Letters To You escrita por Inês Potter


Capítulo 17
14 de Novembro de 1978


Notas iniciais do capítulo

Olá olá olá =)
Capítulo novooo...Boa leitura =)



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“Querida Lily,

Muito bom dia!

Finalmente acabou o dia de ontem, foi uma autêntica tortura! Lembras-te de eu te ter dito que tinha chegado atrasado à aula e por causa disso tinha levado uma detenção? Bom, o azar não ficou por aí. Quando estava a ir almoçar prendi um pé nos atacadores dos meus sapatos, tropecei e caí redondo no chão. O almoço passou normalmente e eu cometi o erro de pensar que já tudo tinha voltado ao normal. Assim que acabei de almoçar, decidi ir para a biblioteca acabar um trabalho de que me tinha esquecido, achei que naquele dia era melhor não arranjar outra detenção. Estava a virar a esquina para entrar no corredor da biblioteca quando uma miúda que vinha a correr com um jarro de sumo de laranja (?) na mão choca contra mim. Obviamente que fiquei totalmente encharcado e cheio de açúcar e tive de ir tomar banho e mudar de roupa. Quando voltei novamente às aulas reparei que me tinha esquecido dos pergaminhos e das penas (logo hoje que tinha decidido prestar atenção) e por isso acabei por ir dormir para o fundo da sala. Por incrível que pareça, o professor Binns reparou e eu fui corrido da sala de aula. Ia para o jardim com a intenção de visitar o Hagrid quando um passaroco resolveu fazer cocó em cima da minha cabeça, o que me fez desistir da ideia e ir para dentro tomar um duche. Para meu bem, achei que ficar dentro do dormitório era mais seguro e, de facto não me aconteceu mais nada.

Quanto à tua carta:

Sim, é mesmo preciso muito azar mas como vês eu tenho  azar para dar e vender. Sexta-feira 13 é o dia do azar? Não sabia que eras supersticiosa! O que me vale é mesmo isso… Imagina que todos os dias eram sexta-feira 13? Estava completamente lixado.

Não, desta vez não te vou dizer, Lils. Tens de abrir os olhos. Eu j+a te tentei ajudar, tentei facilitar o trabalho mas não resultou.

Sim, é alguém especial… Eu sei que não te consigo mentir, foi uma tentativa estúpida.

Não, eu não me esqueço de descobrir o nome. Claro, como é óbvio. Aliás, eu já estive a pensar num plano. Basicamente é o seguinte:

-Falamos com ela para tentar perceber se está sob a maldição Imperius, se está a ser manipulada ou se está confusa.

-Explicamos-lhe que ele é um idiota, que ela está a ser usada e que ele não a merece. Contamos-lhe o plano.

-Tiramos uma foto aos dois quanto eles estiverem juntos. Ela acaba tudo com ele. Distorcemos as partes das imagens que fazem com que seja possível alguém reconhecê-la. Fazemos um cartaz gigante com essa foto e colocamos no salão Nobre antes do pequeno-almoço. Aí vemos a cara da nossa querida amiga Narcissa e do Lucius.

Não, não estava. E mesmo que estivesse zangado contigo tentaria não te responder mal. Por acaso é mesmo isso! Anda sempre a conviver com pessoas assim, é o que dá. Não o estás a insultar, eu gozo imenso com ele por causa disso!

Continuo sem perceber porquê. Mas sim, isso é bom, não ser muito exigente.

Estás a falar de que tipo de máscaras?

Com amor,

J.”

“Querido J,

Bom dia!

Espero que hoje tenhas mais sorte, o que de certeza não deve ser muito difícil. Fiquei chocada com a quantidade de coisas que te correram mal ontem, bateste todos os recordes, devias entrar no Guiness! Com certeza a tua ideia mais sensata ontem foi ir para o dormitório. Ao menos lá parece que ficaste invulnerável à má sorte. Sim, a sexta-feira 13 é o dia do azar. Eu não sou supersticiosa mas olha só a coincidência que foi ontem ser aquele dia específico e tu teres sofrido todas as desgraças possíveis e imaginárias! Por exemplo, eu não acredito nos 7 anos de azar que temos quando partimos um espelho, não acredito que irá alguma coisa correr mal se virmos um gato preto nem que chamamos a chuva se abrirmos um chapéu-de-chuva dentro de casa. Que não crescemos mais se passarmos debaixo de uma escada ou então que não nos casamos se nos varrerem os pés. Isso é uma tudo mentira, não faz qualquer sentido!

