Capítulo 19 – Juntos, enfim

                POV_ARITA

                Só quando acordei é que me lembrei do cartão que estava no meio das flores... Vitória chegou demasiado tarde na noite passada, e eu não a vi antes de dormir. Poderia esperar pelas perguntas.

                Peguei o envelope que estava no meu criado mudo. Minhas mão tremiam, na verdade, e eu não fazia ideia do porquê. Abri-o, enfim e puxei de lá de dentro uma foto pequena e um papel dobrado inúmeras vezes – não é toa que o envelope estava tão gordinho.

                A foto era minha, da época em que nos conhecemos. Ele deve ter tirado essa foto quando eu estava no recreio. Eu estava sorrindo, segurando um macaron na mão. Eu parecia extremamente feliz. Atrás da foto, como se fosse uma legenda, estava escrito: Arita Bennet, 04 de março de 2005 – A garota mais doce de toda a escola.

                O papel me emocionou ainda mais. Dizia, em uma caligrafia elegante:

                “Querida Arita,

                Receio ter ficado tempo demais com esta foto sua, que tirei na data escrita no verso.

                Antes que você se pergunte por que raios eu tenho uma foto sua, o motivo é muito simples: queria ter uma lembrança sua. Qualquer coisa que fosse. Foi no dia seguinte ao nosso primeiro beijo, e, se antes eu já estava apaixonado por você, depois de saber a ligação dos nossos nomes...

                Durante todos esses anos, procurei saber a história desses nossos antepassados, e consultei meus avós, a biblioteca da minha casa... Li vários livros sobre Idade Média, para entender como se vivia naquela época e entender enfim, a nossa ligação.

                A sensação de nostalgia tomava conta de mim sempre que via algo relacionado a isso, eu me lembrava de você, mas de outra maneira...

                Tenho a sensação de que, apesar da nossa pouca idade, você é tão sábia e parece que realmente te conheci há muito tempo.                  

                Quando eu tinha só dezesseis anos, eu a via como uma criatura mitológica, uma ninfa, talvez. Representação da pura beleza. E ainda a vejo assim, mas agora você me parece um misto de ninfa e musa também. Okay, isso é muito piegas, então vou parar por aqui...

                Bem, eu só queria dizer que meus sentimentos por você só cresceram com o passar dos anos. E peço você agora em namoro, por carta, porque sou muito tímido (na maioria das vezes, você se lembra?). Aceita?              

                Amo você, Arita, e não me importa se isto parece precipitado. Porque durante muito tempo eu a estive esperando.

                               Heitor.”

                Meus olhos estavam cheios de lágrimas de alegria. Levantei-me na cama e comecei a pular com a carta na mão, rindo. Vitória entrou rapidamente no meu quarto e perguntou o que estava havendo. Entreguei-lhe a carta, ela leu e começou a pular junto comigo. Ficamos assim por bastante tempo, felizes, pulando, rindo, cantando e dançando.      

                - E agora, Vi?

                - E agora, o quê?

                - Ligo para ele?

                - Liga, é claro, oras! Se você souber onde ele mora vá até lá.

                - Não sei...

                - Então vai lá ligar de uma vez!!! – disse ela, me empurrando para fora da cama. Chegando a sala, disquei seu número, a mão trêmula. Ele atendeu ao final de dois toques com uma voz extremamente alegre. Eu não podia acreditar que isso estava aconetcendo! Eu estava tão feliz!!!

                - Heitor.

                - Arita?

                - Sim, olhe, eu li sua carta... E é linda, e sim eu aceito.  

                - Arita...

                - Sim?

                - Poderia vir até minha casa, para jantar hoje a noite? Eu vou te buscar.

                - Claro!

                - Estarei aí às 19:30, pode ser?

                - Estarei esperando por você.

                Novamente, meus batimentos cardíacos eram tão forte e rápidos que poderia ser considerado perigoso. Mas na verdade, o amor é uma das coisas mais saudáveis que existem!

(Nota da autora: belle_epoque, querida, eu sei que prometi escrever um capítulo maior. Maaaas é o seginte: o que fazer agora? O que poderá acontecer na casa de Heitor? Então, eu peço a ajuda de vocÊ. Digam-me o que vocês gostariam de ver no próximo capítulo. Lembrem-se da classificação etária, pelo amor de Deeeeeus!!! Beijos!)