Redenção escrita por Mimisinha


Capítulo 2
Capítulo 2




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Foi uma questão de meses para morarmos juntos.Meu pai cedeu um dos quitinetes que ele aluga, assim montamos nossa casinha.Eu passava o dia todo na obra, seja ela qual fosse, trabalho de peão, debaixo de sol ou chuva, tínhamos prazo para a conclusão portanto não podíamos parar. Tinha dias que ficávamos até mais tarde para sobrar uns dois ou três dias descansando.

Luciana...dava aula na creche perto de casa pela manhã, corria em casa pra pegar meu almoço, e me entregava quando ia pra faculdade a tarde, era a primeira 'melhor hora' do meu dia, ver a mulher da minha vida vindo pra me dar o almoço, linda demais, passava pelos meus colegas ogros da obra com toda educação, me beijava com tanta saudade, como se tivesse passado dias sem me ver.

Sempre senti que ela me amava muito mais que eu a ela, nunca consegui demonstrar meus sentimentos. Foi capaz de deixar o conforto do apartamento dos pais no centro da cidade, pra viver comigo numa quitinete na periferia, ficava mais longe da faculdade até...

Tudo sempre pareceu perfeito pra mim, já estávamos juntos a três anos, mas ela começou a se questionar e a questionar nosso relacionamento.

-Mô?

-Hum... - eu respondia ainda olhando pra televisão, como na maioria das vezes.

-Voce não quer mais da vida?

-O que mais eu posso querer? Eu trabalho, pago todas as contas, consigo até poupar, tenho tudo que preciso, compro meu livros e tenho voce! - sempre passava pela minha mente 'amor da minha vida', 'mulher da minha vida' mas nunca saia pela minha boca.

Confesso que nunca fui um bom ouvinte, e sempre consegui me livrar dessa conversa usando esse argumento, mas dessa vez não...

-Só isso? É só isso que vc quer da vida? Não sonha em conquistar mais nada? Conhecer outros lugares ou países? Caio, a gente nem sai mais.

-Entendi. Vc quer sair? Amor quer sair sai, nunca te impedi de sair com suas amigas...

Fui logo interrompido, quando ela levantou do sofá e desligou a tv, se alterando, e ela raramente se alterava.

-Puts Caio, quero sair contigo cara...quero fazer algo diferente, ir a praia, ao cinema, dançar, sair na sexta e só voltar pra casa no domingo...pô, a gente só se vê dentro de casa cara, tô cansada dessa rotina.

Ela ficou ali esperando que eu concordasse com ela, que eu dissesse qualquer coisa que lhe aliviasse mas não consegui falar nada, olhava nos seus olhos e via dor, simplismente não conseguia entender como lhe causei tanta dor, aquela noite eu não dormi.

Tentei nos dias seguintes fazer algo que me redimisse, e isso incluia gastar dinheiro coisa que eu não queria fazer. Lhe mandei flores no trabalho e tentava dizer algo que representasse o quanto eu a amava, nunca consegui dizer o que eu sentia, aquele simples e bobo " eu te amo ", que toda mulher sonha em ouvir, da minha boca só saía, 'eu sou muito apaixonado por voce', 'te adoro' mas o principal não conseguia dizer.

Talvez tenha sido isso que ela sentia falta, das palavras que eu nunca dizia. 


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