Ainda bem que isso não é assim senão queria ver como é que te safavas!

Não, tu não me abriste os olhos. Tu deixaste-me semicerrar um olho apenas. Por favor, J. Que mal te faz? Não confias em mim, é isso?

Sim? Isso eu já sabia, agora estou à espera de uma resposta.

Continuo à espera.

Continuo à espera.

Fui beber um café. E continuo à espera…

Ainda bem! Também vou tentar manter os olhos abertos para prevenir e para a tentar encontrar, sabes, humm… Para o caso de tu não conseguires!

Uau, já pensaste no plano? Eu gostei muito dele, parece-me bom e sem falhas! Só espero que ela colabore.

Eu sei que não estavas mas é que por momentos parecia mesmo.

A sério? Gozas imenso com ele? E ele não se sente um bocadinho mal (ou em baixo) por causa disso?

Não ser exigente é bom? Isso quer dizer que me divirto com facilidade, certo? Não preciso de grande coisa!

Estou a falar daquelas máscaras simples: com dois buracos para os olhos. Que tapam um pouco o nariz mas que não chegam à boca. As que as pessoas usam com um elástico preso à volta da cabeça ou seguram nelas com um pauzinho. Sabes?

Beijinhos,

Lily.”

“Querida Lily,

Sim, espero mesmo isso. Também é um bocado difícil (senão impossível) correr tudo tão mal quanto ontem. A sério? Bati recordes? Uau. Isso até seria bom se os recordes que bati fossem outros que não “o mais azarado” e coisas do género. Concordo contigo, francamente deve ter sido a atitude mais inteligente que tomei o dia todo.

Ah, bem me parecia. Esse tipo de coisas mais relacionado com o mundo dos feiticeiros já sei. O meu pai adora descobrir esse tipo de curiosidades e depois eu acabo por ficar com elas na cabeça. Ups, então acho que já não me vou casar, já devo ter varrido os pés imensas vezes. Ridículo! Foi apenas coincidência o facto de ser sexta 13 e acontecerem-me desgraças, nada mais que isso.

Ai sim? Só te deixei semicerrar um olho? Então porquê? Não te dei pistas suficientes, foi? É que eu acho que te abri os dois olhos e até pus dois palitos do lado de fora de cada olho a segurar as pálpebras para impedir que eles se fechassem. Mais que isso não posso fazer! Claro que confio em ti! Qual é a dúvida em relação a isso?

Uma resposta em relação a? A quem é ela? Queres que eu ta descreva, é?

Mas é claro que eu vou conseguir, como é óbvio! Nem sei como é que achaste que eu poderia não conseguir! Aliás, para veres que eu não brinco eu serviço olha só: ela chama-se Amy Adams, tem 17 anos e é descendente de muggles, o que é completamente o oposto do que (supostamente) o Malfoy queria.

Fui eu que idealizei, logo, obviamente não terá falhas. E é claro que ela vai colaborar, é boa pessoa.

Não, ele não se sente mal porque sabe que é verdade e sabe que apesar de eu gozar com ele, ele continua a ser um dos meus melhores amigos portanto… 

Depende das ocasiões mas nessa perspectiva então sim, é bom.

Ah, já sei quais é que são! Que seca… E vamos ter de andar com isso colado à cabeça a noite toda?

Com amor,

J.”

“Querido J,

Então como é que está a correr o dia? Pois, se fossem recordes de “o mais bonito” ou “o melhor jogador de quidditch” era melhor não era? Mas infelizmente não foi… Sim, tenho a certeza que foi a atitude mais inteligente!

Sabes uma coisa? Acho que tu és a lei de Murphy! É que se não és pareces mesmo.

A sério? Uau, não fazia a mínima ideia! Eu sei porque isso são coisas que os muggles dizem… Então já somos dois que não se vão casar. E eu também não devo crescer mais porque já passei debaixo de escadas imensas vezes! Humm, continuo a achar que se calhar não foi só isso.

Oh! Exagerado. Não deste pistas suficientes, isso mesmo! E não utilizaste palitos nenhuns para deixares os meus olhos abertos, aldrabão! Não sei, acho que confias mas não me queres contar nem isto nem quem é a rapariga de quem gostas por isso…

Não, eu não quero que a descrevas, quero que digas quem ela é. É diferente. Vá lá, não somos amigos? Eu já te disse que pretendo sair mais vezes com o Amos? Hoje, por exemplo, vamos sair à tarde. Porque é que não me dizes?

