Ele piscou algumas vezes

- Eu ouvi bem? Você quer dormir aqui...comigo?

- É, eu...tenho medo de trovões...Por favor

Um novo trovão caiu me fazendo sentir calafrios, estava pálida de medo.

- Tá, mas não acha que o sofá é pequeno pra a gente?

Me levanto pegando no braço dele. O levo pro meu quarto, fecho a porta e escuto um novo trovão.

- Ah!

Não consigo evitar o grito e ele me abraça ao ver o quão assustada estou. Eu começo a chorar e encharcar a camisa dele com as minhas lágrimas.

- Calma Sam, tá tudo bem.

Ele sussurrou as palavras alisando minhas costas em quanto me levava pra cama de casal (Antiga cama da minha mãe, atualmente minha). Seus braços ainda me abraçavam e eu consegui escutar a batida do seu coração. Batendo muito rápido, mas estranhamente têm um efeito calmante em mim. Consegui parar de chorar em quanto nós ficamos abraçados. Deitamos na minha cama e ele sussurrou no meu ouvido:

- Porque você tem medo de trovões, Sam?

O modo como ele falou meu nome fez uma corrente elétrica passar pelo meu corpo. Uma sensação muito boa, não é parecida com nada que eu já senti.

- Foi em uma noite como essa que meu pai me deixou – Freddie apertou o abraço e colocou seus lábios no meu cabelo – Eu tinha 8 anos. Ele e minha mãe estavam brigando quando Pam mandou ele embora. Ele entrou no quarto, puxou a Melanie e eu nunca mais o vi.

Sinto aquela dor que sempre me vem quando falo sobre meu pai: É uma sensação horrível, como se uma agulha espetasse meu coração.

- Sam...eu sei o que é isso...meu pai também me deixou quando eu era menor. Mas agora você deve dormir. Já deve ta cansada.

Então eu me acalmei nos braços dele transformando tudo em nossa volta em um borrão. Aquele parecia ser o melhor lugar do mundo, nossos corpos se encaixam perfeitamente. Se eu tivesse ficado acordada ainda escutaria ele falando:

- Eu vou te proteger, Princesa Pucket.

Os primeiros raios de sol já coloriam as paredes azuis do meu quarto. Sorri ao sentir o cheiro da colônia masculina. Um cheiro muito bom encheu minhas narinas. Abri os olhos lentamente e vi o rosto de Freddie perto (demais) do meu. Me levantei com o susto.

- Freddie! O que você ta fazendo aqui? Não disse pra dormir no sofá?!