Percy me ajude! — pediu Poseidon tentando salvar alguma parte do seu corpo.

Percy começou a correr na direção do pai.

Athena subiu encima do deus e ainda batendo, gritou:

— Annabeth, impeça-o!

Annie então correu e ficou a frente de Percy.

— Me deixe passar Annabeth — pediu Percy calmo.

— Não mesmo — respondeu ela veementemente.

Alguns semideuses vaiaram, divertidos.

— Estou sendo educado, me deixe passar — insistiu Percy dando um passo a frente.

Annie o impediu novamente.

— Só quando você deixar de ser um cabeça de alga.

— Quando você deixar de ser uma coruja de museu, eu penso no assunto...

— Escamoso.

— Coruja banal.

— Peixe estragado.

— Nerd pré-histórica.

Todos arfaram, até mesmo Athena e Poseidon pararam de brigar.

Annie começou a estapear Percy que tentava fugir dela.

Poseidon então ficou a frente de Percy, dizendo:

— Nem pense em continuar batendo no meu filho, sua pirralha.

— Olha como fala com a minha filha sua alga marinha podre — ameaçou Athena ficando frente a frente com ele.

Será que ninguém percebeu que Athena continuava seca, mesmo depois de ser presa no mar?

— Athena — chamei hesitante.

— O que foi?

— Precisamos conversar.

— Sobre o quê?

— Er... envolve o mar, Poseidon e você.

Ela parou no mesmo instante e me encarou.

— O que quis dizer com isso?

Fiquei entre ela e Poseidon e discretamente olhei seu vestido, sabia que ela tinha percebido o recado quando arregalou os olhos.

— AFRODITE! — gritou ela fuzilando a deusa do amor com o olhar.

— Maninha... c-calminha, não... não é nada disso — gaguejou Afrodite sob a expressão furiosa da irmã.

— Eu.te.mato — ameaçou Athena pausadamente.

— Todos voltem para as suas aulas — pedi aos semideuses — Filhos de Ares, de Afrodite e de Athena, estão liberados por hoje.

— Calminha Athena — pedi — Afrodite irá explicar tudo, não é?

— Claro que sim — concordou Afrodite rapidamente.

— Vamos para a casa Grande, não há ninguém lá a essa hora — sugeri.

*

— Pode começar a falar — ordenou Athena cruzando os braços e depois que eu me certifiquei de que a casa estava vazia e a porta trancada.

Por que Athena estava tão nervosa? Simples. A mitologia grega verdadeira, contada naquele livro que ganhei da mamãe, tudo irá se explicar.

— Não enrola Afrodite — apressei.

— Tudo bem — cedeu a deusa do amor — Todos sabem que antes daquela briga ridícula por Athenas e daquele incidente com Medusa, você e Poseidon se davam muito, certo?

— Certo, até quando tudo mudou — respondeu Athena impaciente.

— Agora eu tenho três coisas para revelar sobre você Athena.

— Conte de uma vez!

Afrodite fechou os olhos e respirou fundo antes de revelar.


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Notas finais do capítulo

*-*



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