Amy Adams do 7ºano dos Hufflepuff? Vou tentar falar com ela hoje, tudo bem? Esyás de acordo?

Que convencido! É claro que pode ter falhas, ninguém é perfeito. Conhece-la?

Ah ok. Que queridos!

Acho que é suposto, se é um baile de máscaras… E sinceramente aquilo não vai ficar colado à tua cabeça, vai ficar preso. Se te apetecer podes ir ao jardim tirar a máscara e apanhar ar na cara, se é esse o teu problema.

Beijinhos,

Lily.”

“Querida Lily,

O meu dia está a correr perfeitamente bem! Sim, se fosse esse tipo de recordes seria muito melhor mas vê lá: azar dos azares nem sequer se lembraram disso!

Humm… eu sou a lei de Murphy? Queres explicar-me o que isso é ou vou ficar a ver navios?

Oh, não acredito em nada disso. São balelas, coisas que os muggles inventam que não fazem qualquer sentido. Qual foi a utilidade de inventarem isso?

Até dei pistas a mais. Esquece, estamos sempre com esta conversa. O momento já passou. Depois falamos sobre isto.

Não te quero contar porque não são coisas que tu possas saber, e não é porque não confie em ti. Eu confio, só que… bem, é complicado. Não te consigo explicar. O que importa é que não te posso dar nomes. Claro que somos amigos! Uma coisa nada tem a ver com a outra.

Humm, não percebi a ligação entre isto e o teu encontro com o Diggory mas parabéns, sei que já querias sair com ele á muito tempo. Ainda vão ao baile juntos não é? Não te esqueças de dia 21 na torre de astronomia às 9h.

Posso ser eu a falar com ela? É que tu és uma simples estudante de Hogwarts mas eu sou um prestigiado psicólogo que estuda e compreende os comportamentos das pessoas e as ajuda. E quero recrutar outra paciente para além de ti. Nunca mais me contaste os teus dramas…

Isso é uma falácia! Ao contrário do que dizes, o meu plano é perfeito, não tem sequer uma falha. Ah, sim, digamos que ela foi minha...ah… ex-namorada.

Eu sei, Lily, estava a brincar. Aquilo não faz calor?

Com amor,

J.”

“Querido J,

Está a correr perfeitamente bem em comparação com ontem ou está mesmo a correr perfeitamente bem? Que ultraje! Como é que não se lembraram disso? Como? É tão injusto não teres sido nomeado “mais bonito”.

Sim, tu és a lei de Murphy. Deixar-te a ver navios era mais giro mas eu vou ser simpática ok? A lei de Murphy é mais ou menos isto: “Sempre que alguma situação está a ficar má, prepara-te porque ainda pode ficar pior (e provavelmente é isso que vai acontecer). Percebes agora porque é que digo que és a lei de Murphy?

Não sei, só alimenta as fantasias e os medos de algumas pessoas. Nas não vejo utilidade alguma.

Porque é que tens sempre de ser tu a encerrar o assunto? Hunf!

Não te percebo, não mesmo. Eu conto-te imensas coisas, conto-te tudo e tu não podes partilhar nada, mesmo que seja pouco?

Mas não parece, J, não parece. Preciso de saber coisas sobre ti mas tu nada dizes! Não confias em mim! Vou parar de te chatear, desculpa. Parece que falas comigo por obrigação. Esta é a última carta que te envio.

Sim, queria. Vamos, pelo menos até agora ele não disse nada em contrário portanto parto do princípio que sim. É claro que vou, eu prometi. Não me vou esquecer.

Ok, eu deixo-te ir. Mas só porque pediste com jeitinho… Ah, eu não chego, é? Precisas de mais uma paciente? Oh…

Queres saber dos meus dramas? A última bomba foi: o James vai ao baile com a Rosie Stevens! Fiquei chocada. Não sei, foi estranho. Fiquei surpreendida, desnorteada e um bocadinho triste, acho eu. Ele dizia que me amava e agora já arranjou outra pessoa. Afinal era mentira e eu até já tinha acreditado nele, percebes?

