Perdi Minha Cabeça? escrita por kagome girl


Capítulo 5
Doce Overdose - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

- Eu vou te proteger, Princesa Pucket.Os primeiros raios de sol já coloriam as paredes azuis do meu quarto. Sorri ao sentir o cheiro da colônia masculina. Um cheiro muito bom encheu minhas narinas. Abri os olhos lentamente e vi o rosto de Freddie perto (demais) do meu. Me levantei com o susto.- Freddie! O que você ta fazendo aqui? Não disse pra dormir no sofá?!E foi ai que paramos.



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Pulei da cama completamente vermelha, como o nerd tinha passado a noite aqui? Ele abriu os olhos e sorriu, me derretendo um pouco por dentro. Mas estou com raiva demais pra ceder agora!

- Calma Sam, já se esqueceu da noite passada?

- QUE NOITE?! HEIM?! EU...A-agente fez alguma coisa?

Puta que pariu. Eu não sou mais virgem? É isso? Com licença, preciso me retirar. Onde fica a ponte mais próxima? Estou indo me jogar dela. Diante do meu desespero, Fred começou a rir. Fiquei irritada, o que era tão engraçado nisso? Eu perdendo minha “pureza” (ou o que restava dela, pelo menos) não era nada engraçado.

- Não fizemos nada, Sam! Pensei que você não cairia nessa, se esqueceu de que nunca me deixaria te tocar? O que aconteceu é que começou a chover forte e você pediu pra eu vir aqui dormir com você.

Flashes da noite passada passaram na minha cabeça. Ele não estava mentindo, eu realmente pedi pra ele vir ficar comigo.

- Obrigada, então.

Falei bem baixo e baixando minha cabeça, sentindo meu orgulho ferido. São duas palavras que odeio dizer: Obrigada e desculpe. Isso é muito não-Puckett. Só não combina com Samanta, ok? E afinal, educação é para fracos.

- O que foi?

- Ah, cala boca! E anda, vai tomar seu banho.  A mamãe Benson já deve ta te esperando.

Ele sorriu mais uma vez com o canto da boca. Boca cujos lábios maravilhosos reproduziam um canto de sereia direcionado pra mim, eles pareciam literalmente chamar meu nome. Finalmente ele percebeu que eu o estava encarando e pra ele não me achar uma panacona saí do quarto batendo a porta forte. Mas que merda estava acontecendo comigo? Porque ele estava me chamando tanta atenção ultimamente?

Refleti na situação atual: Carly ta viajando por isso eu passo mais tempo com ele agora, acho que por isso nunca notei o quanto ele...cresceu e tudo mais. Sentei no sofá velho enquanto refletia. O apartamento todo cheira a perfume barato: Arma “infalível” de sedução da minha mãe. Olhei pra guitarra de brinquedo do lado de TV, aquela maldita não me deixou dormir por muitas noites. Ah, se alguém pudesse dar um sumiço nela...se bem que eu até me divirto jogando nela.

Uma brisa entra pela janela balançando as longas cortinas brancas, os raios de sol se intensificam criando um arco-íris refletido na cerca de vidro na varanda. Sorrio vendo aquilo, é tão bonito. E simples ao mesmo tempo. Sabe, é assim que as coisas verdadeiramentes bonitas são: Simples e bonitas, não precisam de muito para chamar atenção. Ah, se a Melanie soubesse disso. Minha mente viajou pensando na minha irmã, como podemos ter o mesmo sangue e ser tão diferentes? Levo um susto ao escutar o barulho da porta do meu quarto abrindo. Encaro o garoto que sai de lá usando uma calça jeans surrada e com a camisa ainda por ser vestida. Confesso que quase babei.

- Ei, Sam – ele olha pra mim e sorri – Meu Deus, que pervertida você é.

Desvio meu olhar rápido com o rosto vermelho. Merda! Ele com certeza percebeu.

- Já tomou seu banho, nerd?

- Já sim, foi só entrar debaixo da ducha.

Ele colocou a camisa me fazendo sentir aliviada e decepcionada ao mesmo tempo. Mas que diabos, Puckett?

- Hum...e sua mãe, já ligou?