Ah,  e a Lene já aceitou o pedido de namoro do Six. Finalmente, aqueles dois nunca mais resolviam tudo. Acho que já deves saber, é só disto que se fala na escola… Bando de coscuvilheiros!

Veremos!

A Amy foi tua ex-namorada? Uau, não fazia a mínima ideia! Porque é que, hã, acabaram? Demasiado pessoal? Esquece, esquece, é a última carta.

É capaz de fazer um bocadinho.

Adeus J, até dia 21.

Gosto muito de ti,

Lily.”

“Querida Lily,

Está mesmo a correr perfeitamente bem, pelo menos estava até tu dizeres que esta era a última carta que vais enviar.

Sim, é um ultraje mas pronto paciência. Talvez tenha sido melhor eles não me terem descoberto. Senão passaria o resto da minha vida a dar autógrafos e a receber cartas de fãs.

Ah, ok. Portanto eu sou a lei de Murphy. Tens razão, por acaso é possível.

Também ainda não descobri a utilidade das superstições. Mas quando eu descobrir aviso-te.

Porque eu sou maior, mais alto e mais velho!

Eu posso partilhar imensas coisas, Lily. Posso fazê-lo. Só não quero falar sobre essa pessoa especial sobre a qual tu queres extorquir informações. Ela não gosta de mim, essa é a parte que interessa. Por isso magoa-me falar com ela. Ela é diferente de todas as pessoas que conheci. Tem uma personalidade muito forte, é corajosa, não tem medo de fazer frente às pessoas se isso proteger os que ama. É doce, verdadeira, amável, honesta, preocupa-se mais com os outros do que com ela própria.        Cheira a flores silvestres e tem um sorriso que cativa qualquer um. Adoro ver o cabelo dela esvoaçar ao vento enquanto ela observa o horizonte. Ela semicerra os olhos quando se concentra muito numa coisa e morde o lábio e passa a mão no cabelo repetidamente quando está nervosa. Quando está triste gosta de ficar sozinha e de observar a lua e as estrelas. É adorável quando corre atrás de borboletas nos jardins dos castelos como se fosse uma criança novamente. Apenas presenciei um momento assim uma vez, mas foi mágico. Já tentei mas não consigo deixar de gostar dela. É demasiado especial.

Não faças isto, por favor. Eu confio em ti, como é óbvio. E adoro falar contigo. Peço-te que não o faças. Por mim…

Ainda bem que estás feliz!

Claro que chegas! Mas eu quero ter uma oportunidade para falar com ela sobre isto. Sim, ela foi minha ex-namorada. NÃO VAI SER A ÚLTIMA CARTA, por isso posso dizer-te que acabámos porque hãm… ela deixou de gostar de mim. Um dia ela veio falar comigo, disse que se tinha apaixonado por outra pessoa por isso terminámos a nossa relação. Mas isso já foi há muito tempo, há um ano atrás acho eu.

Lily, se tu não gostas dele, se lhe disseste que poderiam apenas ser amigos e começaste a sair com o Amos o que é que achas que ele pode e deve fazer? Ele não vai esperar para sempre que tu gostes dele quando isso pode nunca vir a acontecer. Só porque ele vai ao baile com outra rapariga não quer dizer que ele não te ame ou nunca te tenha amado. Ele apenas precisa de te esquecer.

Sim, eu já ouvi falar disso, é claro. E também já ouvi dizer que a Mary e o Remus também namoram!

Não faças com que esta seja a última carta, por favor.

Com amor,

J.


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Notas finais do capítulo

Demorei um pouquinho mas já está cá! E é grande!
Portanto, a fic já está a caminhar para o fim... Planeio fazer mais uns 5 capítulos e um epílogo, em princípio. Mas não tenho bem a certeza.
Como pediram nos reviews, eu descrevi uma pessoa, só não posso dizer se é a Lily ou não. Deixo isso à vossa imaginação =P, depois tudo será revelado.
Quanto ao amigo do J de que falei no capítulo passado, a maior parte das pessoas respondeu que era o Sirius mas eu também não posso dizer se era verdade ou não!
Ah, e neste capítulo o James finalmente decidiu que tinha de continuar a viver e que não podia esperar a Lily para sempre... E é isso...
Ahh, reviews? :3
Beijinhos e muito obrigado a todas (os) que mandaram reviews, que leram e colocaram em acompanhar, não sei o que seria sem vocês =)
Inês.