- Já, só umas 37 vezes. – Ri, sabia que ela ligaria pensando que ele foi morto, sequestrado, vendido como escravo no mercado negro, a pior possibilidade possível: A que com certeza seria dormir na casa de uma psicopata adolescente – Mas eu mandei uma mensagem pra ela ontem a noite dizendo que tava na sua casa e explicando porque dormi aqui. Não entendo porque ela precisa ficar ligando, ligando e ligando.

- Ué, ela é sua mãe, não é?

Ele sorri e caminha até a geladeira.

- Wow, wow! O que ta fazendo? A geladeira da mama aqui guarda as comidas dela, Benson!

- Ah, esqueci o quanto você leva sua comida a sério.

Me levantei indo até a geladeira ficando de frente pra ele, que riu e se curvou diante de mim:

- Pegue o bacon que quiser, Princesa Puckett.

Revirei os olhos e peguei um bacon congelado no refrigerador, joguei dentro do micro-ondas e o programei.

- Pronto, Você agora, Benson.

Sentei no sofá ligando a TV enquanto zapeava entre os canais. Ele se sentou do meu lado, coloquei meus pés na mesinha de centro marrom e uma lembrança me veio à mente: O dia em que coloquei minha cabeça no colo dele, me levantei bruscamente fazendo-o me encarar com uma cara de “WTF Samantha Puckett?”. Caminhei até o micro-ondas e tirei o bacon antes da hora, joguei ele dentro da pia. Freddie me encarava com olhos escancarados.

- Você não tem que ir pra casa?

Ele se levanta e caminha até a cozinha, se apoiando na geladeira.

- Mais tarde, queria dar uma volta antes de ir pra casa e aguentar as pirações da minha mãe.

- Você que manda.

Caminhamos por algumas praças e Freddie até pagou um sorvete pra mim, ele estava com uma câmera de bolso e filmava tudo o que eu fazia, desde bater meu recorde de quantos cachorros quentes conseguia comer em um minuto até brincar com os patos de um lago. No final do dia paramos em uma lanchonete (A quinta do dia).

- Ok Benson, acho que você já me filmou bastante por hoje.

- Só estou filmando pra mostrar pra Carly quando ela chegar de viagem.

- Ah...Freddie, sobre a Carly...acha que ela devia ficar sem saber sobre o que aconteceu?

Ele ficou sem graça e finalmente guardou a câmera. Graças a Deus.

- Porque? Não fizemos nada demais.

- Eu sei, mas...ela pode ficar toda desconfiada, quer dizer, um garoto dormindo na mesma cama que uma garota – desviei o olhar dos olhos dele e corei um pouco – tem que admitir que soa estranho, né?

- Pode ser, mas lembra o que aconteceu quando ela descobriu sobre o nosso beijo porque você contou acidentalmente? Ela ficou brava por não temos falado antes.

- É...mesmo assim, não acho uma boa ideia contar.

Ficamos alguns minutos em silêncio até que me levantei.

- Vamos!

- Pra onde, Sam? Nem pedimos ainda.

- Esquece isso, não to mais com fome. Vamos, você tem que ir pra casa e eu tenho que chegar na minha antes que escureça.

Ele sorriu e sussurrou um “okay” com os lábios.

- Mas porque agora, Sam? Não dá nem pra esperar a gente pedir?

Sorri marotamente.

- Não dá não...é que por hoje já tive minha overdose de você, nerd.

Caminhamos até o Bushwell conversando animadamente, era tão estranho não brigarmos o dia inteiro. Chegamos na portaria onde ele se despediu de mim.

- Tchau Sam!

- Tchau... Ei! Espera!

- O que?-

- Eu quase me esqueci de te dar uma coisa.

Andei até a frente dele e me inclinei o abraçando. Não sei o que deu em mim pra fazer aquilo, só que quando ele me abraçou de volta eu me senti muito bem, como se de algum jeito eu tivesse ficado completa. O mundo pareceu girar lentamente enquanto nos abraçávamos, até que eu o soltei e tudo voltou a sua velocidade padrão.

- Tchau, Freduardo.

Ele sorriu e subiu as escadas. Meu coração ainda batia rápido por alguma razão.


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Notas finais do capítulo

Wow, esse capítulo foi grande assim pra compensar os últimos dois que foram bem pequeninhos! Enfim, espero que tenham gostado :D Na verdade, acho que foram esses capítulos (Doce Overdose no geral, parte 1 + 2) que marcaram o começo dos dois, não o primeiro capítulo, hehe.